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quarta-feira, janeiro 01, 2014
terça-feira, janeiro 01, 2013
Poema para começar bem o Ano Novo
Google Doodle de 31.12.2012
RECOMENDAÇÕES DE ANO NOVO
Mais uma vez devo dizer-te:
cuidado com o ladrão
que se aproveita da escuridão
para pôr a mão gelada
no teu coração.
Mais uma vez devo alertar-te:
cuidado com a solidão
que tem a cor do açafrão
com o salto do salmão
e as alças douradas do caixão.
Mais uma vez te advirto:
cuidado com a concisão
com o estrondo do trovão
as terras de aluvião
e a boca do balão.
Mais uma vez te aconselho:
não acredites em nada
que sai na televisão.
Cuidado com a chave do portão
e as mordidas do leão.
Fica também atento
aos efeitos do ar refrigerado
frio covil de ácaros
e aos sonhos esbraseados
pela ígnea madrugada.
Recomendo-te a maior precaução
com o carro vermelho dos bombeiros
e as pessoas nascidas em Fevereiro.
Devemos sempre desconfiar
da cortesia dos coveiros.
Cuidado com as flores de cactos
os erros de ortografia, os muros de arrimo
e a névoa seca que encobre os aeroportos.
Cuidado com as flores de retórica.
Nos passeios campestres, cuidado com os meteoros.
Estende o teu cuidado à morte súbita,
às camisas-de-vênus, às balizas,
às enchovas das pizzas, aos gestos obscenos,
às usinas nucleares, às coisas de somenos
e à brisa dos crepúsculos serenos.
Não evoques jamais os amores perdidos
iguais aos destroços dos navios naufragados.
Cuidado com os ciclistas que atravessam
as ruas de teu sonho, e os manequins
que caminham à noite entre os sonâmbulos.
No dia de milhafres e espantalhos
cuidado com o sussurro dos amantes
o avanço das dragas e jamantas
o mormaço e as hélices das barcas.
Sê cauteloso com a maré baixa.
Ouve o que te estou dizendo:
cuidado com o sacristão
as repentinas chuvas de verão
as escadas sem corrimão
e os sonetos sem emendas.
E, finalmente, te digo:
tem o maior cuidado
com tudo o que termina em ão
mesmo a palavra de cinza
que é a tua cremação.
in Plenilúnio (2004) - Lêdo Ivo
Mais uma vez devo dizer-te:
cuidado com o ladrão
que se aproveita da escuridão
para pôr a mão gelada
no teu coração.
Mais uma vez devo alertar-te:
cuidado com a solidão
que tem a cor do açafrão
com o salto do salmão
e as alças douradas do caixão.
Mais uma vez te advirto:
cuidado com a concisão
com o estrondo do trovão
as terras de aluvião
e a boca do balão.
Mais uma vez te aconselho:
não acredites em nada
que sai na televisão.
Cuidado com a chave do portão
e as mordidas do leão.
Fica também atento
aos efeitos do ar refrigerado
frio covil de ácaros
e aos sonhos esbraseados
pela ígnea madrugada.
Recomendo-te a maior precaução
com o carro vermelho dos bombeiros
e as pessoas nascidas em Fevereiro.
Devemos sempre desconfiar
da cortesia dos coveiros.
Cuidado com as flores de cactos
os erros de ortografia, os muros de arrimo
e a névoa seca que encobre os aeroportos.
Cuidado com as flores de retórica.
Nos passeios campestres, cuidado com os meteoros.
Estende o teu cuidado à morte súbita,
às camisas-de-vênus, às balizas,
às enchovas das pizzas, aos gestos obscenos,
às usinas nucleares, às coisas de somenos
e à brisa dos crepúsculos serenos.
Não evoques jamais os amores perdidos
iguais aos destroços dos navios naufragados.
Cuidado com os ciclistas que atravessam
as ruas de teu sonho, e os manequins
que caminham à noite entre os sonâmbulos.
No dia de milhafres e espantalhos
cuidado com o sussurro dos amantes
o avanço das dragas e jamantas
o mormaço e as hélices das barcas.
Sê cauteloso com a maré baixa.
Ouve o que te estou dizendo:
cuidado com o sacristão
as repentinas chuvas de verão
as escadas sem corrimão
e os sonetos sem emendas.
