quarta-feira, julho 09, 2014
Os professores, a Escola Pública e os municípios
Postado por Fernando Martins às 19:43 0 bocas
Marcadores: Escola Pública, municípios, Paulo Guinote
quinta-feira, janeiro 02, 2014
Paulo Guinote e o ano de 2013 em revista no Público
Em jeito de balanço, muito resumido, e no qual até me esqueci de incluir o aumento da dimensão das turmas, como outro claro exemplo da defesa dos “interesses dos alunos”.
Postado por Fernando Martins às 16:40 0 bocas
Marcadores: 2013, A Educação do meu Umbigo, Nuno Crato, Paulo Guinote
sábado, junho 22, 2013
Porque continua a Greve dos Professores...
Tem interesse regressar a duas questões nucleares que estão na base da escalada de insatisfação – há muito latente – dos professores, mesmo se estão longe de esgotar todos os aspectos que explicam o clima de crispação que se vive. Trata-se da questão da mobilidade especial e da relativa às 40 horas de trabalho semanal.
Mas antes gostava de colocar duas questões preliminares mais amplas, mas essenciais para se compreender tudo o que enquadra o conflito em presença. Antes de mais, gostava de sublinhar o meu desacordo em relação a todas as formulações que, a coberto do princípio da igualdade dos cidadãos perante a lei, optam por soluções legislativas concretas de cariz autoritário e quase totalitário, atropelando de forma cega as diferenças e tratando de forma igual aquilo que o não é. Para além disso, existe a afirmação de todas estas medidas resultarem do chumbo das normas do Orçamento de Estado pelo Tribunal Constitucional, o que é falso pois muito do que agora se apresenta já estava contido no discurso de diversos elementos ligados ao Governo, em particular a partir da divulgação no início deste ano do estudo encomendado pelo Governo ao FMI.
Mas passemos às duas questões centrais da nova investida governamental e das razões que levam os professores a resistir-lhes:
A mobilidade especial – a profissão docente é, no quadro da administração pública e mesmo num plano mais amplo, a carreira que apresenta um nível mais elevado de mobilidade geográfica, pois a larga maioria dos docentes, mesmo depois de pertencerem aos quadros, andam com enorme regularidade de escola em escola, de terra em terra. Essa é uma realidade que quase define o exercício da docência e que os concursos plurianuais não eliminaram, pois quase tudo permaneceu na mesma. Mais grave.
Oculta-se que o novo modelo de gigantescas unidades de gestão, em conjunto com a transformação dos quadros de escola em quadros de agrupamento, levou a que cada vez mais professores de carreira deixaram de ter um local de trabalho, passando a uma itinerância diária entre estabelecimentos de ensino do mesmo agrupamento, deslocando-se sem quaisquer ajudas de custo e com intervalos de tempo diminutos para percorrer, pelo seus meios, trajectos sem transportes públicos. Essa é uma realidade presente que quase ninguém destaca com clareza. Neste contexto, a mobilidade especial, tal como agora é apresentada, significa uma ainda maior pulverização da estabilidade do trabalho docente, em particular se cruzarmos essa medida com outras destinadas a reforçar a alegada autonomia da gestão escolar.
As 40 horas semanais de trabalho – já quase todos admitiram, de forma sincera ou hipócrita, que os professores trabalham efectivamente muitos mais de 40 horas por semana, não sendo esse referencial (na linguagem de alguns governantes) o que mais choca. O que está em causa é a falta de confiança acerca do que no futuro possa acontecer com a chamada componente lectiva, ou seja, do que é considerado trabalho efectivo com os alunos ou com as horas que os professores venham a ser obrigados a permanecer no espaço escolar. O MEC alega que no despacho de organização do próximo ano lectivo se mantiveram os 22 tempos lectivos (mais exactamente os 1100 minutos) e que os professores não têm razão para protestar, querendo fazer esquecer que esse total não poderia ser alterado sem revisão do Estatuto da Carreira Docente (o que não ocorreu) e que dessa componente lectiva foram retirados os tempos relativos à direcção de turma, que é o cargo mais importante que os professores podem desempenhar na ligação entre a escola e as famílias. Os governantes na área da Educação - e todos aqueles a quem tem apetecido falar sobre o assunto com escasso ou nulo conhecimento de causa – ocultam ainda que o tempo de permanência na escola pode ser aumentado, bastando considerar como não lectivas diversas tarefas realizadas com os alunos. Algo que tem acontecido com regularidade no passado recente, de forma transversal aos governos.
