domingo, janeiro 10, 2010

Iniciativa anunciada pelo ministro Mariano Gago, nos Açores
Cientistas embarcam em projecto nacional para estudar o fundo do mar

O ministro da Ciência e do Ensino Superior, Mariano Gago, anunciou ontem, na Horta, o lançamento de um projecto nacional de ciências do mar profundo, especialmente vocacionado para a investigação dos recursos biológicos e minerais.

Mariano Gago, que falava na inauguração das novas instalações do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores, salientou que este novo projecto pretende ser também um desafio aos investigadores deste pólo universitário, que se dedicam ao estudo dos recursos biológicos marinhos.

“O potencial das profundezas é tal que justifica um programa específico desta natureza”, afirmou, salientando que se trata de um projecto que se pretende “aberto e competitivo” para atrair investigadores de todo o mundo.

Mariano Gago admitiu que este programa possa trazer para Portugal escolas e laboratórios internacionais ligados à investigação do mar profundo e ainda residências internacionais para jovens cientistas de diferentes países.

Para o ministro, este programa será um primeiro passo para que o país aproveite os recursos biológicos e minerais que estão “escondidos” nas profundezas do Atlântico.

Na sua intervenção, Mariano Gago destacou o “invulgar” esforço que tem sido desenvolvido pelos investigadores do DOP, que tiveram “capacidade de chamar colegas, recursos nacionais e comunitários importantíssimos e realizar parcerias com outras instituições”.

Por seu lado, o presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, defendeu a criação na cidade da Horta de um “pólo de excelência ligado às tecnologias do mar profundo”, que permita aliar “o saber e o prestígio já consolidado do DOP ao empreendedorismo dos seus docentes e bolseiros”.

Para Carlos César, além das fontes hidrotermais (recentemente classificadas pela União Europeia como Sítio de Interesse Comunitário), o mar dos Açores “é repositório de uma assombrosa riqueza em recursos com potencial valor económico, científico e cultural, que vão desde os recursos haliêuticos aos recursos minerais, passando pelo rico património arqueológico submerso e pela diversidade dos genomas dos organismos que povoam o mar”.

Para o presidente do executivo açoriano, o potencial de desenvolvimento que estes recursos representam precisa de ser “rapidamente apropriado pelos açorianos, sob pena de outros o fazerem”.

Já o reitor da Universidade dos Açores, Avelino Menezes, considerou que a inauguração das novas instalações do DOP constitui “motivo de júbilo” para toda a academia açoriana e dá finalmente corpo à “tripolaridade” consagrada desde a criação da academia, em 1976, mas posta em causa durante mais de 30 anos. A Universidade dos Açores desenvolve-se em três pólos, localizados em Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta.

Avelino Meneses manifestou o desejo de que a Horta se mantenha como um “pólo de investigação científica” e que possa a vir a ter uma Escola de Pós-Graduação Internacional em Ciências do Mar.

As novas instalações do DOP, no antigo Hospital Valter Bensaúde, envolveram um investimento de 6,2 milhões de euros, financiado pelo Governo da República, pelo Governo dos Açores e por fundos comunitários, ao abrigo do programa Pro-Convergência.



ADENDA: Rod Stewart faz hoje 65 anos - recordemos a data com uma música adequada ao post:

 

sábado, janeiro 09, 2010

Sobre o prato de lentilhas que (alguns) sindicatos de docentes aceitaram...

...não me apetece dizer muita coisa. Apenas isto: em troca de coisas simbólicas e de novas rondas de negociações, que sabe-se lá o que darão, lixaram os professores mais novos e o ambiente nas Escolas. E não me digam que não podiam fazer melhor - não havia um Sindicato que dizia que no seguinte ia ao Parlamento resolver o problema? Não era apenas de um mês o prazo para a negociação? Gostaria era que, desta vez, os Sindicatos consultassem os professores, como fizeram o "acordo que não era bem um acordo", também apelidado de Memorando de Entendimento, em 15 de Abril de 2008...

E agora que já desabafei uma música apropriada para o momento:




Falhas todos temos
Mas crónicos remorsos são por demais indesejáveis
Se agiste mal corta essa
Mas tenta pensar melhor da próxima vez
Não te deixes cair em tentações melancólicas
Porque rebolar no lodo só serve
para te sujares

Notícia sobre o Menino do Lapedo

Dentes do menino do Lapedo são "pouco modernos"

A análise aos dentes do menino do Lapedo aproximam este exemplar de hominídeo do Paleolítico Superior encontrado em Dezembro de 1998, em Leiria, mais dos Neandertais do que dos homens modernos.


É esta a conclusão de um artigo publicado esta semana na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS), e assinado por uma equipa internacional de que fazem parte os investigadores portugueses João Zilhão e Cidália Duarte, a par com o especialista norte-americano Erik Trinkaus, da Universidade de Washington.

Tanto Zilhão como Trinkaus protagonizaram desde o achado do Lapedo uma acesa discussão na comunidade científica internacional ao defenderem que a criança provava que Neandertais e os primeiros homens modernos não só coexistiram como procriaram. E que aquele achado era a prova disso.

Do outro lado da barricada estão outros nomes sonantes da arqueologia, como os espanhóis Juan Luis Arsuaga, co-director de investigação da importante jazida fóssil da serra de Atapuerca, em Espanha, e Carles Lalueza-Fox, da Universidade de Barcelona, que afirmam que, mesmo sendo mestiça, a criança do Lapedo não prova nada em relação à evolução do homem moderno. E continuam a acreditar que os Cro-Magnons, os primeiros homens modernos, substituíram por completo os Neandertais, sem miscigenação. A revista PNAS foi, aliás, palco da publicação de vários artigos sobre este lado da discussão.

Mas Zilhão e Trinkaus voltam agora ao ataque: "Esta nova análise dos dentes da criança do Abrigo do Lagar Velho [sítio onde foi encontrado] traz um conjunto de informação nova e mostra que estes primeiros homens modernos não eram tão modernos como isso", diz João Zilhão. A equipa descreve que os dentes da frente da criança eram muito subdesenvolvidos para serem considerados de um homem moderno. E que tinham uma formação diferente da dos homens modernos, com mais dentina, o tecido logo abaixo do esmalte do dente, e com mais polpa, a parte nervosa responsável pela nutrição do dente. Tinham também muito menos esmalte.

"O estudo confirma que a anatomia da criança do Lagar Velho, nomeadamente a dentição, não coincide com os primeiros ou com os mais recentes homens modernos e só se encontra entre os Neandertais", insistem os investigadores.

A criança do Lapedo, que teria quatro a cinco anos à altura da morte, datada de há 30 mil anos, é um tesouro para a arqueologia na medida em que tem 90 por cento do esqueleto intacto. A análise aos dentes foi feita com recurso a microtomografia e reconstrução tridimensional, diz a equipa no artigo.

Adornos milenares

No mesmo número da PNAS, João Zilhão assina um segundo artigo sobre um tema que tem fascinado a arqueologia: quando é que a humanidade começou a usar adornos, jóias e maquilhagem?

Em 2006, uma equipa britânica descobriu na Argélia vestígios de conchas para fazer colares com 100 mil anos.