E, finalmente, te digo:
tem o maior cuidado
com tudo o que termina em ão
mesmo a palavra de cinza
que é a tua cremação.
in Plenilúnio (2004) - Lêdo Ivo
segunda-feira, dezembro 31, 2012
Feliz Ano Novo!
Receita de ano novo
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade
Postado por Pedro Luna às 23:59 0 bocas
Marcadores: Ano Novo, Carlos Drummond de Andrade, poesia
domingo, janeiro 01, 2012
Música para celebrar um Feliz (!?!) Ano Novo
À Minha Maneira - Xutos & Pontapés
A qualquer dia,
A qualquer hora,
Vou estoirar, pra sempre.
Mas entretanto,
enquanto tu duras,
Tu pões-me tão quente.
Já sei que hei-de arder na tua fogueira,
mas será sempre, sempre à minha maneira.
E as forças que me empurram
E os murros que me esmurram
Só é para lutar,
À minha maneira (à minha maneira)
À minha maneira
Por essa estrada,
Por esse caminho
A noite, de sempre
De queda em queda,
Passo a passo,
Vou andando, prá frente
Já sei que hei-de arder na tua fogueira
Mas será sempre, sempre à minha maneira
E as forças que me empurram
E os murros que me esmurram
Só me farão lutar
À minha maneira (à minha maneira)
À minha maneira
À minha maneira
À minha maneira!
Postado por Fernando Martins às 15:25 0 bocas
Marcadores: À minha maneira, Ano Novo, bancarrota, música, Rock, Xutos e Pontapés
sábado, dezembro 31, 2011
sábado, janeiro 01, 2011
Hoje também é um dia importante para a Ciência
1925 - Edwin Powell Hubble anuncia a descoberta de galáxias fora da Via Láctea.
1980 - Sismo nos Açores provoca a morte de 71 pessoas.
1983 - É criada a Internet.
1980 - Sismo nos Açores provoca a morte de 71 pessoas.
1983 - É criada a Internet.
Postado por Geopedrados às 21:22 0 bocas
Marcadores: 1 de Janeiro de 1980, 2011, Açores, Ano Novo, Hubble, Internet, sismo, sismologia
quinta-feira, dezembro 31, 2009
Música para preparar um ano difícil
Cantiga do Desemprego - Fausto
Fumo um cigarro deitado no mês de Janeiro.
Fecho a cortina da vida, espreguiço em Fevereiro.
E procuro trabalho nesta esperança de Março.
Já me farta tanto Abril e aquilo que não faço.
Espreito por um funil a promessa de Maio,
porque esperar o prometido, nessa já não caio.
Queimo os dias de Junho no sol quente de Julho.
Esfrego as mãos de contente num sorriso de entulho.
Para teu grande desgosto, janto contigo em silêncio
e lentamente esquecido, digo-te adeus em Agosto.
Meu Setembro perdido numa esquina que eu roço.
E penso em Outubro o menos que posso.
Mas quando sinto a verdade daquilo que cansa,
nunca houve vontade do tempo de andança.
E sinto força em Novembro, juro luta em Dezembro.
E sinto força em Novembro, juro luta em Dezembro.
quinta-feira, janeiro 01, 2009
Um Poema para um Ano Novo
Aos nossos leitores desejamos um excelente Ano Novo (ainda bem que para o ano há 3 eleições...) e que a crise não os apanhe verdadeiramente...
Mas, agora mais a sério, é com poesia que achamos que se deve começar o ano:
Crepúsculo
Também os deuses dormem.
E são então montanhas de penumbra
Sem resplendor.
Lassas, as fragas, os divinos ossos,
Baços os horizontes, os sentidos,
- Todo o corpo parece
Uma grande fogueira que arrefece
Por dentro do volume dos vestidos.
Miguel Torga - Diário IV (Marão, 1 de Janeiro de 1948)
Mas, agora mais a sério, é com poesia que achamos que se deve começar o ano:
Crepúsculo
Também os deuses dormem.
E são então montanhas de penumbra
Sem resplendor.
Lassas, as fragas, os divinos ossos,
Baços os horizontes, os sentidos,
- Todo o corpo parece
Uma grande fogueira que arrefece
Por dentro do volume dos vestidos.
Miguel Torga - Diário IV (Marão, 1 de Janeiro de 1948)
Postado por Pedro Luna às 00:16 0 bocas
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