Filho de Aureliano Bragança da Costa e de sua mulher, Adriana de Carvalho, Paulo de Carvalho começou como baterista. Em
1963 foi um dos fundadores dos
Sheiks. O sucesso da carreira da banda, a que
chamaram «os Beatles portugueses», pôs-lhe fim às veleidades
futebolísticas nos juniores do
Benfica.
Participa no espetáculo televisivo "A Rua de Elisa" do
Duo Ouro Negro.
O EP da Banda 4 é lançado na segunda metade de 1968. Em 1969 formou o grupo de rock psicadélico
Fluido com
Filipe Mendes (Chinchilas), Edmundo Silva (ex-Sheiks, ex-Banda 4) e
Cristiano Semedo (ex-Banda 4). Tratava-se de um projeto
músico-cultural com a colaboração de Vasco Noronha e
Dórdio Guimarães.
Obtém o Prémio Casa da Imprensa para melhor intérprete, pelo seu
trabalho de vocalização em "Corre, Nina" e "A Casa da Praia" (este da
autoria de Vasco Noronha e Paulo de Carvalho).
A
Phonogram edita, em 1971, o LP "Paulo de Carvalho" com temas dos
Fluido gravados em inglês e em Português. O disco inclui "Flor Sem Nome" e "Walk On The Grass" em versões instrumentais dos
Sindicato (a banda de
Jorge Palma).
A
Movieplay
lança o álbum "Eu, Paulo de Carvalho, gravado em Madrid, com as
faixas "It's Been A Long Time "(Paulo de Carvalho-Vasco Noronha),
"Don't Leave Me Alone" (João Gonçalves), "Ana" (
Luís Pedro da Fonseca),
"Waiting For The Bus" (Manolo Diaz), "Bitter Wine" (Kevin Hoidale),
"Keep Your Love Alive" (Kevin Hoidale), "You Must Be Free, Bird" (João
Gonçalves), "Walk On The Grass" (Manolo Diaz), "Peter And Paul" (
Rui Ressurreição-Isabel Motta) e "A Flower To Be Free" (
José Calvário-José Sottomayor).
O cantor decide, em cima da hora, não participar no
Festival RTP da canção de 1972 mas ainda lança um
single com versões dos temas "Esta Festa das Cidades"e "Vamos Cantar de Pé", apresentados no certame.
Em 1975 regressa ao
Festival RTP da Canção com os temas "Com Uma Arma, Com Uma Flor" e "Memória". Obtém o prémio de interpretação no festival de Slantchev Briag,
Bulgária.
Entretanto inicia uma parceria com o músico
Júlio Pereira de que resultam os álbuns "Não De Costas Mas De Frente" (1975) e "M.P.C.C." (1976).
Em 1976 estreia-se como compositor para outros, com a canção "Lisboa Menina e Moça", celebrizada por
Carlos do Carmo.
Entretanto, casara com Fernanda Borges, da qual se divorciara e da qual tem um filho, Paulo Nuno Borges de Carvalho da Costa.
Vence o
Festival RTP da Canção de 1977 com
Os Amigos. Participa no
Festival da OTI 1977, realizado em Madrid, com "Amor Sem Palavras, com texto de
Joaquim Pessoa. Colabora também no disco "Discretamente" de
Very Nice. Nesse ano casa pela segunda vez, em Lisboa, a 11 de julho, com Teresa Maria Lobato de Faria Sacchetti (Lisboa,
Santa Isabel, 3 de Junho de 1952), filha de António de Vilas-Boas Romano e Vasconcelos Barreto Ferraz Sacchetti, representante do título de
Visconde da Granja, e de sua mulher
Rosa Lobato de Faria, da qual tinha já uma filha,
Mafalda Sachetti, nascida a 12 de março. Divorciados, ela casou novamente com Manuel Marques Correia.
Em 1978 grava o álbum "Volume I" que inclui canções como "Nini dos Meus
Quinze Anos", "Gostava de Vos Ver Aqui" e "Cab'Verde na Estrela". O
disco conta com arranjos de Pedro Osório e colaboração de
Fernando Assis Pacheco.
