O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
Sismo de 3,4 na escala de Richter registado no Algarve
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, o sismo foi registado às 05.48 de 11.08.2024.
O sismo de magnitude 3,4 na escala de Richter registado este domingo
no Algarve, com o epicentro a cerca de 30 quilómetros a sul de
Albufeira, foi sentido, mas não causou danos pessoais ou materiais.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), atualizou a
primeira informação, dando agora conta que o sismo, registado às 05.48,
"foi sentido com intensidade máxima III (escala de Mercalli
modificada)".
O instituto adiantou que o sismo "não causou danos pessoais ou
materiais", salientando que a informação será atualizada se a situação o
justificar.
Segundo o organismo, a localização do epicentro de um sismo é um
processo "físico e matemático complexo que depende do conjunto de dados,
dos algoritmos e dos modelos de propagação das ondas sísmicas", pelo
que "agências diferentes podem produzir resultados ligeiramente
diferentes".
ADENDA - houve, pouco depois, outro pequeno sismo sentido, no PNSAC, cujo epicentro foi entre Mendiga e Cabeço das Pombas:
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera informa que no dia
11.08.2024 pelas 07.18 (hora local) foi registado nas estações da Rede
Sísmica do Continente, um sismo de magnitude 2.6 (Richter) e cujo
epicentro se localizou a cerca de 10 km a Sul do Porto de Mós.
Este sismo, de acordo com a informação disponível até ao momento,
não causou danos pessoais ou materiais foi sentido com intensidade
máxima III (escala de Mercalli modificada) no concelho de Alcobaça
(Leiria). Foi ainda sentido com menor intensidade no concelho de Porto de Mós (Leiria).
Se a situação o justificar serão emitidos novos comunicados.
Aos cinco anos ouviu o seu primeiro disco de fado, cantado por Lucília do Carmo, a que deu pouca importância na ocasião. Aos dez anos foi viver para Portugal e estudou nas melhores escolas de Lisboa, mostrando uma inclinação para a música clássica. Aos 12 anos inscreveu-se no Conservatório Nacional de Lisboa e concluiu o curso básico e superior de solfejo aos 15 anos. Iniciou então os estudos de piano, terminando o curso nove anos depois, com louvor e distinção. Seguidamente, inscreveu-se no curso de teatro no mesmo Conservatório. Terminados os estudos secundários, juntou-se à Companhia de Teatro Estúdio de Lisboa, dirigida por Luzia Maria Martins, ali permanecendo durante seis anos.
Inscreveu-se então no curso de Direito (que nunca completou), onde fundou o Grupo Independente de Teatro da Faculdade de Direito, onde encenaria a peça O Homúnculo de Natália Correia, primeiro texto desta autora a ser representado publicamente. Nessa ocasião conheceu Vasco de Lima Couto, que lhe escreveu um poema para um fado.
Começou a visitar os retiros de fado em Cascais,
e segundo as suas palavras, “apanhei o comboio logo ali”. José Manuel
Osório cantou como amador em sítios como O Estribo, O Cartola, O Galito e
O Arreda. Conheceu então cantores carismáticos como Alfredo Marceneiro, Maria Teresa de Noronha, Carlos Duarte, João Braga, José Pracana, Chico Pessoa e João Ferreira-Rosa, entre outros. Também conheceu José Carlos Ary dos Santos, que lhe ofereceu para cantar o decassílablo Desespero, a partir de um soneto incluído em A Liturgia do Sangue.
Esses retiros de fado, segundo Osório, eram de certo modo locais
de rebelião contra as casas de fado que proliferavam nos bairros
históricos de Lisboa e tornavam o prazer de cantar numa obrigação.
Em 1968 gravou o seu primeiro disco, cujo reportório incluía poemas de José Carlos Ary dos Santos, Vasco de Lima Couto, Manuel Alegre, Mário de Sá-Carneiro, António Botto, João Fezas Vital, Luiza Neto Jorge, António Aleixo e Maria Helena Reis. Em 1969 gravou o seu segundo trabalho e recebeu o Prémio da Imprensa para o Melhor Disco do Ano.
Em 1969 Osório aderiu ao Partido Comunista Português. Em 1970 recebeu o Prémio da Imprensa para o Melhor Fadista do Ano, mas foi impedido de cantar no Coliseu, por ordem da PIDE enviada à Casa da Imprensa. Viveu então um período difícil, devido à proibição de vendas imposta ao seu disco.
Nas décadas de 60 e de 70 dinamizou o teatro amador em
dezenas de espetáculos, tanto como ator como encenador, trabalhando
essencialmente nas associações populares de Lisboa. Foi-lhe atribuído o
Primeiro Prémio do Festival de Teatro Amador (APTA) com o Grupo Oficina
de Teatro de Amadores de Alfama, dirigindo o texto Soldados de Carlos Reyes.
