sexta-feira, abril 02, 2010

Porque hoje é Sexta-Feira Santa - IV


“A nossa fatalidade é a nossa história” (Antero de Quental, 1842-1891).


Logo a seguir a 25 de Abril assistiu-se em Portugal a uma convulsão social, denominada Processo Revolucionário em Curso (PREC), que se fez sentir em todos os domínios da sociedade com reflexos nefastos no actual sistema educativo.

Pouco a pouco, uma aparente normalidade foi restabelecida em outros sectores da res publica mas que deixou resquícios numa carreira docente abrangente de todos os docentes da educação pré-escolar ao ensino secundário, como se “a democracia fundada sobre a igualdade absoluta não fosse a mais absoluta tirania”, como escreveu Cesar Cantú.

Ou seja, uma espécie de “sociedade sem classes” que não encontra paralelo em qualquer outro país europeu com carreiras docentes distintas e em que os vencimentos divergem em função do grau de ensino ministrado e da formação académica dos docentes.

Inicialmente, houve essa destrinça salarial entre bacharéis (alguns com simples diplomas do então ensino médio) e licenciados. Mas foi sol de pouca dura! Logo surgiram escolas privadas ditas superiores, e até sindicatos docentes, a aproveitarem-se da situação para fazerem disso um negócio chorudo vendendo “licenciaturas” enquanto o diabo esfrega um olho a simples equiparados a bacharéis, oriundos do então chamado ensino médio.

Para este statu quo, a Fenprof e a própria FNE tiveram um papel preponderante assumindo a vanguarda de um igualitarismo que Medina Carreira definiu como sendo “uma trafulhice” (Revista Expresso, 24/10/2009). De permeio, assistiu-se à proletarização do exercício docente, com greves e manifestações de massas herdadas do século XIX, batendo-se desesperadamente para retardar, ou até impedir, a criação de uma Ordem dos Professores mesmo depois de profissões em grande parte formadas por profissionais sem diploma académico superior de raiz (v. g., enfermagem e técnicos oficiais de contas) estarem actualmente representadas por ordens profissionais.

Bem sabem o Governo a Fenprof (que vive o período de graça de ter sabido congregar numa plataforma sindical a maioria dos sindicatos docentes unidos num descontentamento de natureza laboral) que a criação de uma Ordem dos Professores é uma questão de tempo em benefício do sistema educativo e do exercício da docência em que a profissão de professor não existe verdadeiramente, como existem as profissões de médico ou de advogado, por exemplo.

Disse Woody Allen que ”o político de carreira é aquele que faz de cada solução um problema”. Surge agora o secretário de Estado Adjunto e da Educação Alexandre Ventura, no Diário de Notícias (20/03/2010), “a mostrar-se favorável à criação de uma instância de auto-regulação da profissão de professor e elaboração de um código deontológico” ,com o nome de “Conselho Superior das Profissões de Educação”, como diria Pessoa, “uma coisa indistinta, a indistinção entre nada e coisa nenhuma”. Para o efeito, é, ainda aí, proposto por ele “um debate que importa prosseguir no seio das organizações representativas dos educadores e dos professores”.

Cabe aqui perguntar: a que “organizações representativas” se refere Alexandre Ventura? A sindicatos, como escreveu Mário Soares (Diário de Notícias, 29/01/2008) “correias de transmissão do PCP” e, por razões óbvias, contrários a uma regulação que escape à sua influência política? Se essa auto-regulação é atribuída por norma às ordens profissionais porque apelidar esse organismo de direito público de “Conselho Superior da Profissões de Educação” criando, desde logo, uma possível indefinição sobre a respectiva abrangência: professores, psicólogos, assistentes sociais, pessoal administrativo, auxiliares de acção educativa?

Como nos adverte a vox populi, "nas costas dos outros lemos as nossas”. Como tal, temo que para a educação se esteja a desenhar uma solução que não seja peixe nem carne, ou que convenha que seja carne a passar por peixe, ou vice-versa, como o acontecido com o exercício profissional de jornalista com carteiras profissionais passadas até 94 pelo respectivo sindicato, a exemplo das carteiras profissionais de electricistas, cabeleireiros, esteticistas, cozinheiros, sem querer pôr em causa a respeitabilidade destas profissões.

Seja a que pretexto for, o jornalismo, pelo seu importante papel social, devia estar a coberto de soluções de recurso, ou mesmo envenenadas, motivadas pelas fortes objecções levantadas à criação de uma Ordem dos Jornalistas. Anos idos, num programa da TV2, intitulado “Clube dos Jornalistas, assistiu-se a um debate entre dois jornalistas e uma ex-presidente do Sindicato de Jornalistas, de seu nome Diana Andriga, manifestando-se ela declaradamente contrária à criação de um Ordem dos Jornalistas em oposição às opiniões favoráveis de Octávio Ribeiro, subdirector do Correio da Manhã” e Eduardo Cintra Torres, crítico de televisão do Público. Manifestou-se igualmente a favor – não posso precisar se nessa altura ou em qualquer outra – o antigo director do Diário de Notícias, Bettencourt Resendes. Por seu turno, em 25/7/2005, em artigo de opinião, José Manuel Fernandes, director do Público, perante os inúmeros desafios levantados à profissão de jornalista – e a que, ainda, segundo ele, o respectivo sindicato não pode dar resposta, sob pena de exorbitar nas suas funções -, saía em defesa “de uma associação de filiação obrigatória para todos os jornalistas”. E interrogava-se e aos seus leitores: “Uma Ordem?”

Estes pesos pesados do jornalismo nacional encontraram pela frente a simples e expectável opinião da sindicalista Diana Andriga com respaldo no constitucionalista e então deputado do Partido Socialista Vital Moreira: ”Sempre me manifestei contra a criação de uma ordem profissional [dos jornalistas] – aliás rejeitada num referendo à classe realizado há mais de uma década” (Público, 05/07/2005). Em contradita com a opinião favorável do então bastonário da Ordem dos Advogados, Júlio de Castro Caldas, esta tomada de posição fora no ano anterior já defendida por este constitucionalista ao considerar a criação de uma Ordem dos Jornalistas como “não sendo a melhor solução” (Público, 03/06/97). Ora, o argumento do referendo, por si havido como uma espécie de pachorrenta e idolatrada vaca sagrada dos hindus tinha sido revisado por Miguel Sousa Tavares: “(…) opus-me no referendo feito à classe sobre a criação de uma Ordem dos Jornalistas. Hoje, revejo a minha posição: é urgente a criação de uma Ordem dos Jornalistas” (Público, 06/03/98).

Como ultima ratio para a sua discordância, escreveu Vital Moreira “que as ordens profissionais tiveram a sua origem no sistema corporativo do Estado Novo” (Público, 05/07/2005). Mas ,como é sabido, a criação da Ordem dos Advogados (Decreto 11.715/26, de 16 de Junho) é sete anos anterior à Constituição Portuguesa de 1933 que estabeleceu o regime corporativo em Portugal. Apesar de uns tanto opositores à criação da Ordem dos Professores pertencerem ao Partido Socialista nada autoriza a pensar que esta formação política esteja contra esta forma de associação profissional de direito público: foi no consulado de António Guterres que foi criada a Ordem dos Enfermeiros destinada a uma profissão sem formação académica universitária como era de tradição.