Os
Sheiks
regressam em 1979 para uma série de 13 programas da RTP. O grupo
grava os discos "Pintados de Fresco" e "Sheiks com Cobertura". Em 1979
grava "Cantar de Amigos" em conjunto com
Tózé Brito.
Em março de 1980 obtém o 2º lugar no Festival Internacional de
Viña del Mar,
Chile, com "Mi Amor Por Ana". No Festival SOPOT da Polónia obtém o prémio para melhor intérprete.
Grava o álbum "Até Me Dava Jeito" com canções como "10 Anos". O disco conta com a participação especial de
Rui Veloso.
Assina contrato com a Polygram, a convite de Cláudio Condé e
Tózé Brito. Grava em Espanha, com produção de
Joni Galvão, o álbum "Abracadabra", com canções como "Executivo" e "Abracadabra".
Em 1982 recebe o prémio da casa da imprensa
Edita "Cabra Cega", gravado novamente em Madrid e com Joni Galvão, onde é acompanhado pelos músicos Carlos Araújo,
André Sarbib,
Miguel Braga, Zé Rato e Fernando Nascimento. Assim nasce o Quinteto de Paulo de Carvalho.
A compilação "A Arte e a Música de Paulo de Carvalho" é lançada em
1982, reunindo alguns dos êxitos assinados entre os anos de 1971 e 1981.
O álbum "Desculpem qualquer coisinha", de 1985, para o qual convidou o
guitarrista Alcino Frazão, inclui o grande sucesso "Meninos de Huambo"
de
Rui Mingas e
Manuel Rui Monteiro. É o primeiro disco de Ouro da sua carreira.
Em 1986 lança novo disco, "Um Homem Português", acompanhado principalmente pela guitarra portuguesa de
Alcino Frazão. Inclui "Mesa no café" com poema de
Mário de Sá-Carneiro.
Assina com a CBS e grava o disco "Terras da Lua Cheia", com a colaboração de
Luís Oliveira. "Prelúdio-Mãe Negra", uma das canções desse disco, tem poema da angolana
Alda Lara. Outro dos temas é "Coração Vagabundo" com
Carlos do Carmo e a filha,
Mafalda Sacchetti, canta em "Quando Eu For Grande".
Em 1991 entra para a UPAV (União Portuguesa de Artistas de Variedades).
Grava o álbum "Gostar de Ti" com temas como "Gaivota", "Deixa Lá O Pior
já Passou" e "Para um Amigo". Dos músicos participantes destacam-se
Armindo Neves e Paulo Jorge Santos (guitarra portuguesa).
É um dos autores do tema "Cidade Até Ser Dia", cantada por
Anabela e que venceu o Festival RTP.
Por ocasião dos 30 Anos de Carreira é homenageado pela Casa de Imprensa na Grande Noite do Fado.
Inicia o projeto
Música D'Alma, onde participam músicos e compositores de cultura Ibérica e Africana, tais como
Vicente Amigo (Espanha),
Tito Paris (Cabo Verde),
Felipe Mukenga
(Angola) e Mingo (Moçambique). O projeto edita um disco com o mesmo
nome e realiza espetáculos no Canadá e Cabo Verde, bem como uma
digressão em Portugal.
Inicia uma colaboração com a Fundação Nacional da Luta Contra a Sida e
com as ONGS, participando em espetáculos e compondo músicas cujos
direitos revertem a favor da luta contra a SIDA. "Aparecida" apareceu no
Festival da Canção, cantada por
Zé Carvalho e ficou em 7.º lugar. Mais tarde foi a cantiga da Abraço, no Coliseu.
O espetáculo "Fado em Sinfonia em 23 de novembro" é apresentado no CCB
com a Orquestra Sinfónica Portuguesa sob a direção do maestro Álvaro
Cassuto.
O disco "Alma" de 1994, gravado nos estúdios de Abbey Road com a
London Symphony Orchestra, incluindo uma versão de "Pomba Branca", em dueto com
Dulce Pontes. O trabalho é apresentado ao vivo, em
Caracas, na
Venezuela, com a participação da Orquestra Sinfónica de Caracas.
