segunda-feira, novembro 11, 2024

Hoje é dia de São Martinho...!

   
Martinho de Tours (em latim: Martinus Turonensis; Sabaria, Panónia, 316 - Condate, Gália, 397), foi um militar, monge e, mais tarde, bispo de Turonum (Tours), sendo considerado santo pela Igreja Católica.
 
São Martinho de Tours era filho de um tribuno e soldado do exército romano. Nasceu e cresceu na cidade de Sabaria, Panónia (atual Hungria), em 316, sob uma educação baseada na religião dos seus antepassados, os deuses mitológicos venerados no Império Romano. Aos 10 anos de idade, entrou para o grupo dos catecúmenos (aqueles que estão se preparando para receber o batismo). Aos 15 anos de idade, e contra a própria vontade, teve de ingressar no exército romano e dirigir-se para a Gália (região na atual França). Aos 18 anos abandonou o exército, pois o cristianismo não era compatível com as suas funções militares. Foi batizado por Santo Hilário, bispo da cidade de Poitiers.
    
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Por curiosidade começou a frequentar uma Igreja cristã, ainda criança, sendo instruído na doutrina cristã, porem sem receber o batismo. Ao atingir a adolescência, para tê-lo mais perto de si, o seu pai alistou-o na cavalaria do exército imperial. Mas se o intuito do pai era afasta-lo da Igreja, o resultado foi o inverso, pois Martinho, continuava praticando os ensinamentos cristãos, principalmente a caridade. Depois, foi destinado a prestar serviço na Gália, hoje França.
Foi nessa época que ocorreu o famoso episódio do manto. Um dia um mendigo que tiritava de frio pediu-lhe esmola e, como não tinha, o cavaleiro cortou o seu próprio manto com a espada, dando metade ao pedinte. Durante a noite o próprio Jesus apareceu-lhe em sonho, usando o pedaço de manto que dera ao mendigo e agradeceu a Martinho por tê-lo aquecido no frio. Dessa noite em diante, ele decidiu que deixaria as fileiras militares para dedicar-se à religião.
Com vinte e dois anos já estava batizado, provavelmente pelo Bispo de Amiens, afastado da vida da corte e do exercito. Tornou-se monge e discípulo do famoso Bispo de Poitiers, Santo Hilário que o ordenou diácono. Mais tarde, quando voltou do exílio em 360, doou a Martinho um terreno em Ligugé, a doze quilómetros de Poitiers. Ali ele fundou uma comunidade de monges. Mas logo eram tantos jovens religiosos que buscavam sua orientação, que Martinho construiu o primeiro mosteiro da França e da Europa ocidental.
No ocidente, ao contrário do oriente, os monges podiam exercer o sacerdócio para que se tornassem apóstolos na evangelização. Martinho liderou então a conversão de muitos e muitos habitantes da região rural. Com seus monges visitava as aldeias pagãs, pregava o evangelho, derrubava templos e ídolos e construía igrejas. Onde encontrava resistência fundava um mosteiro com os monges evangelizando pelo exemplo da caridade cristã, e logo todo o povo se convertia. Dizem os escritos que, nesta época, havia recebido dons místicos, operando muitos prodígios em beneficio dos pobres e doentes que tanto amparava.
Quando ficou vaga a diocese de Tours, em 371 o povo o aclamou por unanimidade para ser o Bispo. Martinho aceitou, apesar de resistir no início. Mas não abandonou a sua peregrinação apostólica, visitava todas as paróquias, zelava pelo culto e não desistiu de converter pagãos e exercer exemplarmente a caridade. Nas proximidades da cidade fundou outro mosteiro, chamado de Marmoutier. E a sua influência não se limitou a Tours, mas expandiu-se por toda a França, tornando-o querido e amado por todo o povo.
Martinho exerceu o bispado por vinte e cinco anos e, aos oitenta e um, estava na cidade de Candes, quando morreu, no dia 8 de novembro de 397. A sua festa é comemorada no dia 11, data em que foi sepultado, na cidade de Tours.
Venerado como São Martinho de Tours, tornou-se o primeiro Santo não mártir a receber culto oficial da Igreja e tornou-se um dos santos mais populares da Europa medieval.
   
 

São Martinho partilhando o seu manto com um mendigo (1531), Lisboa, Museu Calouste Gulbenkian
      
 

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