Cessem as desculpas de mau pagador. A docência merece e deve ser tratada com a dignidade de que é credora por um passado que muito a lustra. Para o efeito, deverá ser nomeada oficialmente uma comissão instaladora nacional para a criação da Ordem dos Professores, sempre falada e sempre deixada para as calendas gregas como se o seu protelar fosse a solução para que o exercício da função docente, órfã do título profissional de professor, deixe de ser “arrabalde de si própria”, como diria Pessoa.

Post scriptum: A vontade dos docentes para a criação da Ordem dos Professores ficou bem expressa numa petição apresentada, em 2004, pelo Sindicato Nacional dos Professores Licenciados, na Assembleia da República, subscrita por 7857 assinaturas (quase o dobro das 4000 exigidas para o efeito) que foi discutida sem ser votada sob a alegação de estar para ser publicada uma Lei Quadro das associações públicas profissionais como viria a acontecer.

in De Rerum Natura - post de Rui Batista

Porque hoje é Sexta-Feira Santa - III


Porque hoje é Sexta-Feira Santa - II

socrates

A propósito de um falso desmentido de Sócrates

O director do Expresso responde ao primeiro-ministro, que em entrevista ao "Jornal de Notícias" o acusou de não ter falado verdade aos deputados.


1. Na comissão de ética do Parlamento, em resposta a uma pergunta do deputado do PS João Serrano sobre se alguma vez o primeiro-ministro me pressionara, respondi sim. Que me pedira para não publicar uma notícia sobre a sua licenciatura na Universidade Independente. No sábado passado, numa entrevista ao "Jornal de Notícias", o primeiro-ministro referiu-se a esse facto nos seguintes termos: "Esse depoimento é falso. Essa conversa não ocorreu como foi descrita. O depoimento diz tudo sobre pessoas que são capazes de dar a sua versão sobre uma conversa privada e que o fazem de forma cobarde, quando não está a outra presente, para o desmentir".

Quero deixar bem claro que fui educado de forma a não mentir. Menos ainda numa Comissão Parlamentar. Fui educado por pessoas que tinham e têm da democracia e da liberdade um alto conceito, algumas delas pagando um preço elevado por isso. Estudei no Colégio Moderno e os valores que me transmitiram foram os mesmos que os da minha família: sou um homem livre e vou continuar a sê-lo.

2. O telefonema que refiro foi na noite de 29 para 30 de Março de 2007 (de quinta para sexta-feira, antes da saída da notícia). Foi feito para mim, depois de um assessor de Sócrates ter também telefonado, com modos mais suaves. O assessor era José Almeida Ribeiro, hoje secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro, mas dessa conversa nada tenho a dizer - foi cordial e correcta, naturalmente expressando o ponto de vista do chefe do Governo.

Seguiu-se o telefonema do primeiro-ministro - e, de facto, foi bem pior do que eu contei na Comissão de Ética: além de me ter pedido para eu não publicar o texto em causa, o telefonema decorreu no meio de berros exaltados por parte do chefe do Governo. Podem pensar que me foi indiferente - não foi. Ninguém fica indiferente quando o dever o obriga a fazer algo que deixa outro ser humano tão exasperado, tão fora de si, tão desagradavelmente mal-educado.
Infelizmente - por uma estrita consciência deontológica e pelo sentido de dever - não tive outra alternativa senão publicar essa notícia, recolhida por duas jornalistas e que estava devida e rigorosamente sustentada.

O primeiro-ministro falou, na mesma noite, com outro membro da direcção do Expresso sobre este assunto e fê-lo também de forma desagradável, pouco cordata, não só não compreendendo o nosso dever e a nossa missão como recusando-se a:
a) Fazer qualquer desmentido ou comentário à notícia que tínhamos;
b) Escrever exactamente o que nos estava a dizer (sem os insultos), de forma a publicarmos o seu ponto de vista;
c) Esclarecer o que quer que fosse sobre o assunto (recordo que só o fez na RTP, muito depois de o caso ter começado).

Quero ainda deixar claro que, nos tempos subsequentes, e até à Comissão Parlamentar de Ética, nunca referi este facto. Fi-lo na Comissão porque um deputado, como se pode ver na gravação disponível na Assembleia da República, me perguntou directamente se tinha sido pressionado por Sócrates. Verifico também - e acho grave - que o primeiro-ministro entende ser um acto de cobardia envolvê-lo numa resposta a um deputado, numa Comissão de Ética. Lamento que o chefe do Governo não tenha percebido que eu não estava num grupo de amigos, nem num debate televisivo, mas na sede da democracia portuguesa onde ao lado da estátua da eloquência - que Sócrates tem em abundância - está a da Justiça - que ele não entende.

3. Mas quanto a cobardia, gostava ainda de acrescentar uma coisa: só uma vez tinha referido esta pressão - foi ao próprio José Sócrates, por carta.
Essa carta veio a propósito de uma acusação que o primeiro-ministro me fez, numa entrevista à "Visão", a 15 de Outubro de 2009. Cito Sócrates: "Vou-lhe contar um episódio com o Expresso. Numa entrevista, em 2005, o director do jornal perguntou-me: 'Então, o pior já passou?'. E eu respondi: 'O pior é sempre o que está para vir...'. Título do Expresso: 'O pior está para vir'. São episódios como este... Não gosto que coloquem as minhas palavras nas mãos de editores que estão ávidos de uma frase bombástica, embora não correspondendo àquilo que eu disse".
Ainda que tudo isto fosse verdade, se este é o melhor exemplo de mau jornalismo que Sócrates tem, dê-se por feliz; eu tenho bem piores. Mas é mentira... O título que saiu (em 4 de Março de 2006 e não 2005, como Sócrates por lapso diz) pode ser consultado em qualquer arquivo e foi "O mais difícil está por fazer". Aliás, toda a entrevista, antes de publicada, foi revista pelo primeiro-ministro, tendo as suas objecções sido tomadas em conta - possibilidade, aliás prevista no nosso Código de Conduta..

Foi por isso que, numa carta que lhe enviei no mesmo dia em que aquela acusação me foi feita - e da qual tenho o protocolo de entrega -, lhe dei conta da confusão que fizera e da injustiça que cometera ao acusar-me de algo que não fiz. Nessa mesma carta, de 15 de Outubro de 2009 - muito antes, repito, de haver qualquer Comissão de Ética ou de inquérito, tinha Sócrates acabado de ganhar as eleições -, escrevi ainda: "Nunca me queixei do facto de me teres pressionado para retirar a notícia da licenciatura". O primeiro-ministro nunca teve a iniciativa, nem a hombridade, de repor a verdade das suas declarações à "Visão", nem a educação de me responder, apesar de nos conhecermos há muitos anos, muito embora não fôssemos amigos chegados (como jornalista acompanhei o PS durante anos, o que justifica o tratamento por tu). Sócrates não pode, pois, queixar-se de cobardia da minha parte. Nem eu lhe devolverei o insulto.

