quinta-feira, fevereiro 05, 2015

Cristiano Ronaldo - 30 anos!


Cristiano Ronaldo GOIH
Cristiano Ronaldo atuando pela Seleção Portuguesa em 2013
Informações pessoais
Nome completo Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro
Data de nasc. 5 de fevereiro de 1985 (29 anos)
Local de nasc. Santo António, Funchal,  Madeira
Nacionalidade Portugal portuguesa
Altura 1,85 m
Ambidestro
Apelido CR7, Ronny, Cris, El Deseado, El Bicho
Informações profissionais
Período em atividade 2001– Hoje (13 anos)
Clube atual Espanha Real Madrid
Número 7
Posição Ponta-de-lança, Extremo-esquerdo e Médio-esquerda
Site oficial www.cristianoronaldoofficial.com
Clubes de juventude
1993–1995
1995–1997
1997–2001
Portugal Andorinha
Portugal Nacional da Madeira
Portugal Sporting CP
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos (golos)
2001–2003
2003–2009
2009–
Total
Portugal Sporting CP
Inglaterra Manchester United
Espanha Real Madrid
  31 (5)
292 (118)
277 (288)
599 (409)
Seleção nacional3
2001–2002
2003
2002–2003
2004
2003–
Flag of Portugal.svg Portugal Sub-17
Portugal Portugal Sub-20
Portugal Portugal Sub-21
Flag of Portugal.svg Portugal Sub-23
Flag of Portugal.svg Portugal
9 (6)
5 (3)
6 (1)
3 (1)
118 (52)

Medalhas
Prata Euro 2004 Futebol


Em 2007, Cristiano tornou-se o primeiro jogador a vencer todos os quatro prémios principais da PFA e da FWA. Ele ainda ficou em terceiro lugar na votação de melhor jogador do mundo pela FIFA de 2007 e em segundo lugar na votação da Bola de Ouro de 2007. Em 2008, Ronaldo conquistou a sua primeira Liga dos Campeões com o Manchester United, foi considerado o melhor avançado e o melhor jogador da competição e foi o maior marcador da mesma, assim como ganhou a Bota de Ouro, tornando-se no primeiro médio ala a consegui-lo, e ainda ganhou a Bota de Ouro da Premier League. Ronaldo ganhou três dos quatro principais prémios PFA e FWA, não ganhando apenas o prémio PFA Young Player of the Year e foi nomeado pela FIFPro, World Soccer, Onze d'Or e pela FIFA (melhor jogador do mundo pela FIFA em 2008), tornando-se no primeiro jogador do Manchester United a ganhar a Bola de Ouro em quarenta anos, após George Best. Foi o primeiro jogador a ganhar o Prémio FIFA Ferenc Puskás, em 2009, atribuído ao melhor golo do ano. 
 

quarta-feira, fevereiro 04, 2015

O pastor Dietrich Bonhoeffer nasceu há 109 anos

Dietrich Bonhoeffer (Breslau, 4 de fevereiro de 1906 - Berlim, 9 de abril de 1945) foi um teólogo, pastor luterano, membro da resistência alemã anti-nazi e membro fundador da Igreja Confessante, ala da igreja evangélica contrária à política nazi.
Bonhoeffer envolveu-se na trama da Abwehr para assassinar Hitler. Em março de 1943 foi preso e acabou por ser enforcado, pouco tempo antes do próprio Hitler cometer suicídio.

(...)

Bonhoeffer foi um dos mentores e signatários da Declaração de Bremen, quando em 1934 diversos pastores luteranos e reformados, formaram a Bekennende Kirche, Igreja Confessante, rejeitando desafiadoramente a ideologia nazi:
Obviamente o movimento foi posto na ilegalidade e, em abril de 1943, foi preso por ajudar judeus a fugirem para a Suíça. Levado de uma prisão para outra, em 9 de Abril de 1945, três semanas antes que as tropas aliadas libertassem o campo, foi enforcado, conjuntamente com o seu irmão Klaus, e os cunhados Hans von Dohnanyi e Rüdiger Schleicher.


QUEM SOU?


Quem sou?
Frequentemente dizem-me que
saí do confinamento de minha cela
tranquilo, alegre e firme
como um senhor de sua mansão de campo.
Quem sou?
Frequentemente dizem-me
que costumo falar com os guardiões da prisão confinada,
livre e claramente, como se eu desse as ordens.
Quem sou?
Também me dizem
que superei os dias de infortúnio
orgulhosa e amavelmente, sorrindo,
como quem está habituado a triunfar.

Sou, na verdade, tudo o que os demais dizem de mim?
Ou sou somente o que eu sei de mim mesmo?
Inquieto, ansioso e enfermo, como uma ave enjaulada,
pugnando por respirar, como se me afogasse,
sedento de cores, flores, canto de pássaros,
faminto de palavras bondosas, de amabilidade,
com a expectativa de grandes feitos,
temendo, impotente, pela sorte de amigos distantes,
cansado e vazio de orar, de pensar, de fazer,
exausto e disposto a dizer adeus a tudo.

Quem sou? Esse ou aquele?
Um agora e outro depois?
Ou ambos de uma vez?
Hipócrita perante os demais
e, diante de mim mesmo, um débil acabado?
Ou há, dentro de mim, algo como um exército derrotado
que foge desordenadamente da vitória já alcançada?

