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sábado, setembro 28, 2024

O ferry boat Estonia naufragou há trinta anos...

   
MS Estonia, previously Viking Sally (1980–1990), Silja Star (−1991), and Wasa King (−1993), was a cruise ferry built in 1979/80 at the German shipyard Meyer Werft in Papenburg. The ship's sinking on 28 September 1994, in the Baltic Sea between Sweden, Åland, Finland and Estonia, was one of the worst maritime disasters of the 20th century, claiming 852 lives.

The official report concluded that the bow door had separated from the vessel, pulling the ramp ajar. The ship was already listing because of poor cargo distribution, and the list increased rapidly, flooding the decks and the cabins. Shortly, power failed altogether, inhibiting search and rescue, and a full-scale emergency was not declared for 90 minutes. Of the 989 on board, 138 were rescued. The report criticised the passive attitude of the crew, failing to notice that water was entering the vehicle deck, delaying the alarm, and providing minimal guidance from the bridge.

  

sábado, agosto 10, 2024

Poesia adequada à data...

 

 

Meu Anjo, Escuta

Le mal dont j'ai souffert s'est enfui comme un rêve,
Je n'en puis comparer le lontain souvenir
Qu'à ces brouillards légers que l'aurore soulève
Et qu'avec la rosée on voit s'évanouir.
.............................................MUSSET


Meu anjo, escuta: quando junto à noite
Perpassa a brisa pelo rosto teu,
Como suspiro que um menino exala;
Na voz da brisa quem murmura e fala
Brando queixume, que tão triste cala
No peito teu?
Sou eu, sou eu, sou eu!

Quando tu sentes lutuosa imagem
D'aflito pranto com sombrio véu,
Rasgado o peito por acerbas dores;
Quem murcha as flores
Do brando sonho? — Quem te pinta amores
Dum puro céu?
Sou eu, sou eu, sou eu!

Se alguém te acorda do celeste arroubo,
Na amenidade do silêncio teu,
Quando tua alma noutros mundos erra,
Se alguém descerra
Ao lado teu
Fraco suspiro que no peito encerra;
Sou eu, sou eu, sou eu!

Se alguém se aflige de te ver chorosa,
Se alguém se alegra co'um sorriso teu,
Se alguém suspira de te ver formosa
O mar e a terra a enamorar e o céu;
Se alguém definha
Por amor teu,
Sou eu, sou eu, sou eu!


in Últimos Cantos (1851) - Gonçalves Dias

O poeta Gonçalves Dias nasceu há duzentos e um anos...

