segunda-feira, fevereiro 17, 2020

Pixinguinha, um dos maiores compositores da MPB, morreu há 47 anos

   
Alfredo da Rocha Vianna Filho, conhecido como Pixinguinha (Rio de Janeiro, 23 de abril de 1897 - Rio de Janeiro, 17 de fevereiro de 1973), foi um flautista, saxofonista, compositor e arranjador brasileiro.
Pixinguinha é considerado um dos maiores compositores da música popular brasileira, contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma musical definitiva.
     
  


Ed Sheeran - 29 anos

   
Edward Christopher Sheeran (Hebden Bridge, Inglaterra, 17 de fevereiro de 1991) conhecido artisticamente como Ed Sheeran, é um cantor e compositor britânico. No início de 2011, Sheeran lançou um extended play independente, que chamou a atenção de Elton John e Jamie Foxx. Em seguida assinou contrato com a Asylum Records. O seu álbum de estreia, + (plus) (2011), contendo os singles "The A Team", "You Need Me, I Don't Need You", "Lego House" e "Drunk" foi disco de platina quíntuplo no Reino Unido. Em 2012 ganhou dois Brit Awards para Melhor Artista Solo Britânico Masculino e Breakthrough Act britânico. "The A Team" ganhou o prémio Ivor Novello de Melhor Canção, musicalmente e liricamente. Em 2014 ele foi nomeado para Best New Artist na 56ª Annual Grammy Awards. A popularidade de Ed Sheeran no exterior aumentou em 2012, nos Estados Unidos, onde fez uma aparição no quarto álbum de estúdio de Taylor Swift, e escreveu canções para o grupo One Direction. Passou grande parte de 2013 em turnê na América do Norte, como o ato de abertura para a Red Tour de Taylor Swift. No outono de 2013, Sheeran realizou três shows, esgotados, no Madison Square Garden, em Nova York (com Swift fazendo uma aparição na segunda noite).
O seu segundo álbum de estúdio intitulado X (multiply) (2014), chegou ao número um na UK Albums Chart e na Billboard US 200. Foi nomeado para Álbum do Ano na 57ª Annual Grammy Awards. Como parte de sua turnê mundial X, Sheeran realizou três concertos no Estádio de Wembley, em Londres, em julho de 2015, o seu maior show a solo até a data.
Em 2017 lança o seu terceiro álbum de estúdio, ÷ (lê-se "divide"), alcançando um estrondoso sucesso comercial, principalmente no seu país natal, com o LP e com um dos singles, "Shape of You", que se manteve no primeiro lugar das tabelas de singles do Reino Unido e dos EUA, entre vários outros países. Com isto tornou-se o artista mais bem-sucedido comercialmente no Ocidente durante o primeiro trimestre de 2017.
  
     

domingo, fevereiro 16, 2020

Saudades de Carlos Paredes - e de Coimbra...



Música adequada ao dia...



O mestre Carlos Paredes nasceu há noventa e cinco anos...

   
Foi um dos grandes guitarristas e é um símbolo ímpar da cultura portuguesa. É um dos principais responsáveis pela divulgação e popularidade da guitarra portuguesa e grande compositor. Carlos Paredes é um guitarrista que para além das influências dos seus antepassados - pai, avô, e tio, tendo sido o pai, Artur Paredes, o grande mestre da guitarra de Coimbra - mantém um estilo coimbrão, a sua guitarra é de Coimbra, e própria afinação era do Fado de Coimbra. A sua vida em Lisboa marcou-o e inspirou-lhe muitos dos seus temas e composições. Ficou conhecido como O mestre da guitarra portuguesa ou O homem dos mil dedos.
   
Biografia
Filho do famoso compositor e guitarrista, mestre Artur Paredes, neto e bisneto de guitarristas, Gonçalo Paredes e António Paredes, começou a estudar guitarra portuguesa aos quatro anos com o seu pai, embora a mãe preferisse que o filho se dedicasse ao piano; frequenta o Liceu Passos Manuel, começando também a ter aulas de violino na Academia de Amadores de Música. Na sua última entrevista, recorda: "Em pequeno, a minha mãe, coitadita, arranjou-me duas professoras de violino e piano. Eram senhoras muito cultas, a quem devo a cultura musical que tenho".
Em 1934, a família muda-se para Lisboa, o pai era funcionário do BNU e vem transferido para a capital. Abandona a aprendizagem do violino para se dedicar, sob a orientação do pai, completamente à guitarra. Carlos Paredes fala com saudades desses tempos: "Neste anos, creio que inventei muita coisa. Criei uma forma de tocar muito própria, que é diferente da do meu pai e do meu avô".
Carlos Paredes inicia em 1949 uma colaboração regular num programa de Artur Paredes na Emissora Nacional e termina os estudos secundários num colégio particular. Não chega a concluir o curso liceal e inscreve-se nas aulas de canto da Juventude Musical Portuguesa, tornando-se, em 1949, funcionário administrativo do Hospital de São José.
Em 1958, é preso pela PIDE por fazer oposição a Salazar, é acusado de pertencer ao Partido Comunista Português, do qual era de facto militante, sendo libertado no final de 1959 e expulso da função pública, na sequência de julgamento. Durante este tempo andava de um lado para o outro da cela fingindo tocar música, o que levou os companheiros de prisão a pensar que estaria louco - de facto, o que ele estava a fazer, era compor músicas, na sua cabeça. Quando voltou para o local onde trabalhava no Hospital, uma das ex-colegas, Rosa Semião, recorda-se da mágoa do guitarrista devido à denúncia de que foi alvo: «Para ele foi uma traição, ter sido denunciado por um colega de trabalho do hospital. E contudo, mais tarde, ao cruzar-se com um dos homens que o denunciou, não deixou de o cumprimentar, revelando uma enorme capacidade de perdoar!»
  