Quem sou?
Escarnecem de mim essas solitárias perguntas minhas;
seja o que for,
Tu o sabes, ó Deus: sou Teu!

José Cid - 73 anos

José Cid, nome artístico de José Albano Cid de Ferreira Tavares (Chamusca, 4 de fevereiro de 1942) é um cantor, compositor, músico e produtor musical português.




A Conferência de Ialta começou há 70 anos


A Conferência de Ialta, ou Conferência de Yalta, também chamada de Conferência da Crimeia, é composta por um conjunto de reuniões ocorridas entre 4 e 11 de fevereiro de 1945 no Palácio Livadia, na estação balneária de Yalta, nas margens do Mar Negro, na Crimeia. Foi a segunda das três conferências em tempo de guerra entre os líderes das principais nações aliadas (a anterior ocorreu em Teerão, e a posterior em Potsdam).
Os chefes de governo dos Estados Unidos (Franklin D. Roosevelt) e da União Soviética (Josef Stalin), e o primeiro-ministro do Reino Unido (Winston Churchill) reuniram-se em segredo em Ialta para decidir o fim da Segunda Guerra Mundial e a repartição das zonas de influência entre o Oeste e o Leste.
Em 11 de fevereiro de 1945, eles assinam os acordos, cujos objetivos eram os de assegurar um fim rápido da guerra e a estabilidade do mundo após a vitória final.
Estes acordos são essenciais para a compreensão do mundo pós-guerra. Mesmo se as suas interpretações pelos historiadores são diversas e variadas, vários deles estão de acordo sobre diversos pontos dos acordos. As diretrizes afirmadas nesta reunião determinaram boa parte da ordem durante a Guerra Fria, precisando as zonas de influência e ação dos blocos antagónicos, capitalista e socialista. Contudo, em 1991, após a queda da União Soviética, o ambiente internacional entrou em um período de transição, abandonando estes preceitos.

Alice Cooper nasceu há 67 anos

Vincent Damon Furnier, mais conhecido por seu nome artístico, Alice Cooper, é um cantor, compositor e ator americano nascido na cidade de Detroit, em 4 de fevereiro de 1948, que ficou mundialmente conhecido nos anos 70 por seus shows de rock inovadores e feitos para chocar e provocar o público, em conjunto com letras obscenas, obscuras e sangrentas que, juntamente com o seu visual gótico, transformaram Alice num ícone do rock que continua como fonte de inspirações para artistas de todos os estilos até hoje.
Alice Cooper era originalmente o nome da banda de que Vincent Furnier fazia parte como vocalista, juntamente com Glen Buxton e Michael Bruce nas guitarras, Dennis Dunaway no baixo e Neal Smith na bateria, e com quem lançou sete álbuns, porém a banda acabou por se separar e Vincent adotou o pseudónimo Alice Cooper para si mesmo (e o adotou como nome legal pouco depois) iniciando a sua carreira a solo sob esse nome em 1975, com o álbum Welcome to My Nightmare, e já lançou mais dezoito álbuns desde então. As apresentações de Alice tornaram-se célebres pelo uso de vários elementos de performance baseados em filmes de terror realizadas ao vivo, como guilhotinas, cadeiras elétricas, cobras vivas, bonecas voodoo, sangue falso e muitos outros, com Alice vestindo roupas obscuras e ornamentadas com coisas como patas reais de aranha, cobras vivas, correntes e outras, o que levou os concertos de Alice a serem apelidados de "teatro de terror" pela crítica, um termo que o próprio cantor passou a usar para designar o seu trabalho.
Alice também é conhecido por seus trabalhos independentes da música, pois ele já atuou em diversos filmes de terror e também já compôs bandas sonoras para televisão e cinema, além de ter se envolvido em diversas campanhas publicitárias sobre assuntos diversos, o que levou a revista Rolling Stone a elegê-lo o "mais amado artista do heavy metal" em 2006, tendo sido colocado na Calçada da Fama de Hollywood em 2003 e no Rock and Roll Hall of Fame em 2011, em conjunto com a formação original da banda. Alice continua fazendo turnês até hoje, com um carreira de mais de quarenta anos e cinquenta milhões de discos vendidos em todo o mundo.


Natalie Imbruglia - 40 anos!

Natalie Jane Imbruglia (Central Coast, 4 de fevereiro de 1975) é uma cantora, compositora, modelo e atriz australiana.
Natalie tornou-se conhecida internacionalmente com o seu primeiro álbum, "Left of the Middle", lançado em 1997. O seu primeiro single "Torn" atingiu o #2 da parada britânica e o topo em diversos países. Posteriormente, a cantora lançou os álbuns "White Lilies Island" (2001) e "Counting Down the Days" (2005), que chegou ao #1 no Reino Unido. O seu trabalho mais recente "Come to Life" foi lançado em 2009.

Biografia
Quarta filha de pai italiano e mãe australiana, Imbruglia cresceu em Central Coast, localizado ao norte de Sydney. Quando criança estudou balé, sonhando fazer carreira como bailarina. Depois, fez comerciais para a televisão australiana, aparecendo em anúncios da Coca-Cola e dos salgadinhos Twisties, populares naquele país. Por volta dos dezasseis anos deixou a escola secundária, para começar a carreira de atriz. 