Regressou finalmente a Portugal em 1973 e começou a pesquisar e a
coligir temas do fado operário e anarco-sindicalista, que mais tarde
viria a interpretar.
Depois do 25 de abril de 1974 participou na fundação do grupo de teatro A Barraca. Juntamente com Fernando Tordo e Samuel compôs música para a peça A Cidade Dourada (A Barraca). Também compôs e interpretou ao vivo música para a peça As Espingardas da Mãe Carrar por Bertolt Brecht na Casa da Comédia, encenada por João Lourenço. Foi um impulsionador dos Cantos Livres e das Campanhas de Dinamização do Movimento das Forças Armadas. A sua iniciativa levaria à afirmação do estudo e pesquisa históricos sobre o fado sindicalista e anarquista.
Gravou mais três discos de fado, sempre com um reportório de
fados tradicionais, dando assim por concluída a sua carreira
discográfica.
Atuou principalmente em casas de fado amador de Cascais e do Estoril,
nunca considerando seriamente tornar-se fadista profissional.
Utilizou todo o conhecimento adquirido para desenvolver uma carreira
como produtor de espetáculos e agente artístico, que manteve até 1990.
José Manuel Osório foi também, desde
1976, até estar disso impossibilitado, por motivos de saúde, membro do
comité organizador da Festa do Avante,
apoiando diretamente a criação do espaço exclusivamente dedicado ao
fado chamado «Retiro do Fado», que continua atualmente a existir.
Em 1984 soube que era seropositivo,
mas só no final de 1989 começou a ter sérios problemas de saúde, que o
obrigariam a abandonar a sua atividade profissional. Durante os anos
seguintes teve de enfrentar e vencer uma longa série de doenças
gravíssimas decorrentes da SIDA,
com enorme coragem e determinação, envolvendo-se ativamente na luta e
na prevenção contra a SIDA, colaborando com vários médicos entre os
quais a Dra. Odette Ferreira. Ficou conhecido por ser o mais antigo seropositivo em Portugal.
Em 1993 fez um regresso, pela mão de Ruben de Carvalho, para
lançar uma iniciativa artística no sentido de destacar o fado, através
d’"As Noites de Fado da Casa do Registo", no âmbito de Lisboa/94 Capital Europeia da Cultura.
Em 1998 a EBAHL convidou-o a supervisionar as Festas de Lisboa.
Em 2005 dirigiu o projeto "Todos os Fados". Em 2011 foi distinguido com
o Prémio Amália Rodrigues Ensaio/Divulgação, por se ter destacado nos
últimos anos como investigador do fado, tendo coordenado as coleções
discográficas “Fados da Alvorada” e “Fados do Fado” na etiqueta
Movieplay Portuguesa.
Foi pai do jornalista Luís Osório, nascido em 1971, e que mais tarde o entrevistaria para o programa Portugalmente e lhe dedicaria um documentário e um livro chamados Quanto Tempo?
José Manuel Osório morreu, em Lisboa, a 11 de agosto de 2011.
Licenciou-se em Ciências Geológicas pela Universidade de Lisboa (1959), doutorou-se em Geologia (1969) na mesma universidade e viria a ensinar na sua alma mater no Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências até 2001.
Responsável pelo carinho do público pelos dinossáurios, fez “lobby” da questão das esquecidas pegadas da Pedreira de Carenque, Sesimbra - Espichel, um dos trilhos mais longos do Cretácico
e conseguiu salvar as pegadas. É um símbolo nacional da defesa e
preservação do património cultural e científico, nomeadamente de sinais
marcantes da riquíssima evolução da história natural.
Dirigiu inúmeros projetos de investigação, de que são exemplo a
"Paleontologia dos vertebrados fósseis do Jurássico superior da Lourinhã
e Pombal" e "Icnofósseis de dinossáurios do Jurássico e do Cretácico
Português". Dirige e integra diversos organismos nacionais e
internacionais, nomeadamente a comissão Oceanográfica Intergovernamental
da UNESCO.
Foi colaborador dos Serviços Geológicos de Portugal e trabalhou no
Centro de Estudos Geográficos, do Instituto de Geografia da Faculdade de
Letras de Lisboa e no Centro de Estudos Ambientais.
Foi consultor científico da RTP para as séries televisivas de divulgação científica na área das Ciências da Terra.
Participou e dirigiu várias exposições. Contudo, devido ao enorme
impacto causado, sobressai a famosa "Dinossáurios regressam a Lisboa",
que contou com 347 mil visitantes em apenas 11 semanas.
Publicou diversos trabalhos e artigos científicos em revistas nacionais
e internacionais das diversas especialidades em que desenvolveu
investigação.
É responsável por livros didáticos e de divulgação, como "Morfogénese e
Sedimentogénese" (1996), "Petrogénese e Orogénese" (1997) e
"Introdução à Cristalografia e Mineralogia" (1997). Publicou também
alguns livros na área da literatura de ficção: "O Cheiro da Madeira"
(1994), "O Preço da Borrega" (1995) e "Os Homens não tapam as orelhas"
(1997).
