segunda-feira, setembro 30, 2024

Hans Geiger nasceu há 142 anos

   
Johannes (Hans) Wilhelm Geiger (Neustadt an der Weinstrasse, 30 de setembro de 1882 - Potsdam, 24 de setembro de 1945) foi um físico alemão. Juntamente com Walther Müller, desenvolveu o contador Geiger.
Em 1902 Geiger começou a estudar Física e Matemática em Erlangen, obtendo um doutoramento em 1906.
Em 1907 começou a trabalhar com Ernest Rutherford na Universidade de Manchester. Em 1909 participou na Experiência de Geiger-Marsden, também conhecido como experiência da folha de ouro ou experiência de Rutherford, uma experiência científica realizada conjuntamente com Ernest Marsden com o objetivo de investigar a estrutura do átomo. A experiência foi realizado sob a supervisão de Rutherford nos laboratórios de Física da Universidade de Manchester, no Reino Unido.
Em 1912 tornou-se líder da Physical-Technical Reichsanstalt de Berlim, em 1925 professor na Universidade de Kiel, em 1929 professor em Tübingen e, a partir de 1936, em Berlim. Em Berlim desenvolveu, em conjunto com o então estudante de graduação, Walther Müller, o contador Geiger.
Descobriu com Mitchell Nuttall a lei Geiger-Nuttall e realizou experiências que levaram ao modelo atómico de Rutherford. Ele era também membro do Uranverein (Clube do Urânio) na Alemanha nazi, o grupo de físicos alemães que, durante a Segunda Guerra Mundial, trabalhou, sem êxito, na construção da bomba atómica alemã.
A sua lealdade ao Partido Nazi levou-o a trair os seus colegas judeus.
Editou, juntamente com Karl Scheel, entre 1926 e 1933, o Handbuch der Physik, composto por 24 volumes.
  
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Embora Geiger tenha assinado uma petição contra a interferência do governo nazi nas universidades, ele não apoiou o colega Hans Bethe (vencedor do Prémio Nobel de Física em 1967) quando foi demitido por ser judeu.

Geiger suportou a Batalha de Berlim e a subsequente ocupação soviética em abril e maio de 1945. Dois meses depois ele mudou-se para Potsdam, morrendo lá, dois meses após os bombardeamentos atómicos de Hiroshima e Nagasaki no Japão.

 
   

Santa Teresinha do Menino Jesus partiu há 127 anos...

   
Teresa de Lisieux, nascida Marie-Françoise-Thérèse Martin, conhecida como Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face (Alençon, 2 de janeiro de 1873  - Lisieux, 30 de setembro de 1897), foi uma freira carmelita descalça francesa, conhecida como um dos mais influentes modelos de santidade para católicos e religiosos em geral, pela sua "maneira prática e simples de abordar a vida espiritual". Juntamente com São Francisco de Assis, é uma das santas mais populares da história da Igreja. O papa Pio X chamou-a de "a maior entre os santos modernos".
Teresa recebeu cedo o seu chamamento para a vida religiosa e, depois de superar inúmeros obstáculos, conseguiu, em 1888, com apenas quinze anos, tornar-se freira, para juntar-se às suas duas irmãs mais velhas, na comunidade carmelita enclausurada em Lisieux, na Normandia. Depois de nove anos, tendo ocupado funções como sacristã e assistente da mestra das noviças, Teresa passou os seus últimos dezoito meses numa "noite de fé" e morreu, de tuberculose, com apenas vinte e quatro anos de idade.
O impacto de sua "A História de uma Alma", uma coleção dos seus manuscritos autobiográficos, publicados e distribuídos um ano depois de sua morte, foi enorme e rapidamente se tornou um dos santos mais populares do século XX. Pio XI fez dela a "estrela do seu pontificado", beatificando-a em 1923 e canonizando-a dois anos depois. Teresa foi também declarada co-padroeira das missões com São Francisco Xavier em 1927 e nomeada co-padroeira da França (com Santa Joana d'Arc) em 1944. Em 19 de outubro de 1997, o papa São João Paulo II proclamou Teresa a trigésima-terceira Doutora da Igreja, a pessoa mais jovem e a terceira mulher a ter recebido o título na época.
Além da sua popular autobiografia, Teresa deixou também cartas, poemas, peças religiosas e orações. As suas últimas conversas foram também preservadas por suas irmãs. Pinturas e fotografias - a maioria de autoria de sua irmã Céline - ajudaram a aumentar ainda mais a popularidade de Teresa por todo o mundo.
  
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A Basílica de Lisieux é o segundo mais popular destino de peregrinação na França, depois do Santuário de Lourdes.
   