  
Antônio Gonçalves Dias nasceu em 10 de agosto de 1823, no sítio Boa Vista, em terras de Jatobá (a 14 léguas de Caxias). Morreu aos 41 anos em um naufrágio do navio Ville Bologna, próximo do baixo de Atins, na baía de Cumã, município de Guimarães. Advogado de formação, é mais conhecido como poeta e etnógrafo, sendo relevante também para o teatro brasileiro, tendo escrito quatro peças. Teve também atuação importante como jornalista.
Era filho de uma união não oficializada entre um comerciante português com uma mestiça, e estudou inicialmente por um ano com o professor José Joaquim de Abreu, quando começou a trabalhar como caixeiro e a tratar da escrituração da loja de seu pai, que veio a falecer em 1837.
Iniciou os seus estudos de latim, francês e filosofia em 1835 quando foi matriculado numa escola particular.
Foi estudar na Europa, em Portugal, onde, em 1838 terminou os estudos secundários e ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1840), retornando em 1845, após bacharelar-se. Mas antes de retornar, ainda em Coimbra, participou dos grupos medievalistas da Gazeta Literária e de O Trovador, compartilhando das ideias românticas de Almeida Garrett, Alexandre Herculano e António Feliciano de Castilho. Por se achar tanto tempo fora de sua pátria inspira-se para escrever a Canção do Exílio e parte dos poemas de "Primeiros cantos" e "Segundos cantos"; o drama Patkull; e "Beatriz de Cenci", depois rejeitado por sua condição de texto "imoral" pelo Conservatório Dramático do Brasil. Foi ainda neste período que escreveu fragmentos do romance biográfico "Memórias de Agapito Goiaba", destruído depois pelo próprio poeta, por conter alusões a pessoas ainda vivas.
No ano seguinte ao seu retorno conheceu aquela que seria a sua grande musa inspiradora: Ana Amélia Ferreira Vale. Várias de suas peças românticas, inclusive “Ainda uma vez — Adeus” foram escritas para ela. Nesse mesmo ano ele viajou para o Rio de Janeiro, então capital do Brasil, onde trabalhou como professor de História e Latim do Colégio Pedro II, além de ter atuado como jornalista, contribuindo para diversos periódicos: Jornal do Commercio, Gazeta Oficial, Correio da Tarde e Sentinela da Monarquia, publicando crónicas, folhetins teatrais e crítica literária.
Em 1849 fundou com Manuel de Araújo Porto-Alegre e Joaquim Manuel de Macedo a revista Guanabara, que divulgava o movimento romântico da época. Em 1851 voltou a São Luís do Maranhão, a pedido do governo para estudar o problema da instrução pública naquele estado.
Gonçalves Dias pediu Ana Amélia em casamento em 1852, mas a família dela, em virtude da ascendência mestiça do escritor, refutou veementemente o pedido. No mesmo ano retornou ao Rio de Janeiro, onde casou-se com Olímpia da Costa. Logo depois foi nomeado oficial da Secretaria dos Negócios Estrangeiros. Passou os quatro anos seguintes na Europa realizando pesquisas em prol da educação nacional. Voltando ao Brasil foi convidado a participar da Comissão Científica de Exploração, pela qual viajou por quase todo o norte do país.
Voltou à Europa em 1862 para um tratamento de saúde. Não obtendo resultados retornou ao Brasil, em 1864, no navio Ville de Boulogne, que naufragou na costa brasileira; salvaram-se todos, exceto o poeta, que foi esquecido, agonizando no seu leito, e afogou-se. O acidente ocorreu nos Baixos de Atins, perto de Tutóia, no Maranhão.
A sua obra enquadra-se no romantismo, pois, à semelhança do que fizeram os seus correlegionários europeus, procurou formar um sentimento nacionalista ao incorporar assuntos, povos e paisagens brasileiras na literatura nacional. Ao lado de José de Alencar, desenvolveu o indianismo. Pela sua importância na história da literatura brasileira, podemos dizer que Gonçalves Dias incorporou uma ideia de Brasil na literatura nacional.
  
 
 
Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
 Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
 Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu´inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
 
 

Gonçalves Dias

quinta-feira, setembro 28, 2023

O ferry boat Estonia naufragou há 29 anos...

 
   
MS Estonia, previously Viking Sally (1980–1990), Silja Star (−1991), and Wasa King (−1993), was a cruise ferry built in 1979/80 at the German shipyard Meyer Werft in Papenburg. The ship's sinking on 28 September 1994, in the Baltic Sea between Sweden, Åland, Finland and Estonia, was one of the worst maritime disasters of the 20th century, claiming 852 lives.

The official report concluded that the bow door had separated from the vessel, pulling the ramp ajar. The ship was already listing because of poor cargo distribution, and the list increased rapidly, flooding the decks and the cabins. Shortly, power failed altogether, inhibiting search and rescue, and a full-scale emergency was not declared for 90 minutes. Of the 989 on board, 138 were rescued. The report criticised the passive attitude of the crew, failing to notice that water was entering the vehicle deck, delaying the alarm, and providing minimal guidance from the bridge.

  

quinta-feira, agosto 10, 2023

Poesia adequada à data...

 

 

Meu Anjo, Escuta

Le mal dont j'ai souffert s'est enfui comme un rêve,
Je n'en puis comparer le lontain souvenir
Qu'à ces brouillards légers que l'aurore soulève
Et qu'avec la rosée on voit s'évanouir.
.............................................MUSSET


Meu anjo, escuta: quando junto à noite
Perpassa a brisa pelo rosto teu,
Como suspiro que um menino exala;
Na voz da brisa quem murmura e fala
Brando queixume, que tão triste cala
No peito teu?
Sou eu, sou eu, sou eu!

Quando tu sentes lutuosa imagem
D'aflito pranto com sombrio véu,
Rasgado o peito por acerbas dores;
Quem murcha as flores
Do brando sonho? — Quem te pinta amores
Dum puro céu?
Sou eu, sou eu, sou eu!

Se alguém te acorda do celeste arroubo,
Na amenidade do silêncio teu,
Quando tua alma noutros mundos erra,
Se alguém descerra
Ao lado teu
Fraco suspiro que no peito encerra;
Sou eu, sou eu, sou eu!