Mas Zilhão afirma neste novo artigo que estas manifestações de pensamento simbólico eram partilhadas com os Neandertais chegados à Europa, depois de ter descoberto vestígios de adornos e de pigmentação para uso ornamental numa jazida espanhola datada de há 50 mil anos.

sexta-feira, janeiro 08, 2010

XV Olimpíadas do Ambiente


Muitas escolas, entre as quais a minha, vão participar, no dia 14 de Janeiro, na 1ª eliminatória das XV Olimpíadas do Ambiente, entre as 14.30 e as 15.15 horas. Para saberem mais e se preparem, podem consultar:



ADENDA: faz hoje 70 anos o Professor Doutor Manuel Maria Godinho, que foi um memorável professor dos Geopedrados...! Para ele e para a sua família os nossos parabéns.

O Rei nasceu há 75 anos!



Devil in Disguise

You look like an angel
Walk like an angel
Talk like an angel
But I got wise
You're the devil in disguise
Oh yes you are
The devil in disguise

You fooled me with your kisses
You cheated and you schemed
Heaven knows how you lied to me
You're not the way you seemed

You look like an angel
Walk like an angel
Talk like an angel
But I got wise

You're the devil in disguise
Oh yes you are
The devil in disguise

I thought that I was in heaven
But I was sure surprised
Heaven help me, I didn't see
The devil in your eyes

You look like an angel
Walk like an angel
Talk like an angel

But I got wise
You're the devil in disguise
Oh yes you are
The devil in disguise

You're the devil in disguise
Oh yes you are
The devil in disguise
Oh yes you are
The devil in disguise

Teoria e Crença

Post do Blog De Rerum Natura, de Helena Damião - texto na sequência de outro intitulado A construção das ciências.


Percebi, ao longo do ano Darwin, que muitos estudantes universitários diziam nunca terem estudado a teoria da evolução, e que aqueles que diziam tê-la estudado punham-na em pé de igualdade epistemológica com a explicação criacionista.

Partindo do princípio que tais respostas não decorrem do acaso, procurei saber o que se passa no nosso sistema educativo que condiciona esta última circunstância depois de alertada por um estudante para que essa paridade entre uma teoria com provas dadas e uma mera crença se deveria ao facto de, em manuais escolares de Biologia do Ensino Secundário, ambas serem apresentadas como teorias e com igual destaque.

Num primeiro momento, falei com Palmira Silva (que, neste blogue, tem feito a clara e oportuna denúncia da infiltração do criacionismo nos currículos escolares) que me indicou um de livro a que deu destaque no De Rerum Natura: Evolução e Criacionismo: uma relação impossível da autoria de A. Gaspar, de T. Avelar e de O. Mateus (mais propriamente, o Capítulo 6 - Criacionismo e Sociedade no Século XX -, sobretudo as páginas 158-159). Falei também com professores de Biologia. De seguida, analisei o programa e alguns manuais (de estudo e de preparação para exames).

Em resultado desta averiguação, penso ter compreendido a referida “concepção alternativa” dos estudantes (eufemismo para designar concepções erradas de fenómenos e da sua explicação que têm uma elucidação aceite pela comunidade científica).

1. Começo pelo Programa de Biologia e Geologia para os 11.º ou 12.º anos dos Cursos Científico-Humanísticos de Ciências e Tecnologias (2003). A unidade 7 é dedicada à Evolução Biológica. O tópico 2 refere-se aos Mecanismos de Evolução, incluindo dois sub-tópicos: Evolucionismo vs Fixismo e Selecção natural, selecção artificial e variabilidade.

Suponho que para orientar os professores, encontra-se, na página 11, um quadro cujo título é: Como é que a Ciência e a Sociedade têm interpretado a grande diversidade dos seres vivos?

Trata-se de um título que, como se sabe, ganha sentido no âmbito da Perspectiva CTS (Ciência-Tecnologia-Sociedade) e CTSA (Ciência-Tecnologia-Sociedade-Ambiente), mas que, apesar de se ter imposto ao nível do curricular, não deixa de ser questionável.

É evidente que a ciência, neste caso a Biologia, não se pode desligar da sociedade em que emergiu e se tem desenvolvido, mas esta é uma reflexão de carácter epistemológico, e o que se deve destacar quando se ensina e se aprende ciência são os conhecimentos científicos e as capacidades que a abordagem científica permite desenvolver.

Assim, em Biologia, não pode ser dado destaque semelhante à perspectiva sociológica e científica, como sugere o referido título, sob pena de se retirar especificidade a esta última, no contexto disciplinar em que inequivocamente o devia ter.

Tal não impede, obviamente, a contextualização das teorias científicas que se pretende que os alunos aprendam, bem pelo contrário as suas vantagens afiguram-se óbvias. No caso da teoria da evolução, será de todo o interesse que conheçam a sociedade onde o trabalho de Charles Darwin teve lugar, o acolhimento que recebeu na altura, posteriormente e no presente, etc. Mas tudo isso são aspectos que concorrem para que os alunos compreendam melhor a teoria e a sua importância no seio da ciência e do saber que, como seres humanos, conseguimos conquistar.

2. Nesse mesmo quadro (aspecto 2, à direita) está escrito algo muito inquietante: “Não há consenso sobre as causas da diversidade dos seres vivos. As teorias evolutivas explicam essa diversidade pela selecção dos organismos mais adaptados, razão pela qual as populações se vão modificando.”

No livro em referência assinala-se que a "expressão não há consenso, apesar de se reportar a mecanismos evolutivos, pode transmitir a ideia, sobretudo nas mãos de professores menos bem preparados, de que a falta de consenso se aplica à evolução propriamente dita" (página 158).

Até porque, e isto também se salienta no livro, na coluna relativa aos Conteúdos atitudinais, evidencia-se a necessidade de "reconhecimento de que o avanço científico tecnológico é condicionado por contextos (ex. sócio-económicos, religiosos, políticos...), geradores de controvérsias, que podem dificultar o estabelecimento de posições consensuais."

Entendo, pois, que o comentário dos autores tem a maior pertinência, porquanto tal expressão, tão cara ao pensamento pós-moderno que nos envolve, constitui uma fonte de equívocos epistemológicos. Efectivamente, muitos são os que consideram que o consenso científico não decorre só nem principalmente de evidências empíricas, de factos objectivos, mas de uma espécie de acordo mais ou menos retórico entre os cientistas quando é preciso decidir o que é a verdade. Acordo esse que, nesta medida, se encontrará marcado pelas mais variadas dinâmicas e interesses sociais.

3. A mistura das perspectivas sociológica e científica acentua-se quando, no referido programa, se recomenda a "construção de opiniões fundamentadas sobre diferentes perspectivas científicas e sociais (filosóficas, religiosas...) relativas à evolução dos seres vivos”.

Pergunta-se no livro: "o que quererá dizer isto? Que o professor deverá ensinar a perspectiva da religião ou da filosofica sobre a evolução numa aula de ciência? (página 158).

A interpretação que faço da frase, coincide com a dos autores: é que se deve ensinar a teoria da evolução bem como explicações de outro teor epistemológico, pois só assim os alunos ficarão aptos a construírem “opiniões fundamentadas sobre diferentes perspectivas científicas e sociais (filosóficas, religiosas...) relativas à evolução dos seres vivos”. Sublinho que a minha interpretação decorre do uso das palavras opinião e fundamentada que me parecem cruciais… Na verdade, não há opiniões fundamentadas sem um conhecimento profundo do objecto ou objectos em relação aos quais se pede aos sujeitos que se pronunciem, requerendo-se, neste caso, um conhecimento aprofundado e equilibrado de teorias e de crenças.