Chacrinha, o Velho Guerreiro, nasceu há 107 anos

    
José Abelardo Barbosa de Medeiros, mais conhecido como Chacrinha (Surubim, 30 de setembro de 1917 - Rio de Janeiro, 30 de junho de 1988), foi um comunicador de rádio e televisão do Brasil, apresentador de programas de auditório de grande sucesso, das décadas de 50 a 80. Foi o autor da célebre frase: "Na televisão, nada se cria, tudo se copia". Em seus programas de televisão, foram revelados para o país inteiro nomes como Roberto Carlos, Perla, Paulo Sérgio e Raul Seixas, entre muitos outros.
Desde a década de 70 era chamado de Velho Guerreiro, conforme homenagem feita a ele por Gilberto Gil, que assim se referiu a Chacrinha, numa conhecida letra de canção que compôs, chamada "Aquele Abraço".
   

Buddy Rich nasceu há 107 anos...

   
Bernard "Buddy" Rich (Brooklyn, Nova Iorque, 30 de setembro de 1917 - Los Angeles, 2 de abril de 1987) foi um baterista dos Estados Unidos do estilo jazz da era do swing.
O seu estilo notável era caracterizado por uma incrível velocidade e habilidade, mesmo em temas mais complexos, tornando-os claros e precisos.
   

 


Truman Capote nasceu há cem anos...


Truman Streckfus Persons, mais conhecido como Truman Capote (Nova Orleans, 30 de setembro de 1924 - Los Angeles, 25 de agosto de 1984) foi um escritor, roteirista e dramaturgo norte-americano, escritor de vários contos, romances e peças teatrais, reconhecidas como clássicos literários, incluindo a novela Boneca de Luxo (Breakfast at Tiffany's - 1958). Foi o pioneiro do jornalismo literário com A Sangue Frio (1966), classificado por ele como um romance de não-ficção.
Capote teve uma infância perturbada pelo divórcio dos seus pais, uma longa separação de sua mãe e múltiplas migrações. Descobriu o seu interesse pela literatura aos 11 anos e pelo resto da sua infância aperfeiçoou as suas habilidades literárias. Capote iniciou sua carreira profissional escrevendo contos. O sucesso crítico de um conto, Miriam (1945), atraiu a atenção do editor Benett Cerf, da Random House, e resultou num contrato para escrever o romance Outras Vozes, Outros Lugares (1948). Capote ganhou grande parte da sua fama com A Sangue Frio, uma obra jornalística sobre o assassinato de uma família camponesa do Kansas na sua casa. Capote passou quatro anos escrevendo o livro, ajudado pela sua grande amiga Harper Lee, que escreveu Por Favor, Não Matem a Cotovia (1960). Um marco na cultura popular, A Sangue Frio foi o ápice da carreira literária de Capote; foi o seu último livro completamente publicado em vida. Nos anos de 1970, ele manteve o status de celebridade aparecendo em talk shows

 

O Botswana tornou-se independente há 58 anos


Botswana, oficialmente República do Botswana (em inglês: Republic of Botswana; em tsuana: Lefatshe la Botswana), é um país sem costa marítima da África Austral. Anteriormente um protetorado britânico chamado Bechuanalândia, adotou o seu novo nome após tornar-se independente, em 30 de setembro de 1966. Desde a sua independência, o país teve governos democráticos e eleições ininterruptas, sem sofrer qualquer golpe de estado. A sua capital é Gaborone, que é também a maior cidade do país.

O relevo de Botsuana é plano e sua superfície é coberta em até 70% pelo deserto de Kalahari. Faz fronteira com a África do Sul a sul e sudeste, com a Namíbia a oeste e ao norte e com o Zimbábue a nordeste. A sua fronteira com a Zâmbia ao norte, perto de Kazungula, não é bem definida, mas uma curta faixa de aproximadamente 750 metros, ao longo do rio Zambeze, com travessia feita por ferry-boat, é comummente usada para marcar a fronteira com este país.

O Botsuana é um dos países mais escassamente povoados no mundo, sendo habitado por pouco mais de 2 milhões de habitantes. Quando conquistou a independência do Reino Unido, em 1966, a nação era a segunda mais pobre do mundo, com um PIB per capita de cerca de 70 dólares por ano. Desde então, o Botsuana transformou-se numa das economias de mais rápido crescimento no continente, com um PIB per capita de cerca de 16,4 mil dólares em 2013, um alto rendimento nacional bruto, o quarto maior da África, dando ao país um padrão de vida modesto.
  
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Tico Santa Cruz, vocalista dos Detonautas Roque Clube, faz hoje 47 anos

  

Luis Guilherme Brunetta Fontenelle de Araújo (Rio de Janeiro, 30 de setembro de 1977), mais conhecido pelo seu nome artístico de Tico Santa Cruz, é um músico, compositor e escritor brasileiro. É o vocalista da banda Detonautas Roque Clube. Estudou Ciências Sociais na UFRJ, Comunicação e Educação Física, mas não chegou a concluir nenhum dos cursos, por dedicação à sua carreira artística.