1993-1996: Neighbours
Entre 1993 e 1994, Natalie ficou famosa na Austrália por atuar na série "Neighbours" ("Vizinhos" em Portugal) no papel de Beth Willis. Quando a sua participação no programa acabou, Natalie foi tentar a sorte em Londres, na Inglaterra, onde acabou não arrumando trabalho como atriz, por não possuir o visto no país.
A sua sorte começou a mudar quando conheceu o músico Phil Thornalley, que a incentivou a escrever letras e tentar uma carreira como cantora. Com Phil, Natalie gravou sua primeira demo, composta pelo músico, a canção "Torn", conseguindo assim um contrato com a RCA Records. 

1997-1999: Left of the Middle
Em 1997, Natalie Imbruglia lançou no Reino Unido o seu primeiro single “Torn”. O sucesso da música imenso e logo o single foi lançado em toda a Europa. Mais tarde, em abril de 1998, a música foi lançada nos Estados Unidos e outras partes do mundo, junto com o álbum “Left of the Middle”.
“Torn” subiu nas paradas, ficando em primeiro lugar em diversos países durante várias semanas. O single vendeu mais de 2,2 milhões de cópias na Europa e Reino Unido. O segundo single lançado foi “Big Mistake”, que chegou ao #2 da parada britânica.
Em 1998, Natalie ganhou seu primeiro prémio: o de artista revelação no VMA. O single seguinte foi da música “Wishing I Was There”, lançado em maio de 1998.
Em 1999, Natalie participou no seu segundo Brit Awards e, mesmo com fortes candidatas competindo pelo prémio, como a superstar Madonna, ela ganhou o prémio do melhor clipe feminino. Ela também participou da banda sonora do filme “Go! Life Begins At 3 am”, cantando “Trouble By The Way We Came Together”. Também participou da trilha do filme Stigmata, cantando “Identify”, escrita por Billy Corgan, dos Smashing Pumpkins. Nesse mesmo ano, foi lançado o álbum “Reload”, de Tom Jones, no qual Natalie canta “Never Tear Us Part”, um cover da banda australiana INXS. 

2000-2004: White Lilies Island
Em 2001, chega o inédito “White Lilies Island”, o segundo álbum de Natalie Imbruglia.
Natalie tornou-se modelo oficial da L'Oreal depois do lançamento de White Lilies Island, o seu segundo disco. Ainda hoje, ela permanece como modelo para muitos produtos cosméticos da L'Oreal, particularmente rímel e produtos de skincare. Ela também apareceu em comerciais de TV da L'Oreal e em jornais e revistas na Itália, Malásia, Países Baixos e Reino Unido. Em Julho de 2007, após um contrato de 5 anos, Natalie deixou a marca pois, conforme dito numa entrevista, "Ela (Natalie) já não valia muito".
Em 2003, Natalie estreou nos cinemas na comédia britânica Johnny English. Estrelando ao lado de Rowan Atkinson, ela fez o papel da espiã Lorna Campbell. Internacionalmente, o filme teve sucesso, apesar de textos negativos dos críticos. No final deste mesmo ano, a cantora casou, numa cerimónia na Austrália, com o músico Daniel Johns. 

2005-2008: Counting Down the Days
O terceiro álbum só viria em 2005. A cantora tinha um álbum pronto já em 2003 mas a gravadora recusou-o por não o achar suficientemente comercial. “Counting Down the Days” é lançado então por outra gravadora, a Brightside Recordings, selo ligado à SonyBMG.
Em 2007, a sua gravadora lança a coletânea “Glorious: The Singles 1997-2007”, comemorando os 10 anos de carreira da cantora.
Em janeiro de 2008, Natalie anunciou sua separação do músico Daniel Johns. Alguns meses depois, ela encerrou seu contrato com a SonyBMG, partindo para uma carreira independente.
Imbruglia se preparava, desde 2006, para o papel de protagonista no filme independente australiano Closed For Winter. O filme é baseado no romance homónimo da escritora Georgia Blain e é dirigido por James Bogle. As gravações aconteceram em novembro de 2007 em Adelaide, Austrália. A estreia do filme, que teve algumas de suas cenas exibidas no Festival de Cannes de 2008, aconteceu em 27 de fevereiro de 2009, no Festival de Melbourne, Austrália. 

2009-2010: Come To Life
Após deixar a sua gravadora em 2008, Natalie conseguiu os direitos de suas músicas, feitas para o seu 4º álbum de estúdio. No começo de 2009, foi anunciado que o disco seria lançado pelo selo independente Malabar Records, criado por ela própria. O lançamento do álbum estava previsto para março de 2009, passando depois para o mês de maio, por vontade da cantora de incluir canções feitas recentemente. Entre estas canções, estava a faixa "Want", que teve a colaboração de Chris Martin, vocalista da banda Coldplay, e que foi lançada como primeiro single.
Em 1 de março de 2009, o álbum foi confirmado no site oficial da cantora com o título de "Come To Life". O lançamento oficial ocorreu em 5 de outubro de 2009 na Europa, pela Universal Island Records. No Reino Unido e nos Estados Unidos, o álbum seria lançado no começo de 2010, mas terminou por ser cancelado, assim como o segundo single "Scars".
Durante o segundo semestre de 2010, Natalie participou como jurada da versão australiana do programa The X Factor. A participação rendeu-lhe uma aparição na versão britânica do programa.

