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sexta-feira, agosto 23, 2024

Uma solução para o crescente problema de falta de areia...

O mundo está a ficar sem areia - mas a China tem um “milagre” como solução

 

 

Um novo estudo revela que a China está agora a utilizar até 80% de areia artificial nos seus projetos de construção.

Esta informação é particularmente importante porque a areia, um recurso aparentemente abundante, está a tornar-se cada vez mais escasso devido à extração excessiva.

O mundo consome cerca de 50 mil milhões de toneladas de areia e gravilha por ano, sendo a maior parte utilizada na construção. Esta grande procura levou a práticas de extração insustentáveis, resultando em degradação ambiental, incluindo a perda de areia dos oceanos, rios e praias.

“A questão da areia é uma surpresa para muitos, mas não devia. Não podemos extrair 50 mil milhões de toneladas por ano de qualquer material sem causar impactos enormes no planeta e, consequentemente, na vida das pessoas”, explicou Pascal Peduzzi, investigador do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), em declarações à BBC.

Em resposta, a China foi pioneira na utilização de areia artificial, que é produzida através da trituração de rochas e de materiais que sobram da exploração mineira. Esta inovação permitiu à China reduzir significativamente a sua dependência da areia natural.

Nos últimos 40 anos, a China transformou-se de uma nação em desenvolvimento numa superpotência económica, em grande parte impulsionada pela rápida urbanização. No entanto,isto trouxe um custo, incluindo o esgotamento de materiais de construção naturais como a areia.

Em 2010, o país enfrentou um aumento acentuado dos preços da areia devido à diminuição das reservas naturais e a regulamentos mais rigorosos contra a extração ilegal de areia. Isto levou a indústria da construção a explorar alternativas, o que levou à adoção da areia artificial, explica o ZME Science.

O estudo, publicado recentemente na revista Nature Geoscience, acompanhou os padrões de utilização de areia na China de 1995 a 2020.

As conclusões foram surpreendentes: embora a oferta global de areia na China tenha aumentado 400% durante este período, a proporção de areia natural no mercado desceu de cerca de 80% para apenas 21%. Em 2020, a areia artificial representava quase 90% da areia utilizada na construção em toda a China.

Song Shaomin, professor da Universidade de Engenharia Civil e Arquitetura de Pequim, descreveu esta mudança como um “milagre”.

 

in ZAP

quinta-feira, março 10, 2011

Conferência em Lisboa


Departamento de Geologia


Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Conferências do GeoFCUL



(no âmbito do ciclo temático “Colóquios de Paleontologia”)



Génese das areias carbonatadas do Porto Santo: recifal ou glacial?

por

Mário Cachão (GeoFCUL)


15 de Março de 2011, 15.00 horas

na FCUL, Campo Grande, Edifício C6, sala 6.2.56


Mais informações em:

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Seminário em Évora


SAND SIZE VERSUS BEACHFACE SLOPE – A POSSIBLE APPLICATION TO BEACH NOURISHMENT

CRISTINA GAMA

Centro de Geofísica de Évora – Departamento de Geociências da Universidade de Évora


Horário: 14.30 horas

Data: 15 de Dezembro de 2010 (4ª feira)

Local: Anfiteatro 1 (Colégio Luís António Verney)

Promove: Centro de Geofísica de Évora - Universidade de Évora (CGE/UE)


Abstract

Here we present a technique based on theoretical grounds for dealing with beachface dynamics in response to wave forcing. Previous work has provided a relationship involving mean sand grain size, wave height, and beachface slope for a broad range of Iribarren number. The key aspect of beach morphodynamics was shown to be the permeability of the sand bed, which may be correlated to sand grain size and sphericity, and bed porosity, through the Kozeny-Cárman equation.

Therefore, we show how beach nourishment aiming at beach profile recovering must be carried out with the use of sand beds of appropriate mean grain size. The theory also illuminates beach dynamics, namely the reshaping of sandy beachfaces in response to changes in wave height.

domingo, janeiro 03, 2010

O país do faz de conta

Armando Vara e Robalo Dourado, dois amigos impedidos de manter contacto
Inquérito-crime arquivado por indisponibilidade dos serviços
Godinho extraiu areia ilegalmente e enterrou entulho nos buracos

Uma das empresas de Manuel José Godinho, o principal arguido do processo Face Oculta e o único em prisão preventiva, extraiu ilegalmente areia num terreno em Ovar, tendo enchido os buracos criados com "cargas de terra e entulho vindos de outros locais".

Os factos fazem parte de um auto de notícia levantado pela GNR em Março de 2007 e que deram origem à aplicação de duas coimas, dois anos depois. A primeira, de oito mil euros, foi determinada pela Inspecção-Geral do Ambiente e Ordenamento do Território (IGAOT) em Janeiro e a outra, de três mil euros, foi aplicada pela Câmara Municipal de Ovar, em Junho.

O empresário de Esmoriz só pagou a última, tendo contestado em tribunal a de valor mais alto. Entretanto, foi também aberto um inquérito por suspeitas de crime ambiental, que acabou arquivado em Maio de 2008. Ainda por decidir está o recurso da contra-ordenação aplicada pela IGAOT, pendente no Tribunal de Ovar.

Segundo o auto da GNR, a polícia recebeu uma denúncia relativa à extracção ilegal de inertes na Zona Industrial de Ovar, onde está hoje localizada a maior empresa de Godinho, a O2 - Tratamentos e Limpezas Ambientais. Em finais de Novembro, agentes que se deslocaram ao local verificaram que se procedia à extracção de areia e que os buracos eram preenchidos com terra e que podia "verificar-se alguns resíduos, entre os quais tubos de plástico e outros, que ficavam entranhados no solo", lê-se no auto. A GNR voltou ao local três vezes, tendo verificado que a extracção continuava e que a mesma não estava autorizada, sendo, por isso, ilegal.

A 16 de Dezembro de 2006, uma equipa de protecção da natureza da GNR faz uma acção de fiscalização conjunta com inspectores tributários, da Segurança Social e de elementos da Autoridade para as Condições do Trabalho.

"Constatou-se a existência de montes de entulho/terra, provenientes de outros locais, colocados estrategicamente de forma a tapar os locais onde antes se tinha extraído areia." O terreno tinha sido remexido num comprimento de 245 metros por 85 metros de largura e o local onde se efectuavam as extracções apresentava 15 metros de profundidade.

O facto de a empresa não ter assegurado a correcta gestão dos resíduos, levou a IGAOT a aplicar-lhe uma coima de oito mil euros. A autarquia de Ovar puniu a empresa Manuel J.Godinho - Administrações Prediais com uma multa de três mil euros devido à "exploração de massas minerais sem licença", desvalorizando a defesa apresentada pelo empresário, que alegava que apenas dera instruções para nivelar e terraplenar o local. O facto de o terreno pertencer a uma das empresas de Godinho, a licença de construção estar no nome de outra e os funcionários que trabalhavam serem ainda de outra levou a câmara a considerar que havia a intenção de enganar as autoridades.

"Verifica-se haver um aproveitamento da situação com vista a criar nos fornecedores e clientes e, em geral, naqueles que com as empresas contactam uma confusão sobre com quem efectivamente se está a lidar, de forma a que cada uma dessas empresas possa assacar culpas a uma outra. Tal procedimento é demonstrativo de que a arguida age com dolo, com a intenção de enganar as autoridades e se eximir da responsabilidade", justifica a decisão.