   

 


A EXPO'98 terminou há vinte e seis anos

     
A EXPO'98, Exposição Mundial de 1998, ou, oficialmente, Exposição Internacional de Lisboa de 1998, cujo tema foi "Os oceanos: um património para o futuro", realizou-se em Lisboa, Portugal de 22 de maio a 30 de setembro de 1998.
A zona escolhida para albergar o recinto foi o limite oriental da cidade junto ao rio Tejo. Foram construídos diversos pavilhões, alguns dos quais ainda permanecem ao serviço dos habitantes e visitantes, integrados no agora designado Parque das Nações, destacando-se o Oceanário (o maior aquário do Mundo com a reprodução de 5 oceanos distintos e numerosas espécies de mamíferos e peixes, do arquitecto Peter Chermayeff) um pavilhão de múltiplas utilizações (Pavilhão Atlântico, do arquiteto Regino Cruz) e um complexo de transportes com metropolitano e ligações ferroviárias (Estação do Oriente, do arquiteto Santiago Calatrava).
A EXPO'98 atraiu cerca de 11 milhões de visitantes, apesar de previsões iniciais apontarem para cerca de 15 milhões, o que veio a justificar algumas opções de gestão de carácter duvidoso, e, acima de tudo, ruinosas para a empresa e seus acionistas. Parte do seu sucesso ficou a dever-se à vitalidade cultural que demonstrou - por exemplo, os seus cerca de 5000 eventos musicais constituíram um dos maiores festivais musicais da história da humanidade. Arquitetonicamente, a Expo revolucionou esta parte da cidade e influenciou os hábitos de conservação urbana dos portugueses - pode dizer-se que o Parque das Nações é um exemplo de conservação bem-sucedida dum espaço urbano.
Foi considerado pelo BIE (o organismo internacional que elege as cidades a receberem as exposições) como a melhor Exposição Mundial de sempre.
A utilização pioneira de ferramentas de design para grandes projetos de arquitetura, engenharia e construção transformou a EXPO'98 num caso de estudo internacional na área do desenho assistido por computador (CAD). O exemplo pegou e outras obras seguiram também a mesma metodologia, desta experiência transformada já em «case study».
O pioneirismo da EXPO foi, aliás, ressaltado por um trabalho de reportagem intitulado 'A Tale of Two Cities' publicado na edição de junho de 1999, da Computer Graphics World (volume 22, nº6), a revista de referência internacional do sector.
«Os clássicos estiradores foram substituídos por estações de trabalho. Estávamos em 1993, o que provocou uma verdadeira revolução no modo de trabalhar típico deste sector e representou uma situação ímpar na história de grandes projetos no nosso país». O homem no centro desta operação foi José da Conceição Silva, um especialista de Informática da área de CAD/AEC, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), de Lisboa, requisitado para a Parque Expo para responsável pelo Departamento de CAD, GIS, Web e Multimédia.
  
Vista geral do zona central da EXPO'98
  
Antes da Expo
A ideia de organizar uma Exposição Internacional em Portugal surgiu em 1989, da parte de António Mega Ferreira e Vasco Graça Moura. Ambos estavam à frente da comissão para as comemorações dos 500 anos dos Descobrimentos portugueses, liderada por Francisco Faria Paulino, diretor do Pavilhão de Portugal na Exposição de Sevilha, tendo também desempenhado as funções de Secretário-Executivo e Comissário-Geral Adjunto da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses entre 1988 e 1996 e com as funções de diretor do Pavilhão de Portugal na Exposição Universal de Sevilha e de Comissário-Geral Adjunto do Pavilhão de Portugal na Exposição Internacional de Génova em 1992. Em 2008, foi também Comissário Executivo das Comemorações dos 500 anos da Cidade do Funchal.
Uma vez obtido o apoio do Governo, Mega Ferreira apresentou o projeto ao Bureau International d'Expositions. A candidatura de Lisboa ganhou à de Toronto. Criou-se uma empresa, Parque Expo, com vista a criar um evento auto-sustentável que obtivesse receitas de bilhetes vendidos e pela venda de terrenos adjacentes à exposição.
O primeiro comissário da EXPO'98 foi António Cardoso e Cunha. Foi substituído em 1997 por José de Melo Torres Campos, já sob o governo do Partido Socialista.
Decidiu-se construir a exposição na zona oriental de Lisboa, que vira através dos anos uma degradação crescente. A antiga Doca dos Olivais, contacto privilegiado com o rio onde outrora atracavam hidroaviões, estava transformada num terreno industrial bastante degradado. A zona de 50 hectares onde hoje está o recinto era, no fim dos anos oitenta, um campo de contentores, matadouros e indústrias poluentes. Toda a exposição foi construída do zero. A torre da refinaria da Petrogal, única estrutura conservada, ficou como lembrança do espaço antes da intervenção. Houve um grande cuidado para que quase todos os equipamentos do recinto tivessem utilização posterior, evitando assim o seu abandono e a degradação, como aconteceu em Sevilha em 1992.
Em paralelo, lançaram-se grandes obras públicas. Entre as maiores estão a Ponte Vasco da Gama (a maior da Europa à data), uma nova linha de metro com sete estações e um interface rodo-ferroviário, a Gare do Oriente.
   