Em 1962, é convidado pelo realizador Paulo Rocha, para compor a banda sonora do filme Os Verdes Anos: «Muitos jovens vinham de outras terras para tentarem a sorte em Lisboa. Isso tinha para mim um grande interesse humano e serviu de inspiração a muitas das minhas músicas. Eram jovens completamente marginalizados, empregadas domésticas, de lojas - Eram precisamente essas pessoas com que eu simpatizava profundamente, pela sua simplicidade». Recebeu um reconhecimento especial por “Os Verdes anos”.
  
Tocou com muitos artistas, incluindo Charlie Haden, Adriano Correia de Oliveira e Carlos do Carmo. Escreveu muitas músicas para filmes e em 1967 gravou o seu primeiro LP "Guitarra Portuguesa".
Quando os presos políticos foram libertados depois do 25 de Abril de 1974, eram vistos como heróis. No entanto, Carlos Paredes sempre recusou esse estatuto, dado pelo povo. Sobre o tempo que foi preso nunca gostou muito de comentar. Dizia «que havia pessoas, que sofreram mais do que eu!». Ele é reintegrado no quadro do Hospital de São José e percorre o país, actuando em sessões culturais, musicais e políticas em simultâneo, mantendo sempre uma vida simples, e por incrível que possa parecer, a sua profissão de arquivista de radiografias. Várias compilações de gravações de Carlos Paredes são editadas, estando desde 2003 a sua obra completa reunida numa caixa de oito CDs.
A sua paixão pela guitarra era tanta que, conta que certa vez, a sua guitarra se perdeu numa viagem de avião e ele confessou a um amigo que «pensou em se suicidar».
Uma doença do sistema nervoso central, (mielopatia), impediu-o de tocar durante os últimos 11 anos da sua vida. Morreu a 23 de julho de 2004 na Fundação Lar Nossa Senhora da Saúde, em Lisboa, sendo decretado Luto Nacional.
   
Cquote1.svg "Quando eu morrer, morre a guitarra também.
O meu pai dizia que, quando morresse, queria que lhe partissem a guitarra e a enterrassem com ele.
Eu desejaria fazer o mesmo. Se eu tiver de morrer.”
Cquote2.svg
- Carlos Paredes

   
in Wikipédia
    

El-Rei D. Afonso III morreu há 741 anos

  
D. Afonso III de Portugal (Coimbra, 5 de maio de 1210Coimbra, 16 de fevereiro de 1279), cognominado O Bolonhês por ter sido casado com a condessa Matilde II de Bolonha, foi o quinto Rei de Portugal. Afonso III era o segundo filho do rei Afonso II e da sua mulher Urraca de Castela, e sucedeu ao seu irmão, o Rei D. Sancho II, em 1248
 
     
Guerra civil e deposição de D. Sancho II
Como segundo filho, Afonso não deveria herdar o trono destinado a Sancho e por isso viveu em França, onde se casou com Matilde II de Bolonha em 1235, tornando-se assim conde jure uxoris de Bolonha, onde servia como um dirigente militar, combatendo em nome do Rei Luís IX, rei de França e seu primo.
Todavia, em 1246, os conflitos entre Sancho II e a Igreja tornaram-se insustentáveis e o Papa Inocêncio IV, nesse mesmo ano, despacha a Bula Inter alia desiderabilia, que prepara a deposição de facto do monarca.
O papado, através de duas Breves, ainda aconselha Afonso, Conde de Bolonha, a partir para a Terra Santa em Cruzada e também que passe a estar na Hispânia, fazendo aí guerra ao Islão. Mas a 24 de julho, a Bula Grandi non immerito depõe oficialmente Sancho II do governo do reino, e Afonso torna-se regente.
Os fidalgos levantam-se contra Sancho, e Afonso cede a todas as pretensões do clero no "Juramento de Paris", uma assembleia de prelados e nobres portugueses, jurando que guardaria todos os privilégios, foros e costumes dos municípios, cavaleiros, peões, religiosos e clérigos seculares do reino. Abdicou imediatamente das suas terras francesas e marchou sobre Portugal, chegando a Lisboa nos últimos dias do ano, onde se fez coroar rei em 1248 após o exílio e morte de Sancho II em Toledo.
Até à morte de D. Sancho e a sua consequente coroação, D. Afonso apenas usou os títulos de Visitador, Curador e Defensor do Reino.
Para aceder ao trono, Afonso abdicou de Bolonha e repudiou Matilde, para casar com Beatriz de Castela. Decidido a não cometer os mesmos erros do irmão, o novo rei prestou especial atenção à classe média de mercadores e pequenos proprietários, ouvindo as suas queixas. Por este procedimento, Afonso III ficou conhecido também como o pai do "Estado Português", distribuindo alcaides pelos castelos e juízes pelas diferentes vilas e terras. O objectivo era a implantação de um poder legal com o qual todos os habitantes do Reino português mantivessem uma relação de igualdade.
Em 1254, na cidade de Leiria, convocou a primeira reunião das Cortes, a assembleia geral do reino, com representantes de todos os espectros da sociedade. Afonso preparou legislação que restringia a possibilidade das classes altas cometerem abusos sobre a população menos favorecida e concedeu inúmeros privilégios à Igreja. Recordado como excelente administrador, Afonso III organizou a administração pública, fundou várias vilas e concedeu o privilégio de cidade através do édito de várias cartas de foral.
Em 1255, transferiu a capital do Reino de Portugal de Coimbra para Lisboa.
Foram por sua ordem feitas as Inquirições Gerais, iniciadas em 1258, como forma do rei controlar, não só o grande poder da Nobreza, mas também para saber se lhe estavam a ser usurpados bens que, por direito, pertenciam à Coroa.
  