Foi Diretor do Museu Nacional de História Natural durante vários anos e é Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Era irmão do cantor Francisco José e é pai do jornalista Nuno Galopim.
Pertencia a uma nobre família e era dotada de grande beleza. Destacou-se desde cedo pela sua caridade e respeito para com os pequenos, tanto que, ao deparar-se com a pobreza evangélica vivida por São Francisco de Assis, foi tomada pela irresistível tendência religiosa de segui-lo.
Enfrentando a oposição da família, que pretendia arranjar-lhe um
casamento vantajoso, aos dezoito anos Clara abandonou o seu lar para
seguir Jesus mais radicalmente. Para isto foi ao encontro de São Francisco de Assis na Porciúncula e fundou o ramo feminino da Ordem Franciscana, também conhecido por "Damas Pobres" ou Clarissas. Viveu na prática e no amor da mais estrita pobreza.
O seu primeiro milagre foi em vida, demonstrando a sua grande fé.
Conta-se que uma das irmãs da sua congregação havia saído para pedir
esmolas para os pobres que iam ao mosteiro.
Como não conseguiu quase nada, voltou desanimada e foi consolada por
Santa Clara que lhe disse: "Confia em Deus!". Quando a santa se afastou,
a outra freira foi pegar no embrulho que trouxera e não conseguiu
levantá-lo, pois tudo havia se multiplicado.
Em outra ocasião, aquando da invasão de Assis pelos sarracenos, Santa Clara apanhou o ostensório com a hóstia
consagrada e enfrentou o chefe deles, dizendo que Jesus Cristo era
mais forte que eles. Os agressores, tomados de repente por inexplicável
pânico, fugiram. Por este milagre Santa Clara é representada segurando
o Ostensório na mão.
Um ano antes de sua morte em 1253, Santa Clara assistiu a Celebração da Eucaristia sem precisar sair do seu leito. Neste sentido é que é aclamada como protetora da televisão.
Diversos episódios da vida de Santa Clara e São Francisco compõem as florinhas de São Francisco.
Escritos muitos anos após a morte de ambos, é difícil atestar a
correção destes relatos, mas, com certeza, retratam bem o espírito de
ambos e os primeiros acontecimentos quando da criação das Ordens
Franciscanas.
David Ian "Joe" Jackson (Burton upon Trent, Staffordshire,
11 August 1954) is an English musician and singer-songwriter. Having
spent years studying music and playing clubs, Jackson scored a hit with
his first release, "Is She Really Going Out with Him?", in 1979. This was followed by a number of new wave singles before he moved to more jazz-inflected pop music and had a Top 10 hit in 1982 with "Steppin' Out". He is associated with the 1980s Second British Invasion of the US. He has also composed classical music. He has recorded 19 studio albums and received 5 Grammy Award nominations.
Durante a sua vida, Pollock gozou de fama e notoriedade
consideráveis; ele foi um grande artista de sua geração. Considerado um
recluso, tinha uma personalidade volátil e lutou contra o alcoolismo durante a maior parte de sua vida.
Pollock morreu aos 44 anos, num acidente do carro que dirigia,
alcoolizado. Em dezembro de 1986, trinta anos e quatro meses após a sua
morte, Pollock recebeu uma exibição retrospetiva memorial no Museum of Modern Art (MoMA) na cidade de Nova Iorque.
Uma exposição maior e mais abrangente de seu trabalho foi realizada em
1967. Em 1998 e 1999, o seu trabalho foi homenageado com exposições
retrospetivas em larga escala no MoMA e no Tate em Londres.
Foi um dos maiores vultos científicos do seu tempo. Contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da navegação teórica, tendo-se dedicado, entre outros, aos problemas matemáticos da cartografia. Foi ainda inventor de vários instrumentos de medida, incluindo o "anel náutico", o "instrumento de sombras", e o nónio (nonius, o seu sobrenome em latim).
Em 1544 foi-lhe confiada a cátedra de Matemática da Universidade de Coimbra, a maior distinção que se podia conferir, no país, à época, a um matemático.
NOTA: O nónio é um dispositivo de medição inventado pelo matemático português Pedro Nunes.
Através do nónio era possível efetuar medições com rigor de alguns
minutos de grau, permitindo planear a navegação com uma margem de erro
da ordem da dezena de quilómetros.
Na França, o conceito foi modificado por Pierre Vernier, onde foi usado para construir um instrumento de metrologia, apelidado de vernier, com escalas de medição muito precisas.
Os seus livros encontram-se entre os mais
vendidos do mundo desde a década de 30, com mais de 600 milhões de
cópias. Os livros de Blyton continuam a ser populares, e foram
traduzidos em cerca de 90 línguas; o seu primeiro trabalho, Child Whispers,
um conjunto de poemas num livro de 24 páginas, foi publicado em 1922.