Bilhetes
Foram emitidos bilhetes de um dia (5.000$00 - 25 euros), três dias (12.500$00 - 62,35 euros), e bilhetes diários apenas para a parte da noite (2.500$00 - 12,50 euros). Existia também um passe livre com acesso ilimitado à exposição durante três meses (50.000$00 - 250 euros).
A Swatch lançou alguns meses antes da exposição o modelo Adamastor, que continha um chip carregado com um bilhete de um dia. Para entrar, bastava encostar o relógio ao sensor presente em todos os molinetes de entrada.
  


   
Símbolos
O tema musical da exposição foi composto em 1996 por Nuno Rebelo. A peça, de seu nome "Pangea" (o nome do super-continente mesozoico, de onde derivaram os atuais), misturava sobre guitarras portuguesas e uma base sinfónica de cariz épico muitas e díspares sonoridades, reminiscentes dos quatro cantos do mundo.
O logótipo da EXPO'98, representando o mar e o sol, foi concebido por Augusto Tavares Dias, diretor criativo de publicidade.
A mascote, concebida pelo pintor António Modesto e pelo escultor Artur Moreira, foi selecionada de entre 309 propostas e batizada de Gil (em homenagem a Gil Eanes), por José Luís Coelho, um estudante do 2º ciclo, num concurso que envolveu escolas de todo o país.
 

domingo, setembro 29, 2024

Artigo sobre origem de uma pedra preciosa muito apreciada

Descoberta a misteriosa origem das safiras

   

  

O azul das safiras há muito que cativa as pessoas. No entanto, as suas origens nas profundezas da Terra têm permanecido um enigma para os cientistas.

Embora as safiras sejam frequentemente encontradas em regiões vulcânicas ou nos leitos dos rios, o processo exato da sua formação tem sido debatido durante anos.

Um novo estudo veio agora finalmente esclarecer a forma como estas pedras preciosas surgiram.

As safiras são predominantemente compostas por corindo, uma forma cristalina de óxido de alumínio - o que dá às safiras a sua cor azul caraterística é a presença de oligoelementos como o titânio e o ferro.

Mas a jornada de como este corindo se forma e como chega à superfície é o que intriga os geólogos há tanto tempo.

Durante anos, os cientistas souberam que as safiras são frequentemente encontradas em depósitos vulcânicos, como os da região vulcânica de Eifel, na Alemanha. Aqui, o magma das profundezas do manto terrestre sobe para a crosta, rico em elementos como o sódio e o potássio.

Esta atividade vulcânica parecia desempenhar um papel na formação da safira, mas o mecanismo exato era incerto.

As safiras formaram-se nas profundezas do manto e foram transportadas para cima pelo magma, ou foram criadas na crosta através de outros processos?

Segundo o Science Alert, uma equipa de investigadores descobriu que as safiras podem, de facto, ser forjadas nas condições intensas da atividade vulcânica.

Ao estudarem pequenas safiras da região de Eifel, encontraram provas de que os cristais se formam quando o magma aquece e comprime o óxido de alumínio na crosta terrestre, criando o corindo.

Para chegar a esta conclusão, os investigadores recolheram 223 safiras microscópicas e analisaram-nas utilizando técnicas avançadas.

Os peritos concentraram-se nas inclusões de dióxido de titânio e zircão dentro das safiras e examinaram as proporções de isótopos de oxigénio no corindo. Estas inclusões são vitais, uma vez que incorporam urânio quando se formam, que depois se decompõe em chumbo.

Ao medir o rácio urânio-chumbo, os cientistas puderam datar as safiras e associar a sua formação à atividade vulcânica.

Além disso, os investigadores estudaram os rácios dos isótopos de oxigénio, analisando especificamente a presença de oxigénio-16 e oxigénio-18. O isótopo mais pesado, o oxigénio-18, é mais comum em minerais da crosta profunda, enquanto o oxigénio-16 é mais abundante em geral.

A análise revelou que as safiras continham rácios de isótopos tanto do manto como da crosta, indicando que se formaram na crosta superior, a não mais de sete quilómetros abaixo da superfície. Os resultados do estudo foram publicados recentemente na revista Contributions to Mineralogy and Petrology.

 

in ZAP

Notícia divertida sobre georrecursos e antigos vulcões...

Vulcões extintos contêm os elementos para fabricar turbinas eólicas - e até smartphones

 

 

Os vulcões extintos da Terra são uma fonte inexplorada de elementos necessários para fabricar smartphones, turbinas eólicas e muitos outros dispositivos.

O seu magma rico em ferro pode conter alguns dos 17 elementos de terras raras, incluindo gadolínio, prasedímio, cério, samário, lantânio e neodímio. Estes são necessários para ajudar a construir melhores tecnologias de energia renovável, incluindo turbinas eólicas e baterias de automóveis elétricos.

Segundo o Popular Science, estes materiais não são assim tão raros, mas podem ser difíceis de extrair, uma vez que são frequentemente encontrados em baixas concentrações.

À medida que a procura aumenta, muitos países tentam encontrar novas fontes para quebrar a sua dependência da China, que atualmente domina a cadeia de abastecimento. 