Moedas cunhadas com a efígie do Rei D. Afonso III de Portugal
   
Reconquista
Com o trono seguro e a situação interna pacificada, Afonso voltou a sua atenção para os propósitos da Reconquista do Sul da Península Ibérica às comunidades muçulmanas. Durante o seu reinado, a cidade de Faro foi tomada com sucesso em 1249 e o Algarve incorporado no reino de Portugal.
Após esta campanha de sucesso, Afonso teve de enfrentar um conflito diplomático com Castela, que considerava que o Algarve lhe pertencia. Seguiu-se um período de guerra entre os dois países, até que, em 1267, foi assinado um tratado em Badajoz que determina a fronteira no Guadiana desde a confluência do Caia até à foz, a fronteira luso-castelhana.
  
Segundas núpcias
Em 1253, o rei desposou D. Beatriz, popularmente conhecida por D. Brites, filha de D. Afonso X de Castela, O Sábio. Desde logo isto constituiu polémica pois D. Afonso era já casado com Matilde II de Bolonha.
O Papa Alexandre IV respondeu a uma queixa de D. Matilde, ordenando ao rei D. Afonso que abandone D. Beatriz em respeito ao seu matrimónio com D. Matilde. O rei não obedeceu, mas procurou ganhar tempo neste assunto delicado, e o problema ficou resolvido com a morte de D. Matilde em 1258. O infante, D. Dinis, o futuro Rei, nascido durante a situação irregular dos pais, foi então legitimado, em 1263.
O casamento funcionou como uma aliança que pôs termo à luta entre Portugal e Castela pelo Reino do Algarve. Também resultou em mais riqueza para Portugal quando D. Beatriz, já após a morte do rei, recebe do seu pai, Afonso X, uma bela região a Este do Rio Guadiana, onde se incluíam as vilas de Moura, Serpa, Noudar, Mourão e Niebla. Tamanha dádiva deveu-se ao apoio que D. Brites lhe prestou durante o seu exílio, na cidade de Sevilha.
   
Excomunhão do rei e do reino
No final da sua vida, viu-se envolvido em conflitos com a Igreja, tendo sido excomungado em 1268 pelo arcebispo de Braga e pelos bispos de Coimbra e Porto, para além do próprio Papa Clemente IV, à semelhança dos reis que o precederam. O clero havia aprovado um libelo contendo quarenta e três queixas contra o monarca, entre as quais se achavam o impedimento aos bispos de cobrarem os dízimos, utilização dos fundos destinados à construção dos templos, obrigação dos clérigos a trabalhar nas obras das muralhas das vilas, prisão e execução de clérigos sem autorização dos bispos, ameaças de morte ao arcebispo e aos bispos e, ainda, a nomeação de judeus para cargos de grande importância. A agravar ainda mais as coisas, este rei favoreceu monetariamente ordens religiosas mendicantes, como franciscanos e dominicanos, sendo acusado pelo clero de apoiar espiritualidades estrangeiradas. O grande conflito com o clero também se deve ao facto do rei ter legislado no sentido de equilibrar o poder municipal em prejuízo do poder do clero e da nobreza.
O rei, que era muito querido pelos portugueses por decisões como a da abolição da anúduva (imposto do trabalho braçal gratuito, que obrigava as gentes a trabalhar na construção e reparação de castelos e palácios, muros, fossos e outras obras militares), recebeu apoio das cortes de Santarém em janeiro de 1274, onde foi nomeada uma comissão para fazer um inquérito às acusações que os bispos faziam ao rei. A comissão, composta maioritariamente por adeptos do rei, absolveu-o. O Papa Gregório X, porém, não aceitou a resolução tomada nas cortes de Santarém e mandou que se excomungasse o rei e fosse lançado interdito sobre o reino em 1277.
Próximo da morte, em 1279, D. Afonso III jurou obediência à Igreja e a restituição de tudo o que lhe tinha tirado. Face a esta atitude do rei, o abade de Alcobaça levantou-lhe a excomunhão e o rei foi sepultado no Mosteiro de Alcobaça.
  