É impossível não recordar que Nuno Crato iniciou o seu mandato com a declaração de que era necessário os professores fazerem mais com menos. O problema é que os professores já fazem isso há muito, têm continuado a fazê-lo e cada vez se sentem os únicos pressionados para fazer mais com menos condições de trabalho. Um economista de formação deveria conhecer a clássica teoria dos rendimentos decrescentes, segundo a qual a pressão para o aumento da produção, em condições cada vez mais adversas, leva a uma diminuição gradual da produtividade. Esse ponto, no caso dos professores, já foi atingido e ultrapassado.
O autor é professor do ensino básico e autor do blogue A Educação do meu Umbigo.
Postado por Pedro Luna às 00:02 0 bocas
Marcadores: 40 horas, A Educação do meu Umbigo, dignidade, Escola Pública, greve, Greve dos Professores, mobilidade especial, Paulo Guinote, professores
quarta-feira, dezembro 19, 2012
Sobre Mega-Agrupamentos e outras porcarias que andam a fazer na Escola Pública
- Gigantismo e concentração na gestão escolar que, em troca de alegadas poupanças, vai tornar completamente disfuncional a gestão de grande parte das escolas públicas, com um afastamento – agravado pelo modelo unipessoal – do centro de decisões em relação ao terreno, aumentando de forma dramática as distâncias que muitas crianças precisam de percorrer para frequentar não o velho "Liceu" mas agora a própria "Primária", num modelo de meados de Oitocentos.
- Reduções brutais nas remunerações dos docentes (encaradas como redução da despesa) que, em acumulação com a destruição dos horizontes de progressão na carreira, deixaram completamente desmotivados e sem qualquer confiança na tutela os executores de quaisquer reformas educacionais que se queiram implementar com algum sucesso. Ao mesmo tempo, acumula-se um lumpen docente em situação de precariedade e sub-emprego como pressão sobre quem está (estava!) nos antigos quadros de escola para que aceitem condições de trabalho cada vez piores.
- Diminuição do apoio aos alunos mais desfavorecidos e com dificuldades de aprendizagem moderadas ou severas (o que se vai passando com os alunos com NEE vai sendo cada vez mais vergonhoso), a par com a definição de percursos educativos promotores de crescente segregação sócio-educacional, importados de algures sem atenção ao contexto nacional, criando uma escola a várias velocidades e plural no mau sentido. Uma escola em que os indesejáveis são remetidos para escolas públicas sem os luxos herdados da Parque Escolar, enquanto se tenta concessionar a privados os nichos mais atractivos e menos problemáticos do mercado da Educação.
Recupera-se, ainda, a ideia da municipalização da Educação, herdada dos mandatos anteriores e que antes se criticava, apenas porque assim se desorçamentam os encargos directos do MEC. Ideia essa que entre nós nunca funcionou, muito menos em tempos de emagrecimento dos orçamentos autárquicos. Muito menos quando se foi incapaz de contrariar o instalado caciquismo local, potenciador de fenómenos de clientelismo na gestão dos recursos humanos.
Dos cortes em matéria de Educação, que se dizem inevitáveis sem explicar porque não se corta em outras matérias gravosas para os encargos do Estado, e em montantes que ninguém demonstra serem fundamentados, apenas conhecemos práticas de amputação da Educação em Portugal e ideias tendentes ao aumento das desigualdades.
Pode ser o que resulta de modelo ideológico, mas é errado, profundamente errado e, apesar dos truques incluídos (afastar um lote assinalável de alunos das provas de avaliação externa), levará a uma fortíssima degradação do desempenho de todo o sistema, em especial das parcelas pré-destinadas ao fracasso num sistema que faz por cumprir as suas próprias profecias.
Em suma, faz-se o contrário do que qualquer bom economista da Educação sugere em tempos de crise, ou seja, que o investimento em efectiva qualificação se faz em contra-ciclo com a Economia.