Num novo estudo, publicado esta terça-feira no Geochemical Perspectives Letters, os investigadores analisaram o magma rico em ferro de vulcões extintos. Este magma é até 100 vezes mais eficiente na concentração de metais de terra raras do que os magmas que surgem de vulcões ativos.

A equipa simulou erupções vulcânicas em laboratório utilizando rochas semelhantes às encontradas em vulcões extintos ricos em ferro. Seguidamente, as rochas foram colocadas num forno pressurizado para aquecer a temperaturas elevadas.

“Partimos de laboratório e depois reproduzimos um ambiente natural, para perceber como é que estas terras raras se poderiam acumular num pequeno local de toda a crosta”, explica o coautor do estudo, Michael Anenburg.

Os cientistas conseguiram observar bolhas de fluido magmático-hidrotérmico e pares de bolhas de óxido de ferro, indicando que alguns elementos de terras raras estão presentes no magma.

“Nunca vimos um magma rico em ferro a irromper de um vulcão ativo, mas sabemos que alguns vulcões extintos, com milhões de anos, tiveram este tipo de erupção”, diz Anenburg.

Os resultados deste estudo indicam que podem haver depósitos inexplorados de terras raras em vulcões extintos em todo o mundo, incluindo nos Estados Unidos, Chile e Austrália.

 

in ZAP

Poema de aniversariante de hoje...

  
Castilla


Tú me levantas, tierra de Castilla,
en la rugosa palma de tu mano,
al cielo que te enciende y te refresca,
al cielo, tu amo,

Tierra nervuda, enjuta, despejada,
madre de corazones y de brazos,
toma el presente en ti viejos colores
del noble antaño.

Con la pradera cóncava del cielo
lindan en torno tus desnudos campos,
tiene en ti cuna el sol y en ti sepulcro
y en ti santuario.

Es todo cima tu extensión redonda
y en ti me siento al cielo levantado,
aire de cumbre es el que se respira
aquí, en tus páramos.

¡Ara gigante, tierra castellana,
a ese tu aire soltaré mis cantos,
si te son dignos bajarán al mundo
desde lo alto!

   

    

Miguel de Unamuno

Tony Curtis morreu há 14 anos...

   
Tony Curtis (nome artístico de Bernard Schwartz; Nova York, 3 de junho de 1925 - Las Vegas, 29 de setembro de 2010) foi um ator norte-americano, popular desde as décadas de 50 e 60 pelo seu trabalho no cinema, tendo participado em mais de cem filmes desde 1949.
    
Biografia
Filho de um alfaiate húngaro, imigrante judeu, teve uma infância bastante difícil no bairro do Bronx, Nova York, onde a família morava no fundo da alfaiataria. A sua mãe e um dos seus dois irmãos eram esquizofrénicos, o que fez com que ele e o outro irmão fossem internados num orfanato, aos oito anos de idade, por impossibilidade do pai de tomar conta de todos.
Curtis serviu na marinha durante a Segunda Guerra Mundial e foi um espetador privilegiado da rendição japonesa na Baía de Tóquio em 1945. De volta aos Estados Unidos, passou a estudar teatro, e em 1948, devido à bela aparência e aos olhos marcantes que o tornariam um ídolo do público feminino nos anos seguintes, foi contratado pelo estúdio Universal de Hollywood, que o colocou em aulas de esgrima e montaria e trocou o seu nome para Tony Curtis.
Apesar de parecer ser apenas mais um "menino bonito" a chegar ao cinema, Tony provaria o seu talento em filmes como Sweet Smell of Success, com Burt Lancaster, The Defiant Ones, com Sidney Poitier - que lhe daria uma nomeação para o Óscar -, Boston Strangler (O Estrangulador de Boston ou O Homem Que Odiava as Mulheres), em que interpretava um psicopata real e aquele que seria o seu mais duradouro trabalho na lembrança dos cinéfilos: o clássico de Billy Wilder, Some Like It Hot (Quanto Mais Quente Melhor), com Marilyn Monroe e Jack Lemmon.
Ele também fez diversos trabalhos na televisão, o mais bem sucedido deles na série The Persuaders, com Roger Moore, bastante popular no início dos anos 70, que terminou porque Moore foi escolhido para fazer o papel de James Bond no cinema.
Tony tornou-se pintor nos anos 80 e conseguiu grande sucesso nesta segunda atividade, que segundo ele era o seu principal interesse há anos, com seus quadros sendo vendidos por até 50.000 dólares e um deles exposto no Metropolitan Museum of Art de Nova York.
Curtis lamentava nunca ter ganho um Óscar e considera que o mundo do cinema jamais reconheceu verdadeiramente o seu trabalho, mas conquistou diversas honrarias e teve uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood.
Morou no estado de Nevada e considerava Cary Grant (com quem filmou em 1959 a ótima comédia Operation Petticoat) o seu ator favorito de todos os tempos.
Faleceu em 29 de setembro de 2010. A notícia foi divulgada pela filha, a também atriz Jamie Lee Curtis. Foi sepultado no Palm Memorial Park (Green Valley), Las Vegas, Nevada no Estados Unidos.
    
