Ganímedes (do grego: Γανυμήδης,
transl. Ganymédēs, de γάνος, transl.
ganos, 'brilho' + μήδεα, transl. 'médea'), também chamado
Júpiter III, é o principal
satélite natural de
Júpiter, sendo também o maior satélite natural do
Sistema Solar (maior que
Mercúrio, em termos de volume, mas não de
massa). Este gigantesco satélite orbita
Júpiter a 1,070 milhões de quilómetros de distância.
Ganímedes foi descoberto em
1610 e é uma das quatro
luas de Galileu, descobertas por
Galileo Galilei na órbita de
Júpiter, nas suas observações feitas graças à invenção do
telescópio. No entanto, Ganímedes é visível a olho nu, mas apenas em condições favoráveis e por aqueles com boa visão.
Mitologia
Tal como as outras três luas de Galileu, o nome de Ganímedes foi dado por
Simon Marius com o nome de amores de
Zeus (
Júpiter para os
romanos), sendo o único nome masculino das quatro.
Na
mitologia, Ganímedes tinha como função servir néctar e
ambrosia aos deuses. Antes de adquirir a imortalidade era um jovem famoso pela sua beleza.
Zeus
(Júpiter) apaixonou-se por ele e este transformou-se em águia para
raptá-lo, e assim levou Ganímedes até aos céus nas suas garras.
Descoberta e exploração
As
Pioneer conseguiram captar duas boas imagens de Ganímedes. Estas
imagens mostravam pouca variação de cor, mas revelaram uma variação
substancial de
albedo.
Em
1979 as sondas
Voyager alcançam
Júpiter.
As imagens da
Voyager mostraram que Ganímedes tinha dois tipos de
terrenos distintos: uma parte do globo é coberta por crateras, a outra
por sulcos, o que revelou que a superfície gelada poderia sofrer
processos tectónicos globais.
As
Voyager foram as sondas que descobriram que Ganímedes era, na verdade, o maior satélite do
Sistema Solar, e não
Titã, satélite de
Saturno, como se pensava até então. Isto só foi possível determinar quando as
Voyager chegaram a
Titã e descobriram que esta tinha uma atmosfera bastante densa que lhe dava aspeto de ser maior.
Devido
ao seu tamanho e características, Ganímedes também entra para os
contos de ficção científica através da imaginação de vários autores; de
destacar o livro
Farmer in the Sky, de Robert Heinlein, em que Ganímedes é terraformado e colonizado por seres humanos. Em
2061: Odisseia Três,
de Arthur C. Clarke, Ganímedes é aquecido pelo novo sol
Lúcifer e
contém um grande lago equatorial e é o centro da colonização humana no
sistema joviano.
Em
7 de dezembro de
1995, a sonda
Galileu chegou a
Júpiter numa viagem contínua pelo planeta e suas luas durante oito anos. Logo na primeira aproximação a Ganímedes, a
Galileu descobriu que Ganímedes tinha o seu próprio campo magnético imerso no campo magnético gigantesco de
Júpiter.
Geologia planetária
A
densidade
de Ganímedes é de 1,942 kg/m³. A baixa densidade deve-se à elevada
percentagem de gelos com alguns silicatos de material primordial e de
impacto proveniente do
espaço.
Ganímedes é composto por rocha de silicatos e
gelo de
água, com a crusta de gelo flutuando sobre um manto lamacento que pode conter uma camada de
água líquida. A
sonda Galileu
indicou que a estrutura de Ganímedes divide-se em três camadas: um
pequeno núcleo de ferro ou de ferro e enxofre derretido rodeado por um
manto rochoso de silicatos com uma capa de gelo por cima. Este núcleo
metálico sugere um elevado grau de aquecimento no passado de Ganímedes
do que se julgava. De facto, Ganímedes pode ser semelhante a
Io, mas com uma capa externa adicional de
gelo.
A
crusta gelada divide-se em placas tectónicas. Estas características
sugerem que o interior terá sido mais ativo que hoje, com muito mais
calor no manto.
O campo magnético de Ganímedes está inserido no campo magnético gigantesco de
Júpiter. Provavelmente, este é criado como o da
Terra, resultando do movimento de material condutor no seu interior. Pensa-se que este material condutor possa ser uma camada de
água líquida com uma concentração elevada de sal, ou que possa ser originado no núcleo metálico de Ganímedes.