Os seus trabalhos abrangem vários temas desde a educação, história
natural, fantasia, histórias de mistério e narrativas bíblicas, mas os
seus livros mais conhecidos incluem o Nodi (Noddy), Os Cinco (Famous Five), Os Sete (Secret Seven), A Rapariga Rebelde (The Naughtiest Girl) e as As Gémeas (The Twins at St. Clare's). Ao longo da sua vida terá escrito mais de 800 obras.
No seguimento do sucesso comercial dos seus primeiros trabalhos como Adventures of the Wishing Chair (1937) e The Enchanted Wood
(1939), Blyton continuou a construir o seu império literário, algumas
vezes com 50 livros por ano, para além dos seus vários contributos em
revistas e jornais. A sua escrita era espontânea e tinha origem na sua
mente inconsciente; escrevia as suas histórias como se as estivesse a
ver de fronte a si. O volume dos seus livros, e a velocidade à qual eram
produzidos, criaram boatos sobre a utilização de escritores fantasmas,
uma acusação que Blyton recusou veementemente. Enid Blyton inspirou-se
nas suas filhas para escrever os livros de colégios internos.
O trabalho de Blyton foi tornando-se controverso no céu dos
críticos literários, professores e família, a partir da década de 50,
por causa da natureza sem rival dos seus livros, em particular a série
sobre Noddy. Algumas livrarias e escolas baniram os seus trabalhos, os quais a BBC
se tinha negado a transmitir desde os anos 30 até 50, pois
entendiam que não tinham qualquer mérito literário. Os seus livros têm
sido criticados como sendo elitistas, sexistas, xenófobos
e, pontualmente, com o ambiente liberal que emergia no pós-guerra no
Reino Unido, mas, ainda assim, continuam a ser grandes sucessos de venda
desde a sua morte, em 1968.
Blyton sentiu a responsabilidade de fornecer aos seus leitores
uma forte mensagem moral e incutiu-lhes a ideia de apoiarem causas
nobres. Em particular, através de associações que ela criou, ou que
apoiava, motivou-os a organizarem e a juntarem os meios financeiros
suficientes para ajudar os animais e as crianças.
Ele nasceu no Porto, na freguesia de Miragaia,
em prédio hoje devidamente assinalado. Era filho de mãe portuguesa (de
ascendência inglesa, Tomásia Isabel Clarque) e pai nordestino (João
Bernardo Gonzaga). Órfão de mãe no primeiro ano de vida, mudou-se com o
pai, magistrado brasileiro, para Pernambuco em 1751 e depois para a Bahia, onde estudou no Colégio dos Jesuítas. Em 1761, voltou a Portugal, para cursar Direito na Universidade de Coimbra, tornando-se bacharel em Leis em 1768. Com intenção de lecionar naquela universidade, escreveu a tese Tratado de Direito Natural, no qual enfocava o tema sob o ponto de vista tomista, mas depois trocou as pretensões ao magistério superior pela magistratura. Exerceu o cargo de juiz de fora na cidade de Beja, em Portugal. Quando voltou ao Brasil, em 1782, foi nomeado Ouvidor dos Defuntos e Ausentes da comarca de Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto, então conheceu a adolescente de apenas dezasseis anos Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão, a pastora Marília em uma das possíveis interpretações dos seus poemas, que teria sido imortalizada em sua obra lírica (Marília de Dirceu) - apesar de ser muito discutível essa versão, tendo em vista as regras retórico-poéticas que prevaleciam no século XVIII, época em que os poemas foram escritos.
Durante sua permanência em Minas Gerais, escreve Cartas Chilenas, poema satírico em forma de epístolas, uma violenta crítica ao governo colonial. Promovido a desembargador da relação da Bahia em 1786, resolve pedir em casamento Maria Doroteia dois anos depois. O casamento é marcado para o final do mês de maio de 1789. Como era pobre e bem mais velho que ela, sofreu oposição da família da noiva.
Por seu papel na Inconfidência Mineira ou Conjuração Mineira (primeira grande revolta pró-independência do Brasil), trabalhando junto de outros personagens dessa revolta como: Cláudio Manuel da Costa, Silva Alvarenga e Alvarenga Peixoto, é acusado de conspiração e preso em 1789, cumprindo a sua pena de três anos na Fortaleza da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro,
tendo os seus bens confiscados. Foi, portanto, separado da sua amada,
Maria Doroteia. Permanece em reclusão por três anos, durante os quais,
teria escrito a maior parte das liras atribuídas a ele, pois não há
registos de assinatura em qualquer uma de suas poesias. Em 1792, sua pena é comutada em degredo, a pedido pessoal da Rainha D. Maria I de Portugal e o poeta é enviado a costa oriental da África, a fim de cumprir, em Moçambique, a sentença de dez anos.