4. Ainda no mesmo quadro 7 verifico uma curiosa coluna que foi designada por “Evitar”, na qual se pode ler: (evitar) “O estudo pormenorizado das teorias evolucionistas” e “A abordagem exaustiva dos argumentos que fundamentam a teoria evolucionista”.

Mais uma vez recorro a comentário patento no livro: "parece uma opção inquietante que pode comprometer a solidez dos alicerces do conhecimento das ciências naturais" (página 159).

Sim, parece, de facto, uma opção inquietante, até porque, se dúvidas ainda restassem quanto ao destaque a dar à teoria da evolução face a interpretações religiosas ou outras, elas ficariam aqui esclarecidas: é de evitar, no ensino secundário, pormenorizar, fazer uma abordagem exaustiva do evolucionismo na disciplina de… Biologia.

5. A análise que fiz de manuais, que não representam a totalidade dos que existem, confirmou esta enigmática orientação programática? Devo dizer que os que consultei vão nesse sentido.

Naqueles em que me detive aborda-se o criacionismo e outras explicações não científicas, abordam-se também teorias científicas que precederam a de Darwin (como é o caso da de Lamarck). O problema é o destaque: enquanto uns (os de estudo) tendem a referir estas explicações e teorias para fazer um enquadramento do evolucionismo; outros (os de revisão e preparação para exames) destinam semelhante número de caracteres a todas as abordagens, científicas ou não.

6. O mais grave que vi em ambos os tipos de manuais foi, no entanto, a utilização da designação teoria reportada ao criacionismo e ao evolucionismo. Além de, mais uma vez, se assemelhar ciência e crença, o que sob o ponto de vista epistemológico é um erro lamentável, tal decisão acarreta consequências óbvias: induzem-se os alunos na confusão que detectei e que motivou este texto.

Referência completa do texto citado: Gaspar, A., Avelar, T. & Mateus, O. (2007). Criacionismo e Sociedade no Séc. XX. In Evolução e Criacionismo: Uma Relação Impossível. Lisboa: Quasi, páginas 133-160.

quinta-feira, janeiro 07, 2010

e-escolas e magalhães - pouco a pouco cai o véu

Queremos um Simplex para Palermas

A estória mal contada do impacto dos programas Magalhães, e-oportunidades e e-escolas começa, pouco a pouco, a cair como castelo de areia - quem era o parvo que dizia que os e-escolas e afins iriam levar-nos a outro patamar no uso de Internet ou número do PC's per capita? Eis alguns exemplos de dados bastante recentes que contrariam a propaganda oficial:



NOTA: citemos, só para os leitores também se puderem rir, um pedacinho da primeira notícia atrás referida, que dá um novo significado a expressões como novo-riquismo ou dar pérolas a porcos e nos permite perceber que as centenas de milhões de euros que o nosso governo, qual cópia de Valentim Loureiro em versão modernaça, investiu neste projecto, foram bem aproveitadas:

Entre 91 e 96 por cento das pessoas que aderiram aos vários programas das e.iniciativas já tinham computadores em casa, na sua grande maioria computadores de secretária, revela um estudo pedido pela Autoridade Nacional de Comunicações.

Segundo um estudo da KPMG, a pedido da Anacom, 86 por cento dos aderentes do programa e.professor já tinham acesso à Internet, números que descem para 82 por cento no caso do e.escolas e para 62 por cento no caso do e.oportunidades.

Humor galilaico

Humor no Blog De Rerum Natura:

Galileu descobriu os satélites de Júpiter há 400 anos!

Post conjunto com o Blog AstroLeiria:

Faz hoje 400 anos que Galileu Galilei se lembrou de apontar a sua fraca luneta para Júpiter e descobrir 3 (mais tarde quatro...) pequenas estrelinhas próximas - tinha descoberto os satélites ditos de Galileu.



Para ajudar, coloquei em cima facsimile do registo original (em cima e em italiano) do grande cientista e ainda uma foto actual, feita por uma sonda espacial, dos quatro satélites por si descobertos (em baixo, da esquerda para a direita, respectivamente - Io, Europa, Ganimedes e Calisto):

Curiosamente, embora fosse Galileu o autor da descoberta, não foi ele quem lhes deu o nome - a escolha deve-se a um obscuro astrónomo alemão...

Uma imagem da Nebulosa de Orion

Post roubado ao Blog De Rerum Natura:

PORTUGUÊS VENCE CONCURSO MUNDIAL COM FOTOGRAFIA DE UM BERÇO DE ESTRELAS



Uma imagem da Nebulosa de Orion (ao lado), que está entre 1300 a 1500 anos-luz da Terra e é conhecida por ser uma zona próspera na criação de estrelas, valeu ao engenheiro electrotécnico Luís Miguel Santo, de 34 anos, o primeiro prémio do concurso mundial de astrofotografia das Galilean Nights, um dos projectos-chave do Ano Internacional da Astronomia.

A fotografia, captada em finais de Outubro na Atalaia (Montijo), venceu a competição Beyond Earth (Para além da Terra), que reuniu imagens do Universo captadas por todo o globo. Os participantes foram desafiados a obter imagens dos objectos astronómicos estudados por Galileu Galilei, o cientista que há 400 anos protagonizou as primeiras observações do céu realizadas através de um telescópio.

"O objecto que Galileu observou e que escolhi foi a nebulosa de Orion, também conhecida como o objecto de Messier 42 (M42) e que está enquadrada com outra nebulosa (NGC1977), denominada na gíria Running Man (olhando na zona azul, e com alguma imaginação, vemos um indivíduo a correr, tal como o nome em inglês sugere). Existe ainda uma zona de concentração de estrelas denominada trapézio, pela sua disposição, que foi objecto de estudo de Galileu", explica Luís Miguel Santo.

"A Nebulosa de Orion (zona avermelhada em baixo na fotografia), pertence à constelação de Orion, e é denominada uma nebulosa de emissão (nuvem de gás ionizado que emite luz de várias cores) dada a presença, entre outros, de enormes quantidades de hidrogénio, a principal matéria-prima das estrelas. É uma zona conhecida como profícua na criação de estrelas. A nebulosa NGC1977 é uma nebulosa de reflexão; nuvens de poeira que simplesmente reflectem a luz de uma ou mais estrelas vizinhas, e como tal apresenta uma coloração azulada", revela o astrónomo amador.

Luís Miguel Santo foi um dos numerosos entusiastas que participaram em Portugal nas Noites de Galileu, entre 22 a 24 de Outubro de 2009. No total, 18 cidades desenvolveram perto de 50 actividades muito espaciais, transformando, uma vez mais, o país num dos mais dinâmicos.

Para o engenheiro electrotécnico, o prémio foi uma cereja no topo do bolo uma vez que captar uma fotografia dos astros para além da Terra não é fácil requerendo uma árdua aprendizagem. "O ritual de preparação e obtenção de uma astrofotografia tem algo que se lhe diga. Começa por preparar de antemão os objectos a fotografar, bem como definir os principais parâmetros de exposição, enquadramento, e montar o equipamento... Uma sessão normal inicia-se pelas 22h e pode terminar quando a estrela mais perto da terra dá a volta", frisa.