Vida pessoal
Tony Curtis foi casado seis vezes. Em duas delas com as atrizes Janet Leigh, o seu mais famoso relacionamento e com quem teve duas filhas, Kelly e a também atriz Jamie Lee Curtis; com a austríaca Christine Kaufmann, com quem também teve duas filhas, Alexandra (1964) e Allegra (1966), nos anos 50 e 60 respetivamente; casou-se com Leslie Allen e também teve dois filhos: Nicholas (nascido em 1971, morreu em 1994 de overdose de heroína) e Benjamin (1973). Ele revelou que tinha engravidado Marilyn Monroe. Um dos mais conhecidos e picantes factos dos bastidores do cinema envolvendo Tony Curtis deu-se em 1959 durante as filmagens de Quanto Mais Quente Melhor. O estilista do filme, ao comentar com Marilyn Monroe, durante provas de roupas (Tony e Jack Lemmon atuam quase o tempo todo travestidos de mulher) que Tony tinha nádegas mais bonitas que ela, fez Marilyn replicar na hora, abrindo a blusa, "é, mas ele não tem isso!", mostrando os seios. A grande tragédia de sua vida, depois da dramática infância que passou, foi a morte do seu filho Nicholas, aos 23 anos, em 1994, por overdose de heroína.
Foi casado com Jill Vandenbergh Curtis, 42 anos mais nova.
        

Poema para recordar um Infante...


 

 

D. Fernando Infante de Portugal

Deu-me Deus o seu gládio, porque eu faça
A sua santa guerra.
Sagrou-me seu em honra e em desgraça,
Às horas em que um frio vento passa
Por sobre a fria terra.

Pôs-me as mãos sobre os ombros e doirou-me
A fronte com o olhar;
E esta febre de Além, que me consome,
E este querer-grandeza são Seu nome
Dentro em mim a vibrar.

E eu vou, e a luz do gládio erguido dá
Em minha face calma.
Cheio de Deus, não temo o que virá,
Pois venha o que vier, nunca será
Maior do que a minha alma.

 

in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

Hoje é dia de recordar um Escritor...

(imagem daqui)


 

Exortação a Sancho

 

Senhor meu, Sancho Pança enlouquecido
Servo vencido
Na terra sonhada
Olha esta Ibéria que te foi roubada,
E que só terá paz quando for tua.

Ergue a fronte dobrada
E começa a façanha prometida!
Cumpre o voto da nova arremetida,
Feito aos pés de quem foi
O destemido herói
Da batalha de ser fiel à vida!

Nega-te a ser passiva testemunha
Do amor cobiçoso
Que os falsos namorados
Fazem crer impoluto e arrebatado
Àquele que reflecte o céu lavado
Nos olhos confiados.

Venha o teu grito de transfigurado:
Ai, no se muera!... E a Donzela acorda
E renega o idílio traiçoeiro.
Venha o Sancho da lança e do arado,
E a Dulcineia terá, vivo a seu lado,
O senhor D. Quixote verdadeiro!



in Poemas Ibéricos (1965) - Miguel Torga

Samora Machel nasceu há noventa e um anos...

   
Samora Moisés Machel (Chilembene, Gaza, 29 de setembro de 1933 - Mbuzini, Montes Libombos, 19 de outubro de 1986) foi um militar moçambicano, líder revolucionário de inspiração socialista, que liderou a Guerra da Independência de Moçambique e se tornou o seu primeiro presidente após a sua independência, de 1975 a 1986.
Carinhosamente conhecido como "Pai da Nação", morreu quando o avião em que regressava ao Maputo se despenhou, em território sul-africano. Em 1975-1976 foi-lhe atribuído o Prémio Lenine da Paz.
 
(...)
  
Na frente externa, Samora sempre seguiu uma política de angariar amizades e apoio para Moçambique, não só entre os «amigos» tradicionais, os países do «bloco soviético» e os países vizinhos unidos numa frente de integração regional, a SADCC, mas até entre os seus «inimigos», sendo inclusivamente recebido (embora com frieza) por Ronald Reagan e tendo assinado um acordo de boa-vizinhança com Pieter Botha, presidente da África do Sul nos últimos anos do apartheid (o Acordo de Nkomati). Apesar disso, Samora não conseguiu suster a guerra que, iniciada logo a seguir à independência pelos vizinhos regimes racistas (a África do Sul e a Rodésia de Ian Smith), se tornou uma verdadeira guerra civil dirigida por um movimento de resistência armada (a RENAMO). A guerra civil durou 16 anos, provocou cerca de um milhão de mortos e cinco milhões de deslocados e destruiu grande parte das infraestruturas do país.
A partida da comunidade portuguesa, o insucesso da política de socialização e a guerra levaram a um colapso económico, e Samora, nos últimos anos, teve de abrandar a política de orientação comunista, permitindo aos «quadros» acesso a bens que estavam vedados ao comum dos cidadãos, encetando conversações com a RENAMO e, finalmente, organizando acordos com o Banco Mundial e o FMI, no sentido de estancar a guerra e relançar a economia.
     