Se alguém se aflige de te ver chorosa,
Se alguém se alegra co'um sorriso teu,
Se alguém suspira de te ver formosa
O mar e a terra a enamorar e o céu;
Se alguém definha
Por amor teu,
Sou eu, sou eu, sou eu!


in Últimos Cantos (1851) - Gonçalves Dias

 

O poeta Gonçalves Dias nasceu há dois séculos!

  
Antônio Gonçalves Dias nasceu em 10 de agosto de 1823, no sítio Boa Vista, em terras de Jatobá (a 14 léguas de Caxias). Morreu aos 41 anos em um naufrágio do navio Ville Bologna, próximo do baixo de Atins, na baía de Cumã, município de Guimarães. Advogado de formação, é mais conhecido como poeta e etnógrafo, sendo relevante também para o teatro brasileiro, tendo escrito quatro peças. Teve também atuação importante como jornalista.
Era filho de uma união não oficializada entre um comerciante português com uma mestiça, e estudou inicialmente por um ano com o professor José Joaquim de Abreu, quando começou a trabalhar como caixeiro e a tratar da escrituração da loja de seu pai, que veio a falecer em 1837.
Iniciou os seus estudos de latim, francês e filosofia em 1835 quando foi matriculado numa escola particular.
Foi estudar na Europa, em Portugal, onde, em 1838 terminou os estudos secundários e ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1840), retornando em 1845, após bacharelar-se. Mas antes de retornar, ainda em Coimbra, participou dos grupos medievalistas da Gazeta Literária e de O Trovador, compartilhando das ideias românticas de Almeida Garrett, Alexandre Herculano e António Feliciano de Castilho. Por se achar tanto tempo fora de sua pátria inspira-se para escrever a Canção do Exílio e parte dos poemas de "Primeiros cantos" e "Segundos cantos"; o drama Patkull; e "Beatriz de Cenci", depois rejeitado por sua condição de texto "imoral" pelo Conservatório Dramático do Brasil. Foi ainda neste período que escreveu fragmentos do romance biográfico "Memórias de Agapito Goiaba", destruído depois pelo próprio poeta, por conter alusões a pessoas ainda vivas.
No ano seguinte ao seu retorno conheceu aquela que seria a sua grande musa inspiradora: Ana Amélia Ferreira Vale. Várias de suas peças românticas, inclusive “Ainda uma vez — Adeus” foram escritas para ela. Nesse mesmo ano ele viajou para o Rio de Janeiro, então capital do Brasil, onde trabalhou como professor de História e Latim do Colégio Pedro II, além de ter atuado como jornalista, contribuindo para diversos periódicos: Jornal do Commercio, Gazeta Oficial, Correio da Tarde e Sentinela da Monarquia, publicando crónicas, folhetins teatrais e crítica literária.
Em 1849 fundou com Manuel de Araújo Porto-Alegre e Joaquim Manuel de Macedo a revista Guanabara, que divulgava o movimento romântico da época. Em 1851 voltou a São Luís do Maranhão, a pedido do governo para estudar o problema da instrução pública naquele estado.
Gonçalves Dias pediu Ana Amélia em casamento em 1852, mas a família dela, em virtude da ascendência mestiça do escritor, refutou veementemente o pedido. No mesmo ano retornou ao Rio de Janeiro, onde casou-se com Olímpia da Costa. Logo depois foi nomeado oficial da Secretaria dos Negócios Estrangeiros. Passou os quatro anos seguintes na Europa realizando pesquisas em prol da educação nacional. Voltando ao Brasil foi convidado a participar da Comissão Científica de Exploração, pela qual viajou por quase todo o norte do país.
Voltou à Europa em 1862 para um tratamento de saúde. Não obtendo resultados retornou ao Brasil, em 1864, no navio Ville de Boulogne, que naufragou na costa brasileira; salvaram-se todos, exceto o poeta, que foi esquecido, agonizando no seu leito, e afogou-se. O acidente ocorreu nos Baixos de Atins, perto de Tutóia, no Maranhão.
A sua obra enquadra-se no romantismo, pois, à semelhança do que fizeram os seus correlegionários europeus, procurou formar um sentimento nacionalista ao incorporar assuntos, povos e paisagens brasileiras na literatura nacional. Ao lado de José de Alencar, desenvolveu o indianismo. Pela sua importância na história da literatura brasileira, podemos dizer que Gonçalves Dias incorporou uma ideia de Brasil na literatura nacional.
  