Ao contrário da fotografia tradicional, cada imagem em astrofotografia é composta por vários fotogramas (podendo durar tipicamente até 15 minutos por fotograma), incluindo a cor que tipicamente é obtida através de filtros distintos para o vermelho, o verde e o azul. Posteriormente, toda a informação contida nos diferentes fotogramas (luz e cor) é alinhada e calibrada de forma a obter apenas uma imagem a cores de maior detalhe, explica Luís Miguel Santo.

"A Astronomia é para mim um desafio que reúne duas paixões: fotografia e ciência. A Astronomia... tem um pouco de filosofia e é um exemplo importante na eterna procura do conhecimento, em especial o de olhar o Universo, cada vez mais longe, para perceber algo bem próximo... a própria Humanidade e a sua história", sublinha.

A imagem está aqui.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Uma bonita música para celebrar o Dia de Reis

Hoje, nalguns países, recorda-se as ofertas dos Reis Magos ao Deus Menino, oferecendo prendas. Aqui fica a minha aos amigos e leitores - uma canção de Taizé que eu cantei, nos anos oitenta, com mais de dez mil pessoas num ecuménico Encontro Europeu de Jovens organizado pela Comunidade de Taizé na cidade de Paris:




Ubi caritas et amor
Ubi caritas Deus ibi est


ADENDA
: tradução da letra, sem grandes preocupações linguísticas:
Onde houver caridade e amor
Onde houver caridade, Deus está lá

Reis Magos n'A Vida de Brian dos Monty Python's

PS - sim, eu sei, não é muito canónico nem ortodoxo trazer para a comemoração da data um filme destes gloriosos malucos, mas parece que o fim do mundo se aproxima e começa a valer tudo...

Mais duas canções de Llassa



Je n'ai pas peur
De dire que je t'ai trahi
Par pure paresse
Par pure mélancolie
Qu'entre toi
Et le Diable
J'ai choisi le plus
Confortable
Mais tout cela
N'est pas pourquoi
Je me sens coupable
Mon cher ami

Je n'ai pas peur de dire
Que tu me fais peur
Avec ton espoir
Et ton grand sens
De l'honneur
Tu me donnes envie
De tout détruire
De t'arracher
Le beau sourire
ET même ça
N'est pas pourquoi
Je me sens coupable
C'est ça le pire

Je me sens coupable
Parce que j'ai l'habitude
C'est la seule chose
Que je peux faire
Avec une certaine
Certitude
C'est rassurant
De penser
Que je suis sûre
Se ne pas me tromper
Quand il s'agit
De la question
De ma grande culpabilité

Je n'ai pas peur
De dire que j'ai triché
j'ai mis les plus pures
De mes pensées
Sur le marché
J'ai envie de laisser tomber
Toute cette idée
De "vérité"
Je garderais
Pour me guider
Plaisir et culpabilité




Why don't you ask me
How long I've been waiting
Set down on the road
With the gunshots exploding
I'm waiting for you
In the gloom and the blazing
I'm waiting for you

I sing like a slave I know
I should know better
I've learned all my lessons
Right down to the letter
And still I go on like this
Year after year
Waiting for miracles
And shaking with fear

Why don't you answer
Why don't you come save me
Show me how to use
All these things
That you gave me
Turn me inside out
So my bones can save me
Turn me inside out

You've come this close
You can come even closer
The gunshots get louder
And the world spins faster
And things just get further
And further apart
The head from the hands
And the hands from the heart

One thing that's true
Is the way that I love him
The earth down below
And the sky up above him
And still I go on like this
Day after day
Still I go on like this

Now I've said this
I already feel stronger
I can't keep waiting for you
Any longer
I need you now
Not someday
When I'm ready
Come down on the road
Come down on the road

My name, my name
Nothing is the same
I won't go back
The way I came


PS - é bem verdade - morrem cedo os que os Deuses amam...

Cantares de Reis

Recorrendo à recolha de um amigo galego, aqui fica a tradicional música desse país irmão, com explicação prévia:

Os Cantares de Reis chamados nalgúns lugares da nosa xeografía como "reises" ou "aguinaldos", son pequenas composicións cantadas que tradicionalmente entonábanse divididas en dous grupos e que narran a historia do nacemento do neno Xesús maila chegada dos reis Magos a Belén coas súas reliquias.

Estas composicións adoitaban presentar tres partes: a petición de licencia pra o canto, a cantiga narrativa propiamente dita e finalmente, a petición de aguinaldo, que tradicionalmente consistía en algo de xantar ou doces pra montaren unha festa. En moitos lugares aparecía a figura máxica do Gaiteiro interpretando xotas e muiñeiras pra abri-la festa.

No video amósanse dous temas sonoros de execución espontánea: "Coplas de Nadal, Aninovo e Reises" (Soto-Ustre) e "Reises" (Hio) - localidades de Pontevedra. Contidos no disco de Alan Lomax "The Spanish Recordings: Galicia" - gravacións realizadas no ano 1952 -, o documento sonoro baseado nun criterio musicolóxico máis antigo de que se dispoñe da nosa música tradicional .



Dia de Reis - versão modernaça

Hoje é Dia de Reis, dia oito é Dia de Gays (não confundir...):



PS - para saudosistas, vejam estes antigos anúncios da TMN, agora tão actuais...






Recordar Lhasa de Sela

The singer Lhasa de Sela passed away in her Montreal home on the night of January 1st 2010, just before midnight.

She succumbed to breast cancer after a twenty-one month long struggle, which she faced with courage and determination.

Throughout this difficult period, she continued to touch the lives of those around her with her characteristic grace, beauty and humor. The strength of her will carried her once again into the recording studio, where she completed her latest album, followed by successful record launches in Montreal at the Théatre Corona and in Paris at the Théatre des Bouffes du Nord. Two concerts in Iceland in May were to be her last.

She was forced to cancel a long international tour scheduled for autumn 2009. A projected album of the songs of Victor Jara and Violeta Parra would also remain unrealized.

Lhasa de Sela was born on September 27, 1972, in Big Indian, New York.

Lhasa's unusual childhood was marked by long periods of nomadic wandering through Mexico and the U.S., with her parents and sisters in the school bus which was their home. During this period the children improvised, both theatrically and musically, performing for their parents on a nightly basis. Lhasa grew up in a world imbued with artistic discovery, far from conventional culture.

Later Lhasa became the exceptional artist that the entire world discovered in 1997 with La Llorona, followed by 2003's The Living Road, and 2009's self-titled LHASA. These three albums have sold over a million copies world-wide.

It is difficult to describe her unique voice and stage presence, which earned her iconic status in many countries throughout the world, but some Journalists have described it as passionate, sensual, untameable, tender, profound, troubling, enchanting, hypnotic, hushed, powerful, intense, a voice for all time.

Lhasa had a unique way of communicating with her public. She dared to open her heart on stage, allowing her audience to experience an intimate connection and communion with her. She profoundly affected and inspired many people throughout the cities and countries she visited.