O rapper, músico, autor e ator Ice-T faz hoje 62 anos

  
Tracy Marrow (Newark, 16 de fevereiro de 1958), mais conhecido como Ice-T, é um rapper, músico, autor e ator norte-americano. Foi um dos precursores do gangsta rap. A maioria de sua música trata de assuntos políticos, apesar de ter declinado com o tempo. Usa linguagem violenta e com frequência de alusões à vida do crime, prostituição, drogas, "thug life" e outras do género implicado no estilo da música rap de gangster. Desde 1999 tem protagonizado o Detective/Sargento Odafin Tutuola, da Polícia de Nova Iorque, na série da NBC Law & Order: Special Victims Unit.
  

      
      

Hoje é dia de ouvir Carlos Paredes e a sua guitarra de Coimbra



sábado, fevereiro 15, 2020

Mais informação sobre Arrokoth e a formação do Sistema Solar

O poeta brasileiro Ronald de Carvalho morreu há 85 anos

(imagem daqui)
   
Ronald de Carvalho (Rio de Janeiro, 16 de maio de 1893 - Rio de Janeiro, 15 de fevereiro de 1935) foi um poeta e político brasileiro.
    
Vida
Ronald de Carvalho era filho do engenheiro naval Artur Augusto de Carvalho e de Alice Paula e Silva Figueiredo de Carvalho, concluindo o curso secundário no Colégio naval.
Entrou na Faculdade Livre de Ciéncias Jurídicas e Sociaes do Rio de Janeiro, precursora da atual Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, fazendo um bacharelato em 1912. Desde 1910 trabalhava como jornalista, no Diário de Notícias, cujo diretor era Ruy Barbosa.
Na sua ida para a Europa, cursou Filosofia e Sociologia em Paris. Ao voltar para o Brasil, entrou para o Itamaraty. Em 1922, participou da Semana de Arte Moderna, que decorreu em 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo, a qual foi o momento determinante do modernismo brasileiro.
Em 1924 dirigiu a Seção dos Negócios Políticos e Diplomáticos na Europa. Durante a gestão de Félix Pacheco, esteve no México, como hóspede de honra daquele governo. Em 1926 foi oficial de gabinete do ministro Otávio Mangabeira. Em 1930, o seu poema Brasil foi entusiasticamente lido na conferência Poesia Moderníssima do Brasil, apresentada pelo professor Manoel de Souza Pinto, da Cadeira de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras de Coimbra (tal estudo saiu estampado depois no Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, edição de domingo, 11 de janeiro de 1931). Exerceu cargos diplomáticos de relevância, servindo na Embaixada de Paris, com o embaixador Sousa Dantas, por dois anos, e depois em Haia (Países Baixos). Regressou a Paris, de onde, em 1933, voltou para o Rio de Janeiro.
Foi secretário da Presidência da República, cargo que ocupava quando morreu. Em concurso realizado pelo Diário de Notícias, em 1935, foi eleito Príncipe dos Prosadores Brasileiros, em substituição a Coelho Neto. Colaborou, com destaque, em O Jornal e também se encontra colaboração da sua autoria nas revistas Alma nova (1914-1930) e Atlântida (1915-1920). Casou com Leilah Accioly de Carvalho, de quem teve quatro filhos.
Ronald de Carvalho faleceu com 41 anos de idade, vítima de acidente automobilístico, no Rio de Janeiro, a 15 de fevereiro de 1935.
   
Literatura
Na biblioteca de Fernando Pessoa da Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, existe um exemplar do livro Luz Gloriosa - Poema de Ronald de Carvalho, com o seguinte colofon:
«Terminou-se a impressão deste livro em Novembro do anno de MCMXIII, nas officinas graphicas da Casa Crès et Cie, Paris.»
Este exemplar foi oferecido a Fernando Pessoa pelo autor e enviado, através de Luís de Montalvor, no seu regresso a Lisboa, após dois anos como secretário da Embaixada de Portugal no Rio de Janeiro. O livro tem uma dedicatória escrita pelo punho de Ronald de Carvalho:
«Para as mãos de Fernando Pessôa, fraternalmente Ronaldo de Carvalho. Rio MCMXIV»
Em 29 de fevereiro de 1915, Fernando Pessoa escreveu ao autor, agradecendo o livro que este lhe oferecera e fazendo uma apreciação de Luz Gloriosa:
   
«O seu livro é dos mais belos que recentemente tenho lido. Digo-lhe isto para que, não me conhecendo, me não julgue posto a severidade sem atenção às belezas do seu Livro. Há em si o com que os grandes poetas se fazem. De vez em quando a mão do escultor faz falar as curvas irreais da sua Matéria. E então é o seu poema sobre o Cais e a sua impressão do Outono, e este e aquele verso, caído dos deuses como o que é azul no céu nos intervalos da tormenta. Exija de si o que sabe que não pode fazer. Não é outro o caminho da Beleza.»
in Correspondência (1905-1922) - Fernando Pessoa
   
A crítica de Fernando Pessoa parece ter influenciado o escritor brasileiro, que iria aderir ao modernismo, destacando-se a sua intervenção na Semana de Arte Moderna. cinco anos mais novo do que Fernando Pessoa, Ronald de Carvalho viria a morrer, por coincidência, no mesmo ano do escritor português.
 