 
 
Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
 Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
 Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu´inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
 
 

Gonçalves Dias

quarta-feira, setembro 28, 2022

O ferry boat Estonia naufragou há 28 anos...

MS Estonia, previously Viking Sally (1980–1990), Silja Star (−1991), and Wasa King (−1993), was a cruise ferry built in 1979/80 at the German shipyard Meyer Werft in Papenburg. The ship's sinking on 28 September 1994, in the Baltic Sea between Sweden, Åland, Finland and Estonia, was one of the worst maritime disasters of the 20th century, claiming 852 lives.

The official report concluded that the bow door had separated from the vessel, pulling the ramp ajar. The ship was already listing because of poor cargo distribution, and the list increased rapidly, flooding the decks and the cabins. Shortly, power failed altogether, inhibiting search and rescue, and a full-scale emergency was not declared for 90 minutes. Of the 989 on board, 138 were rescued. The report criticised the passive attitude of the crew, failing to notice that water was entering the vehicle deck, delaying the alarm, and providing minimal guidance from the bridge.

 

terça-feira, setembro 28, 2021

O naufrágio do ferry boat Estonia foi há 27 anos

MS Estonia, previously Viking Sally (1980–1990), Silja Star (−1991), and Wasa King (−1993), was a cruise ferry built in 1979/80 at the German shipyard Meyer Werft in Papenburg. The ship's sinking on 28 September 1994, in the Baltic Sea between Sweden, Åland, Finland and Estonia, was one of the worst maritime disasters of the 20th century, claiming 852 lives.

The official report concluded that the bow door had separated from the vessel, pulling the ramp ajar. The ship was already listing because of poor cargo distribution, and the list increased rapidly, flooding the decks and the cabins. Shortly, power failed altogether, inhibiting search and rescue, and a full-scale emergency was not declared for 90 minutes. Of the 989 on board, 138 were rescued. The report criticised the passive attitude of the crew, failing to notice that water was entering the vehicle deck, delaying the alarm, and providing minimal guidance from the bridge.

 

sábado, setembro 28, 2019

O ferry boat Estonia naufragou há 25 anos

MS Estonia, previously Viking Sally (1980–1990), Silja Star (−1991), and Wasa King (−1993), was a cruise ferry built in 1979/80 at the German shipyard Meyer Werft in Papenburg. The ship sank in 1994 in the Baltic Sea in one of the worst maritime disasters of the 20th century. It is the deadliest shipwreck disaster to have occurred in the Baltic Sea in peacetime, costing 852 lives.
(...)
The Estonia disaster occurred on Wednesday, 28 September 1994, between about 00:55 to 01:50 (UTC+2) as the ship was crossing the Baltic Sea, en route from Tallinn, Estonia, to Stockholm. Estonia was on a scheduled crossing with departure at 19:00 on 27 September. She had been expected in Stockholm the next morning at about 09:30. She was carrying 989 people: 803 passengers and 186 crew. Most of the passengers were Scandinavian, while most of the crew members were Estonian (several Swedish passengers were of Estonian origin). The ship was fully loaded, and was listing slightly to port because of poor cargo distribution.
According to the final disaster report the weather was rough, with a wind of 15 to 20 metres per second (29 to 39 kn), force 7–8 on the Beaufort scale and a significant wave height of 4 to 6 metres compared with the highest measured significant wave height in the Baltic Sea of 7,7 metres. Esa Mäkelä, the captain of Silja Europa who was appointed on scene commander for the subsequent rescue effort, described the weather as "normally bad", or like a typical autumn storm in the Baltic Sea. All scheduled passenger ferries were at sea. The official report says that while the exact speed at the time of the accident is not known, Estonia had very regular voyage times, averaging 16 to 17 knots (30 to 31 km/h; 18 to 20 mph), perhaps implying she did not slow down for adverse conditions. The chief mate of the Viking Line cruiseferry Mariella tracked Estonia's speed by radar at approximately 14.2 knots (26.3 km/h) before the first signs of distress, while the Silja Europa's officers estimated her speed at 14 to 15 knots (26 to 28 km/h) at midnight.
The first sign of trouble aboard Estonia was when a metallic bang was heard, caused by a heavy wave hitting the bow doors around 01:00, when the ship was on the outskirts of the Turku archipelago, but an inspection - limited to checking the indicator lights for the ramp and visor - showed no problems. Over the next 10 minutes, similar noises were reported by passengers and other crew. At about 01:15, the visor separated in which the ship's bow door opened and the ship immediately took on a heavy starboard list (initial 30 to 40 degrees, but by 01:30, the ship had rolled 90 degrees) as water flooded into the vehicle deck. Estonia was turned to port and slowed before her four engines cut out completely.
At about 01:20 a weak female voice called "Häire, häire, laeval on häire", Estonian for "Alarm, alarm, there is alarm on the ship", over the public address system, which was followed immediately by an internal alarm for the crew, then one minute later by the general lifeboat alarm. The vessel's rapid lean and the flooding prevented many people in the cabins from ascending to the boat deck. A Mayday was communicated by the ship's crew at 01:22, but did not follow international formats. Estonia directed a call to Silja Europa and only after making contact with her the radio operator uttered the word "Mayday". In English, the radio operator on Silja Europa, chief mate Teijo Seppelin replied: "Estonia, are you calling mayday?" After that, the voice of Andres Tammes took over on Estonia and the conversation shifted to Finnish. Tammes was able to provide some details about their situation but due to loss of power, he could not give their position, which delayed rescue operations somewhat. Some minutes later power returned (or somebody on the bridge managed to lower himself to the starboard side of the bridge to check the marine GPS which will display the ship's position even in a blackout condition), and the Estonia was able to radio their position to Silja Europa and Mariella. The ship disappeared from the radar screens of other ships at around 01:50, and sank at 59°23′N 21°42′E, about 22 nautical miles (41 km; 25 mi) on bearing 157° from Utö island, Finland, in 74 to 85 metres of water.
  