No mesmo ano é lançada em Lisboa a primeira parte de Marília de Dirceu,
com 33 liras (nota-se que não houve participação, portanto, do poeta
na edição desse conjunto de liras, e até hoje não se sabe quem teria
feito, provavelmente irmãos de Maçonaria). No país africano
trabalha como advogado e hospeda-se em casa de abastado comerciante de
escravos, vindo a casar, em 1793, com a filha dele, Juliana de Sousa Mascarenhas ("pessoa de muitos dotes e poucas letras"), com quem teve dois filhos: Ana Mascarenhas Gonzaga, filha de D.ª Juliana anterior ao seu casamento com Tomás António Gonzaga, a quem este deu seu nome, e Alexandre Mascarenhas Gonzaga, vivendo depois disso, durante quinze anos, rico e considerado, até morrer em 1810, acometido por uma grave doença. Em 1799,
é publicada a segunda parte de Marília de Dirceu, com mais 65 liras.
No desterro, ocupou os cargos de procurador da Coroa e Fazenda, e o de
juiz de Alfândega de Moçambique (cargo que exercia quando morreu).
Gonzaga foi muito admirado por poetas românticos como Casimiro de Abreu
e Castro Alves. É patrono da cadeira de número 37 da Academia Brasileira de Letras.
As suas principais obras são: Tratado de Direito Natural; Marília de Dirceu (coleção de poesias líricas, publicadas em três partes, em 1792, 1799 e 1812 - hoje sabe-se que a terceira parte não foi escrita pelo poeta); Cartas Chilenas (impressas em conjunto em 1863). A data de sua morte não é uma data certa, mas sabe-se que ele veio a falecer entre 1809 e 1810.
Caraterísticas literárias
A poesia de Tomás António Gonzaga apresenta as típicas características árcades e neoclássicas: o pastoril, o bucólico, a Natureza amena, o equilíbrio etc. Paralelamente, possui características pré-românticas (principalmente na segunda parte de Marília de Dirceu, escrita na prisão):
confissões de sentimento pessoal, ênfase emotiva estranha aos padrões
do neoclassicismo, descrição de paisagens brasileiras, etc.
O convívio com o Iluminismo põe em seu estilo a preocupação em atenuar as tensões e racionalizar os conflitos.
Tomás António Gonzaga escreveu versos marcados por expressão própria,
pela harmonização dos elementos racionais e afetivos e por um leve
toque de sensualidade. Segundo Alfredo Bosi,
Gonzaga está acima de tudo preocupado em "achar a versão literária
mais justa dos seus cuidados". Assim, "a figura de Marília, os amores
ainda não realizados e a mágoa da separação entram apenas como
'ocasiões' no cancioneiro de Dirceu", o que diferencia o autor dos seus
futuros colegas românticos.
Marília de Dirceu
As liras a sua pastora idealizada refletem a trajetória do poeta, na
qual a prisão atua como um divisor de águas (a segunda parte do livro é
contada dentro da prisão). Antes da prisão, num tom de fidelidade,
canta a ventura da iniciação amorosa, a satisfação do amante, que,
valorizando o momento presente, busca a simplicidade do refúgio na
natureza amena, que ora é europeia e ora mineira. Depois da reclusão,
num tom trágico de desalento, canta o infortúnio, a injustiça (ele se
considera inocente, portanto, injustiçado), o destino e a eterna
consolação no amor da figura de Marília. São compostas em redondilha
menor ou decassílabos quebrados. Expressam a simplicidade e gracioso
lirismo íntimo, decorrentes da naturalidade e da singeleza no trato dos
sentimentos e da escolha linguística. Ao delegar posição poética a um
campesino, sob cuja pele se esconde um elemento civilizado, Gonzaga
demonstra mais uma vez suas diferenças com a filosofia romântica, pois
segue o descrito nas regras para a confecção de éclogas nos manuais de
poética da época, que instruem aos poetas que buscam a superação dos
antigos, imitando-os, a utilizações de eu-líricos que se aproximem as
figuras de pastores, caçadores, agricultores e vaqueiros.
Marília é ora morena, ora loira. O que comprova não ser a pastora,
Maria Doroteia na vida real, mas uma figura simbólica que servia à
poesia de Tomás António Gonzaga. É anacronismo destinar ao sentimento
existente entre o poeta e Maria Doroteia a motivação para a confecção
dos poemas, tendo em vista que esse pensamento só surgiu com o
pensamento romântico, no século XIX.
É mais aceitável a teoria de inspiração no ideal de emulação, que
configurava o sentimento poético da época, baseado nas filosofias
retórico-poéticas vigentes, em que o poeta, seguindo inúmeras regras de
confecção, "imitava" os poetas antigos procurando superá-los. Muitos
pouco conhecedores de literatura podem acreditar que o poeta cai em
contradições, ora assumindo a postura de pastor que cuida de ovelhas e
vive numa cabana no alto do monte, ora a do burguês Dr. Tomás António
Gonzaga, juiz que lê altos volumes instalados em espaçosa mesa, mas o
fazem por analisar os poemas com critérios anacrónicos à época, analisam
com pensamentos surgidos após o romantismo, textos que o precedem.