Mas o capital humano que nos desgoverna é o que é e não se pode esperar mais do que uma pirâmide ou acrópole de imitação, em pauzinhos de fósforo, já ardidos, e bem contados.
Postado por Fernando Martins às 12:45 0 bocas
Marcadores: aldrabices, anarquia, Mega-Agrupamentos, Ministério da Educação, Paulo Guinote
sábado, outubro 09, 2010
Sobre uma mentira repetidamente colocada nos media
Postado por Fernando Martins às 10:57 0 bocas
Marcadores: mentiras, Paulo Guinote
quinta-feira, maio 13, 2010
Convite - Fórum da Educação do BE
Postado por Fernando Martins às 00:20 0 bocas
Marcadores: A Educação do meu Umbigo, BE, Bloco de Esquerda, Paulo Guinote, professores
segunda-feira, maio 10, 2010
Porque os Professores têm memória
Relembrando (post de Paulo Guinote n'A Educação do meu Umbigo):
PauloReencaminho um texto que enviei a uma jornalista, com a esperança de que ela não se esqueça do que aconteceu ao nosso colega Luís. Se o quiser publicar (…).
Um abraço,
Postado por Fernando Martins às 15:27 0 bocas
Marcadores: A Educação do meu Umbigo, A memória dos dias, estes tristes tempos, Paulo Guinote, professores, suicídio
quinta-feira, abril 29, 2010
Plano Inclinado - a Educação a bater no fundo...
Postado por Fernando Martins às 18:52 1 bocas
Marcadores: A Educação do meu Umbigo, Mário Crespo, Medina Carreira, Nuno Crato, Paulo Guinote, Plano Inclinado, SIC Notícias
quinta-feira, abril 08, 2010
A propósito do novo Estatuto do Aluno que certas almas caridosas nos querem impingir
Hoje Sinto-Me Um Empedernido Conservador De Direita
Mas depois dá-me um ataque de urticária dos grandes quando leio estas coisas que, se no plano dos princípios é difícil atacar, nas consequências práticas levou ao estado em que estamos.
Alguém informe o Bloco e o PCP que o fascismo já acabou e que este tipo de atitude complacente e benevolente resulta do pior dos preconceitos: a de que os pobrezinhos é que são perigosos. No fundo, pensam o mesmo que os vitorianos, só que em pleno século XXI, só que apontam o dedo aos outros. Parece que não percebem que o argumento é reversível.
E eu estou farto, mas mesmo farto, que certas medidas sejam recusadas, mitigadas ou transfiguradas só porque surgem do quadrante político oposto. peçam lá aos irmãos Portas para se entenderem a este respeito e, pelo caminho, respeitem as escolas, os alunos, os funcionários e, já agora, os professores.
A violência na escola e a cruzada da direita
Afinal, parece que as ocorrências de agressão em contexto escolar – a professores, funcionários, alunos – diminuíram: à volta de 1.000 e longe das 1.656 registadas em 2007-2008. Os números poderão esconder ainda o medo, o silêncio cúmplice ou a indiferença, mas não deixam de ser uma chapada no frenesim autoritário que tem tomado conta do discurso sobre a escola, e que só serve a direita.
O medo de retaliação de uma criança agredida por outra, o medo de um professor de ver o carro riscado, o silêncio de um professor ou professora, vítima de violência psicológica por outro/s professor/es, ou perante a agressão, física ou psicológica de um aluno a outro, que viu ou ouviu e fez de conta que não viu nem ouviu, a indiferença de quem devia ter punido e achou que a coisa passava. Tudo isto é intolerável. É contra o medo e o silêncio que se exige o máximo às escolas, que só podem ser espaços contra a violência, com tolerância zero à indiferença e à cumplicidade. É punição e identificação clara dos agressores, sejam eles quem forem, porque a comunidade deve saber o que fizeram.
Mas estas exigências são o contrário da verborreia autoritária, e a escola pública não pode ser indiferente nem cúmplice perante a cavalgada da paranóia securitária e do policiamento do CDS, que acha que a “indisciplina” é coisa de pobres – quando os estudos dizem que não tem classe social.
Intervir de forma integrada
O PCP discorda que os problemas da violência e do insucesso escolar sejam encarados a partir da estreita visão do «securitarismo e do autoritarismo», defendendo, pelo contrário, uma intervenção «estruturada e integrada» que tenha em conta a realidade económica e social.