segunda-feira, novembro 03, 2014

Há 151 anos o poeta Gonçalves Dias morreu, afogado e esquecido, num naufrágio que o trazia para o seu país

Antônio Gonçalves Dias (Caxias, 10 de agosto de 1823 - Guimarães, 3 de novembro de 1864) foi um poeta, advogado, jornalista, etnógrafo e teatrólogo brasileiro. Um grande expoente do romantismo brasileiro e da tradição literária conhecida como "indianismo", ele é famoso por ter escrito o poema "Canção do Exílio" - sem dúvida, um dos poemas mais conhecidos da literatura brasileira -, o curto poema épico I-Juca-Pirama e de muitos outros poemas nacionalistas e patrióticos que viria a dar-lhe o título de poeta nacional do Brasil. Ele também foi um ávido pesquisador das línguas indígenas brasileiras e do folclore.
Ele é o patrono da cadeira 15 da Academia Brasileira de Letras.

(...)

Voltou à Europa em 1862 para um tratamento de saúde. Não obtendo resultados, regressou ao Brasil em 1864 no navio Ville de Boulogne, que naufragou na costa brasileira; salvaram-se todos, exceto o poeta, que foi esquecido, agonizando no seu leito, e se afogou. O acidente ocorreu nos Baixos de Atins, perto de Tutóia, no Maranhão.
A sua obra enquadra-se no Romantismo, pois, a semelhança do que fizeram os seus correlegionários europeus, procurou formar um sentimento nacionalista ao incorporar assuntos, povos e paisagens brasileiras na literatura nacional. Ao lado de José de Alencar, desenvolveu o indianismo. Pela sua importância na história da literatura brasileira, podemos dizer que Gonçalves Dias incorporou uma ideia de Brasil à literatura nacional.


Meu Anjo, Escuta

Le mal dont j'ai souffert s'est enfui comme un rêve,
Je n'en puis comparer le lontain souvenir
Qu'à ces brouillards légers que l'aurore soulève
Et qu'avec la rosée on voit s'évanouir.
.............................................MUSSET


Meu anjo, escuta: quando junto à noite
Perpassa a brisa pelo rosto teu,
Como suspiro que um menino exala;
Na voz da brisa quem murmura e fala
Brando queixume, que tão triste cala
No peito teu?
Sou eu, sou eu, sou eu!

Quando tu sentes lutuosa imagem
D'aflito pranto com sombrio véu,
Rasgado o peito por acerbas dores;
Quem murcha as flores
Do brando sonho? — Quem te pinta amores
Dum puro céu?
Sou eu, sou eu, sou eu!

Se alguém te acorda do celeste arroubo,
Na amenidade do silêncio teu,
Quando tua alma noutros mundos erra,
Se alguém descerra
Ao lado teu
Fraco suspiro que no peito encerra;
Sou eu, sou eu, sou eu!