4. Nada disto abala as minhas convicções de homem livre. Sei bem o que José Sócrates pretende: dramatizar, extremar e colocar-me a mim e ao Expresso na linha de fogo dos inimigos do Governo e do PS. Mas, do mesmo modo que o Expresso nunca se colocou contra ou ao lado de governos, sem nunca abdicar do seu direito de crítica (mesmo quando o seu patrão era o primeiro-ministro), assim eu me mantenho no meu caminho, com bons amigos em todos os quadrantes, incluindo no Governo e no PS, alguns meus familiares.

Nem Sócrates é o país, nem Sócrates é o PS. Quem, como eu, já passou por 17 governos e 10 primeiros-ministros, sem qualquer desmentido ao seu trabalho, passará também de cabeça erguida por este.

Henrique Monteiro - Artigo publicado na edição do Expresso de 27.03.2010

Porque hoje é Sexta-Feira Santa...


quinta-feira, abril 01, 2010

A Guerra Civil Espanhola terminou há 71 anos








1 de Abril, dia de Tsunami

Casas que se afastaram 150 metros das suas fundações (em 1º plano)

Faz hoje 64 anos que ocorreu um sismo, numa das ilhas Aleutas, que provocou um tsunami com 173 mortes no Havai. Foi este evento que levou os Estados Unidos da América a estudar estas catástrofes e a tentar preveni-las, como hoje se faz com sucesso no Oceano Pacífico...

Sugestões de leitura sobre o assunto:

Temos penas...

Do Blog A Educação do meu Umbigo publicamos, com a devida vénia e uma ligeira discordância, o seguinte post:

Não estou com muita vontade de fazer o longo post que o assunto merece, até porque não conheço a proposta que tanto parece entusiasmar tanta gente.

Julgo mesmo que no próximo dia 28 de Abril vai surgir uma coligação de “Esquerda” pronta a criar um documento que irá fazer desesperar todos aqueles que tiveram esperança em que do actual momento de debate público nascesse algo mais do que uma peça de retórica (e prática) do eduquês político mais comum.

Com o argumento – válido – de que as propostas da “Direita” (leia-se CDS) trazem um elemento potencialmente discriminatório das famílias mais carenciadas, pois só contemplam a penalização através dos mecanismos de apoio do Estado de que não dependem os agregados familiares menos desfavorecidos, deverá sair uma proposta mais ou menos consensual do lado canhoto do Parlamento no sentido de tudo mudar para ficar na mesma ou pior.

As tiradas que se foram ouvindo e lendo – em especial da equipa do ME e dos representantes da Fenprof, mas não só, que continuam num idílio semanalmente renovado por todo e qualquer pretexto de fazer inveja a qualquer par de enamorados – levam-me a esperar o pior.

Os únicos protestos têm origem – natural – na Plataforma de Estudantes liderada por Pedro Feijó que parece não perceber que um estatuto não contém apenas direitos e que há actos que – por muito que pareça politicamente incorrecto – merecem mesmo punição por constituírem desrespeito objectivo pelas regras de convivência em sociedade.

Mas, excepção feita à possibilidade do pessoal não-docente poder aplicar com rapidez medidas correctivas (resta saber como colocar isso em prática…), as alterações que antevejo não são no sentido de tornar este documento melhor do que está.

Mesmo a eliminação esperada das provas de recuperação é capaz de trazer um presente envenenado bem disfarçado.

Isto para não falar desta negociação ter aberto por completo a porta para, em conjunto com os reajustamentos curriculares, desaparecerem por decreto as repetências do Ensino Básico.

Sei que não é uma regulamentação disciplinar que resolve todos os problemas e perturbações nas escolas, mas a mensagem geral que se transmite é muito importante.

E neste momento parece-me que tudo se encaminha para uma aliança de todos os protagonistas da coreografia negocial em torno da ideologia bem-pensante que já produziu os documentos catastróficos de 1998 e 2008.

Há quem não aprenda mesmo com o passado mais ou menos recente! Deve ser por causa disso que acham a História se pode ensinar às metades de ano lectivo.

E o interessante é que sobre estas matérias há quem não lavre nenhum protesto enérgico, apenas se preocupando em não terem aparecido na televisão.

Pela minha parte, fico à espera do texto das propostas para demonstrar de que forma eles representam um avanço ou um retrocesso em relação ao que existe e já existiu.

Gruta do Carvão - S. Miguel


Os Amigos dos Açores - Associação Ecológica vão dedicar Abril, mês em que se comemora o Dia Mundial da Terra e do Património Geológico, a estas temáticas com especial evidência para a Gruta do Carvão.

A Gruta do Carvão, que terá dia de entrada livre a 22 de Abril, dispõe agora de um microsite em http://amigosdosacores.pt/grutadocarvao/

Foi criado também um grupo no Facebook em http://www.facebook.com/group.php?gid=103172536389271 onde os aderentes poderão receber notícias e deixar os seus testemunhos, sejam eles textos ou conteúdos multimédia!


Saiba mais sobre a Gruta do Carvão em:
http://amigosdosacores.pt/grutadocarvao/

Porque hoje é o 1º de Abril - Violência nas Escolas

Ontem deu uma reportagem na SIC que merece a nossa publicação - mas só porque hoje é Dia das Mentiras...



NOTA: penso que antes da reportagem pode aparecer propaganda à telenovela Lua Vermelha - não se assustem, mas por acaso até fica bem antes da peça...

Notícia sobre mineiros de Neves-Corvo

Mineiros de Neves-Corvo suspendem greve


Os trabalhadores das minas de Neves-Corvo, em Castro Verde, suspenderam a greve que durava há 45 dias, na sequência de um comunicado da administração da Somincor.

A empresa proprietária enviou um comunicado ao Sindicato dos trabalhadores da Industria Mineira (STIM), onde se mostrava “disponíveis para encetar negociações”.

Esta abertura da empresa detida pelo grupo canadiano Lundin Mining Corporation, surge “na sequência da intervenção do Presidente da República que ontem nos recebeu em Lisboa”, esclareceu Jacinto Anacleto, dirigente do STIM.

O sindicalista adiantou ainda que o processo negocial “vai ter inicio na próxima terça-feira” e deverá arrastar-se por “quatro ou cinco dias”, concluiu.

A greve iniciou-se no passado dia 16 de Fevereiro, terça-feira de Carnaval, e tem como epilogo o “dia das mentiras”, 1 de Abril, mas, num contexto de verdade laboral.

Recorde-se que os trabalhadores paralisavam diariamente duas horas em cada turno, como forma de garantir que a administração da empresa aumentasse o subsídio de fundo e o pagamento da compensação do dia de Santa Bárbara.

Em causa estava “o aumento de 100 euros no valor do subsídio e fundo, o pagamento de 50% em falta do dia de 4 de Dezembro (Santa Bárbara) e garantir a totalidade dessa compensação nos anos seguintes”, revelou na altura de início do protesto o sindicalista Jacinto Anacleto.

A Somincor tem cerca de 900 trabalhadores, 250 dos quais mineiros.

in JN - ler notícia

NOTA: para compreender melhor a referência a Santa Bárbara, sugere-se a leitura deste texto.

José Sócrates e as comemorações do Dia das Mentiras

(imagem daqui)

Segundo o Expresso, o Libération (jornal diário francês liberal de esquerda) não saiu em Portugal na quinta-feira, 18 Março, devido a "problemas de impressão"

Contudo houve quem fosse à procura do jornal e…leiam isto!