2011-2014: Cinema e hiato musical
Em julho de 2011, Imbruglia assinou um contrato de modelo oficial da marca de jóias australiana Kailis Jewellery, estrelando a nova campanha publicitária da rede. Neste mesmo ano, ela mudou-se para Los Angeles, a fim de compor novas canções e também investir em sua carreira como atriz.
Segundo entrevista à revista australiana Grazia, em janeiro de 2012, Natalie esteve a compor com Dolly Parton, conhecida compositora de folk-country americana, que escreveu "I Will Always Love You" de Whitney Houston.
Em agosto de 2012, Imbruglia revelou estar a participar das filmagens de um longa-metragem intitulado Underdogs, em Ohio, EUA. O trailer do filme foi lançado em agosto de 2013 e a estreia deu-se em setembro do mesmo ano.
Em 11 de dezembro de 2013, a cantora revelou, novamente pelas redes sociais, estar a preparar um álbum de covers, produzido por Christian Medice e Billy Mann.
Entre abril e junho de 2014, Natalie esteve em cartaz no teatro britânico atuando na peça Things We Do For Love, de Alan Ayckbourn, que teve estreia no Theatre Royal Bath de Londres e viajou por diversas cidades no Reino Unido. Natalie também participou de mais dois filmes americanos, intitulados Loopers e Among Ravens que estrearam no segundo semestre desse ano.
Em julho de 2014, a cantora assinou contrato com a Sony Masterworks para o lançamento do seu novo álbum, previsto para março de 2015. No mês de outubro, Natalie lançou na Austrália a sua primeira linha de cosméticos, direcionada para o tratamento da para pele, chamada ILUKA.
Em novembro de 2014, foi confirmado que Natalie voltaria como jurada na temporada de 2015 do programa The X Factor, substituindo a cantora Dannii Minogue.


Liberace morreu há 27 anos

Wladziu Valentino Liberace, (West Allis, 16 de maio de 1919 - Palm Springs, 4 de fevereiro de 1987) foi um popular pianista e showman dos Estados Unidos.

(...)

A partir de 1953, apresenta um programa semanal na televisão em rede nacional. Nesta década, Liberace processa alguns jornais que publicaram matérias alegando a sua suposta homossexualidade. Seu vestuário era ao mesmo tempo luxuoso e espalhafatoso. Uma exposição de alguns dos valiosos bens pertencentes a Liberace é realizada em Hollywood, na Califórnia em 1966. Liberace era um notório colecionador, principalmente de mobiliário antigo, pianos antigos e carros de luxo. Entre os muitos pianos que chegou a possuir, havia um que pertencera a Chopin e outro que pertencera a George Gershwin.
Em 1973, Liberace publica a sua autobiografia. Em Las Vegas, é inaugurado, em 1979, o Museu Liberace, uma oportunidade para seus admiradores verem os seus pianos, carros e outros objetos. No auge de sua carreira, Liberace chegou a ganhar cerca de cinco milhões de dólares anualmente, tendo construído cinco luxuosas mansões. Nunca antes, na história da música, um instrumentista havia ganho tanto dinheiro.
Em 1980, a morte de sua mãe deixa-o profundamente abalado. Seu irmão George morre de leucemia em 1983. Sua última aparição pública foi em novembro de 1986, no Radio City Music Hall, em Nova Iorque. Três meses depois, morreria aos 67 anos por complicações causadas pelo vírus da SIDA, na sua residência de Palm Springs, na Califórnia. Os seus restos mortais jazem, juntamente com os da sua mãe e do seu irmão, num túmulo encimado por uma bela estátua, no Cemitério Forest Lawn, em Hollywood, Los Angeles.


terça-feira, fevereiro 03, 2015

Este é o dia em que a música morreu...

Monumento erguido no local do acidente

Em 3 de fevereiro de 1959, um avião de pequeno tamanho caiu, próximo de Clear Lake, Iowa, matando três músicos dos Estados Unidos de rock and roll: Buddy Holly, Ritchie Valens e J. P. "The Big Bopper" Richardson, assim como o piloto Roger Peterson. Este dia seria definido posteriormente por Don McLean, na sua canção "American Pie", como "o dia em que a música morreu" – The Day the Music Died.


Mendelssohn nasceu há 206 anos

Jakob Ludwig Felix Mendelssohn Bartholdy conhecido como Felix Mendelssohn (Hamburgo, 3 de fevereiro de 1809 - Leipzig, 4 de novembro de 1847) foi um compositor, pianista e maestro alemão do início do período romântico. Algumas das suas mais conhecidas obras são a suíte Sonho de uma Noite de Verão (que inclui a famosa marcha nupcial), dois concertos para piano, o concerto para violino, cerca de 100 lieder, e os oratórios São Paulo e Elijah entre outros.


Giovanni Pierluigi da Palestrina nasceu há 490 anos


Giovanni Pierluigi da Palestrina (Palestrina, 3 de fevereiro de 1525  - Roma, 2 de fevereiro de 1594) foi um compositor italiano da Renascença. Ele era o mais famoso, no século XVI, representante da escola romana. Palestrina teve uma grande influência sobre o desenvolvimento da música sacra na Igreja Católica.