Só esta perspectiva pode «construir uma escola mais democrática e inclusiva», sustentou a deputada comunista Rita Rato, distanciando-se de PS, PSD e CDS/PP, a quem acusou igualmente de serem protagonistas ou apoiantes de uma política de crescente desresponsabilização do Estado. O que, aliás, lembrou, ainda há bem pouco tempo voltou a ficar demonstrado no Orçamento do Estado, com a aprovação por aqueles partidos da quebra de investimento público na educação, do congelamento de prestações sociais ou da redução do número de trabalhadores da administração pública (regra da entrada de um pela saída de dois), em prejuízo da qualidade dos serviços prestados à população.
E o mais curioso é que esta posição fortemente ideológica, desligada do quotidiano das escolas, não é partilhada pela maior parte dos docentes que eu conheço serem destes partidos. O que significa que a posição dos deputados do Bloco e do PCP no Parlamento será ditada por tácticas políticas e preconceitos ideológicos, a que é estranho o interesse da Escola Pública que tanto dizem defender.
Que de uma vez por todas se entenda que sancionar comportamentos agressivos e de desrespeito evidente não é excluir, rejeitar.
Postado por Fernando Martins às 17:25 0 bocas
Marcadores: A Educação do meu Umbigo, Assembleia da República, estatuto do aluno, Paulo Guinote
sábado, fevereiro 27, 2010
Sempre um Pioneiro...
Uma espécie de Nixon, mas sem o degelo com a China. Ele prefere a Venezuela e a Líbia.
Sócrates vai ser o primeiro chefe do Governo a depor na AR
Apenas tenho uma dúvida: há consequências para o caso de se descobrirem declarações do tipo ruipedro desmentido uma hora depois por Carlos Barbosa?
Ou é só tudo para tuga ver?
Postado por Fernando Martins às 20:43 0 bocas
Marcadores: A Educação do meu Umbigo, aldrabões, Assembleia da República, José Sócrates, Paulo Guinote
quinta-feira, dezembro 31, 2009
Melhor música do ano, segundo A Educação do meu Umbigo
Nacional, a uma enorme distância do resto:
Pontos Negros, Conto de Fadas de Sintra a Lisboa
Internacional, num ano muito bom em que qualquer selecção é algo arbitrário. Por isso, digam que sim.
Snow Patrol, Just Say Yes
Outros balanços se farão, assim o tempo seja caridoso.
Postado por Fernando Martins às 20:02 0 bocas
Marcadores: 2009, A Educação do meu Umbigo, Conto de Fadas de Sintra a Lisboa, Just Say Yes, música, Paulo Guinote, Pontos Negros, Snow Patrol
segunda-feira, dezembro 07, 2009
Nestes termos, o acordo não é possível
Surgem hoje no DN as seguintes declarações de Alexandre Ventura, o SE que antes de o ser já morava na 5 de Outubro enquanto presidente do CCAP:
Ao final do dia, depois de uma longa ronda negocial, o secretário de Estado adjunto da Educação foi inequívoco. “Os docentes com ‘excelente’ e ‘muito bom’ têm garantida a sua progressão. Mas haverá quotas, um dispositivo de diferenciação do mérito”, disse Alexandre Ventura, em conferência de imprensa, quando questionado sobre a progressão dos professores. Apesar de tudo estar ainda em cima da mesa, o governante deu a entender que o Governo será firme nesta posição.
O Governo e o ME podem até achar que com uma mudança de estilo e cortes de cabelo apresentáveis será possível convencer a opinião pública que os profes são os maus da história.
Mas a realidade supera as ficções encenadas por spin-doctors falhos de novas ideias e será fácil demonstrar que – levadas à prática como estão – as propostas do ME para a carreira docente são ainda mais gravosas para a progressão do que o ECD em processo de revisão.
Já sei que Alexandre Ventura detesta o ruído introduzido pelos blogues na pasmaceira dos gabinetes mas, isso posso garantir, será demonstrado por meios claros e não demagógicos que aquilo que ele está a tentar fazer passar é algo extremamente gravoso para os docentes, em especial aqueles que no início de carreira terão de superar três afunilamentos na carreira, ditados por critérios administrativos (as vagas serão abertas por determinação do Min. Finanças e não pelo mérito dos profissionais).