É interessante atentar para alguns aspectos dessa obra de Gonzaga. Cada
lira é um dialogo de Dirceu com sua pastora Marília, mas, embora a
obra tenha a estrutura de um diálogo, só Dirceu fala (trata-se de um
monólogo), chamando Marília em geral com vocativos. Como bem lembra o
crítico António Cândido, o melhor título para a obra seria Dirceu de Marília,
mas o patriarcalismo de Gonzaga nunca lhe permitiria pôr-se como a
coisa possuída, sem esquecer que Tomás António Gonzaga morreu de
paixão. Ele foi mandando para a ilha das Cobras no Rio de Janeiro,
depois para Moçambique na África. Casando-se com uma filha de um
mercador de escravos, o que, diga-se de passagem, é notável e estranho: Logo ele que era totalmente contra a escravidão.
Williams foi encontrado morto em sua casa em Paradise Cay (Califórnia), no dia 11 de agosto de 2014, aos 63 anos. Na época de seu suicídio, ele havia sido diagnosticado com a doença de Parkinson. De acordo com sua viúva, Williams passou a sofrer de depressão, ansiedade e paranoia crescente. A sua autópsia revelou "demência com corpos de Lewy" e profissionais da saúde afirmaram que os sintomas de Williams eram de facto a doença de Lewy.
As Perseidas são uma prolífica chuva de meteoros associada ao cometaSwift-Tuttle. São assim denominadas devido ao ponto do céu de onde parecem vir, o radiante, localizado na constelação de Perseu. As chuvas de meteoros ocorrem quando a Terra atravessa um rasto de meteoros. Neste caso o rasto é denominado de nuvem Perseida e estende-se ao longo órbita do cometa Swift-Tuttle. A nuvem consiste em partículas ejetadas pelo cometa durante a sua passagem perto do Sol.
A maior parte do material presente na nuvem atualmente, tem
aproximadamente 1.000 anos. No entanto, existe um filamento
relativamente recente de poeiras neste rasto proveniente da passagem do
cometa em 1862. Em 1992 (o cometa Swift-Tuttle dá uma volta completa em torno do Sol a cada 130 anos) a nuvem que dá origem às Perseidas
foi reabastecida, tendo nos últimos anos havido algumas chuvas de
meteoros bastante boas. Como a Terra, nessa noite, viaja pelo espaço em
direção à constelação de Perseu,
as estrelas cadentes parecem provir desse ponto (chamado de radiante)
para aonde a Terra se dirige; marcando (e prolongando essa linha) num mapa celeste, as estrelas cadentes perseidas ir-se-ião cruzar no radiante.
Observação
O fenómeno é visível anualmente a partir de meados de julho,
registando-se a maior atividade entre os dias 8 e 14 de agosto,
ocorrendo o seu pico por volta do dia 12. Durante o pico, a taxa de
estrelas cadentes pode ultrapassar as 60 por hora. Podem ser observadas
ao longo de todo o plano celeste, mas devido à trajetória da órbita do
cometa Swift-Tuttle, são observáveis essencialmente no Hemisfério Norte.
A famosa chuva de estrelas das Perseidas tem sido observada ao longo
dos últimos 2.000 anos, com a primeira descrição conhecida deste
fenómeno registada no Extremo Oriente no ano 36. Na Europa recém cristianizada, as Perseidas tornaram-se conhecidas como Lágrimas de São Lourenço.
De forma a viver esta experiência ao máximo, a chuva deverá ser
observada numa noite limpa e sem lua, a partir de um ponto afastado das
grandes concentrações urbanas, onde o céu não se encontre afetado pela
poluição luminosa.
As Perseidas possuem um pico relativamente grande, pelo que o fenómeno
pode ser observado ao longo de várias noites. Em qualquer uma destas, a
atividade começa lentamente ao anoitecer, aumentando subitamente por
volta das 23 horas, quando o radiante atinge uma posição celeste
relativamente elevada. A taxa de meteoros aumenta de forma contínua ao
longo da noite, atingindo o pico pouco antes do amanhecer,
aproximadamente 1½ a 2 horas antes do nascer do sol.
NOTA: este ano provavelmente não irei observar o fenómeno (há
anos em que o faço na Senhora do Monte, perto de Cortes, em Leiria, sempre que posso).