     
Samora Machel não conseguiu, no entanto, ver realizados os seus propósitos, uma vez que, em 19 de outubro de 1986, quando se encontrava de regresso de uma reunião internacional em Lusaka, o Tupolev 134 cedido pela União Soviética em que seguia, junto com muitos dos seus colaboradores, se despenhou em Mbuzini, nos montes Libombos (território sul-africano, perto da fronteira com Moçambique). O acidente foi atribuído a erros do piloto russo, mas ficou provado que este tinha seguido um rádio-farol, cuja origem não foi determinada. Este facto levou a especulações sobre uma possível cumplicidade do governo sul-africano, que nunca se conseguiu provar.
Em 2010, o jornalista português José Milhazes, que vivia em Moscovo desde 1977 e trabalha atualmente para o diário português Público e como correspondente da cadeia portuguesa de televisão SIC, publicou o livro «Samora Machel: Atentado ou Acidente?», no qual sustenta que a queda do avião nada teve a ver com um atentado ou uma falha mecânica, mas sim com diversos erros da tripulação russa: em lugar de executar corretamente as operações de voo, os membros da tripulação, incluindo o piloto, estavam entretidos com futilidades, como a partilha de bebidas alcoólicas e outras, que não era possível obter em Moçambique e que eles traziam da Zâmbia. Segundo Milhazes, tanto os soviéticos como os moçambicanos teriam interesse em divulgar a tese de um atentado perpetrado pelo governo racista da África do Sul: a URSS quereria salvaguardar a sua reputação (qualidade mecânica do aparelho e profissionalismo da tripulação), ao passo que o governo de Moçambique quereria criar um herói.
No entanto, em 2007, Jacinto Veloso, um dos mais fieis aliados de Machel no seio da Frelimo, tinha já publicado as suas Memórias em Voo Rasante, nas quais sustenta que a morte do presidente de Moçambique se deveu a uma conspiração entre os serviços secretos sul-africanos e os soviéticos, que, uns e outros, teriam razões para o eliminar.
Segundo Veloso, o embaixador soviético pediu certa vez uma audiência ao Presidente para lhe comunicar a apreensão da URSS face ao aparente «deslizamento» de Moçambique para o Ocidente, ao que Machel teria respondido «Vai à merda!», ordenando em seguida ao intérprete que traduzisse e abandonando a sala. Convencidos de que Machel se afastara irrevogavelmente da sua órbita, os soviéticos não teriam hesitado em sacrificar o piloto e toda a equipagem do seu próprio avião.
A viúva de Samora, Graça Machel (Simbine de seu nome de solteira), com quem ele se casara em 1977 sendo ela Ministra da Educação, casou-se em 1998 com Nelson Mandela.
      
      
     

O massacre nazi de Babi Yar foi há 83 anos...


Ravina de Babi Yar, em Kiev
        
Babi Yar é uma ravina existente em Kiev, a capital da Ucrânia, que ficou conhecida na história como local de um dos maiores massacres de judeus e civis da então União Soviética pelos nazis, durante a II Guerra Mundial.
Em 29 e 30 de setembro de 1941, 92.771 civis ucranianos judeus foram levados a Babi Yar e assassinados coletivamente, num dos maiores massacres de massa da história. Nos meses que seguiram, milhares de outros judeus e não-judeus russos foram capturados, trazidos à ravina e fuzilados, num total de cerca de 100.000 mortos.
   
   
História
A ravina de Babi Yar é mencionada por registos históricos desde 1401 e através dos tempos sua área foi usada para diferentes propósitos, incluindo campos militares e cemitérios, um dos quais judeu, foi fechado em 1937. Após a invasão da URSS pelas tropas nazis, em junho de 1941, a cidade de Kiev acabou por cair nas mãos dos alemães, depois de 45 dias de batalha, em 19 de setembro. Poucos dias após a ocupação, as execuções começaram, com o fuzilamento de 700 pacientes de um hospital psiquiátrico da cidade.
Em 28 de setembro, um aviso foi afixado pelos postes e muros de Kiev, dirigido aos judeus:

Ordena-se a todos os judeus residentes de Kiev e suas vizinhanças que compareçam à esquina das ruas Melnyk e Dokterivsky, às 8 horas da manhã de segunda-feira, 29 de setembro de 1941 trazendo documentos, dinheiro, roupa interior, etc. Aqueles que não comparecerem serão fuzilados. Aqueles que entrarem nas casas evacuadas por judeus e roubarem pertences destas casas serão fuzilados.
   