Essa demonstração deve ser feita por sindicatos, bloggers e outros analistas com rigor, ponderação e coerência, não reagindo de forma epidérmica ou de acordo com agendas de facção.
A esse respeito é importante ler este longo post no Topo da Carreira e é decisivo que todos os educadores e professores se informem com rigor das coisas e não apenas por ouvir falar ou ler de raspão no jornal que está em cima do balcão do café.
Poderão acabar com os titulares – algo que festejarei, apesar de tudo – mas se isso for feito à custa de múltiplos estrangulamentos na carreira, qualquer acordo que o ME espere não terá o acordo da generalidade dos docentes, já que a atitude de expectativa semi-benevolente que quase todos aceitámos ter está perto de se esgotar.
Não porque os prazos sejam curtos ou as negociações demoradas, mas apenas porque não se vê que a boa-vontade demonstrada deste lado esteja a ter qualquer contrapartida substantiva do outro lado.
Se em relação a Isabel Alçada a minha expectativa partilhou a de muitos que acreditaram que ela não foi para a 5 de Outubro para se chamuscar ou queimar por completo, já quanto a Alexandre Ventura – pela forma como colaborou de forma activa e diligente com a anterior equipa do ME - as minhas esperanças sempre foram muito escassas. Pode passar melhor na televisão do que a dupla de marretas que o antecedeu, mas isso também o primeiro passa e não é por isso que acreditamos no que ele diz.
in A Educação meu Umbigo - post de Paulo Guinote
Postado por Fernando Martins às 00:01 0 bocas
Marcadores: A Educação do meu Umbigo, Paulo Guinote, professores
terça-feira, dezembro 01, 2009
4 anos d'A Educação do meu Umbigo - parabéns Paulo Guinote!
Pela frontalidade, respeito pelos outros e defesa da minha classe, mereceu-me há muito uma leitura diária, pelo que há que recordar convenientemente o momento, desta vez com base num pequeno filme feito por admiradores desse Blog:
Parabéns Paulo Guinote!
Postado por Fernando Martins às 12:32 0 bocas
Marcadores: A Educação do meu Umbigo, Blog, Paulo Guinote, professores
quarta-feira, outubro 07, 2009
A Eduquesa-Mor falou...
Do Blog A Educação do meu Umbigo publicamos, com a nossa anuência, o seguinte post:
Escola deve ter menos chumbos e garantir aprendizagem de qualidade
A presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE) defendeu hoje uma nova forma de organização da escola pública, que em vez de chumbar os alunos com dificuldades se preocupe mais com uma aprendizagem de qualidade.
“Este sistema de percursos educativos que temos não serve nem o desenvolvimento do país nem os alunos. Se olharmos para o que se faz noutros países, as crianças têm mais apoios desde que começam a apresentar dificuldades”, frisou Ana Maria Bettencourt. A responsável do CNE participava na conferência de abertura da cerimónia comemorativa do 30º aniversário do Instituto Politécnico de Setúbal, perante duas centenas de pessoas, sobre “Democratização da educação e pedagogia: questões e desafios”.
Não tenho paciência nenhuma, mas mesmo nenhuma, para estas tiradas gongóricas por parte de quem, na sua prática pedagógica, poderia exemplificar a postura de tolerância e abertura. Ou então estagiar um aninho numa escola normal e demonstrar as suas teorias na prática. E não apenas perorar na ESE de Setúbal, quantas vezes perante audiências silenciadas porque devem ficar em silêncio (contaram-me uma aula de mestrado para professores, divertidíssima, depois daquela entrevista que deu ao Público e da nomeação para o CNE, tipo ego-trip,há uns tempos…).
Porque ter ido passear à Finlândia, lanchado numa cantina, e ter vindo de lá com umas ideias, descontextualizadas, não chega. É curioso que a comentadora Justina tenha chamado exactamente a atenção para esse aspecto e, nem de propósito, tenhamos a presidente do CNE a fornecer um exemplo prático desta adopção acrítica, tipo loja chinesa, de modelos alheios.
Porque esta postura é aquilo que de pior a Esquerda tem para oferecer à Educação: o clima de generalizada desresponsabilização dos alunos porque, no fundo, acham que o que existe são problemas de ensinagem.
