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sábado, março 23, 2024

À procura de uma nova Terra, se calhar para quando dermos cabo desta...

Cientistas descobrem Super Terra em zona habitável

 

Representação artística da superfície de uma super Terra a orbitar uma anã vermelha

 

Planeta a girar à volta de anã vermelha média está numa zona habitável. Recebe insolação semelhante à da Terra e poderia potencialmente manter água líquida.

A orbitar uma estrela anã vermelha, a aproximadamente 137 anos-luz de distância, astrónomos liderados por Georgina Dransfield, investigadora da Universidade de Birmingham, descobriram uma nova Super Terra.

Com um raio 1,55 vezes maior que o da Terra, o TOI-715b reside na zona habitável da sua estrela, algo que sugere que pode potencialmente suportar água líquida, segundo o estudo publicado na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society em maio passado, que detalha ainda a existência de outro candidato planetário do tamanho da Terra no mesmo sistema, que poderia tornar-se o menor planeta na zona habitável descoberto pela missão TESS, caso venha a ser confirmado.

O hospedeiro de TOI-715b, uma anã vermelha média, é significativamente menor que o nosso Sol, tanto em massa como em raio, com uma órbita apertada de 19 dias para TOI-715b à volta da sua estrela. Apesar da proximidade, a localização do planeta na zona habitável circunstelar (CHZ) indica que recebe uma quantidade de insolação semelhante à da Terra, levantando ainda mais possibilidades intrigantes sobre as suas condições para a vida.

O conceito da CHZ, que define uma faixa em torno de uma estrela onde um planeta rochoso, poderia potencialmente manter água líquida, desempenha um papel crucial na busca por exoplanetas habitáveis. A descoberta de TOI-715b nesta zona alimenta o entusiasmo sobre o potencial para a vida além do nosso sistema solar e oferece um valioso estudo de caso para entender a formação e evolução planetária, particularmente em relação à pequena “fenda” de raio planetário.

Esta “fenda”, observada entre 1,5 e 2 raios terrestres, levanta questões sobre a perda de massa planetária e evolução, com o TOI-715b situado de forma intrigante dentro desta zona.

“A importância do vale dos raios reside no seu potencial para nos ensinar sobre a formação planetária e a evolução pós-formação, e, portanto, planetas dentro deste espaço são cruciais para aprofundar nosso entendimento dos fatores que o moldam,” explicam os autores.

Dada a posição vantajosa de TOI-715b para observação - devido aos seus trânsitos frequentes e ao brilho relativo da estrela hospedeira - esta Super-Terra apresenta-se como um alvo eficiente para as capacidades do JWST, podendo vir a revelar informações sobre a sua composição atmosférica e perspetivas de habitabilidade, de acordo com o Science Alert.

“Finalmente, a era do JWST chegou, e com ela, a era da caracterização atmosférica exoplanetária detalhada,” escrevem os autores no artigo.

“No contexto da caracterização atmosférica por espectroscopia de transmissão, anãs vermelhas brilhantes e próximas são hospedeiras planetárias ideais, pois pequenos planetas temperados transitarão frequentemente, permitindo deteções de características atmosféricas com alta relação sinal-ruído com menos horas de tempo de telescópio,” explicam os autores.

 

in ZAP

quinta-feira, agosto 11, 2022

Há uma nova teoria para a formação da Terra


Os cientistas estudam a Terra há muito tempo, no entanto, algumas questões permanecem sem resposta. Uma equipa internacional de investigação liderada por ETH Zurique e o Centro Nacional de Competência em Pesquisa Planetária propõe uma nova resposta à questão — como a Terra se formou.

A teoria dominante sugere que a Terra é formada a partir de asteroides condritos.

Estes são blocos relativamente pequenos e simples de rocha e metal que se formaram no início do sistema solar.

Contudo, o problema com esta teoria é que nenhuma mistura destes condritos pode explicar a composição exata da Terra — que é muito mais pobre elementos voláteis leves como o hidrogénio e o hélio do que o esperado.

Segundo o Tech Explorist, ao longo dos anos, numerosas teorias têm sido propostas para explicar esta disparidade.

Por exemplo, foi proposto que os objetos que subsequentemente se formaram na Terra colidiram e produziram um calor tremendo. Os componentes leves foram vaporizados, como resultado, deixando o planeta com a sua composição atual.

Segundo Paolo Sossi, professor de Planetologia Experimental na ETH Zurique e autor principal do estudo, os isótopos de um elemento químico têm todos o mesmo número de protões, embora com números diferentes de neutrões.

“Os isótopos com menos neutrões são mais leves e devem, por isso, poder escapar mais facilmente. Se a teoria da vaporização por aquecimento estivesse correta, encontraríamos hoje menos isótopos leves na Terra do que nos condritos originais. Mas é precisamente isso que as medições dos isótopos não mostram”, diz Sossi.

No novo estudo, publicado na Nature este mês, os cientistas procuraram uma solução alternativa.