É fácil de ver - basta olhar, sem telescópio, para uma vasta zona
de NE do céu, à volta da constelação de Perseu (que fica por baixo da
Cassiopeia, uma constelação bem visível, com forma de M ou W, entre as
00.30 e 03.00 horas). Aqui fica um mapa do céu com o radiante desta
chuva de estrelas:
Le mal dont j'ai souffert s'est enfui comme un rêve, Je n'en puis comparer le lontain souvenir Qu'à ces brouillards légers que l'aurore soulève Et qu'avec la rosée on voit s'évanouir. .............................................MUSSET
Meu anjo, escuta: quando junto à noite Perpassa a brisa pelo rosto teu, Como suspiro que um menino exala; Na voz da brisa quem murmura e fala Brando queixume, que tão triste cala No peito teu? Sou eu, sou eu, sou eu! Quando tu sentes lutuosa imagem D'aflito pranto com sombrio véu, Rasgado o peito por acerbas dores; Quem murcha as flores Do brando sonho? — Quem te pinta amores Dum puro céu? Sou eu, sou eu, sou eu! Se alguém te acorda do celeste arroubo, Na amenidade do silêncio teu, Quando tua alma noutros mundos erra, Se alguém descerra Ao lado teu Fraco suspiro que no peito encerra; Sou eu, sou eu, sou eu! Se alguém se aflige de te ver chorosa, Se alguém se alegra co'um sorriso teu, Se alguém suspira de te ver formosa O mar e a terra a enamorar e o céu; Se alguém definha Por amor teu, Sou eu, sou eu, sou eu! in Últimos Cantos (1851) - Gonçalves Dias
NASA revela lago de lava fria na superfície de Io, a lua de Júpiter
Cientistas da missão Juno, da NASA, transformaram dados
recolhidos durante dois sobrevoos recentes de Io em animações que
destacam duas das características mais dramáticas da lua de Júpiter: uma
montanha e um lago quase liso de lava fria.
A exploração espacial alcançou um novo marco com a descoberta de um lago de lava com superfície vítrea em Io, uma das luas de Júpiter.
A descoberta, feita por cientistas da NASA, revela mais sobre a geologia única e as forças vulcânicas atuantes neste corpo celeste, que é o mais vulcanicamente ativo do Sistema Solar.
As novas imagens foram divulgadas no dia 18 de abril por Scott Bolton, investigador principal da missão Juno, na European Geophysical Union’s General Assembly.
Este satélite natural de Júpiter é o local com maior atividade vulcânica
em todo o Sistema Solar, com centenas de vulcões na superfície lunar
que tornam o estudo da Lua e do seu passado bastante difícil para os
cientistas.
“Io está simplesmente repleta de vulcões e capturamos alguns deles em ação”, disse Bolton, em comunicado, citado pelo Live Science.
“Há detalhes surpreendentes que mostram essas ilhas incrustadas no meio
de um potencial lago de magma cercado por lava quente”.
“A reflexão especular que os nossos instrumentos registaram no lago sugere que partes da superfície de Io são tão lisas como vidro, reminescentes do vidro de obsidiana criado vulcanicamente na Terra”, acrescenta o investigador
Juno fez sobrevoos extremamente próximos de Io em dezembro de 2023 e
fevereiro de 2024, chegando a cerca de 1.500 quilómetros da superfície.
Foi assim que conseguiu obter as primeiras imagens próximas das latitudes norte da lua.
A superfície lisa como vidro do lago de lava é um testemunho das
temperaturas extremamente altas e da natureza fluida do magma em Io.
Além de confirmar a atividade vulcânica contínua na lua, a descoberta recente também sugere que o interior de Io é incrivelmente quente.
No futuro, a análise deste fenómeno pode ajudar os cientistas a entender melhor como a atividade vulcânica pode afetar a formação e evolução de outros corpos celestes.
Astrónomos amadores descobrem dois novos mundos do tamanho de Júpiter
Impressão artística do exoplaneta Tau Boötis b
Uma série de descobertas excitantes do projeto internacional de
ciência cidadã Planet Hunters inclui dois possíveis exoplanetas do
tamanho de Júpiter.
O projeto Planet Hunters NGTS
(Next-Generation Transit Survey) foi criado em 2021 na esperança de
descobrir novos exoplanetas, envolvendo voluntários para examinar os
dados dos telescópios NGTS no Chile.
Os telescópios NGTS observam o céu noturno, monitorizando o brilho de
milhares de estrelas para procurar quaisquer quedas na sua luz que
possam ser causadas pela passagem de um exoplaneta em frente da estrela
hospedeira.
O primeiro exoplaneta foi descoberto em 1992. Atualmente, os astrónomos
encontraram quase 6000 mundos a orbitar estrelas distantes dentro da
nossa Galáxia, a Via Láctea. Cada novo exoplaneta fornece informações
valiosas sobre a forma como os planetas se formam e evoluem e sobre como
sistemas solares muito diferentes do nosso funcionam.
Um artigo científico publicado na revista The Astronomical Journal
descreve as descobertas mais promissoras do projeto Planet Hunters NGTS
até à data, com a ajuda de quase 15.000 voluntários de todo o mundo. O
artigo foi liderado por Sean O’Brien, estudante de doutoramento na
Escola de Matemática e Física da Queen’s University em Belfast, Irlanda
do Norte.