An old friend of Lhasa's, Jules Beckman, offered these words:

"We have always heard something ancestral coming through her. She has always spoken from the threshold between the worlds, outside of time. She has always sung of human tragedy and triumph, estrangement and seeking with a Witness's wisdom. She has placed her life at the feet of the Unseen."

Lhasa leaves behind her partner Ryan, her parents Alejandro and Alexandra, her step-mother Marybeth, her 9 brothers and sisters (Gabriela, Samantha, Ayin, Sky, Miriam, Alex, Ben, Mischa and Eden), her 16 nieces and nephews, her cat Isaan, and countless friends, musicians, and colleagues who have accompanied her throughout her career, not to mention her innumerable admirers throughout the world.

Her family and close friends were able to mourn peacefully during the last two days, and greatly appreciated this meaningful period of quiet intimacy. Funeral and services will be held privately.

It has snowed more than 40 hours in Montreal since Lhasa's departure.




Lhasa de Sela: A nómada não canta mais
05.01.2010 - João Bonifácio


Lhasa de Sela, cantora de culto americana-mexicana que vivia no Canadá, morreu no primeiro dia deste ano, aos 37 anos. A mulher misteriosa dos discos era uma rapariga doce e esquiva, movida por um ímpeto criativo muito distante das normas habituais da indústria

Tão repentinamente como surgiu também assim partiu: Lhasa de Sela, cantora e compositora nascida em Nova Iorque, mas profundamente influenciada pela cultura mexicana, faleceu no dia 1 de Janeiro deste ano, aos 37 anos de idade, de um cancro da mama, contra o qual lutava há 21 meses. Deixou pai, mãe, irmãos, sobrinhos, e um culto de fãs indefectíveis, reflectido no milhão de cópias que os seus três discos venderam.

Desde a primeira vez que a sua voz se ouviu em disco que Lhasa surgiu aos melómanos como um ser vindo de outro mundo. Do seu álbum de estreia, La Llorona, composto a meias com o magnífico músico Yves Desroisiers, constavam apenas baladas cambaleantes, que versavam mitos pagãos mexicanos, amores de faca e alguidar, o sangue, a morte e as cartas que trazem a fortuna e a desgraça e nos traçam o destino.

Era um disco centrado na guitarra acústica de Desroisiers, com apontamentos de acordeão e banjo, mas que estava longe de ser "bonitinho", muito por força da voz de Lhasa, que dominava - ou assombrava, se quisermos ser exactos - cada canção: possuidora de uma voz grave mas ampla, Lhasa tão depressa conseguia soar ébria como apaixonada como vingativa como sensual. La Llorona cantava os mais velhos dos assuntos e Lhasa cantava-os como se existisse desde sempre, como se aquelas canções estivessem ali, há séculos, à espera de serem ouvidas. Não parecia ter 26 anos: parecia ser mais velha que Chavela Vargas, a diva mexicana com quem na altura foi comparada. Podia ter uma voz de veludo, mas aquele veludo conhecia todo o tipo de nódoas.

Irrequietude natural

O êxito de La Llorona foi rápido e surpreendente, em particular tendo em conta que em 1997 o mundo não estava propriamente virado para canções acústicas cantadas em espanhol. Mas além das canções, a própria Lhasa contribuiu para o sucesso do disco: não só era tremendamente bonita como tinha igualmente uma história pessoal incomum que contribuiu, nesses dias pré-YouTube, para o mito de "mulher misteriosa" que sempre a seguiu.

Filha de pai mexicano e mãe americana-judia-libanesa, Lhasa não cresceu como a maior parte das raparigas. Os seus pais eram nómadas, e ela passou os primeiros anos de vida com eles e os irmãos on the road entre os Estados Unidos e o México. Todas as noites, em vez de ver televisão, os irmãos faziam um teatrinho ou cantavam. Isto marcou-a ao ponto de após a digressão de La Llorona se ter juntado a um circo em França.

A sua história de vida valeu-lhe o epíteto "cantora nómada", mas quem teve oportunidade de privar com ela tem a impressão de o nomadismo não se dever a uma qualquer mania aventureira, antes a uma irrequietude natural e à incapacidade de conviver com a indústria musical. Numa entrevista à Roots World, na altura do lançamento do seu segundo disco, The Living Road, em 2003, Lhasa confessava que depois da digressão do primeiro disco abandonara tudo para ir para França porque se sentia "a morrer". "Fiz tudo menos rapar o cabelo e tornar-me freira", acrescentou. A vida no circo, rodeada de alguns dos irmãos, era simples e repleta de tarefas, o que lhe agradava: "Acordo todos os dias com a minha sobrinha a dizer-me que me ama", dizia, com candura.

The Living Road era um disco mais complexo, com guitarras, banjos, melódicas. Mesmo sendo um disco mais opulento, com arranjos imaculados, soava ainda a uma carroça a desconjuntar-se na beira de uma estrada poeirenta, e voltou a merecer os encómios da crítica.

Vasco Sacramento, produtor musical, convidou então Lhasa para uma digressão em Portugal por alturas do seu segundo disco, The Living Road, digressão que na altura acompanhámos. Sacramento disse ontem, numa nota à imprensa, que "Lhasa de Sela não estava interessada no estrelato, na fama ou no dinheiro". Acrescentou ainda que Lhasa "parecia que cantava apenas por imperativo de consciência, sem grandes preocupações com estratégia de mercado", antes de lembrar, num toque mais pessoal, que Lhasa lhe falava sempre do bacalhau que comera em Xabregas.

Intensidade assustadoraLembramo-nos do bacalhau em Xabregas, mas acima de tudo confirmamos essa impressão de que Lhasa cantava apenas por imperativo de consciência. Lhasa revelou-se ao início uma mulher distante, sempre acompanhada dos seus cadernos, com dificuldade em posar para fotografias. Não gostava que lhe fizessem muitas perguntas e no entanto, uma vez ganha a sua confiança, percebia-se que a sua distância era uma timidez congénita.

Tinha o hábito de ouvir mais que falar e observava tudo à sua volta com uma intensidade que podia ser assustadora. Sabia deixar-se aproximar (deixou-nos conversar com a sua mãe, em quem depositava extrema confiança), mas precisava do seu momento de isolamento: antes do concerto da Aula Magna arranjou um cantinho onde fazer ioga sem ser perturbada pela banda ou por jornalistas - só a mãe podia estar ali com ela. Era sem dúvida reservada e intensa e tão doce quanto, ao que nos pareceu, assustada.

O terceiro disco, Lhasa, do ano passado, cantado em inglês, nunca foi devidamente promovido e já foi afectado pelas condições de saúde. Por esta altura já Lhasa colaborara com os Tindersticks e com Arthur H, cantor francês, e era um nome mais que firmado. Segundo os seus representantes, Lhasa, que só conseguia fazer o que queria, como queria e quando percebia o que verdadeiramente queria, tinha planos de fazer um disco com temas de Violeta Parra e Victor Jara.

A andarilha morreu. O seu site, lhasadesela.com, abre com uma fotografia dela, de costas, o rosto encoberto pelo cabelo a esvoaçar ao vento. Em fundo há uma longa estrada. O salmo dizia: "Não serás como a palha que o vento leva." Lhasa teve a coragem de o ser, e foi maior por isso.