   
Orpheu – Revista Trimestral de Literatura
Ronald de Carvalho foi, em conjunto com Luís de Montalvor, diretor do primeiro número da revista literária Orpheu, publicada em Lisboa, em março de 1915, causando enorme polémica. Esta revista, de que se publicaram apenas dois números, foi uma das mais importantes no panorama literário português, contribuindo decisivamente para a introdução do modernismo em Portugal e exercendo uma duradoura influência na literatura portuguesa do século XX. Para além desses dois escritores, Orpheu publicou grandes nomes das letras portuguesas, como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e José de Almada-Negreiros.
Na folha de rosto do primeiro número da «revista trimestral de literatura» Orpheu, correspondente ao primeiro trimestre de 1915, pode ler-se:
DIRECÇÃO

PORTUGAL

Luiz de Montalvor - 17, Caminho do Forno do Tijolo - LISBOA

BRAZIL

Ronald de Carvalho -104, Rua Humaytá - RIO DE JANEIRO
Nas páginas 21 a 25 a mesma revista contém os poemas de Ronald de Carvalho «A Alma que Passa», «Lampada Nocturna», «Torre Ignota», «O Elogio dos Repuxos» e «Reflexos (Poema da Alma enferma)».
   
Obras
  • Luz Gloriosa (1913)
  • Pequena História da Literatura Brasileira (1919)
  • Poemas e Sonetos (1919)
  • Epigramas Irônicos e Sentimentais (1922)
  • Toda a América (1926)
  • O Mercador de Prata, de Ouro e Esmeralda
  • Epigrama
  • Uma noite em Los Andes
  • Sabedoria
  • Brasil
    
in Wikipédia
   
Écloga Tropical
 
Entre a chuva de ouro das carambolas
e o veludo polido das jabuticabas,
sobre o gramado morno,
onde voam borboletas e besouros,
sobre o gramado lustroso
onde pulam gafanhotos de asas verdes e vermelhas,
  
Salta uma ronda de crianças!
O ar é todo perfume,
perfume tépido de ervas, raízes e folhagens.
 
O ar cheira a mel de abelhas...
 
E há nos olhos castanhos das crianças
a doçura e o travor das resinas selvagens,
e há nas suas vozes agudas e dissonantes
um áureo rumor de flautas, de trilos, de zumbidos
e de águas buliçosas...
   

 
in
Epigramas Irônicos e Sentimentais (1922) - Ronald de Carvalho

Galileu Galilei nasceu há 456 anos

  
Galileu Galilei (em italiano: Galileo Galilei; Pisa, 15 de fevereiro de 1564 - Florença, 8 de janeiro de 1642) foi um físico, matemático, astrónomo e filósofo italiano.
Galileu Galilei foi personalidade fundamental na revolução científica. Foi o mais velho dos sete filhos do alaudista Vincenzo Galilei e de Giulia Ammannati. Viveu a maior parte de sua vida em Pisa e em Florença, na época integrantes do Grão-Ducado da Toscana.
Galileu Galilei desenvolveu os primeiros estudos sistemáticos do movimento uniformemente acelerado e do movimento do pêndulo. Descobriu a lei dos corpos e enunciou o princípio da inércia e o conceito de referencial inercial, ideias precursoras da mecânica newtoniana. Galileu melhorou significativamente o telescópio refrator e com ele descobriu as manchas solares, as montanhas da Lua, as fases de Vénus, quatro dos satélites de Júpiter, os anéis de Saturno, as estrelas da Via Láctea. Estas descobertas contribuíram decisivamente na defesa do heliocentrismo. Contudo a principal contribuição de Galileu foi para o método científico, pois a ciência assentava numa metodologia aristotélica.
O físico desenvolveu ainda vários instrumentos como a balança hidrostática, um tipo de compasso geométrico que permitia medir ângulos e áreas, o termómetro de Galileu e o precursor do relógio de pêndulo. O método empírico, defendido por Galileu, constitui um corte com o método aristotélico mais abstrato utilizado nessa época, devido a este Galileu é considerado como o "pai da ciência moderna".
  