Se alguém se aflige de te ver chorosa,
Se alguém se alegra co'um sorriso teu,
Se alguém suspira de te ver formosa
O mar e a terra a enamorar e o céu;
Se alguém definha
Por amor teu,
Sou eu, sou eu, sou eu!


in Últimos Cantos (1851) - Gonçalves Dias

domingo, setembro 28, 2014

O ferry boat Estonia naufragou há 20 anos

MS Estonia, previously Viking Sally (1980–1990), Silja Star (−1991), and Wasa King (−1993), was a cruise ferry built in 1979/80 at the German shipyard Meyer Werft in Papenburg. The ship sank in 1994 in the Baltic Sea in one of the worst maritime disasters of the 20th century. It is the deadliest shipwreck disaster to have occurred in the Baltic Sea in peacetime, costing 852 lives.

(...)

The Estonia disaster occurred on Wednesday, 28 September 1994, between about 00:55 to 01:50 (UTC+2) as the ship was crossing the Baltic Sea, en route from Tallinn, Estonia, to Stockholm. Estonia was on a scheduled crossing with departure at 19:00 on 27 September. She had been expected in Stockholm the next morning at about 09:30. She was carrying 989 people: 803 passengers and 186 crew. Most of the passengers were Scandinavian, while most of the crew members were Estonian (several Swedish passengers were of Estonian origin). The ship was fully loaded, and was listing slightly to port because of poor cargo distribution.
According to the final disaster report the weather was rough, with a wind of 15 to 20 metres per second (29 to 39 kn), force 7–8 on the Beaufort scale and a significant wave height of 4 to 6 metres compared with the highest measured significant wave height in the Baltic Sea of 7,7 metres. Esa Mäkelä, the captain of Silja Europa who was appointed on scene commander for the subsequent rescue effort, described the weather as "normally bad", or like a typical autumn storm in the Baltic Sea. All scheduled passenger ferries were at sea. The official report says that while the exact speed at the time of the accident is not known, Estonia had very regular voyage times, averaging 16 to 17 knots (30 to 31 km/h; 18 to 20 mph), perhaps implying she did not slow down for adverse conditions. The chief mate of the Viking Line cruiseferry Mariella tracked Estonia's speed by radar at approximately 14.2 knots (26.3 km/h) before the first signs of distress, while the Silja Europa's officers estimated her speed at 14 to 15 knots (26 to 28 km/h) at midnight.
The first sign of trouble aboard Estonia was when a metallic bang was heard, caused by a heavy wave hitting the bow doors around 01:00, when the ship was on the outskirts of the Turku archipelago, but an inspection - limited to checking the indicator lights for the ramp and visor - showed no problems. Over the next 10 minutes, similar noises were reported by passengers and other crew. At about 01:15, the visor separated in which the ship's bow door opened and the ship immediately took on a heavy starboard list (initial 30 to 40 degrees, but by 01:30, the ship had rolled 90 degrees) as water flooded into the vehicle deck. Estonia was turned to port and slowed before her four engines cut out completely.
At about 01:20 a weak female voice called "Häire, häire, laeval on häire", Estonian for "Alarm, alarm, there is alarm on the ship", over the public address system, which was followed immediately by an internal alarm for the crew, then one minute later by the general lifeboat alarm. The vessel's rapid lean and the flooding prevented many people in the cabins from ascending to the boat deck. A Mayday was communicated by the ship's crew at 01:22, but did not follow international formats. Estonia directed a call to Silja Europa and only after making contact with her the radio operator uttered the word "Mayday". In English, the radio operator on Silja Europa, chief mate Teijo Seppelin replied: "Estonia, are you calling mayday?" After that, the voice of Andres Tammes took over on Estonia and the conversation shifted to Finnish. Tammes was able to provide some details about their situation but due to loss of power, he could not give their position, which delayed rescue operations somewhat. Some minutes later power returned (or somebody on the bridge managed to lower himself to the starboard side of the bridge to check the marine GPS which will display the ship's position even in a blackout condition), and the Estonia was able to radio their position to Silja Europa and Mariella. The ship disappeared from the radar screens of other ships at around 01:50, and sank at 59°23′N 21°42′E, about 22 nautical miles (41 km; 25 mi) on bearing 157° from Utö island, Finland, in 74 to 85 metres of water.

quinta-feira, março 28, 2013

Alain Oulman morreu há 23 anos

(imagem daqui)

Alain Oulman (Cruz Quebrada, 15 de junho de 1928 - Paris, 28 de março de 1990) foi o grande responsável por alguns dos maiores sucessos de Amália. Foi também o editor do livro "Le Portugal Baillonné - témoignage" ("Portugal Amordaçado") de Mário Soares.