Morreu Lhasa de Sela

Lhasa de Sela (27 de Setembro de 1972 - 1 de Janeiro de 2010) foi uma cantora nascida na pequena cidade de Big Indian, no estado de Nova Iorque, em 1972, e tendo-se mudado para o Quebec, Canadá.

Sua ascendência era de um lado mexicana e de outro americano-judeu-libanesa. Filha de um professor, não convencional, que percorria os EUA e o México, difundindo o conhecimento, e de uma fotógrafa. Assim, passou sua infância, de maneira nómada, junto com seus pais e suas três irmãs.

Sua obra musical mescla tradição mexicana, klezmer e rock e é cantada em três idiomas : espanhol, francês e inglês.

Faleceu a 1 de Janeiro de 2010, em Montreal, Canadá, vítima de cancro da mama.





De Cara a la Pared

Llorando ...
De cara a la pared,
Se para la ciudad.
Llorando ...
Y no hay más,
Muero quizás.
Ha! Dónde estás ?

Soñando ...
De cara a la pared,
Se quema la ciudad.

Soñando ...
Sin respirar,
Te quiero amor.
Te quiero amor.

Rezando ...
De cara a la pared,
Se hunde la ciudad.

Rezando ...
Santa María,
Santa María,
Santa María.

Muriendo...

segunda-feira, janeiro 04, 2010

O estranho caso do senhor que nasceu no dia de Natal e que faz anos hoje


Hoje, relembra-nos o Google (com a a imagem anterior - mais um Google Doodle), faz anos Sir Isaac Newton, recorrendo à ilustração da fantasiosa ideia de que a Lei da Gravitação Universal lhe surgiu quando, estando no campo para fugir a um surto de peste que grassava em Londres, lhe caiu uma maçã em cima enquanto dormitava debaixo de uma macieira.

Curiosamente, embora tendo nascido em 4 de Janeiro de 1643, no seu dia da nascimento comemorava-se o Natal no seu país, pois a protestante Albion ainda não tinha aceite o católico calendário gregoriano (o mesmo que ainda hoje usamos e que é universal), o que deu origem a este equívoco e a outros - um dos mais engraçados é o episódio sueco do famoso dia 30 de Fevereiro, também conhecido como Dia de São Nunca...

Isaac Newton


Mas, hoje, o importante é recordar o cientista - usemos a Wikipédia para tal:

Sir Isaac Newton (Woolsthorpe, 4 de Janeiro de 1643 — Londres, 31 de Março de 1727) foi um cientista inglês, mais reconhecido como físico e matemático, embora tenha sido também astrónomo, alquimista, filósofo natural e teólogo.

A sua obra, Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, é considerada uma das mais influentes em História da ciência. Publicada em 1687, esta obra descreve a lei da gravitação universal e as três leis de Newton, que fundamentaram a mecânica clássica.

Ao demonstrar a consistência que havia entre o sistema por si idealizado e as leis de Kepler do movimento dos planetas, foi o primeiro a demonstrar que o movimento de objectos, tanto na Terra como em outros corpos celestes, são governados pelo mesmo conjunto de leis naturais. O poder unificador e profético de suas leis era centrado na revolução científica, no avanço do heliocentrismo e na difundida noção de que a investigação racional pode revelar o funcionamento mais intrínseco da natureza.

Em uma pesquisa promovida pela instituição Royal Society, Newton foi considerado o cientista que causou maior impacto na história da ciência. De personalidade sóbria, fechada e solitária, para ele, a função da ciência era descobrir leis universais e enunciá-las de forma precisa e racional.

(...)

Universidade e resumo das suas realizações

Newton estudou no Trinity College de Cambridge, tendo-se graduado em 1665. Um dos principais precursores do Iluminismo, seu trabalho científico sofreu forte influência de seu professor e orientador Barrow (desde 1663), e de Schooten, Viète, John Wallis, Descartes, dos trabalhos de Fermat sobre rectas tangentes a curvas; de Cavalieri, das concepções de Galileu Galilei e Johannes Kepler.

Em 1663, formulou o teorema hoje conhecido como Binômio de Newton. Fez suas primeiras hipóteses sobre gravitação universal e escreveu sobre séries infinitas e o que chamou de teoria das fluxões (1665), o embrião do Cálculo Diferencial e Integral. Por causa da peste negra, o Trinity College foi fechado em 1666 e o cientista foi para casa de sua mãe em Woolsthorpe. Foi neste ano de retiro que construiu quatro de suas principais descobertas: o Teorema Binomial, o cálculo, a Lei da Gravitação Universal e a natureza das cores. Construiu o primeiro telescópio de reflexão em 1668, e foi quem primeiro observou o espectro visível que se pode obter pela decomposição da luz solar ao incidir sobre uma das faces de um prisma triangular transparente (ou outro meio de refracção ou de difracção), atravessando-o e projectando-se sobre um meio ou um anteparo branco, fenómeno este conhecido como Dispersão Luminosa. Optou, então, pela teoria corpuscular de propagação da luz, enunciando-a em (1675) e contrariando a teoria ondulatória de Huygens.

Tornou-se professor de matemática em Cambridge (1669) e entrou para a Royal Society (1672). Sua principal obra foi a publicação Philosophiae Naturalis Principia Mathematica (Princípios matemáticos da filosofia natural - 1687), em três volumes, na qual enunciou a lei da gravitação universal (3º volume), generalizando e ampliando as constatações de Kepler, e resumiu suas descobertas, principalmente o cálculo. Essa obra tratou essencialmente sobre física, astronomia e mecânica (leis dos movimentos, movimentos de corpos em meios resistentes, vibrações isotérmicas, velocidade do som, densidade do ar, queda dos corpos na atmosfera, pressão atmosférica, etc).

De 1687 a 1690 foi membro do Parlamento Britânico, em representação da Universidade de Cambridge. Em 1696 foi nomeado Warden of the Mint e em 1701 Master of the Mint, dois cargos burocráticos da casa da moeda britânica. Foi eleito sócio estrangeiro da Académie des Sciences em 1699 e tornou-se presidente da Royal Society em 1703. Publicou, em Cambridge, Arithmetica universalis (1707), uma espécie de livro-texto sobre identidades matemáticas, análise e geometria, possivelmente escrito muitos anos antes (talvez em 1673).

domingo, janeiro 03, 2010

O país do faz de conta

Armando Vara e Robalo Dourado, dois amigos impedidos de manter contacto
Inquérito-crime arquivado por indisponibilidade dos serviços
Godinho extraiu areia ilegalmente e enterrou entulho nos buracos

Uma das empresas de Manuel José Godinho, o principal arguido do processo Face Oculta e o único em prisão preventiva, extraiu ilegalmente areia num terreno em Ovar, tendo enchido os buracos criados com "cargas de terra e entulho vindos de outros locais".

Os factos fazem parte de um auto de notícia levantado pela GNR em Março de 2007 e que deram origem à aplicação de duas coimas, dois anos depois. A primeira, de oito mil euros, foi determinada pela Inspecção-Geral do Ambiente e Ordenamento do Território (IGAOT) em Janeiro e a outra, de três mil euros, foi aplicada pela Câmara Municipal de Ovar, em Junho.