NOTA: texto recebido por e-mail, que alerta para o texto publicado no jornal Libération e que, curiosamente, nós reproduzimos parcialmente aqui no Blog, em 28 de Março de 2010 (clicar no link para reler):

O nosso PM nas bocas do mundo

As comemorações do 1º de Abril no Ministério da Educação

01 Abril 2010 - 00h30
Escolhido só é inspector desde 1 de Março
Novato investiga docente suicida

Manuel Garrinhas foi o escolhido pela Inspecção-Geral da Educação (IGE) para investigar o caso do professor de Música que se suicidou alguns dias após ter sido nomeado inspector.

Depois de fazer o estágio em 2009 e de cumprir o período experimental, Garrinhas foi integrado no mapa de pessoal da IGE, como inspector de carreira, a 1 de Março. A 12 de Março foi-lhe entregue o processo de Luís Vaz do Carmo, docente da EB 2,3 de Fitares (Sintra) que se atirou da ponte 25 de Abril a 9 de Fevereiro. "Deve ser o primeiro processo dele e a sua falta de experiência salta à vista", acusa uma professora, que solicitou anonimato.

Um outro docente garante que a escolha não é inocente: "Escolheram-no porque está a começar carreira e nunca vai contestar a versão da Direcção Regional de Educação de que o professor tinha fragilidades psicológicas." Os docentes garantem que o inspector está mais preocupado "em saber quem fala para os jornais" e que já foram inquiridos ex-colegas do suicida noutras escolas: "Em vez de investigarem o que se passou querem provar que já tinha problemas nas outras escolas." Luís Vaz do Carmo terá posto fim à vida por não aguentar as humilhações de que era alvo por parte de alguns dos alunos.


PORMENORES


ARTIGO 71 EM CAUSA

Alguns professores da EB 2,3 de Fitares, que solicitaram anonimato com receio de sofrer represálias na escola, acusam a IGE de violar o art.º 71 do Código Civil, sobre ofensa a pessoas falecidas, ao inquirirem ex-colegas do docente que se suicidou.

MINISTÉRIO EM SILÊNCIO

O CM confrontou o Ministério da Educação, a DRELVT e a Inspecção-Geral da Educação sobre a escolha de um inspector recém--nomeado para um caso tão delicado. Não obtivemos resposta.

in CM - ler notícia


ADENDA: o Blog A Educação do meu Umbigo, de Paulo Guinote, dá novas nuances à notícia (ler AQUI) - é preciso estar atento...

Mais um professor que não aguentou...

(clicar para aumentar)

Público, 31 de Março de 2010 (roubado daqui)

Poema

Manhã de Abril

Olho o céu nas poças da rua
que a chuva de ontem deixou,
como pássaros verdes as primeiras folhas
empoleiram-se nos ramos enegrecidos a do inverno
e o sol entorna sobre o casario miserável
uma chuva de falso oiro.
Que raiva me dá...
Foi hoje a enterrar aquela miúda loura
que via brincar na rua
com as tranças apertadas nos laços vermelhos
— morressem antes os velhos
que da vida nada esperam,
já sem amor, já sem esperança,
roídos de chagas e da lepra dos dias.
que não morresse ninguém, valá!
mas ela...
levaram-lhe flores os outros meninos da rua,
iam contentes como para uma festa,
e a mãe atrás do caixão chorando,
e as folhas verdes
e as flores nos canteiros e nas janelas
como se florir fosse uma coisa natural e inevitável
e o velho mendigo cego estendendo a mão,
e a gente educada tirando o chapéu por hábito...

Que raiva me dá a Primavera sobre a dor do Mundo!

Joaquim Namorado

Música para um novo mês



PS - em garoto gostava bastante deste disco e deste cantor irlandês; e, já agora, uma versão oriental da canção, com letra:


quarta-feira, março 31, 2010

Honorabilidade do exercício das funções públicas?!?


Segundo o deputado socialista Ricardo Rodrigues, citado aqui pelo Sol:

«O Partido Socialista concorda com a decisão tomada pelo Governo de suspender o cônsul alemão na medida em que a honorabilidade do exercício das funções públicas deve ser insuspeita»

É estranho que este moço de recados diga tal coisa quando, comparativamente com a notícia da Der Spiegel, há um "engenheiro" em funções bastante públicas, que suscita dúvidas sobre a sua honorabilidade, por exemplo por causa de um certo DVD do Freeport, certificados da Universidade Independente falsificados e passados a um domingo, registos biográficos oficiais da Assembleia da República aldrabados, pequenos-almoços comprados por 750 mil euros, negócios com projectos de engenharia civil e arquitectura, esquemas com gasolineiras com personalidades insuspeitas, só para dar uns poucos exemplos.

Será mais um exemplo de ética republicana e socialista?


ADENDA: o PS escolheu muito bem o seu representante para falar em honorabilidade e ética: Ricardo Rodrigues tem um farfalhudo passado que fala também por si (v. g. AQUI e AQUI)...

Ainda há problemas resultantes do sismo de 9 de Julho de 1998!

Açores: famílias sem casa mais de uma década depois do sismo
Governo Regional açoriano quer resolver a situação ate ao próximo ano

O Governo Regional dos Açores pretende resolver até 2011 os problemas habitacionais de todas as pessoas que foram afectadas pelo sismo de Julho de 1998, no Faial, e que ainda não têm a situação resolvida, noticia a Lusa.

«Ainda existem algumas famílias que precisam de casa», admitiu a secretária regional do Trabalho e Solidariedade Social, Ana Paula Marques, que não especificou o número de famílias que ainda não viram o problema resolvido.

De acordo com a secretária regional, «ainda existem alguns casos mais difíceis, que devem ficar resolvidos durante este ano e no próximo».

A situação das famílias que ainda não viram o problema habitacional resolvido ao fim de quase 12 anos deverá ser ultrapassada com a construção de um empreendimento com cerca de quatro dezenas de fogos, uma parte dos quais deverão ser atribuídos a estas famílias.

A secretária regional revelou esta intenção na cerimónia de entrega de oito apartamentos a famílias carenciadas na cidade da Horta, nenhuma delas relacionada com os efeitos do sismo de 1998.

Os oito apartamentos entregues esta terça-feira estão integrados num programa de apoio social, através do qual o Governo Regional compra a habitação e entrega-a à família carenciada, mediante o pagamento de uma renda social.

in TVI 24 - ler notícia

Divulgação de Petição - Museu Nacional de Arqueologia

Declaração e abaixo-assinado adoptado pela Assembleia-Geral da Comissão Nacional Portuguesa do Conselho Internacional dos Museus (ICOM)

EM DEFESA DO MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA


Quando há cerca de um ano o anterior Governo colocou a hipótese da transferência do Museu Nacional de Arqueologia (MNA) para a Cordoaria nacional, o seu Grupo de Amigos (GAMNA) chamou logo a atenção para os riscos inerentes, dos quais o mais importante é o da segurança geotécnica do local e do próprio edificado da Cordoaria, para aí se poderem albergar as colecções do Museu Nacional português com colecções mais volumosas e com o maior número de peças classificadas como “tesouros nacionais”.