Os judeus levados à ravina esperavam ser embarcados em comboios. A multidão de homens, mulheres e crianças era grande o bastante para que ninguém tomasse conhecimento do que estava para acontecer a não ser tarde demais. Todos passavam por um corredor de soldados gritando, em grupos de dez, e de seguida fuzilados; ao escutarem o barulho das metralhadoras do grupo logo à frente, já não tinham como escapar.
O massacre foi realizado em dois dias, a cargo da unidade C do Einsatzgruppen, o esquadrão da morte das SS, apoiados por membros de um batalhão das Waffen-SS; unidades da polícia ucraniana também foram usadas para agrupar e conduzir os judeus até ao local de fuzilamento, o que provocaria uma grande discussão na Ucrânia após a guerra.
Além deste massacre, Babi Yar foi alvo de milhares de outras execuções durante os dois anos de ocupação nazi de Kiev. O número total de mortos na ravina não é exato, mas o número mais aceite, cerca de 100 mil, foi fornecido pelo cálculo de moradores, obrigados a enterrar os corpos. Tempos depois, o campo de concentração de Syrets foi erguido no local e nele internados prisioneiros de guerra russos, civis comunistas e combatentes da resistência, que ali eram executados.
Quando os nazis se retiraram de Kiev, fizeram tentativas de esconder os sinais das atrocidades cometidas durante os anos de ocupação. Entre agosto e setembro de 1943, o campo de Syrets foi parcialmente demolido e diversos corpos exumados e queimados, com as cinzas espalhadas pelas áreas vizinhas. Na noite de 29 de setembro de 1943, quando o campo estava a ser desmantelado, houve uma revolta entre os prisioneiros e quinze deles conseguiram escapar; após retomar o controle da situação, os alemães fuzilaram os 311 sobreviventes.
  
Selo ucraniano, recordando os 70 anos do Massacre de Babi Yar
      
Memória
Quando o Exército Vermelho retomou o controle de Kiev, em novembro de 1943, o campo foi transformado num local de internamento de prisioneiros alemães e utilizado até 1946, quando foi totalmente demolido. Nos anos 50 e 60, a área tornou-se um grande parque e um complexo de apartamentos.
O governo soviético sempre desencorajou que se desse ênfase ao massacre de judeus em Babi Yar, preferindo oficialmente que a tragédia fosse lembrada como um crime cometido contra todo o povo soviético e a população de Kiev. Diversas tentativas de se erguer um memorial judeu no local dos massacres foram adiadas. Em 1976 foi erguido um memorial em honra de todos os cidadãos soviéticos ali fuzilados, mas apenas em 1991, com o fim da URSS, os judeus puderam finalmente erguer o seu próprio monumento.
Sobre Babi Yar, o escritor e sobrevivente do Holocausto Elie Wiesel escreveu:
   
As testemunhas oculares disseram que, meses após as mortes, o solo de Babi Yar continuava a esguichar geyseres de sangue.
   

Lech Walesa comemora hoje oitenta e um anos

  
Lech Wałęsa (Popowo, 29 de setembro de 1943) é um político polaco e ativista dos Direitos Humanos. Foi um dos fundadores do sindicato Solidarność (Solidariedade) e presidente da Polónia, entre 1990 e 1995, sendo o primeiro após a derrocada do comunismo. Foi agraciado com o Prémio Nobel da Paz em 1983.
Em 1967 começou a trabalhar como eletricista no estaleiro naval de Gdansk, onde assistiu à repressão de manifestações operárias pela força das armas. Estes acontecimentos trágicos levaram-no a lutar pela constituição de sindicatos livres no país.
  
      
Wałęsa tornar-se-ia, com efeito, fundador e líder do Solidariedade, a organização sindical independente do Partido Comunista que obteve importantes concessões políticas e económicas do Governo polaco em 1980-1981, sendo nessa altura ilegalizado e passando à clandestinidade.
Em 1980, Wałęsa liderou o movimento grevista dos trabalhadores do estaleiro de Gdansk, cerca de 17.000, que protestavam contra a carestia de vida e as difíceis condições de trabalho. A greve alargou-se rapidamente a outras empresas.
Com dificuldade, as reivindicações dos trabalhadores acabaram por ser concedidas. As reivindicações sociais dos trabalhadores tomaram consequências claramente políticas quando foi assinado um acordo que lhes garantia o direito de se organizarem livremente, bem como a garantia da liberdade política, de expressão e de religião.
O facto de ter liderado as paralisações dos grevistas e de ser católico deu a Wałęsa uma grande base de apoio popular, mas os seus ganhos tiveram um carácter efémero, ante a resistência do regime. Em 13 de dezembro de 1981 o Governo impôs a lei marcial, e a maioria dos líderes foram presos, incluindo Wałęsa, até 14 de novembro de 1982. Em 8 de outubro de 1982 o Solidariedade foi considerado ilegal.
O país passou a ser governado pelo general Wojciech Jaruzelski. A agitação operária continuou, embora de forma mais contida. Wałęsa só seria libertado em 1982 e, um ano depois era-lhe atribuído o Nobel da Paz. Ele foi incapaz de aceitá-lo pessoalmente, temendo que o governo polaco o impedisse de voltar ao país. Então a sua esposa Danuta recebeu o prémio no seu lugar.
O Solidariedade saiu da clandestinidade após negociações com o Governo em 1988-1989, assim como outras organizações sindicais. Com o desmoronamento do Bloco de Leste e a liberalização democrática do regime, ficou consagrada a realização de eleições livres.
Em 9 de dezembro de 1990 Wałęsa foi eleito presidente, tendo tomado posse em 22 de dezembro de 1990