O empresário de Esmoriz só pagou a última, tendo contestado em tribunal a de valor mais alto. Entretanto, foi também aberto um inquérito por suspeitas de crime ambiental, que acabou arquivado em Maio de 2008. Ainda por decidir está o recurso da contra-ordenação aplicada pela IGAOT, pendente no Tribunal de Ovar.

Segundo o auto da GNR, a polícia recebeu uma denúncia relativa à extracção ilegal de inertes na Zona Industrial de Ovar, onde está hoje localizada a maior empresa de Godinho, a O2 - Tratamentos e Limpezas Ambientais. Em finais de Novembro, agentes que se deslocaram ao local verificaram que se procedia à extracção de areia e que os buracos eram preenchidos com terra e que podia "verificar-se alguns resíduos, entre os quais tubos de plástico e outros, que ficavam entranhados no solo", lê-se no auto. A GNR voltou ao local três vezes, tendo verificado que a extracção continuava e que a mesma não estava autorizada, sendo, por isso, ilegal.

A 16 de Dezembro de 2006, uma equipa de protecção da natureza da GNR faz uma acção de fiscalização conjunta com inspectores tributários, da Segurança Social e de elementos da Autoridade para as Condições do Trabalho.

"Constatou-se a existência de montes de entulho/terra, provenientes de outros locais, colocados estrategicamente de forma a tapar os locais onde antes se tinha extraído areia." O terreno tinha sido remexido num comprimento de 245 metros por 85 metros de largura e o local onde se efectuavam as extracções apresentava 15 metros de profundidade.

O facto de a empresa não ter assegurado a correcta gestão dos resíduos, levou a IGAOT a aplicar-lhe uma coima de oito mil euros. A autarquia de Ovar puniu a empresa Manuel J.Godinho - Administrações Prediais com uma multa de três mil euros devido à "exploração de massas minerais sem licença", desvalorizando a defesa apresentada pelo empresário, que alegava que apenas dera instruções para nivelar e terraplenar o local. O facto de o terreno pertencer a uma das empresas de Godinho, a licença de construção estar no nome de outra e os funcionários que trabalhavam serem ainda de outra levou a câmara a considerar que havia a intenção de enganar as autoridades.

"Verifica-se haver um aproveitamento da situação com vista a criar nos fornecedores e clientes e, em geral, naqueles que com as empresas contactam uma confusão sobre com quem efectivamente se está a lidar, de forma a que cada uma dessas empresas possa assacar culpas a uma outra. Tal procedimento é demonstrativo de que a arguida age com dolo, com a intenção de enganar as autoridades e se eximir da responsabilidade", justifica a decisão.


2009 em filme - USA version


Podem não dar lucro, mas divertem-nos...

E, depois do que vimos aqui outro dia, a TAP e a ANA voltaram a fazer das suas:


sábado, janeiro 02, 2010

Vulcanismo no rift africano e ecologia

Erupção no Congo perto de refúgio de gorilas de montanha
02.01.2010

Um vulcão entrou em erupção no Parque Natural de Virunga, no Congo, local onde se refugiam cerca de 200 dos últimos 720 gorilas de montanha do mundo.

Segundo Feller Lutahichirwa, director do parque citado pela Associated Press, o vulcão Nyamulagira terá começado a expelir lava durante esta madrugada.


A área afectada não tem praticamente quaisquer habitantes, mas a situação "causa grande preocupação", pelo que já foram enviados para o local alguns guardas florestais, que monitorizarão as correntes de lava. Segundo Lutahichirwa, na área afectada até ao momento não existirão muitos gorilas de montanha.

sexta-feira, janeiro 01, 2010

Há 70 anos Torga escrevia este poema, na prisão...


ARIANE


Ariane é um navio.
Tem mastros, velas e bandeira à proa,
E chegou num dia branco, frio,
A este rio Tejo de Lisboa.

Carregado de Sonho, fundeou
Dentro da claridade destas grades...
Cisne de todos, que se foi, voltou
Só para os olhos de quem tem saudades...

Foram duas fragatas ver quem era
Um tal milagre assim: era um navio
Que se balança ali à minha espera
Entre as gaivotas que se dão no rio.

Mas eu é que não pude ainda por meus passos
Sair desta prisão em corpo inteiro,
E levantar âncora, e cair nos braços
De Ariane, o veleiro.


in Diário I - Miguel Torga (Prisão do Aljube - Lisboa, 1 de Janeiro de 1940)

7 maravilhas naturais portuguesas


Candidaturas para “7 Maravilhas Naturais de Portugal” até 4 de Janeiro de 2010

A New 7 Wonders Portugal está a desenvolver um levantamento exaustivo dos locais naturais a considerar para o processo de votação, uma lista longa de cerca de 800 locais que serão conhecidos no início de 2010. Devido ao elevado nível de candidaturas e ao interesse demonstrado pela maioria das autarquias do país, a organização decidiu alargar o prazo de candidaturas até 4 de Janeiro de 2010.

Para candidatar um ou mais locais, as autarquias apenas têm que enviar um formulário com o nome do local, categoria em que se insere, organismo responsável pela candidatura, contactos e uma breve descrição do local nomeado.

“Este é um projecto que requer o envolvimento das autarquias na divulgação e promoção do seu património natural. O reconhecimento e impacto turístico-económico deste tipo de iniciativas não estão a deixar nenhum organismo indiferente!”, afirma Luís Segadães, presidente da New 7 Wonders Portugal.

Após terminado o levantamento exaustivo do património natural a considerar, a organização vai criar um painel de 77 especialistas, representantes das várias áreas científicas e com representatividade geográfica nacional, para chegar a uma short list de 77 locais naturais préfinalistas.

Posteriormente um painel de 21 personalidades notáveis do nosso país irá escolher as 21 Maravilhas finalistas, as quais serão apresentadas para votação pública a 7 de Março de 2010.

Nesta lista de 21 Maravilhas finalistas terá que estar presente, no mínimo, um finalista de cada uma das sete regiões do país: Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira. Desta forma, a New 7 Wonders Portugal assegura a representatividade geográfica do país.

A votação, auditada pela PricewaterhouseCoopers, termina a 7 de Setembro de 2010 e as “7 Maravilhas Naturais de Portugal” serão conhecidas no mesmo mês.


Fonte:



NOTA: parece-me que este fenómeno das maravilhas deve dar bastante lucro - cada candidatura paga 100 euros (mais IVA...), o processo de eleição é com chamadas pagas e os patrocinadores são generosos. Pena é que na lista faltem imensos Geomonumentos e Geo-Sítios e outros locais de interesse geológico - mas, a cem euros a peça e não havendo geólogos ou a mínima informação nas Câmaras Municipais sobre Geologia, o que era de esperar?!?

Música para iniciar bem o ano

Um dos grupos preferidos do meu marido, numa música imortal e apropriada à data:


Receita de Ano Novo

ano_novo1

Do Blog De Rerum Natura publicamos o seguinte post:

À beira de um novo ano, de uma nova década, e para os assinalar, publicamos um belo poema de Carlos Drummod de Andrade que recebemos da parte dum profundo conhecedor da poesia universal. Obrigada Paulo Rato.
Receita de ano novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo

cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,

Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido

(mal vivido talvez ou sem sentido)

para você ganhar um ano

não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,

mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;

novo

até no coração das coisas menos percebidas

(a começar pelo seu interior)

novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,

mas com ele se come, se passeia,

se ama, se compreende, se trabalha,

você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,

não precisa expedir nem receber mensagens

(planta recebe mensagens?

passa telegramas?)