Após as últimas eleições pareceu ser traçado um caminho que permitia encarar com seriedade esta intenção política. A ministra da Cultura afirmou à imprensa que fora pedido ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) um parecer acerca das referidas condições geotécnicas e que seria feito projecto de arquitectura coerente, respeitador tanto da Cordoaria Nacional como do programa do Museu. Ao mesmo tempo garantiu que esse complexo seria totalmente afecto ao MNA, sem a instalação antecipada de outros serviços no local. Sendo assim, deixaria também de ser necessário alienar espaços do MNA nos Jerónimos, a título de garantia da ocupação antecipada da Cordoaria.

Causa, pois, profunda estranheza a sucessão de acontecimentos das últimas semanas, os quais vão ao ponto de comprometer ou até inviabilizar a continuidade da gestão do Director do Museu, que nos cumpre elogiar pelo dinamismo que lhe conseguiu imprimir e de cujos interesses se constitui, perante todos nós, em legítimo garante.

O estudo tranquilizador que se dizia ter sido pedido ao LNEC, deu afinal lugar a parecer meramente pessoal do técnico convidado para o efeito. O GAMNA, encomendou estudo alternativo, que vai em sentido contrário. O Director do Museu recolheu, ele próprio, outros pareceres, dos mais reputados especialistas da área da engenharia sísmica, que igualmente corroboram e ampliam as preocupações existentes. É agora óbvia a necessidade da realização de um programa de sondagens e de verificações in loco, devidamente controlado por entidade idónea, de modo a poder definir com rigor a situação da Cordoaria em matéria de riscos sísmicos, maremoto, efeito de maré, inundação e infiltração de águas salgadas. A recente tragédia ocorrida na Madeira, onde se perdeu quase por completo o acervo do Museu do Açúcar, devido a inundação, aí está para nos lembrar como não pode haver facilidade e ligeireza neste tipo de decisões.

Enquanto não estiver garantida a segurança geotécnica da instalação do MNA na Cordoaria Nacional e enquanto não forem realizados os adequados estudos de planeamento urbano e circulação viária, importa manter todas as condições de operacionalidade do Museu nos Jerónimos. Neste sentido consideramos incompreensível a alienação pretendida da “torre oca” a curto prazo, até porque uma tal opção iria comprometer definitivamente qualquer hipótese futura de regressar a planos de remodelação e ampliação do MNA nos Jerónimos, conforme foi a opção consistente de sucessivos Governos, até há dois anos. O MNA merece todo o respeito e não pode ser considerado como mero estorvo num local onde aparentemente se quer fazer um novo Museu.

O poder político não pode actuar ignorando os pareceres técnicos qualificados e agindo contra o sentimento de todos os que amam o património e os museus. Apelamos ao bom senso do Governo, afirmando desde já a nossa disposição para apoiar o GAMNA na adopção de todas as medidas cívicas e legais necessárias para que seja defendida, como merece, a instituição mais do que centenária fundada pelo Doutor Leite de Vasconcelos, o antigo “museu do homem português” e actual Museu Nacional de Arqueologia.


Subscreva em: http://peticao.com.pt/mna

Mantenha-se informado e comente em: http://gamna.blogspot.com

Mais dados do sismo desta noite

O sismo no geofone de Évora:

(clicar para aumentar)

O sismo no Instituto Geográfico Nacional (Espanha):


Fecha Hora(GMT) Latit. Longit. Prof. Mag. Localización
31/03/10 03:12:00 36.6560 -9.9896 37 4.4 SW CABO DE SAN VICENTE

O sismo desta noite segundo o IM


Os dados do sismo desta noite, segundo o Instituto de Meteorologia (IM):

Data(TU)Lat.Lon.Prof.Mag.Ref.GrauLocal
2010-03-31 03:12 36,77 -9,76 21 4,2 SW Cabo S.Vicente IVLagos

NOTA: desde domingo que a hora portuguesa do continente é TU (Tempo Universal - também conhecido por UTC) mais uma hora - logo o sismo, segundo a hora local, foi às 04.12 horas.

The end is near...!

Mais um sismo para alegrar os moços do arrependei-vos-que-o-fim-do-mundo-está-próximo...

31 Março 2010 - 09h10
Durante a madrugada
Algarve: Sismo de intensidade 4,2 abala Lagos

Um sismo de 4,2 na escala de Richter foi esta madrugada sentido na região de Lagos, no Algarve, sem provocar danos pessoais ou materiais, de acordo com o Instituto de Meteorologia. A terra tremeu pelas 04.12 horas a cerca de 74 quilómetros a Oeste-Sudoeste do Cabo de S. Vicente.

in CM - ler notícia

Uma Aventura no Parque Escolar

Audição na Comissão de Educação do Parlamento
Oposição acusa ministra de não responder sobre a Parque Escolar

Todos os partidos da oposição criticaram hoje a ministra da Educação, Isabel Alçada, pela ausência de respostas durante uma audição na Comissão de Educação e Ciência do Parlamento, designadamente sobre os procedimentos da Parque Escolar.


“Está a usar o tempo de resposta ao PCP para falar e tecer considerações sobre intervenções de outros deputados”, começou por criticar o comunista Miguel Tiago, acrescentando: “Sobre a contratação de projectistas, zero palavras”.

Pelo Bloco de Esquerda, Ana Drago lembrou à ministra da Educação que tem “obrigação” de responder às perguntas, até para não correr o risco de a audição se tornar uma “fraude”.

“A senhora ministra não é a relações públicas do Ministério da Educação. Peço-lhe que leve a sério esta audição”, afirmou Ana Drago.

Já Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista Os Verdes, acusou Isabel Alçada de estar permanentemente a “passar ao lado” das perguntas sobre a Parque Escolar, empresa responsável pelo programa de modernização das escolas secundárias.

“Há coisas que sabe e não quer partilhar connosco”, afirmou.

Perante a ausência de respostas, a deputada Raquel Coelho, do PSD, chegou mesmo a dizer que Isabel Alçada seria “uma boa companhia para tomar chá”.

“O seu sorriso, por mais simpático que seja, não me convence”, acrescentava Miguel Tiago, exigindo respostas sobre os critérios da escolha dos gabinetes de arquitectura.

Também o deputado do CDS/PP José Manuel Rodrigues interveio, fazendo uma piada com a co-autora dos livros da coleção “Uma Aventura”: “Já tem matéria para escrever ‘Uma Aventura no Parlamento’”, brincou o deputado democrata-cristão.

A Provedoria de Justiça vai fazer uma investigação aos procedimentos da Parque Escolar, empresa pública responsável pela modernização da rede de escolas secundárias. Confrontada com esta notícia no fim-de-semana, a ministra da Educação disse não ter “informação segura sobre o assunto”, mas garantiu que a empresa “agiu sempre e em todas as circunstâncias dentro da lei”.

Já hoje, a Parque Escolar anunciou ter pedido uma auditoria do Tribunal de Contas, considerando que as suspeitas em torno da actividade da empresa assumem contornos “eminentemente políticos” e nada têm a ver com opções de gestão. Repudiando “alegadas ilegalidades ou favorecimentos de qualquer natureza”, a administração reafirma, em comunicado, o propósito de “demonstrar toda a seriedade do seu comportamento, quer pessoal quer profissional”.