“Há muitas coisas no universo que podem imitar os sinais dos
exoplanetas que estamos a procurar. É preciso muito trabalho para passar
de candidato a planeta a planeta confirmado. Estamos a trabalhar
arduamente para confirmar e caracterizar estes candidatos a planeta”,
disse O’Brien.
“É muito emocionante porque estes achados não foram detetados
inicialmente pelos astrónomos da rede NGTS, mas foram salvos pelos
voluntários do Planet Hunters NGTS que ‘vasculharam’ pelos dados”.
Descoberta rara…
A descoberta mais importante até agora é a deteção de um candidato a
exoplaneta, com cerca do tamanho de Júpiter, em órbita de uma estrela
anã vermelha, uma estrela mais pequena do que o nosso Sol.
Trata-se de uma descoberta rara dos voluntários, uma vez que apenas
foram descobertos cerca de uma dúzia de planetas gigantes em órbita de
estrelas anãs M, e coloca questões interessantes sobre a forma como
estes sistemas se podem formar.
O’Brien e os colaboradores usaram o Observatório Gemini, também no Chile, e o seu instrumento Zorro
para obter uma visão mais clara das estrelas que hospedam os candidatos
a planeta. O instrumento Zorro utiliza uma técnica chamada “speckle imaging“,
que permite aos telescópios terrestres ultrapassar grande parte do
efeito de desfocagem da atmosfera da Terra e, assim, obter imagens de
muito maior resolução.
…e surpreendente
As observações do Zorro revelaram, no avistamento de um segundo
potencial exoplaneta, que o que inicialmente se pensava ser uma estrela
individual que albergava um candidato a exoplaneta era, de facto, duas estrelas.
A segunda estrela orbita a estrela primária à mesma distância que
Úrano orbita o Sol no nosso Sistema Solar. Isto sugere que podemos estar
a ver um exoplaneta a orbitar uma das duas estrelas deste sistema
binário — o que seria outra configuração rara.
A Dra. Meg Schwamb, coautora do artigo científico, também da mesma
universidade, disse que o Planet Hunters NGTS estava a dar resultados
“para além do que esperávamos”. E acrescentou:
“Este projeto foi uma aposta ao início. Não sabíamos se havia algo
escondido nos dados de arquivo do NGTS e acabámos por encontrar não
apenas um, mas dois potenciais exoplanetas interessantes que temos de
analisar mais de perto. Os resultados até agora são entusiasmantes”.
A equipa recebeu mais tempo de telescópio para estudar alguns destes
achados em maior detalhe, na esperança de confirmar a sua natureza
planetária.
“A quantidade de entusiasmo demonstrada pelos voluntários que fizeram
deste projeto o que ele é tem sido espantosa”, acrescentou O’Brien.
“Temos mais dados recentemente obtidos pelos telescópios para analisar
com o projeto e estou confiante de que, com a ajuda do público, podemos
fazer descobertas ainda mais notáveis de possíveis exoplanetas.”
Os voluntários podem ter qualquer idade, ser de qualquer parte do
mundo e não é necessária qualquer formação; tudo o que precisamos é de
um navegador web para começar a procurar exoplanetas.
É doce morrer no mar - Dorival Caymmi Música de Dorival Caymmi e letra de Jorge Amado
É doce morrer no mar Nas ondas verdes do mar A noite que ele não veio foi Foi de tristeza pra mim Saveiro voltou sozinho Triste noite foi pra mim É doce morrer no mar Nas ondas verdes do mar Saveiro partiu de noite foi Madrugada não voltou O marinheiro bonito sereia do mar levou É doce morrer no mar Nas ondas verdes do mar Nas ondas verdes do mar meu bem Ele se foi afogar Fez sua cama de noivo no colo de Iemanjá
Terra Pátria serás nossa, Mais este sol que te cobre, Serás nossa, Mãe pobre de gente pobre. O vento da nossa fúria Queime as searas roubadas; E na noite dos ladrões Haja frio, morte e espadas. Terra Pátria serás nossa Mais os vinhedos e os milhos, Serás nossa, Mãe que não esquece os filhos. Com morte, espadas e frio, Se a vida te não remir, Faremos da nossa carne As searas do porvir. Terra Pátria serás nossa, Livre e descoberta enfim, Serás nossa, Ou este sangue o teu fim. E se a loucura da sorte assim nos quiser perder, Abre os teus braços de morte E deixa-nos aquecer.
Arde um fulgor extinto no longe da tarde agoniada. Não me pesaria tanto a caminhada se, em lugar do dia, no seu extremo achasse a noite. Exacta e concisa é a claridade. Não mente à luz o que a noite ilude. Terrível destino o de quem é nocturno à luz solar. Não vos ponha em cuidado, porém, este meu penar: são palavras e não sangram.