Não precisa

fazer lista de boas intenções

para arquivá-las na gaveta.

Não precisa chorar arrependido

pelas besteiras consumidas

nem parvamente acreditar

que por decreto de esperança

a partir de janeiro as coisas mudem

e seja tudo claridade, recompensa,

justiça entre os homens e as nações,

liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,

direitos respeitados, começando

pelo direito augusto de viver.


Para ganhar um Ano Novo

que mereça este nome,

você, meu caro, tem de merecê-lo,

tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,

mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo

cochila e espera desde sempre.

Música velha para ano novo que parece velho

Como professor acho que isto ainda vai acabar mal - uma boa música, de um excelente cantor pouco divulgado, para relembrar tal facto:


Música para começar bem um ano novo




Zeca Afonso - Vejam Bem

Vejam bem
que não há só gaivotas em terra
quando um homem se põe a pensar
quando um homem se põe a pensar
Quem lá vem
dorme à noite ao relento na areia
dorme à noite ao relento no mar
dorme à noite ao relento no mar

E se houver
uma praça de gente madura
e uma estátua
e uma estátua de de febre a arder

Anda alguém
pela noite de breu à procura
e não há quem lhe queira valer
e não há quem lhe queira valer

Vejam bem
daquele homem a fraca figura
desbravando os caminhos do pão
desbravando os caminhos do pão

E se houver
uma praça de gente madura
ninguém vem levantá-lo do chão
ninguém vem levantá-lo do chão

Vejam bem
que não há só gaivotas em terra
quando um homem
quando um homem se põe a pensar

Quem lá vem
dorme à noite ao relento na areia
dorme à noite ao relento no mar
dorme à noite ao relento no mar


in
Cantares de Andarilho (1968)

quinta-feira, dezembro 31, 2009

Adeus Delfins!


Música para preparar um ano difícil



Cantiga do Desemprego - Fausto

Fumo um cigarro deitado no mês de Janeiro.
Fecho a cortina da vida, espreguiço em Fevereiro.
E procuro trabalho nesta esperança de Março.
Já me farta tanto Abril e aquilo que não faço.
Espreito por um funil a promessa de Maio,
porque esperar o prometido, nessa já não caio.
Queimo os dias de Junho no sol quente de Julho.
Esfrego as mãos de contente num sorriso de entulho.
Para teu grande desgosto, janto contigo em silêncio
e lentamente esquecido, digo-te adeus em Agosto.
Meu Setembro perdido numa esquina que eu roço.
E penso em Outubro o menos que posso.
Mas quando sinto a verdade daquilo que cansa,
nunca houve vontade do tempo de andança.
E sinto força em Novembro, juro luta em Dezembro.
E sinto força em Novembro, juro luta em Dezembro.

Melhor música do ano, segundo A Educação do meu Umbigo

Embora com algumas dúvidas (a música que ouço muitas vezes já tem uns anitos...) aqui fica a opção de Paulo Guinote, o responsável pelo blog A Educação do meu Umbigo:

Nacional, a uma enorme distância do resto:

Pontos Negros, Conto de Fadas de Sintra a Lisboa

Internacional, num ano muito bom em que qualquer selecção é algo arbitrário. Por isso, digam que sim.

Snow Patrol, Just Say Yes

Outros balanços se farão, assim o tempo seja caridoso.

Observação do Eclipse

Post em estereofonia com o Blog AstroLeiria:


(Clicar para aumentar - fonte Espenak/NASA)

Para quem esteja em Leiria, pode vir ter connosco até à Travessa da Rua das Olhalvas, como referimos em post anterior, bastando um e-mail (fernando.oliveira.martins@gmail.com) ou telefonema (960 081 251), isto o tempo (e S. Pedro) o permitir...

Para os restantes, há a hipótese de irem olhando para o céu, a ver se vêem a Lua. Este astro nasce à hora do pôr do Sol (cerca das 17.15 horas) e o nosso satélite levanta-se do horizonte no momento em que entra na penumbra (uma sombra difusa, difícil de observar...). Às 18.52 horas a Lua entra na sombra (aquilo a que os astrónomos chamam de umbra...) e, se olharem para a parte de baixo da Lua (Polo Sul) vêem essa mesma sombra, durante uma hora e dois minutos (sai da umbra às 19.54 horas). No seu ponto máximo (19.23 horas) somente cerca de 8% da Lua estará debaixo da sombra da Terra. O final do eclipse é às 21.30 horas, mas, depois das 19.54 horas, não há nada para ver...

Recordar os Delfins

Uma banda da qualidade dos Delfins nunca acaba - fica apenas nos discos, nos filmes e no coração dos seus admiradores...


Lua azul

Post em estereofonia com o Blog AstroLeiria:

Hoje é dia de eclipse e de Lua azul! Esta última expressão refere-se ao facto de haver duas luas cheias nesse mês (pois, em Dezembro de 2009, houve Lua Cheia a 2 de Dezembro e há novamente a 31 de Dezembro...).

Recordemos este raro evento (ainda mais raro porque associado a um eclipse...) com uma curiosa música de Amália Rodrigues:


quarta-feira, dezembro 30, 2009

Más notícias musicais

Amanhã os Xutos não tocam, porque o seu líder Zé Pedro teve uma hemorragia digestiva alta... e os Delfins (do cantor Miguel Ângelo) acabam oficialmente, com um concerto, como tinha de ser, na baía de Cascais.

Assim uns estão doentes e outros vão-se embora.

Para recordar a minha banda pop portuguesa preferida, apenas um vídeo:



PS - quem está em alta é o João Cabeleira, o melhor guitarrista português e colega de banda do Zé Pedro nos Xutos, que arranjou uma esposa muito simpática e prendada, que até gosta de fazer a lide de casa descalça até ao pescoço, como dizia o Solnado.

Música que me apetece ouvir depois das negociações da Ministra da Educação

E há para a escolha...



Boa

Boa, ela era boa
Boa, como era boa

Boa doce ao amanhecer
Boa quente ao entardecer

Boa, como era boa

Boa tipo tentação
Boa tipo aceleração

Ela era boa
Como era boa

Boa é a estrada, não posso parar
Boa é a estrada, boa era ela

Boa, ela era boa
Boa, como era boa

Boa cerveja, boa companhia
Ficava lá até nascer o dia

Boa, como era boa

Boa tipo tentação
Boa tipo aceleração

Ela era boa
Como era boa

Boa é a estrada, não posso parar
Boa é a estrada, boa era ela

Boa, ela era boa
Boa, como era boa

Boa mudança, bom é o caminho
Bom é o som, é pena ir sozinho

Boa, como era boa

Boa tipo tentação
Boa tipo aceleração

Ela era boa
Como era boa

Boa é a estrada, não posso parar
Boa é a estrada



Melga

Já farto de ouvir promessas
Pensas que ainda vou nas conversas
D'alguém que p'ra mim é uma melga

Chupas o sangue ao pessoal
Para ti isso é fundamental
P'ra mim tu és mesmo uma melga

O teu destino está traçado
Vais acabar esborrachado
Como acontece a qualquer melga