Biografia
Giovanni Pierluigi da Palestrina nasceu, como o seu próprio nome indica, em Palestrina (nos arredores de Roma), no ano de 1525. O seu talento musical manifestou-se no final da infância, vindo, por isso, a estudar música em 1537 como pequeno cantor na escola da Basílica de Santa Maria Maior, regressando à sua cidade natal em torno de 1544, como organista.
Em 1550, o bispo de sua cidade foi eleito papa, com o nome de Júlio III. Este convidou-o para segui-lo em Santo Sólio em 1551, onde foi nomeado mestre da Capela Giulia e cantor da Capela Sistina.
Para seu infortúnio, o papa seguinte, Paulo IV, constrangeu à demissão todos os cantores casados ou que houvessem composto obras de música profana (profana no sentido de que não é religiosa), e Palestrina encontrava-se nas duas categorias. Desta forma, abandonou o Vaticano, mas assumiu, imediatamente, a direção musical da Basílica de São João de Latrão em 1555 e, sucessivamente, da Basílica de Santa Maria Maior, em 1561. Em 1571, dirigiu-se para São Pedro. Foi também grande seguidor de São Felipe Neri.
Em 1580, após a morte de sua amada esposa, Lucrezia Gori, teve um momento de crise mística e resolve consagrar-se à igreja. Entretanto, a sua vocação terminou rapidamente, pois, pouco depois, casou-se com uma rica viúva romana, Virginia Dormoli.
Palestrina foi um dos poucos e afortunados músicos de sua época a ostentar uma brilhante carreira pública. A sua fama foi reconhecida universalmente pelos colegas de seu tempo e seus serviços foram requisitados por diversas autoridades da Europa.
Após a sua morte, em 1594, Palestrina foi enterrado na Basílica de São Pedro durante uma cerimónia fúnebre que teve a participação de grande número de músicos e de pessoas da comunidade.

  
Considerações sobre o artista
Não houve compositor anterior a Bach tão prestigiado como Palestrina, nem outro cuja técnica de composição tivesse sido estruturada com maior minuciosidade. Palestrina foi denominado como "O Príncipe da Música" e as suas obras foram classificadas como a "perfeição absoluta" do estilo eclesiástico. Reconheceu-se que Palestrina captou, melhor que nenhum outro compositor, a essência do aspecto sóbrio e conservador da Contra-Reforma numa polifonia de extrema pureza, apartada de qualquer sugestão profana. O estilo palestriniano pode-se verificar, com claridade nas suas Missas; a sua índole objectiva, friamente impessoal, resulta extremamente apropriada aos textos formais e rituais do Ordinário. Desde logo a base do seu estilo é o contraponto imitativo franco-flamengo; as partes vocais fluem num ritmo continuo, com um motivo melódico novo para cada frase do texto. Palestrina mostra o caráter que vem associado ao génio: plenamente consciente das suas capacidades e forte popularidade obtidos através de suas composições, nunca foi forçado a aceitar encomendas desagradáveis para sobreviver. Pelo contrário, soube fazer-se recompensar generosamente por todos os seus protetores, de modo que o Vaticano se viu constrangido a aumentar continuamente o seu salário anual, para mantê-lo em Roma, por causa de tantas propostas que recebia.
Foi um homem volitivo, mas com fortes impulsos que o levaram a súbitas e surpreendentes escolhas, tais como o segundo casamento, celebrado após receber ordenações religiosas menores.
Compositor prolífero, publicou muito em vida, e suas obras não caíram no esquecimento; ao contrário, foram sempre apreciadas como obras-primas da polifonia.

Produção
O corpus musicale palestriniano foi escrito, preponderantemente, em Roma e apenas para Roma, para uso principalmente litúrgico: para a Missa e o Ofício. Uma boa parte de sua produção aconteceu no período de seu último cargo na Basílica de São Pedro no Vaticano.
O orgânico vocal da capela vaticana era, naquele tempo, mais vasto do que o de qualquer outra igreja (em 1594 era composto, ao todo, de 24 cantores), mas não se adotou o uso de instrumentos, com exceção do órgão.
A linguagem polifónica de Palestrina não se distanciou tanto da maneira tradicional dos mestres franco-flamengos (estes foram os seus primeiros mestres em Roma).
A arte contrapontística de Palestrina se desenvolveu, sobretudo, em direção à inteligibilidade da palavra e de uma sonoridade ordenada de maneira a evitar a enunciação simultânea de textos diversos.
No que se refere ao desenvolvimento das linhas melódicas, é evidente a influência do canto gregoriano. Neste sentido, podemos dizer que o compositor aplicava as regras do Concílio de Trento.
Na grande quantidade de motetos palestrinianos, destaca-se entre todos, pela sua intensa expressividade, o Salmo 137, Super Flumina Babylonis.
Entre os compositores do círculo romano que conservam o rigor técnico do contraponto de Palestrina, deve-se recordar de seus discípulos Giovanni Maria Nanino (1543-1607), Francisco Soriano (1548-1621) e Felice Anerio (1560-1614). Pela alta qualidade da sua produção, destaca-se, entre todos, o espanhol castelhano Tomás Luis de Victoria (1548-1611), enquanto, entre as maiores autoridades intérpretes de Palestrina, ainda hoje em vida, destacam-se os maestros Domenico Bartolucci (1917).
  