Só não percebo porque, se assim é, não encaram os professores também como alunos da vida – é o lifelong learning em prática - e vítimas do sistema que os não soube ensinar, já que não havendo problemas de aprendizagem, ou aprendem todos (professores incluídos) ou há democracia…
Postado por Fernando Martins às 23:34 0 bocas
Marcadores: A Educação do meu Umbigo, chumbos, CNE, Paulo Guinote, professores
quinta-feira, setembro 10, 2009
Porreiro pá...!
Postado por Fernando Martins às 00:38 0 bocas
Marcadores: A Educação do meu Umbigo, este ano há Eleições, José Sócrates, Paulo Guinote, PS
quinta-feira, julho 16, 2009
Duplica, É O Dobro, Triplica Ou É 1+2 Abonos de Família?
Mais um delicioso post do Paulo Guinote, do Blog A Educação do meu Umbigo:
Volta Guterres, tu ao menos eras engenheiro… e a multiplicação não era por 2 ou 3.
E eu que tinha perdido esta pérola e só agora dei por ela graças ao Miguel.
Postado por Fernando Martins às 00:51 0 bocas
Marcadores: A Educação do meu Umbigo, é so fazer as contas, Ministra da Educação, Paulo Guinote, senhor engenheiro, Valter Lemos
domingo, janeiro 11, 2009
Profundamente errado - o ME (e DREN) em todo o seu explendor...
Do Blog A Educação do meu Umbigo publicamos o seguinte post:
A decisão final do processo disciplinar aos alunos da Escola do Cerco tem, independentemente de outros aspectos mais ou menos passíveis de discussão, um erro enorme e uma mensagem implícita profundamente perturbadora.
A aluna que filmou a ocorrência é quem levou o castigo maior (oito dias, em vez dos cinco para os alunos que praticaram os actos), alegadamente porque terá mentido sobre a gravação.
Pois, sim, sabemos…
Eu acredito mesmo no coelhinho da Páscoa.
A mensagem clara é: façam o que fizerem (batam, esfolem, intimidem, gozem, brinquem, desrespeitem) mas, por favor, não filmem e muito menos divulguem para que se saiba.
Note-se que os factos já eram do conhecimento do órgão de gestão da escola (que os conheceu no próprio dia), só sendo despoletado o procedimento disciplinar quando a situação transbordou para a opinião pública.
Absolutamente lamentável.
Postado por Fernando Martins às 11:14 0 bocas
Marcadores: A Educação do meu Umbigo, disciplina, DREN, Escola do Cerco, Paulo Guinote, Porto, violência nas Escolas, YouTube
quinta-feira, outubro 09, 2008
Lógicas imbatíveis
Do Blog A Educação do meu Umbigo publicamos o seguinte post:
O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, desvalorizou hoje as aposentações entre os professores, atribuindo o facto de quatro mil docentes terem pedido a aposentação nos últimos dez meses (o dobro do ano passado) às alterações na lei da reforma.
“A idade da reforma aumentou e, naturalmente, mais pessoas pediram a aposentação, mas isso aconteceu em todas as profissões”, declarou, falando aos jornalistas na Fundação de Serralves, no Porto, onde participou no Encontro Nacional de Professores.
Considerando que a notícia avançada pelo “Jornal de Notícias” é “uma manipulação dos números”, o representante do Governo qualificou como ilegítima qualquer associação entre a duplicação dos pedidos de aposentação e a desmotivação dos professores. “Não acho nada que os professores tenham falta de motivação, bem pelo contrário: os resultados escolares em Portugal melhoraram e muito e isso deve-se ao trabalho dos professores”, afirmou, insistindo que as aposentações também aumentaram entre “médicos, enfermeiros, juízes e advogados”. (Natália Faria)
Este secretário de Estado é um portento em matéria de lógica e argumentação. Um tipo não sabe mesmo se não será ele o verdadeiro Zé Carlos que faltou um pouco ao primeiro programa dos Gato Fedorento para a SIC.