Os 33 anos de carreira são assinalados em 1995 com a edição do disco
"33...Vivo". Inicia colaboração discográfica com a editora BMG.
"Fados Meus" é o seu trabalho discográfico de 1996 onde colaboram nomes como
Carlos do Carmo,
Rita Guerra e Maria João. Participa no espetáculo "4 Caminhos".
Em 1997 pede rescisão de contrato com a BMG e inicia uma temporada de atuações no
Casino Estoril, onde se mantém até ao final de 1998.
Juntamente com
Ivan Lins realiza um espetáculo no Anfiteatro da Doca durante a
Expo-98. Participa na banda sonora da novela "
Os Lobos" com "Fado" (letra de
Dulce Pontes) e "Nesta Lisboa".
Participa, conjuntamente com
Rita Guerra, no espetáculo "Dagama - Concerto para 6 Músicos, 2 Cantores e 1 Computador" de Pedro Osório.
Em outubro de 1999 é editado o disco "Mátria" produzido por
Ivan Lins que também interpreta as duas versões alternativas de "Mulher É Vida" e "O Fado" publicadas no final do disco.
Em 2000 participa em dois temas do CD da Campanha
Pirilampo Mágico, no geral e em "Talvez em Algum Lugar", um dueto com
Lara Li.
Em 2001 (ano do voluntariado) fez a música e deu voz à campanha do
voluntariado. O tema "Vai e Faz" foi incluído numa coletânea
internacional destinada a celebrar o Ano Internacional do Voluntariado.
A
Movieplay lançou em 2002 uma Antologia, selecionada por
José Niza, com 40 das suas melhores canções. Também nesse ano, a
Universal Music Portugal publicou uma coletânea de músicas de Paulo de Carvalho.
Em 2003, Paulo de Carvalho realiza uma série de espetáculos denominados "Uma Voz, Uma Vida".
Em maio de 2004 é editado o CD "Cores do Fado" que voltou a contar com a colaboração do cantor e compositor brasileiro
Ivan Lins.
Em 2006 aceita o convite da editora
Farol Música para regravar algumas das suas melhores canções. É lançado o disco "Vida" que se torna um grande sucesso.
Em 2008 é lançado o disco "O Amor" com temas como "Canção Para Tito Paris" (com
Ivan Lins) e "O Mundo Inteiro". O disco inclui versões de "Meu Fado Calado" (original de
Miguel Braga), "É Morna" (
Nancy Vieira), "Rockinho Mandado"(Sheiks) e regravações de "Menina da Lua" e "Viva A Vida", gravadas anteriormente por
Mafalda Sacchetti e
Claud. No disco participam também
Agir,
Mariza e
Tito Paris.
Lança um DVD e um comemorativo dos 50 anos de carreira e, no dia 17 de
setembro de 2012, recebe a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa.
Vive em união de facto com Susana Lemos, da qual tem duas filhas, Maria e Flor, de apelido Lemos de Carvalho da Costa.
Em 18 de outubro de 2012 sairia
Passado - Presente. Uma viagem ao Universo de Paulo de Carvalho, um livro de
Soraia Simões no âmbito de áreas como a musicologia e etnografia, assente no percurso profissional do músico e autora também do projeto
Mural Sonoro, que, entre outros aspetos, procura, segundo a autora, a "constituição de um
Arquivo Vivo
com as perspetivas e reflexões de vários intervenientes do espaço
musical no âmbito da Música Popular de matriz urbana, num contexto
diaspórico"
e em que pretendeu tornar o músico num objeto de estudo e pesquisa
interessante na sociedade contemporânea. Mais do que uma biografia
clássica, o livro é uma reflexão sobre o caminho musical, cultural,
social e artístico de Paulo de Carvalho dentro de uma sociedade
abrangente e das épocas particulares que atravessou.
Este livro partiu de recolhas de conversas gravadas entre a pesquisadora e autora e o músico. Com a chancela da C
hiado Editora, o lançamento do livro ocorreria no
Museu da Música, situado no Alto dos Moinhos, em Lisboa.