Kokomo Arnold nasceu há 119 anos

(imagem daqui)
  
Nascido James Arnold em Lovejoys Station, Geórgia, Arnold recebeu a sua alcunha em 1934, após lançar Old Original Kokomo Blues pelo selo Decca. Era uma regravação de um blues de Francis Blackwell sobre a marca de café "Kokomo". Arnold era canhoto, e seu estilo intenso de tocar o slide e sua forma de cantar o distinguia dos demais músicos.
Após aprender o básico da guitarra com o seu primo John Wiggs, Arnold começou a tocar acompanhamentos, no início da década de 20, enquanto trabalhava numa fazenda em Buffalo, Nova Iorque, e como metalúrgico em Pittsburgh. Em 1929 Arnold mudou-se para Chicago e começou um negócio de contrabando de bebidas, atividade que manteve, apesar da proibição. Em 1930 Arnold mudou-se brevemente para o sul, e realizou as suas primeiras gravações, Rainy Night Blues e Paddlin' Blues, usando o nome Gitfiddle Jim, para o selo Victor de Memphis (Tennessee), Tennessee. Ele regressou ao seu negócio de contrabando em Chicago, mas foi forçado a viver da sua música quando a vigésima-primeira emenda à Consituição Norte-Americana acabou com a proibição de venda de bebidas alcoólicas, em 1933.
Desde a sua primeira gravação com a Decca, em 10 de setembro de 1934, até à sua última gravação, em 12 de maio de 1938, Arnold gravou 88 faixas, 7 das quais permanecem perdidas. Juntamente com Peetie Wheatstram e Amos Eaton, foi uma figura central nos blues de Chicago. A sua maior influência na música moderna ocorreu através de Robert Johnson, que transformou "Old Original Kokomo Blues" em "Sweet Home Chicago" e "Milk Cow Blues" em "Milkcow Calf's Blues". Ambas as músicas foram regravadas dezenas de vezes por diversos artistas, entre eles Elvis Presley, The Blues Brothers e Eric Clapton.
Em 1938 Arnold deixou a carreira musical para trabalhar numa fábrica em Chicago. Redescoberto em 1962, não mostrou muito entusiasmo para retomar a sua carreira artística e aproveitar o interesse renovado nos blues que surgira entre a audiência branca americana.
Arnold morreu vítima de um ataque cardíaco, aos 67 anos, e foi enterrado em Alsip, Illinois.
  

O anjo do Gueto de Varsóvia nasceu há cento e dez anos

  
Irena Sendler, em polaco: Irena Sendlerowa, nascida Krzyżanowska (Varsóvia, 15 de fevereiro de 1910 - Varsóvia, 12 de maio de 2008), também conhecida como "O Anjo do Gueto de Varsóvia," foi uma activista católica dos direitos humanos durante a Segunda Guerra Mundial, tendo contribuído para salvar mais de 2.500 vidas ao conseguir que várias famílias cristãs escondessem filhos de judeus no seio do seu lar e ao levar alimentos, roupas e medicamentos às pessoas barricadas no gueto, com risco da própria vida. 
  