Sossi explica que “modelos dinâmicos com os quais simulamos a formação de planetas mostram que os planetas do Sistema Solar se formaram progressivamente. Pequenos grãos cresceram com o tempo em planetesimais de tamanho quilométrico, acumulando cada vez mais material através da sua atração gravitacional“.

“À semelhança dos condritos, os planetesimais são também pequenos corpos de rocha e metal. Mas ao contrário dos condritos, têm sido suficientemente aquecidos para se diferenciarem num núcleo metálico e num manto rochoso”.

“Além disso, os planetesimais formados em diferentes áreas em torno do Sol ou em diferentes alturas podem ter composições químicas muito diferentes. A questão é se a combinação aleatória de diferentes planetesimais resulta numa composição que corresponda à da Terra”.

Os cientistas conduziram simulações em que dezenas de milhares de planetesimais colidiram no início do sistema solar. Os modelos foram criados de uma forma que permitiu a replicação gradual dos quatro planetas rochosos, Mercúrio, Vénus, Terra, e Marte.

As simulações demonstraram que a formação da Terra pode ter resultado de uma combinação de numerosos planetesimais. Além disso, o resultado estatisticamente mais provável dos modelos é a combinação da Terra.

“Apesar de termos suspeitado, ainda achámos este resultado muito notável. Temos agora não só um mecanismo que explica melhor a formação da Terra, mas também temos uma referência para explicar a formação dos outros planetas rochosos”, explica Sossi.

O mecanismo poderia ser utilizado, por exemplo, para prever como a composição de Mercúrio difere da composição dos outros planetas rochosos — ou como os exoplanetas rochosos de outras estrelas poderiam ser compostos.

“O nosso estudo mostra como é importante considerar tanto a dinâmica como a química quando se tenta compreender a formação planetária. Espero que as nossas conclusões conduzam a uma colaboração mais estreita entre os investigadores nestes dois campos”, remata o investigador.

 

in ZAP

quarta-feira, dezembro 07, 2011

A Terra tem finalmente um familiar distante...!

NASA confirma descoberta de exoplaneta em zona habitável
Kepler 22-b, um candidato a “gémeo” da Terra

Representação do Kepler 22-b (NASA)

A missão Kepler da NASA confirmou a descoberta de um planeta semelhante à Terra na zona habitável de um sistema solar a 600 anos-luz de distância, em redor de uma estrela idêntica ao Sol. Chama-se Kepler 22-b.

Não se sabe se é feito de rocha, gás ou líquido, mas sabe-se que tem uma temperatura à superfície que ronda os 22 graus Celsius. Já havia indicações sobre a sua existência, que agora foi confirmada pelos cientistas da missão Kepler da agência espacial norte-americana NASA. O Kepler 22-b é 2,4 vezes maior do que a Terra e é, até agora, o mais parecido com o Planeta Azul.

O planeta foi detectado pela primeira vez em 2009, mas só agora a NASA pôde confirmar a descoberta. Isto significa que já foi visto passar três vezes diante da sua estrela. Fica na chamada zona habitável daquele sistema solar, o que significa que pode ter condições adequadas à existência de vida. Ou seja, as suas características e a distância em relação à estrela permitem pensar na existência de água em estado líquido e de uma atmosfera que poderá ser compatível com a vida.

“Agora temos uma boa confirmação sobre o Kepler 22-b”, anunciou Bill Borucki aos jornalistas. “Estamos certos de que fica na zona habitável e que tem a superfície necessária para ter uma boa temperatura”, adiantou o cientista do centro de investigação da NASA em Ames, na Califórnia.

Ao todo, o Kepler 22-b demora 290 dias a concluir a órbita em volta do seu “Sol”. Está cerca de 15% mais perto da sua estrela do que a Terra, mas essa estrela também emite cerca de 25% menos luz, o que proporcionará uma temperatura amena e compatível com a existência de água em estado líquido. Apesar de ser mais pequena e mais fria, a estrela do Kepler 22-b também pertence à mesma categoria que o Sol. “Este é um marco no caminho da descoberta de um gémeo da Terra”, adiantou Douglas Hudgins, investigador do programa Kepler da NASA.

Estávamos ainda em 2009 quando o planeta foi detectado pela primeira vez pelo telescópio espacial Kepler. Equipado com a câmara mais potente alguma vez enviada para o espaço, este engenho deverá continuar a enviar informação para a Terra pelo menos até Novembro de 2012.

A missão Kepler é a primeira da NASA que tem como objectivo encontrar planetas semelhantes à Terra e a investigação tem-se centrado na chamada zona habitável. Com o Kepler 22-b passam a ser três os exoplanetas – planetas fora do nosso sistema solar – com condições para que a vida possa ser uma possibilidade.

Em Maio, um grupo de cientistas franceses confirmou a descoberta do Gliese 581d, e já em Agosto uma equipa suíça confirmaram outro planeta, o HD85512b, numa zona habitável a 36 anos-luz da Terra.