segunda-feira, fevereiro 02, 2015

O cantor Lenine faz hoje 56 anos

Osvaldo Lenine Macedo Pimentel, conhecido apenas como Lenine (Recife, 2 de fevereiro de 1959), é um cantor, compositor, arranjador, escritor, letrista e músico brasileiro.
Ocupa a cadeira 38, como académico correspondente, da Academia Pernambucana de Letras.
Biografia
Filho de um velho comunista e de uma católica praticante, criou-se dentro de uma espécie de détente na família. Até os 8 anos, os filhos eram obrigados a ir à missa com a mãe. Depois disso, ficavam por conta do pai: Marx era leitura obrigatória. Aos domingos, ouvia-se música de todo tipo - canções napolitanas, música alemã, música folclórica russa, Glenn Miller, Tchaikovsky, Chopin, Gil Evans, e mais tarde, Hermeto Pascoal e os tropicalistas.
Foi para o Rio de Janeiro no final dos anos 1970, pois naquela época havia pouco espaço ou recursos para música no Recife. Morou com alguns amigos, compositores. Dividiram por algum tempo um apartamento na Urca, depois uma casinha numa vila em Botafogo, famosa por ter sido moradia de Macalé e Sônia Braga. Depois foram para Santa Teresa.
Lenine teve o seu som gravado por Elba Ramalho, sendo ela a primeira cantora de sucesso nacional a gravar uma música sua. Depois vieram Fernanda Abreu, O Rappa, Milton Nascimento, Maria Rita, Maria Bethânia e muitos outros.
Produziu "Segundo", de Maria Rita; "De uns tempos pra cá", de Chico César; "Lonji", de Tcheka (cantor e compositor do Cabo Verde); e "Ponto Enredo", de Pedro Luís e a Parede.
Trabalhou em televisão com os diretores Guel Arraes e Jorge Furtado. Para eles, fez a direção musical de "Caramuru, a Invenção do Brasil" que depois de minissérie, virou um longa-metragem. Participou também da direção do musical de "Cambaio", musical de João Falcão e Adriana Falcão, baseado em canções de Chico Buarque e Edu Lobo.
Lenine ganhou dois prémios Grammy Latino: um pelo “Melhor Álbum Pop Contemporâneo” com seu álbum "Falange Canibal"; e outro, em 2009, na categoria melhor canção brasileira, com a música "Martelo Bigorna".


Shakira - 38 anos

Shakira Isabel Mebarak Ripoll (Barranquilla, 2 de fevereiro de 1977), mais conhecida simplesmente como Shakira, é uma cantora, compositora e instrumentista colombiana, além de atuar regularmente como dançarina, coreógrafa, arranjadora, produtora, designer de moda, empresária, atriz, apresentadora de televisão e modelo. A música colombiana é também filantropa e embaixadora da Boa Vontade da UNICEF colombiana.
Vencedora de 2 prémios Grammy, 10 Latin Grammy, 4 VMA, 1 EMA, 2 AMA, 3 BMA, 22 Latin Billboard Awards, 3 WMA e 4 NRJ Music Awards, Shakira já vendeu mais de 60 milhões de álbuns em todo o mundo, sendo uma das maiores vendedoras de discos nos anos 2000. Essa ampla rede de ritmos é identificável em canções como "Ciega, Sordomuda" (em que há nítidas influências mexicanas), "Ojos Así" e "Suerte" (dotadas de sons andinos e orientais), "Te Aviso, Te Anuncio" (em que o rock se mistura ao tango), "Obtener Un Sí" (no estilo bossa nova), "La Tortura" (com o reggaeton), "She Wolf" (estilo dance anos 1980 com música eletrônica). Shakira tem 9 músicas em #1 na Billboard Hot Latin Songs.
Para além do espanhol, que é a sua língua materna, Shakira é fluente em inglês e português, além de falar um pouco de italiano, francês, catalão e árabe, e já ter pronunciado no programa The Voice, algumas palavras em grego e cantado na música "Waka Waka (This Time for Africa)" alguns versos em pidgin, língua criada com base na língua fang, falada principalmente no sul de Camarões e na África Central. No total, Shakira, já vendeu pouco mais de 60 milhões de álbuns e 50 milhões de singles, mundialmente. O seu primeiro filho, Milan Piqué Mebarak, nasceu na Espanha, em 22 de janeiro de 2013.
Além disso, Shakira é o nome da marca de perfumes da artista, em colaboração com a companhia de moda e perfumes espanhola Puig.
Em 2014, Shakira lançou o suposto single que havia sido "cancelado" no campeonato, lançou o seu décimo álbum de estúdio Shakira, e, no mesmo ano, tornou-se a artista com maior popularidade no Facebook, já que a sua página tem mais de 100 milhões de gostos.

Mais novidades paleontológicas da Guimarota, em Leiria

Fóssil de cobra portuguesa é dos mais antigos do mundo

Ilustração da cobra portuguesa Portugalophis lignites, com 155 milhões de ano

Fóssil da cobra, que está no Museu Geológico de Lisboa


Foi encontrada numa mina perto de Leiria nos anos 1970. Daí viajou para a Alemanha, onde esteve até regressar a Portugal em 2008. Desde então tem sido estudada pela equipa de um paleontólogo canadiano, que agora a incluiu na lista dos fósseis de cobras mais antigos que se conhecem.