A mãe das crianças do Holocausto
Cquote1.svg A razão pela qual resgatei as crianças tem origem no meu lar, na minha infância. Fui educada na crença de que uma pessoa necessitada deve ser ajudada com o coração, sem importar a sua religião ou nacionalidade. Cquote2.svg
- Irena Sendler
Quando a Alemanha nazi invadiu o país, em 1939, Irena era assistente social no Departamento de Bem Estar Social de Varsóvia, trabalhava com enfermeiras e organizava espaços de refeição comunitários da cidade com o objectivo de responder às necessidades das pessoas que mais necessitavam. Graças a ela, esses locais não só proporcionavam comida para órfãos, anciãos e pobres, como lhes entregavam roupas, medicamentos e dinheiro. Ali trabalhou incansavelmente para aliviar o sofrimento de milhares de pessoas, tanto judias como católicas.
Em 1942, os nazis criaram um gueto em Varsóvia, e Irena, horrorizada pelas condições em que ali se sobrevivia, uniu-se ao Conselho para a Ajuda aos Judeus, Zegota. Ela mesma contou:
Quando Irena caminhava pelas ruas do gueto, levava uma braçadeira com a estrela de David, como sinal de solidariedade e para não chamar a atenção sobre si própria. Pôs-se rapidamente em contacto com famílias, a quem propôs levar os seus filhos para fora do gueto, mas não lhes podia dar garantias de êxito. Eram momentos extremamente difíceis, quando devia convencer os pais a que lhe entregassem os seus filhos e eles lhe perguntavam:
"Podes prometer-me que o meu filho viverá?". Disse Irena, "O que poderia prometer, quando nem sequer sabia se conseguiriam sair do gueto." A única certeza era a de que as crianças morreriam se permanecessem lá. Muitas mães e avós eram reticentes na entrega das crianças, algo absolutamente compreensível, mas que viria a se tornar fatal para elas. Algumas vezes, quando Irena ou as suas companheiras voltavam a visitar as famílias para tentar fazê-las mudar de opinião, verificavam que todos tinham sido levados para os campos da morte.
Ao longo de um ano e meio, até à evacuação do gueto no Verão de 1942, conseguiu resgatar mais de 2.500 crianças por várias vias: começou a recolhê-las em ambulâncias como vítimas de tifo, mas logo se valia de todo o tipo de subterfúgios que servissem para os esconder: sacos, cestos de lixo, caixas de ferramentas, carregamentos de mercadorias, sacos de batatas, caixões... nas suas mãos qualquer elemento transformava-se numa via de fuga.
Irena vivia os tempos da guerra pensando nos tempos de paz e por isso não fica satisfeita só por manter com vida as crianças. Queria que um dia pudessem recuperar os seus verdadeiros nomes, as suas identidades, as suas histórias pessoais e as suas famílias. Concebeu então um arquivo no qual registrava os nomes e dados das crianças e as suas novas identidades.
Os nazis souberam dessas atividades e, em 20 de outubro de 1943, Irena Sendler foi presa pela Gestapo e levada para a prisão de Pawiak, onde foi brutalmente torturada. Num colchão de palha encontrou uma pequena estampa de Jesus Misericordioso com a inscrição: "Jesus, em Vós confio", e conservou-a consigo até 1979, quando a ofereceu ao Papa João Paulo II.
Ela, a única que sabia os nomes e moradas das famílias que albergavam crianças judias, suportou a tortura e negou-se a trair seus colaboradores ou as crianças ocultas. Quebraram-lhe os ossos dos pés e das pernas, mas não conseguiram quebrar a sua determinação. Foi condenada à morte. Enquanto esperava pela execução, um soldado alemão levou-a para um "interrogatório adicional".
Ao sair, gritou-lhe em polaco "Corra!". No dia seguinte Irena encontrou o seu nome na lista de polacos executados. Os membros da Żegota tinham conseguido deter a execução de Irena subornando os alemães, e Irena continuou a trabalhar com uma identidade falsa.
Em 1944, durante o revolta de Varsóvia, colocou as suas listas em dois frascos de vidro e enterrou-os no jardim de uma vizinha para se assegurar de que chegariam às mãos indicadas se ela morresse. Ao acabar a guerra, Irena desenterrou-os e entregou as notas ao doutor Adolfo Berman, o primeiro presidente do comité de salvação dos judeus sobreviventes. Lamentavelmente, a maior parte das famílias das crianças tinha sido morta nos campos de extermínio nazis.
De início, as crianças que não tinham família adotiva foram cuidadas em diferentes orfanatos e, pouco a pouco, foram enviadas para a Palestina.
As crianças só conheciam Irena pelo seu nome de código "Jolanta". Mas anos depois, quando a sua fotografia saiu num jornal depois de ser premiada pelas suas ações humanitárias durante a guerra, um homem chamou-a por telefone e disse-lhe:
  
  
E assim começou a receber muitas chamadas e reconhecimentos públicos.
Em 1965, a organização Yad Vashem de Jerusalém outorgou-lhe o título de Justa entre as Nações e nomeou-a cidadã honorária de Israel.
Em novembro de 2003 o presidente da República Aleksander Kwaśniewski, concedeu-lhe a mais alta distinção civil da Polónia: a Ordem da Águia Branca. Irena foi acompanhada pelos seus familiares e por Elżbieta Ficowska, uma das crianças que salvou, que recordava como "a menina da colher de prata".
   

Nat King Cole morreu há 55 anos

Nat King Cole, nome artístico de Nathaniel Adams Coles, (Montgomery, 17 de março de 1919 - Santa Mónica, 15 de fevereiro de 1965) foi um cantor e músico de jazz norte-americano, pai da cantora Natalie Cole. O nome "King Cole" veio de uma popular cantiga de roda inglesa, conhecida como Old King Cole.
   
  

sexta-feira, fevereiro 14, 2020

João Franco, o primeiro ministro no momento do Regicídio, nasceu há 165 anos

   
João Ferreira Franco Pinto Castelo Branco (Alcaide, Fundão, 14 de fevereiro de 1855 - Lisboa, 4 de abril de 1929) foi um dos políticos dominantes da fase final da monarquia constitucional portuguesa.
Natural de Alcaide, Fundão, era formado em direito pela Universidade de Coimbra. Ocupou vários cargos na magistratura judicial (delegado do procurador régio), nas alfândegas e no Tribunal Fiscal e Aduaneiro. Eleito deputado para as Cortes em 1884 (pelo círculo eleitoral de Guimarães), rapidamente subiu na vida política, ocupando vários postos ministeriais e a presidência do conselho de ministros. Entrando em dissidência com Hintze Ribeiro, abandonou o Partido Regenerador e formou o Partido Regenerador Liberal.
Foi o autor, enquanto Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino no gabinete regenerador "Hintze-Franco", do Decreto de 2 de março de 1895 que concede autonomia administrativa aos ex-distritos dos Açores.
  
(...)
   
