quarta-feira, março 31, 2010

Uma Aventura no Parque Escolar

Audição na Comissão de Educação do Parlamento
Oposição acusa ministra de não responder sobre a Parque Escolar

Todos os partidos da oposição criticaram hoje a ministra da Educação, Isabel Alçada, pela ausência de respostas durante uma audição na Comissão de Educação e Ciência do Parlamento, designadamente sobre os procedimentos da Parque Escolar.


“Está a usar o tempo de resposta ao PCP para falar e tecer considerações sobre intervenções de outros deputados”, começou por criticar o comunista Miguel Tiago, acrescentando: “Sobre a contratação de projectistas, zero palavras”.

Pelo Bloco de Esquerda, Ana Drago lembrou à ministra da Educação que tem “obrigação” de responder às perguntas, até para não correr o risco de a audição se tornar uma “fraude”.

“A senhora ministra não é a relações públicas do Ministério da Educação. Peço-lhe que leve a sério esta audição”, afirmou Ana Drago.

Já Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista Os Verdes, acusou Isabel Alçada de estar permanentemente a “passar ao lado” das perguntas sobre a Parque Escolar, empresa responsável pelo programa de modernização das escolas secundárias.

“Há coisas que sabe e não quer partilhar connosco”, afirmou.

Perante a ausência de respostas, a deputada Raquel Coelho, do PSD, chegou mesmo a dizer que Isabel Alçada seria “uma boa companhia para tomar chá”.

“O seu sorriso, por mais simpático que seja, não me convence”, acrescentava Miguel Tiago, exigindo respostas sobre os critérios da escolha dos gabinetes de arquitectura.

Também o deputado do CDS/PP José Manuel Rodrigues interveio, fazendo uma piada com a co-autora dos livros da coleção “Uma Aventura”: “Já tem matéria para escrever ‘Uma Aventura no Parlamento’”, brincou o deputado democrata-cristão.

A Provedoria de Justiça vai fazer uma investigação aos procedimentos da Parque Escolar, empresa pública responsável pela modernização da rede de escolas secundárias. Confrontada com esta notícia no fim-de-semana, a ministra da Educação disse não ter “informação segura sobre o assunto”, mas garantiu que a empresa “agiu sempre e em todas as circunstâncias dentro da lei”.

Já hoje, a Parque Escolar anunciou ter pedido uma auditoria do Tribunal de Contas, considerando que as suspeitas em torno da actividade da empresa assumem contornos “eminentemente políticos” e nada têm a ver com opções de gestão. Repudiando “alegadas ilegalidades ou favorecimentos de qualquer natureza”, a administração reafirma, em comunicado, o propósito de “demonstrar toda a seriedade do seu comportamento, quer pessoal quer profissional”.

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