Just enjoy the show...


terça-feira, março 30, 2010

Música para geopedrados


Hoje há Big Bang


Informação recebida do LIP - Laboratório de Instrumentação e Partículas:

Está agendada para hoje, 3ª feira, uma empolgante jornada no CERN com as primeiras colisões protão-protão à energia de 7 TeV. Se quiserem acompanhar o webcast do CERN em directo, com comentários de colegas nossos, têm a ligação da Ciência Viva disponível em http://www.cvtv.pt

Caso prefiram, o canal oficial do CERN para acompanhar o evento será, entre as 07.30 às 17.00 horas (hora de Portugal), http://webcast.cern.ch/lhcfirstphysics



ADENDA: hoje Eric Clapton faz 65 anos...!

domingo, março 28, 2010

O nosso PM nas bocas do mundo


José Sócrates, le Portugais ensablé

Rien ne va plus pour le Premier ministre socialiste, dont le nom est associé à des affaires de corruption sur fond de crise économique majeure.

L’inimitié d’une bonne partie des médias, une crise politique qui tourne au blocage institutionnel, une situation sociale explosive, un fiasco économique obligeant à des mesures drastiques à court terme… Comme si cela n’était pas suffisant, le bouillant José Sócrates (mollement réélu aux législatives de septembre 2009) doit désormais affronter une fronde du Parlement qui pourrait le forcer à la démission ou amener sa famille socialiste à lui trouver un successeur à la tête du gouvernement. Aujourd’hui commencent à Lisbonne les travaux d’une commission d’enquête parlementaire qui, pour la première fois depuis la fin de la dictature de Salazar, implique directement un Premier ministre. Et va le contraindre à comparaître physiquement, au mieux par écrit. «Le Portugal est un bateau ivre dans lequel le capitaine est le plus suspect de tout l’équipage», a asséné un chroniqueur de la chaîne privée SIC.

(...)

in Libération - notícia completa AQUI

Algumas palavras de homens de coragem

Face oculta


Do Blog portadaloja, do magistrado que se assina simplesmente como José, citamos, com a devida vénia e agradecimento por ainda haver gente com coragem, o seguinte post:

João Palma diz o que tem de ser dito

Entrevista de João Palma, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, ao Jornal de Notícias de hoje, citada aqui:

JN- Das conclusões da última Assembleia Geral pode depreender-se que o primeiro-ministro deveria ter sido investigado por causa do caso Face Oculta?
João Palma- A existência de indícios de crime avalia-se sempre no final da investigação e não no seu início. Não é prática os magistrados do Ministério Público arquivarem imediatamente notícias de crime; o normal é desenvolverem uma actividade investigatória e concluírem se há indícios suficientes ou não para remeter o caso para julgamento. Neste caso temos uma indicação de um responsável da Polícia Judiciária que é sufragada por um magistrado do MP e por um juiz de instrução criminal, de onde resulta a remessa de uma certidão para efeitos de investigação criminal. Face a estes elementos vindos a público, o que seria normal seria abrir uma investigação criminal.

J.N.-Ouvimos dizer desde a aprovação do novo estatuto do MP que está em perigo a autonomia. O que é temido, em termos concretos?
J.P.-Quando, para o provimento de vários cargos na hierarquia do MP, se começam a fazer escolhas pessoais em detrimento dos concursos; quando, no âmbito das novas comarcas, se permite a movimentação de magistrados por razões de serviço, está a pôr-se em causa a liberdade de os magistrados do MP se determinarem de acordo com a sua consciência e de acordo com a lei. Abre-se a porta à possibilidade de tudo ser determinado pela hierarquia. É um perigo, que pode concretizar-se ou não, mas é incompatível com a natureza de magistrados dos elementos do MP.


João Palma aparece citado no Correio da Manhã de hoje em discurso indirecto e com directas bem precisas e determinadas, proferidas no congresso da ASFIC (sindicato da PJ):

"E disse nunca ter visto tantos "antifascistas" criticarem a existência de sindicatos na área da justiça. "Nunca como agora políticos e comentadores capturados pelo sistema atacaram tanto o SMMP, mas também os juízes e os investigadores. Afirmam mesmo que os bandidos são os magistrados e os polícias que os investigam, e não quem faz as vergonhosas negociações com os dinheiros públicos e o património dos portugueses", refere o presidente do SMMP.

É este o problema, actual, claríssimo e patente para todos observarem: o poder político, acolitado por uma plétora de interessados em poleiros vários e com a servil ajuda dos comentadores de serviço, ataca directamente e sem qualquer pudor democrático, as instâncias de investigação criminal e judiciais. Com que objectivo concreto? Fortalecer a democracia e a participação dos cidadãos que elegem, nos assuntos que são de todos, afinal?

Não, precisamente o contrário: esconder dos demais cidadãos, os negócios que não são explicados nem podem ser, o dinheiro público que entra no bolso de alguns (entre os quais os apaniguados citados) e sapar a democracia, procurando manter no poder, o maior tempo possível, quem assim procede e no final de contas é criminoso. De delito comum, algumas vezes.

A voz de João Palma não poupa os directamente envolvidos e quem os protege, objectivamente, incluindo, infelizmente alguns que deveriam fazer melhor para que tal não sucedesse, como é o caso do actual PGR.

João Palma mais não faz do que denunciar, vigorosamente, este atentado ao Estado de Direito, em nome de um princípio importante: a igualdade dos cidadãos perante a lei.

Notícia sobre o sismo de ontem no Alentejo

28 Março 2010 - 00h30
Sousel: Sismo de magnitude 4,1 na escala de Richter
“Fugimos para a rua assustados”

Nas ruas da vila de Sousel o sismo era motivo de conversa entre os populares

Foram apenas dez segundos, mas o tempo suficiente para causar o medo entre os milhares de alentejanos que sentiram o abalo sísmico na tarde de ontem. Com magnitude 4,1 na Escala de Richter e epicentro a seis quilómetros de Sousel, o tremor de terra levou as pessoas a fugir para rua. O medo foi de tal ordem que até os bombeiros daquela vila abandonaram o quartel.

Fátima Raposo estava de serviço na central da corporação de Sousel. Passavam sete minutos das 13.30 horas quando começou a sentir os aparelhos e os móveis a abanar. "Eu e os meus colegas que estavam na altura no quartel fugimos para a rua assustados. Fique com tanto medo que durante uma hora as minhas pernas não paravam de tremer", frisou a bombeira ao CM.

O director da Divisão de Sismologia do Instituto de Meteorologia, Fernando Carrilho, apontou Sousel e Estremoz como as localidades onde o abalo foi sentido com maior intensidade, sem excluir que também em Espanha, nomeadamente em Badajoz e Valencia de Alcántara, a terra tenha tremido.

O sismo, que segundo a Protecção Civil não causou danos pessoais ou materiais, era motivo de conversa entre os populares de Sousel. Todos partilhavam da opinião que o tremor de terra teve mais impacto junto das pessoas devido às imagens trágicas dos recentes terramotos no Chile e Haiti, que devastaram cidades inteiras e provocaram milhares de mortos.