Cinco anos decorridos após a fundação dos regeneradores-liberais, as circunstâncias da administração do país e uma activa propaganda partidária, granjearam ao franquismo valiosas e numerosas adesões. O contrato dos tabacos e outras questões, que apaixonaram a opinião pública, inutilizaram os esforços dos dois partidos, progressista e regenerador, derrubando vários ministérios.
Em maio de 1906 o país estava cansado de tanta luta e foi forçoso que subisse ao poder um grupo político, que sem compromissos anteriores pudesse liquidar e regular as importantes questões pendentes.
O terceiro governo de Hintze Ribeiro cai, após apenas 57 dias no poder, e os regeneradores-liberais surgem como a alternativa. O novo ministério era composto por João Franco, Presidente do Conselho, com a pasta do Reino; Ernesto Driesel Schröter, Fazenda; Luís Cipriano Coelho de Magalhães, Estrangeiros; Aires de Ornelas e Vasconcelos, Marinha e Ultramar; António Carlos Coelho de Vasconcelos Porto, Guerra; José de Abreu do Couto Amorim Novais, Justiça; e José Malheiro Reimão, Obras Públicas.
O ministério regenerador-liberal foi apoiado pelo partido progressista, e estes dois partidos reunidos formam a denominada concentração-liberal. João Franco afirma querer governar à inglesa (19 de maio), prometendo o aprofundamento da democracia. Liquidada a questão dos tabacos, com o novo contrato dos tabacos de outubro de 1906, João Franco dedicou-se à implantação das suas reformas, apresentando ao parlamento as da contabilidade pública, da responsabilidade ministerial, da liberdade de imprensa e da repressão anarquista.
Na sessão parlamentar de 20 de novembro de 1906, protagonizou a expulsão violenta do parlamento dos deputados republicanos Afonso Costa e Alexandre Braga.
Face à greve académica de 1907 na Universidade de Coimbra e à crescente agitação social, o apoio parlamentar dos progressistas é retirado e os ministros progressistas demitem-se: ao contrário do que prometera na ano anterior, em vez de governar à inglesa, João Franco passa a governar à turca (2 de maio de 1907) passando a uma situação de efectiva ditadura.
A agitação social cresce e é denunciada uma conspiração promovida por republicanos e dissidentes progressistas (28 de janeiro de 1908). A 1 de fevereiro de 1908 dá-se o regícidio, com o rei D. Carlos I e o príncipe herdeiro Luís Filipe a serem assassinados à chegada a Lisboa.
João Franco é responsabilizado pelo extremar de posições e pela falta de segurança pública e demite-se, sendo substituído a 4 de fevereiro por um governo de acalmação, presidido por Francisco Joaquim Ferreira do Amaral.
   

Novidades sobre a formação do Sistema Solar...

Kant tinha razão. Sonda da NASA descobre origem dos planetas no corpo mais distante do Sistema Solar
 
Arrokoth fica a seis mil milhões de quilómetros do Sol e é formado por duas esferas achatadas que se fundiram há milhões de anos
   
Os planetas do Sistema Solar formaram-se pela lenta fusão de partículas no início do Sistema Solar. Tal como Kant previu. Foi isso que a New Horizons descobriu em Arrokoth, o corpo mais longe do Sol.
 
 
Arrokoth, o novo nome do objeto mais distante e antigo do Sistema Solar alguma vez explorado pela humanidade, formou-se quando uma nuvem de partículas sólidas colapsou por causa da força gravítica. O fenómeno ocorreu nos primeiros tempos do Sistema Solar, quando tudo não passava de uma nebulosa de gases e poeiras, há 4,6 mil milhões de anos.

Esta é uma das conclusões que a sonda New Horizons trouxe deste mundo, a seis mil milhões de quilómetros do nosso planeta. Pouco mais de um ano após a épica viagem até aos confins do Sistema Solar, para lá da órbita de Neptuno, a NASA encontrou sinais que suportam a hipótese teorizada por Immanuel Kant - sim, o filósofo - e pelo matemático Pierre-Simon Laplace no livro Exposition du Systéme du Monde.
 
Esta teoria rivalizava com uma outra, a acreção hierárquica, segundo a qual corpos como Arrokoth (anteriormente era chamado Ultima Thule), que orbita o Sol na Cintura de Kuiper, eram o resultados de colisões a alta velocidade entre planetesimais - corpos de rocha ou gelo com até 100 quilómetros de diâmetro, que se formaram logo no início do Sistema Solar.
 
Pelo contrário, os dados enviados pela sonda New Horizons para os computadores da NASA sugerem que os planetas do Sistema Solar se formaram quando uma nuvem colapsou graças à força de gravidade, fazendo com que as partículas que a compunham se começassem a fundir lentamente, dando origem a corpos celestes progressivamente maiores.
 
Em conferência de imprensa, William McKinnon, investigador do projeto New Horizons, explicou que o “Arrokoth é como é, porque se formou através de colisões violentas, mas numa dança mais complexa, na qual os seus objetos componentes se orbitam lentamente antes de se unirem”.

William McKinnon refere-se às duas esferas espalmadas que compõem este planetesimal. O facto de terem a mesma cor e a mesma composição química indica que as duas partes de Arrokoth tiveram origem na mesma região da nebulosa primordial do Sistema Solar e começaram a crescer individualmente até que colidiram delicadamente e se fundiram à conta disso. É por isto que Arrokoth está para a evolução dos planetas do Sistema Solar “como os fósseis estão para a evolução dos planetas”.