A equipa da NASA que confirmou a descoberta do Kepler 22-b publica o seu trabalho na revista científica "The Astrophysical Journal". Adiantou também em conferência de imprensa que foram detectados outros 1094 candidatos a planetas. Destes, dez têm aproximadamente o tamanho da Terra e orbitam na zona habitável em torno da sua estrela, mas serão necessárias mais observações para confirmar se são realmente planetas.

O telescópio espacial Kepler está a acompanhar cerca de 150 mil estrelas e tem a capacidade de detectar um possível planeta porque regista pequenas diferenças na luz emitida pelas estrelas. Por vezes a diferença é mínima, quase como se se fundisse uma lâmpada entre vários milhares. No entanto, já foi possível detectar 2326 candidatos a planeta, dos quais 207 têm aproximadamente o tamanho da Terra e 680 são super-Terras. Estes resultados sugerem que os planetas que têm até quatro vezes o tamanho do nosso são mais abundantes do que se pensava.

Foram também detectados 1181 planetas do tamanho de Neptuno, 203 do tamanho de Júpiter, o maior do sistema solar, e 55 ainda maiores do que este. 

sexta-feira, outubro 01, 2010

Notícia no Público sobre planetas extra-solares (exoplanetas)

Gliese 581G, na Constelação da Balança
Cientistas descobrem planeta habitável a 20 anos-luz de distância

O Glieseg 581g encontra-se a 20 anos-luz da Terra (Representação artística: Universidade da Califórnia)

Planetas rochosos, parecidos com a Terra, já foram descobertos. Mas este, a 20 anos-luz de distância de nós, é o primeiro que parece ser habitável, dizem cientistas norte-americanos.


O Gliese 581g é um dos seis planetas do sistema em torno da estrela Gliese 581 (uma anã vermelha, que fica na Constelação da Libra), tem uma massa três vezes superior à da Terra e parece ser rochoso. Orbita a sua estrela a uma distância que o coloca dentro da chamada “zona habitável”, onde a água poderá existir em estado líquido à superfície do planeta. E tem um diâmetro 1,2 a 1,4 vezes superior ao da Terra, portanto terá gravidade suficiente para conseguir reter a sua atmosfera.

A descoberta, que resulta de 11 anos de observações, foi feita por cientistas da Universidade da Califórnia, Santa Cruz, e do Instituto Carnegie, em Washington. Foi anunciada esta madrugada em comunicado de imprensa, e colocada online, no site de publicação de artigos de investigação da área da física arXiv.org, mas será também publicada na revista científica “Astrophysical Journal”.

Para os astrofísicos, um planeta “potencialmente habitável” é aquele que pode sustentar vida – não necessariamente um que os humanos considerem bom para se viver. Este fica bem no meio da zona habitável do sistema solar – onde não fica demasiado quente nem demasiado frio, onde pode haver rios e oceanos à superfície.

Mas um ano em Gliese 581g dura apenas 37 dias – é este o tempo que leva a completar uma volta à sua estrela. E mostra sempre a mesma cara à estrela, como a Lua faz com a Terra. Assim, no lado do planeta virado para o Sol é sempre dia e no que fica na obscuridade – a noite é eterna.

As temperaturas à superfície oscilam, por isso, entre o calor escaldante e o frio de enregelar – mas a temperatura média é negativa: -31 a -12 graus Célsius, diz um comunicado de imprensa da Universidade da Califórnia em Santa Cruz. Mas, como terá atmosfera, poderá ter um efeito de estufa capaz de harmonizar melhor as condições na superfície.

No entanto, o local mais confortável do planeta seria a zona de transição entre a obscuridade e a luz, onde as temperaturas seriam mais amenas, dizem os cientistas. Mas o facto de o planeta estar dividido em duas zonas claramente definidas e estáveis pode ser uma vantagem para que surja a vida.“Quaisquer formas de vida que surgissem no planeta teriam uma grande variedade de climas estáveis para evoluir, dependendo da longitude em que se encontrassem”, comentou Steven Vogt, um dos coordenadores da equipa.

Talvez o mais interessante desta descoberta é o que traz em termos de implicações sobre a probabilidade de as estrelas terem pelo menos um planeta habitável na sua órbita. Dado o número relativamente pequeno de estrelas monitorizado pelos astrónomos caçadores de planetas, esta descoberta aconteceu relativamente depressa: se os planetas habitáveis são raros, diz Vogt, “não devíamos ter achado um tão depressa, e tão perto de nós.”

A conclusão dele é optimista: “O número de sistemas solares com planetas potencialmente habitáveis é, provavelmente, da ordem dos 10 ou 20 por cento. Quando se multiplica isto pelas centenas de milhares de milhões de estrelas da Via Láctea, obtemos um número gigantesco. Pode haver dezenas de milhares de milhões de sistemas solares com planetas habitáveis na nossa galáxia.”

in Público - ler notícia

NOTA: a notícia original tem algumas asneiras - no primeiro título fala da constelação de Libra, quando nós dizemos constelação de Balança e na legenda da figura fala de foto quando devia dizer representação artística.