"Vemos na televisão tanta miséria lá fora, e como sabemos que não estamos livres de uma tragédia dessas, ficamos com mais receio. Foi um abalo muito forte, mas já tivemos outros há anos e pouca gente ligou", frisou António Borralho, 50 anos de idade.


PORMENORES


EPICENTRO

O sismo foi registado às 13.37 horas nas Estações da Rede Sísmica do Continente. Teve epicentro a seis quilómetros a Este de Sousel, Portalegre, e uma intensidade máxima IV/V na Escala de Mercalli modificada.


RAIO DE CEM KM

O tremor de terra teve um raio de acção de cem quilómetros. Foi sentido em todo o distrito de Portalegre, mas também nas localidades de Évora, Estremoz, Borba, Arraiolos, Beja e Cuba.


TERCEIRO SISMO NO CONTINENTE NO MÊS DE MARÇO

O abalo de ontem foi o mais forte registado desde o início do ano em Portugal e o terceiro sentido este mês no Continente. No dia 5 de Março foi registado na zona de Albufeira (Algarve) um sismo de magnitude 3,9 na Escala de Richter. Na última segunda-feira, a região de Mação, distrito de Santarém, foi abalada por um tremor de terra de 3,5. Sobre o sismo sentido em Sousel, o Instituto de Meteorologia alerta para a possibilidade da ocorrências de réplicas de menor intensidade. No entanto, diz não haver motivos para alarme.


DISCURSO DIRECTO

"MAIOR SISMO NA REGIÃO DESDE HÁ 30 ANOS", Fernando Carrilho, Director da Divisão de Sismologia do Instituto de Meteorologia

Correio da Manhã – No espaço de uma semana foram sentidos sismos em Mação, Faial e [ontem] no distrito de Portalegre. Estes episódios estão ligados? E podem fazer prever um sismo de maior intensidade?

Fernando Carrilho – Não há ligação entre os sismos sentidos recentemente e nada indica que venha a ocorrer um grande sismo.

– O que é que esteve na origem do sismo sentido no Alentejo?

– O Alentejo não é uma zona de grande actividade sísmica. Este, considerado de intensidade moderada, foi o maior sismo dos últimos 30 anos naquela região. O Alentejo tem actividade sísmica difusa, ou seja, existem várias estruturas naquela zona mas não conseguimos associar um sismo a uma delas.

– É uma surpresa que este sismo tenha ocorrido no Alentejo?

– Não foi uma surpresa. O Alentejo não é uma zona de risco elevado, o que não significa que aí não possam ocorrer sismos. Em média, em todo o País ocorrem cem sismos por mês: a maior parte não é sentida pelas populações.
– Quais as regiões onde o risco sísmico é maior e menor no País?

– O risco é maior nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve e menor na região Centro.
– Seremos alguma vez capazes de prever os sismos?

– Neste momento isso não é de todo possível. Implicaria colocar sensores sísmicos a 10, 30 ou 50 quilómetros de profundidade.
– Pode haver alguma relação entre os sismos que se têm sentido e os fenómenos meteorológicos extremos?

– Não há qualquer relação entre uma coisa e outra.

– Como podemos proteger-nos durante um sismo?

– Se não pudermos abandonar o local, devemos procurar abrigo debaixo de uma mesa forte e evitar os elevadores, entre outras medidas de autoprotecção.

in CM - ler notícia

A aldrabice das requalificações das Escolas Secundárias começa a ser visível

Um dia destes abrimos a boca: os valores gastos, as novas instalações eléctricas, as escolhas das empresas, a selecção dos arquitectos, os materiais de construção e mobiliário escolhidos, a audição das propostas das Escolas, os novos laboratórios, as salas de computadores, os pavilhões desportivos arejados, os novos donos das escolas, a destruição de jardins, parques de estacionamento e mobiliário antigo nalgumas escolas, eis alguns aspectos que prometem um novo post um dia destes... Para já, a queixa de alguns arquitectos que foram esquecidos nas contratações para desenhar escolas:

Música para entendedoras

Como algumas das nossas leitoras andam tristes (algumas até querem mudar de Escola...) aqui fica uma musiquinha para as animar...


Os sismos de ontem - imagens cartográficas

Com os sismos de ontem, já com intensidades capazes de assustar um bocadinho (sobretudo os alentejanos, menos habituados a estas coisas...) o número de pessoas que nos tem pedido informações tem aumentado.

Assim, à cautela, aqui ficam algumas imagens, legendadas, com cartografia associada aos dois sismos (e ainda a outros recentes):

1. Mapa de Portugal continental roubado ao Instituto de Meteorologia, com 3 sismos sentidos pelas populações no último mês, a vermelho: Albufeira, Mação e Estremoz

2. Mapa dos Açores roubado ao Instituto de Meteorologia, com 3 sismos sentidos pelas populações no último mês, a vermelho: Faial da Terra (1 e 2) e Flamengos

3. Mapa dos Açores roubado ao Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos (Universidade dos Açores), com últimos sismos sentidos e registados

4. Mapa do Faial roubado ao Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos (Universidade dos Açores), com últimos sismos sentidos e registados

NOTA: a título de curiosidade, entre a ilha do Faial (ponta do vulcão dos Capelinhos) e o rift Meso-Atlântico tem havido imensos sismos - há que estar atento...

O terceiro homem

Do Blog De Rerum Natura publicamos, com a devida vénia, o seguinte post, de autoria do Doutor Paulo Gama Mota:


A revista Nature publica esta semana um artigo de 4 páginas que vem revolucionar completamente a nossa história recente. É uma história dos nossos dias como espécie, não dos nossos dias de pessoas com uma vida evolutivamente muito curta, o que é válido para qualquer espécie.

A equipa de Svante Paabo, do Max Plank Institute de Leipzig, publicou os resultados da análise do DNA mitocondrial de um Homo sapiens que viveu no sul da Sibéria há cerca de 30-50 mil anos. O DNA foi extraído da falangeta do quinto dedo da mão. Graças à sua preservação no gelo, foi possível extrair uma quantidade suficiente de DNA em muito bom estado, o que é extremamente raro.

A análise desse DNA mitocondrial, por comparação com o nosso, o de Neandertais, que entretanto se conseguiu obter, e o de chimpanzés, produziu resultados absolutamente inesperados.

O que há de absolutamente especial no homem de Denisova?
Não é facto – real - de não pertencer à nossa sub-espécie, isto é, não é um Homo sapiens sapiens, ou seja um homem moderno actual. É que este homem de Denisova também não é um Neandertal. Trata-se de um terceiro Homem!

A distância genética (medida em termos de número médio de nucleótidos diferentes, isto é, de letras trocadas no DNA) entre nós e os Neandertais é de 202 posições nucleotídicas. A distância entre nós e o Homem de Denisova é de 385 posições. Por comparação, a nossa distância em relação aos chimpanzés é de 1462 posições. Isto que dizer que o Homem de Denisova é mais diferente de nós que o Homem de Neanderthal. Assumindo que o tempo de divergência entre nós e os chimpanzés é de 6 milhões de anos, isso significa que os nosso antepassados e os do Homem de Denisova se terão separado há cerca de 1 milhão de anos (muito antes da separação humanos-neandertais: 500 mil anos).