Alain Oulman nasceu a 15 de junho de 1928, na Cruz Quebrada, distrito de Lisboa, no seio de uma família judaica tradicional. Era um apaixonado pelos livros, pela música e por Amália. Foi apresentado a Amália, em 1962, por Luís de Macedo, diplomata em Paris, durante umas férias na Praia do Lisandro, perto da Ericeira. Oulman mostrou a Amália uma música que tinha composto ao piano, sobre o poema Vagamundo de Luís de Macedo.
O álbum Busto, editado em 1962, marcou o início de colaboração de Alain Oulman com Amália. Foi ele quem levou os poetas portugueses, como Luís de Camões, David Mourão-Ferreira, Alexandre O'Neill ou Manuel Alegre, para dentro de casa de Amália. Alain Oulman é também considerado o principal responsável por uma profunda alteração na música que a acompanhava.
Foi também ele que compôs a música do conhecido fado A Minha terra é Viana do poeta Pedro Homem de Mello, do álbum Cantigas numa língua Antiga.
Oulman, pessoa de esquerda, é perseguido e preso pela PIDE. Amália tudo fez para o apoiar aquando da sua prisão. É deportado para França. "A sua activa solidariedade com a luta antifascista portuguesa levou-o a ser preso pela PIDE, sendo expulso de Portugal e fixando-se definitivamente em Paris", lê-se no 'site' oficial do Partido Comunista Português.
Oulman escreveu a música para Meu Amor é Marinheiro, com base em A Trova do Amor Lusíada, que Manuel Alegre escreveu quando esteve preso em Caxias.
No disco Com Que Voz, gravado em 1969 mas editado apenas no ano seguinte, Amália canta nomes como Cecília Meireles, Alexandre O'Neill, David Mourão-Ferreira, Manuel Alegre, Camões, Ary dos Santos e Pedro Homem de Mello. O disco receberá o IX Prémio da Crítica Discográfica Italiana (1971), o Grande Prémio da Cidade de Paris e o Grande Prémio do Disco de Paris (1975).
Após o 25 de Abril de 1974, Alain Oulman fez parte da minoria que defendeu Amália, quando esta foi acusada de estar ligada ao anterior regime, escrevendo cartas para os jornais "República" e "O Século".
Alain Oulman morreu, na cidade de Paris, a 29 de março de 1990, quando contava apenas 61 anos de idade.
A 9 de junho de 1993 foi feito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique a título póstumo.

Cantei porque para mim era fado. A nobreza que está lá dentro é que conta. Se não tem fado para os outros, para mim tem.

Alain Oulman, que em sucessivos discos publicados nos anos 50 e 60 soube transformar a fadista Amália Rodrigues - cuja popularidade era incontestada desde o final da Segunda Guerra - na «Amalia», sem acento, que se tornou diva internacional. Oulman divulgou a voz, mas soube renovar-lhe a cada passo os atributos com desafios ousados: primeiro, já não apenas a guitarra e a viola, mas também os acompanhamentos orquestrais, depois as variações sobre estes, conduzindo-a ao extremo de um «jazz combo».

Eu tenho uma proximidade muito maior com a Amália dos anos 60, do período do Oulman. Cabe tudo ali - e é isso que lhe dá dimensão. Nós não podemos reduzi-la - como ela nunca se quis reduzir - a um qualquer sub-género do seu repertório.
Rui Vieira Nery, DN, 2002



Naufrágio - Amália Rodrigues
Poema de Cecília Meireles e música de Alain Oulman

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

sábado, outubro 06, 2012

quarta-feira, março 28, 2012

Alain Oulman morreu há 22 anos

(imagem daqui)

Alain Oulman (Cruz Quebrada, 15 de junho de 1928- Paris, 28 de março de 1990) foi o grande responsável por alguns dos maiores sucessos de Amália. Foi também o editor do livro "Le Portugal Baillonné - témoignage" ("Portugal Amordaçado") de Mário Soares.