Recorde dos países com as cobras mais antigas da Terra: o primeiro lugar vai para Inglaterra, com 167 milhões de anos; o segundo para Portugal, ex-aequo com os Estados Unidos, com 155 milhões de anos; e o terceiro, com cerca de 140 milhões de anos, vai de novo para Inglaterra. Podem arrumar-se assim os fósseis de quatro cobras revelados na última edição da revista Nature Communications, que de uma assentada fazem recuar os vestígios mais antigos destes em répteis em quase 70 milhões de anos. E os da cobra portuguesa remetem para a história de uma antiga mina de carvão na zona de Leiria, famosa entre os paleontólogos de todo o mundo, e para as preciosidades que os museus têm à espera de serem desvendadas.

Visitemos já o local onde se descobriram os fósseis da cobra portuguesa: a antiga mina da Guimarota. Há décadas que é referida em artigos de paleontologia por todo o lado, principalmente porque lá se encontraram fósseis de mamíferos primitivos, do período do Jurássico Superior, com cerca de 150 milhões de anos. Nesses tempos, os mamíferos eram muito pequenos, do tamanho de ratinhos e, os maiores, de ouriços.

Os primeiros mamíferos da Terra tinham aparecido muito antes, há cerca de 230 milhões de anos, tal como os dinossauros. Mas os mamíferos da Guimarota ajudaram a completar uma parte dessa história, mostrando como eram os mamíferos primitivos. A Guimarota forneceu, por exemplo, o primeiro esqueleto de um mamífero do Jurássico, descoberto em 1976: o Henkelotherium guimarotae, que vivia nos ramos das árvores e comia insectos.

Até 1961, extraiu-se lenhite (um carvão) desta mina, altura em que encerrou por falência. Por acaso, dois anos antes, um paleontólogo alemão da Universidade Livre de Berlim (Walter Kühne, acompanhado por um estudante de geologia) veio a Portugal em prospecção paleontológica, à procura de mamíferos em jazidas de dinossauros. Foi então que ouviu falar da última mina que ainda explorava os sedimentos jurássicos da Bacia Lusitânica, e onde talvez houvesse os fósseis que tanto desejava encontrar.

A Bacia Lusitânica formou-se há aproximadamente 150 milhões de anos, quando as massas continentais da Europa e da América do Norte se começaram a afastar e, no meio delas, ia nascendo o Atlântico Norte. A Bacia Lusitânica criou-se na faixa Oeste da Península Ibérica, compreendida entre o Norte de Aveiro e a Península de Setúbal. Eram águas pouco profundas e o Atlântico Norte no Jurássico Superior não era propriamente a vastidão de hoje.

A zona da mina da Guimarota era então um pântano. Num ambiente subtropical, a vegetação exuberante. Havia coníferas, cicas, fetos.

Nas primeiras visitas à mina, Walter Kühne detectou a presença de conchas de amêijoas, fragmentos de tartarugas, escamas de peixes e, a certa altura, o estudante de geologia apanhou um bocado de carvão com um fóssil incrustado e perguntou-lhe: “Professor, isto é aquilo que estamos à procura?” Era o crânio de um mamífero primitivo.

Logo em 1960, Walter Kühne veio para a primeira campanha de escavação e os trabalhos científicos prosseguiram nos dois anos seguintes, apesar de a mina já não ser explorada. Durante a década de 1960, os cientistas foram recolhendo mais material, mas só dos escombros. No entanto, por causa da importância dos fósseis encontrados, a mina foi reaberta entre 1973 e 1982 só para os cientistas. Estava submersa, como agora, e o Estado alemão pagou a operação de reabertura e as escavações.

Fósseis, não só de mamíferos, mas também de crocodilos, peixes, anfíbios, lagartos, dinossauros, pterossauros ou aves primitivas foram sendo levados para a Alemanha. Durante mais de 30 anos, uma única preparadora dedicou-se a tempo inteiro a removê-los do carvão e a deixá-los em condições de serem estudados - o que foi sendo feito por mais de duas dezenas de investigadores alemães ao longo destes anos, que resultaram em mais de cem artigos científicos.

Embora tenham sido os mamíferos a tornar a mina mundialmente conhecida, permitindo a descrição de cerca de uma dezena de mamíferos novos para a ciência, as novidades estenderam-se a crocodilos, peixes, anfíbios ou lagartos. E, agora, às cobras.

Eis a Portugalophis lignites
No artigo na Nature Communications, a equipa de Michael Caldwell, da Universidade de Alberta, no Canadá, classifica os fósseis da cobra da Guimarota como uma espécie e, mais ainda, um género novos para a ciência. O nome: Portugalophis lignites. O género Portugalophis significa “cobra de Portugal”, uma vez que ophis é “cobra” em grego, e lignites vem da palavra lignumem latim, remetendo para a mina de lenhite da Guimarota.