Até hoje, pensava-se que nos últimos 500 mil anos teriam existido apenas duas sub-espécies da espécie Homo sapiens: Nós e o H. sapiens neandethalensis. Este último, que ocupou grande parte da Europa, durante os últimos 300 mil anos, extinguiu-se há 28 mil anos, com as últimas populações conhecidas encontradas na Península Ibérica. Foram avançadas várias hipóteses para a extinção dos Neandertais que parece ser acompanhada da progressão dos humanos modernos; umas mais benignas que outras para a nossa linhagem. Mas, não fazia parte do quadro conceptual que pudessem existir outras formas, mais formas de humanos com divergências relativamente antigas e cujas populações persistiram até tão recentemente.

Há alguns anos levantou-se a polémica possibilidade de o designado ‘hobbit’, descoberto na Ilha das Flores, no mar de Timor, ser uma espécie ou sub-espécie diferente da nossa, que desapareceu há pouco mais de 10 mil anos. Em alternativa, poderia trata-se de um caso de nanismo e de mais uma série de patologias reunidas num único indivíduo. Não está ainda resolvido qual das duas hipóteses é a correcta. O mistério do Homem das Flores ainda se encontra em aberto.

A descoberta deste Homem de Denisova, de que não há mais do que aquele fragmento de esqueleto, vem colocar o nosso passado evolutivo num quadro muito diferente. Se este siberiano é um terceiro homem, porque não aceitar que o homem das Flores é um quarto. E se assim é, torna-se muito mais plausível admitir mais sub-espécies em outras regiões isoladas. A nossa espécie parece, assim, ter um carácter muito especioso, isto é, com tendência de frequente separação entre populações e rápida evolução em sentidos diversos.

Tudo isto é muito surpreendente. A falangeta do Homem de Denisova aponta para um passado bem diferente do que imaginávamos. Esperemos para saber o que nos dirá a análise do DNA nuclear. Este é um verdadeiro filme de suspense, como o ‘terceiro homem’ de Carol Reed.

Alexandre Herculano nasceu há 200 anos

alexandre-herculano.jpg

Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo (Lisboa, 28 de Março de 1810 — Quinta de Vale de Lobo, Azóia de Baixo, Santarém, 13 de Setembro de 1877) foi um escritor, historiador, jornalista e poeta português da era do romantismo.



A GRAÇA


Que harmonia suave
É esta, que na mente
Eu sinto murmurar,
Ora profunda e grave,
Ora meiga e cadente,
Ora que faz chorar?
Porque da morte a sombra,
Que para mim em tudo
Negra se reproduz,
Se aclara, e desassombra
Seu gesto carrancudo,
Banhada em branda luz?
Porque no coração
Não sinto pesar tanto
O férreo pé da dor,
E o hino da oração,
Em vez de irado canto,
Me pede íntimo ardor?

És tu, meu anjo, cuja voz divina
Vem consolar a solidão do enfermo,
E a contemplar com placidez o ensina
De curta vida o derradeiro termo?

Oh, sim!, és tu, que na infantil idade,.
Da aurora à frouxa luz,
Me dizias: «Acorda, inocentinho,
Faz o sinal da Cruz.»
És tu, que eu via em sonhos, nesses anos
De inda puro sonhar,
Em nuvem d'ouro e púrpura descendo
Coas roupas a alvejar.
És tu, és tu!, que ao pôr do Sol, na veiga,
Junto ao bosque fremente,
Me contavas mistérios, harmonias
Dos Céus, do mar dormente.
És tu, és tu!, que, lá, nesta alma absorta
Modulavas o canto,
Que de noite, ao luar, sozinho erguia
Ao Deus três vezes santo.
És tu, que eu esqueci na idade ardente
Das paixões juvenis,
E que voltas a mim, sincero amigo,
Quando sou infeliz.
Sinta a tua voz de novo,
Que me revoca a Deus:
Inspira-me a esperança,
Que te seguiu dos Céus!...

O acidente de Three Mile Island foi há 31 anos


Three Mile Island é o local de uma central nuclear que em 28 de Março de 1979 sofreu uma fusão parcial, havendo fuga de radioatividade para a atmosfera. A central nuclear de Three Mile Island fica na ilha no Rio Susquehanna no condado de Dauphin, Pensilvânia, próximo de Harrisburg, com uma área de 3,29 km².


O acidente

O acidente ocorrido em 28 de Março de 1979, na central nuclear de Three Mile Island, no estado da Pensilvânia - Estados Unidos, foi causado por falha do equipamento devido o mau estado do sistema técnico e a um erro operacional. Houve corte de custos que provocaram economicamente na manutenção e troca de material. Mas, principalmente apontaram-se erros humanos, com decisões e acções erradas tomadas por pessoas não preparadas.

O acidente desencadeou-se pelos problemas mecânicos e eléctricos que ocasionaram a paragem de uma bomba de água que alimentava o gerador de vapor, que accionou certas bombas de emergência que tinham sido deixadas fechadas. O núcleo do reactor começou a aquecer e parou e a pressão aumentou. Uma válvula abriu-se para reduzir a pressão que voltou ao normal. Mas a válvula permaneceu aberta, ao contrário do que o indicador do painel de controle assinalava. Então, a pressão continuou a cair e seguiu-se uma perda de líquido refrigerante ou água radioactiva: 1,5 milhão de litros de água foram lançados no rio Susquehanna. Gases radioactivos escaparam e atingiram a atmosfera. Outros elementos radioactivos atravessaram as paredes.

Um dia depois foi medido a radioactividade em volta da usina que alcançava até 16 quilómetros com intensidade de até 8 vezes maior que a letal. Apesar disso,o governador do estado da Pensilvânia iniciou a retirada só dois dias depois do acidente. O governador Dick Thornburgh aconselhou o chefe da NRC, Joseph Hendrie, a iniciar a evacuação "pelas mulheres grávidas e crianças em idade pré-escolar em um raio de 5 milhas ao redor das instalações". Em poucos dias, 140.000 pessoas haviam deixado a área voluntariamente.

Curiosidades
  • Treze dias antes havia sido lançado o filme "Síndrome da China" com Jane Fonda, que muitos consideraram como premonitório da catástrofe na usina nuclear, inclusive sendo usado suas cenas pelo jornalistas da TV para ilustrar a cobertura do acidente.
  • O acidente nuclear nesta central foi considerado o mais grave, até ser superado pela ocorrência em Chernobyl.


sábado, março 27, 2010

Dia Mundial do Teatro

Recordemos a data com um post roubado ao Blog De Rerum Natura:



Hoje, Dia Mundial do Teatro, deixamos um excerto da "Vida de Galileu" de Bertold Brecht, representada pelo Teatro Wilma de Filadélfia, EUA, na parte em que Galileu mostra a sagredo as descobertas que fez com o telescópio e que foram anunciadas há precisamente 400 anos.

No final do excerto:

Galileu - Claro. E agora estamos a ver. Não pare de olhar, Sagredo. O que você vê é que não há nenhuma diferença entre céu e terra. Hoje, 10 de Janeiro de 1610, a humanidade regista no seu diário: aboliu-se o céu.