Vejamos:
- As pessoas reformam-se mais cedo porque a idade da aposentação aumenta. Tem toda a lógica. Aliás, quando um Governo aumenta a idade da aposentação é para que as pessoas se reformem mais cedo. Julgo que é óbvio, evidente e transparente. É que mesmo que se argumente que, do ponto de vista do ME, as aposentações são benéficas em termos orçamentais, do lado do pagamento das prestações sociais não é tanto assim. Mas…
- Depois temos o facto da notícia ser, aparentemente, uma «manipulação dos números». Vindo de quem vem só podemos considerar isto um exercício sublime de amnésia ou auto-ironia. Quem costuma atirar números para o ar sem grande fundamento e de forma selectiva é exactamente o ME (caso da assiduidade dos docentes, da cobertura dos gastos pela ASE): Mas se o SE Lemos ainda demonstrasse onde se encontra a manipulação poderíamos compreende-lo. Como apenas a enuncia, de nada adianta. Eu posso dizer que os gatos com quatro patas são todos resultado de uma manipulação genética que, sem a devida demonstração, isso não se transforma numa verdade.
- Mas o que é sempre interessante é que, apesar de ser uma manipulação, Valter Lemos dá por adquirido esse aumento das aposentações, apenas achando que também ocorre em outras profissões. Pena que, de novo, lhe tenha falhado a demonstração de aumento equivalente de aposentações entre médicos, juízes e advogados. Entre os enfermeiros, até acredito.
- Por fim, embora achando que os dados são manipulados, Valter Lemos não associa o inexistente aumento de aposentações com a «desmotivação dos docentes». pelo contrário acha-os motivados, pois até os alunos têm vindo a ter melhores notas. Arre… que o senhor excelentíssimo secretário de estado realmente tem umas circunvoluções cerebrais que me deixam abismado. Qual cérebro de Lenine, qual cérebro de Darwin. Este cérebro é que merece ser estudado em detalhe quando essa oportunidade se apresentar. É que o génio, em modelo supra, mora aqui. Numa embalagem improvável. Mas é mesmo aqui.
Postado por Fernando Martins às 16:01 1 bocas
Marcadores: A Educação do meu Umbigo, Paulo Guinote, Valter Lemos
domingo, agosto 03, 2008
Façam o Trabalho de Casa...
Eu sei que é Agosto, que muita gente acha que a manifestação de 8 de Março e o Memorando de Entendimento foram os momentos marcantes do ano e que agora chegará fazer uns comunicados e umas declarações mais ou menos inflamadas, assim como umas reuniões para o «acompanhamento» do processo e que não há muito mais que se possa apresentar como serviço.Discordo e, não duvidando da existência de quem faz mais do que isso com toda a dedicação e empenho pela causa dos docentes, eu proporia que quem tem como missão exclusiva tratar desses assuntos perdesse umas horas ou dias a calcular o que o ME poupou em matéria de congelamento da progressão das carreiras dos professores e com o sistema de quotas na progressão para titular.A seguir fazer as contas exactas de quanto o ME vai, efectivamente, gastar com as acções de propaganda a desenvolver no início do próximo ano lectivo. Porque a distribuição de livros será coisa para meio milhão de euros, quanto muito. Assim como os prémios de mérito. E perceber quantos computadores vão ser mesmo oferecidos e o que isso representa em investimento, não a preço de mercado, mas a preço de custo.Obtidos esses números, compará-los uns com os outros e perceber se quem anda a pagar os brilharetes do senhor engenheiro e da tríade ministerial da 5 de Outubro não será a bolsa dos professores.E depois trabalhar para fazer passar essa mensagem, com firmeza, mas com com calma e sem a estridência do costume. Fazer passar o argumento e a sua demonstração e não os slogans que só convence mos convencidos e satisfaz os do costume. E guardem lá as vigílias e os batuques que servem bastante para conviver mas cada vez tendem mais a valer zero para a opinião pública.Esse é que seria um trabalhinho bem feito para apresentar no início de Setembro.Não se acanhem. Eu tentarei fazer a minha parte. Mas faltam-me os recursos, humanos e técnicos, que as estruturas sindicais ainda têm.Deixem estar que ainda sobra tempo para apresentarem um bom bronzeado na chamada rentrée.
Postado por Fernando Martins às 15:20 0 bocas
Marcadores: A Educação do meu Umbigo, Memorando de Entendimento, Paulo Guinote, propaganda