Alain Oulman nasceu a 15 de junho de 1928, na Cruz Quebrada, distrito de Lisboa, no seio de uma família judaica tradicional. Era um apaixonado pelos livros, pela música e por Amália. Foi apresentado a Amália, em 1962, por Luís de Macedo, diplomata em Paris, durante umas férias na Praia do Lisandro, perto da Ericeira. Oulman mostrou a Amália uma música que tinha composto ao piano, sobre o poema "Vagamundo" de Luís de Macedo.
O álbum "Busto", editado em 1962, marcou o início de colaboração de Alain Oulman com Amália. Foi ele quem levou os poetas portugueses, como Luís de Camões, David Mourão-Ferreira, Alexandre O'Neill ou Manuel Alegre, para dentro de casa de Amália. Alain Oulman é também considerado o principal responsável por uma profunda alteração na música que a acompanhava.
Oulman, pessoa de esquerda, é perseguido e preso pela PIDE. Amália tudo fez para o apoiar aquando da sua prisão. É deportado para França. "A sua activa solidariedade com a luta antifascista portuguesa levou-o a ser preso pela PIDE, sendo expulso de Portugal e fixando-se definitivamente em Paris", lê-se no 'site' oficial do Partido Comunista Português.
Oulman escreveu a música para "Meu Amor é Marinheiro", com base em "A Trova do Amor Lusíada", que Manuel Alegre escreveu quando esteve preso em Caxias.
No disco "Com Que Voz", gravado em 1969 mas editado apenas no ano seguinte, Amália canta nomes como Cecília Meireles, Alexandre O'Neill, David Mourão-Ferreira, Manuel Alegre, Camões, Ary dos Santos e Pedro Homem de Mello. O disco receberá o IX Prémio da Crítica Discográfica Italiana (1971), o Grande Prémio da Cidade de Paris e o Grande Prémio do Disco de Paris (1975).
Após o 25 de abril de 1974, Alain Oulman fez parte da minoria que defendeu Amália, quando esta foi acusada de estar ligada ao anterior regime, escrevendo cartas para os jornais "República" e "O Século".
Alain Oulman morreu, na cidade de Paris, a 29 de março de 1990, quando contava 61 anos de idade.

Testemunhos
"Cantei porque para mim era fado. A nobreza que está lá dentro é que conta. Se não tem fado para os outros, para mim tem" (Amália).
"Alain Oulman, que em sucessivos discos publicados nos anos 50 e 60 soube transformar a fadista Amália Rodrigues - cuja popularidade era incontestada desde o final da Segunda Guerra - na «Amalia», sem acento, que se tornou diva internacional. Oulman divulgou a voz, mas soube renovar-lhe a cada passo os atributos com desafios ousados: primeiro, já não apenas a guitarra e a viola, mas também os acompanhamentos orquestrais, depois as variações sobre estes, conduzindo-a ao extremo de um «jazz combo»." (Jorge P. Pires, Expresso, 1998).
"Eu tenho uma proximidade muito maior com a Amália dos anos 60, do período do Oulman. Cabe tudo ali - e é isso que lhe dá dimensão. Nós não podemos reduzi-la - como ela nunca se quis reduzir - a um qualquer sub-género do seu repertório." (Rui Vieira Nery, DN, 2002)

Curiosidades
Em 2002, Ruben de Carvalho convidou Katia Guerreiro para fazerem uma homenagem a Alain Oulman: um marinheiro que estando triste cantava (Alain Oulman e o Fado Português). Fizeram seis meses de trabalho de pesquisa e ensaios. E assim Oulman acabou por fazer parte do seu repertório da fadista.
Misia foi convidada para participar no projecto "A Cantora, o Compositor, a Estilista e o Convidado dela". Pensou num compositor de fado como o Armandinho, mas considerou que não existia obra para fazer um espectáculo. Outra hipótese era Alain Oulman, mas ainda há pouco tempo tinha sido feita uma coisa com ele por parte da Katia Guerreiro. E depois decidiu-se, finalmente, por Carlos Paredes.
No projecto inicial do disco "Transfado" de Anamar havia alguns fados de Alain Oulman com letras diferentes. Mas não foi possível usá-los por uma questão de direitos, já que na obra de Oulman, segundo os seus herdeiros, músicas e letra serão indissociáveis.
O registo dos ensaios que foram encontrados nas residências dos herdeiros de Oulman e de Rui Valentim de Carvalho, foram publicados na edição que juntou os álbuns "Busto" e "For Your Delight", dois discos que foram gravados nas mesmas sessões de gravação.
Em 2006 há uma homenagem de três jovens fadistas que interpretaram uma selecção de temas de Alain Oulman: Carla Pires, António Zambujo e Liana.

Naufrágio - Amália
Letra de Cecília Meireles e música de Alain Oulman

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.