Era a maior das quatro cobras descritas, estimando-se que tivesse 1,2 metros de comprimento e, segundo a agência Reuters, pode ter incluído na dieta os minúsculos mamíferos primitivos do Jurássico, bem como pequenos dinossauros, lagartos, aves ou rãs. Numa ilustração divulgada pela equipa, surge representada em cima de um gingko, árvores do Jurássico que ainda existem hoje e que fizeram parte da paisagem da Bacia Lusitânica.

Contemporânea da cobra de Portugal com os seus 155 milhões de anos é a Diablophis gilmorei, também nova para a ciência, encontrada em depósitos fluviais, afastados da costa, no Colorado, Estados Unidos. Mais nova evolutivamente do que a cobra portuguesa e a norte-americana é a Parviraptor estesi, descoberta numa zona de arribas em Inglaterra e que tem os já mencionados 140 milhões de anos. De comprimento teria 60 centímetros.

A decana das cobras é, no entanto, a Eophis underwoodi: com 167 milhões de anos, estava nos sedimentos de uma pedreira perto de Oxford, Inglaterra, e o seu corpo teria à volta de 25 centímetros. Comeria peixes pequeninos, girinos e insectos.

Tirando a norte-americana Diablophis gilmorei, que vivia numa zona continental interior, todas as outras cobras tinham como habitat zonas costeiras pantanosas, como a Bacia Lusitânica por onde se passeava a Portugalophis lignites.

As quatro cobras - três novas para a ciência e a quarta, a Parviraptor estesi, uma reclassificação - são todas mais antigas do que os fósseis identificados até agora. Antes, só tínhamos fósseis de cobras com cerca de 100 milhões de anos, na transição do Cretácico Inferior para o Superior. Embora fragmentados, esses registos revelavam animais bastante diversos uns dos outros, indicando ter havido um caminho evolutivo já percorrido, e habitavam ecossistemas distintos em vários locais, como África e América do Norte e do Sul.

Mas as grandes questões na paleontologia das cobras mantinham-se em aberto. Pelos fósseis anteriores, via-se que a ordem dos escamados (Squamata), onde se incluem as cobras e os lagartos, se diversificou há mais de 100 milhões de anos, para ir dando origem a novas espécies. As cobras terão evoluído a partir dos lagartos. Mas exactamente quando, onde e como ocorreu essa diversificação dentro da ordem dos escamados eram questões em aberto.

O recuo do registo geológico em quase 70 milhões de anos, até aos 167 milhões de anos, graças às descobertas agora relatadas, aproxima os cientistas da origem das primeiras cobras. E mostra também que o aparecimento súbito de fósseis de cobras com 100 milhões de anos só reflecte uma lacuna nos registos e não a existência de uma explosão das espécies de cobras primitivas nessa altura, refere um comunicado da Universidade de Alberta. Assim, entre os 167 e os 100 milhões de anos, as cobras foram evoluindo em direcção a um corpo alongado e membros bastante reduzidos, como se pode observar nos fósseis de cobras com 100 milhões de anos da Cisjordânia, Líbano e Argentina. Embora pequenos, ainda tinham membros traseiros.

Para descrever as quatro cobras, a equipa não tinha esqueletos inteiros, mas, sendo elas tão velhas, pensa que todas conservavam ainda os membros tanto traseiros como dianteiros. O que não quer dizer que andassem: “É provável que deslizassem, embora os membros também possam ter sido usados para agarrar”, diz Michael Caldwell à Reuters.

Quando é que terão então aparecido as primeiras cobras? “É muito claro que as [quatro] cobras mais antigas não são as primeiras, por isso devem ter aparecido há muito mais de 167 milhões de anos”, responde-nos Michael Caldwell. “Diria que as primeiras cobras têm mais de 200 milhões de anos.”

Regresso a Lisboa
Perguntámos ainda ao paleontólogo canadiano como soube dos fósseis da cobra portuguesa? Conta então que esses exemplares faziam parte dos materiais levados para a Alemanha, na década de 1970, e que tinham sido erradamente classificados como lagartos. “Alguns materiais dos lagartos foram descritos por Annette Richter e Susan Evan na década de 1990, mas mantiveram-se em Berlim.” Em 2008, Michael Caldwell, contactou Miguel Ramalho, director do Museu Geológico, em Lisboa, para saber se os fósseis tinham entretanto voltado a Portugal. Não tinham.

Miguel Ramalho já andava há alguns anos a tentar que os fósseis da Guimarota viessem para o país de origem, como aliás tinha ficado acordado - os primeiros chegaram em 2007, incluindo os dos preciosos mamíferos primitivos. “Estão-se a descobrir coisas novas a partir de colecções antigas guardadas aqui no museu. Todos os anos, temos cerca de 50 investigadores nacionais e estrangeiros a estudar materiais”, frisa Miguel Ramalho.

Quanto aos fósseis de “lagarto”, Michael Caldwell também contribuiu para a sua devolução a Portugal e agora estão no Museu Geológico. Primeiro, localizou-os no laboratório de Annette Richter, em Berlim, e em seguida Miguel Ramalho pediu o seu regresso. “Eu e o meu colega Randy Nydam trouxemo-los para Lisboa em 2008. Estudámos os materiais aí, pedimo-los emprestados em 2012 e escrevemos o artigo”, diz o paleontólogo, que já os devolveu outra vez. “Desde então, tenho ido várias a Lisboa para ver os materiais.”

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(...)

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