Os sítios de arte rupestre do Vale do Coa constituem uma rara concentração de arte rupestre composta por gravuras em pedra datadas do Paleolítico Superior (22.000 – 10.000 a.C.), situada ao longo das margens do rio Côa, nos municípios de Vila Nova de Foz Côa, Figueira de Castelo Rodrigo, Mêda e Pinhel.
Após alguns anos de trabalhos em campo, uma pequena equipa liderada
pelo arqueólogo transmontano, Nélson Rebanda, o património mundial
enriqueceu-se em 1994 com o achado do maior complexo de arte rupestre
paleolítico ao ar livre conhecido até hoje. Há 20.000 anos, o homem
gravou milhares de desenhos representando cavalos e bovídeos nas rochas
xistosas do Vale do Côa, afluente do rio Douro, no nordeste de Portugal. Desde agosto de 1996, o Parque Arqueológico do Vale do Côa organiza visitas a alguns núcleos de gravuras. No Vale do Côa existem centenas, talvez milhares de gravuras do período Paleolítico.
O seu estudo está a ser realizado por uma equipa de arqueólogos
coordenada por Mário Varela Gomes e António Martinho Baptista e demorará
anos, talvez décadas.
As gravuras têm como suporte superfícies verticais de xisto,
com exposição preferencial a nascente. A dimensão das gravuras oscila
entre 15 cm e 180 cm, embora predominem as de 40–50 cm de extensão. As
técnicas de gravação usadas são a picotagem e o abrasão, que por vezes
coexistem, com o abrasão regularizando a picotagem. Os traços são
largos, embora sejam por vezes acompanhados de uma grande quantidade de
finos traços, que serviram de esboço ou complementavam os anteriores.
Noutros casos, estes traços finos desenham formas dificilmente
perceptíveis. Existem também gravuras preenchidas com traços múltiplos.
As gravuras representam essencialmente figuras animalistas,
embora se conheça uma representação humana e outra abstracta. Em março
de 1995, ainda não se conheciam representações de signos,
característicos da arte rupestre paleolítica. Os animais mais
representados são os cavalos e os bovídeos (auroques, extintos).
Exclusivos em certos núcleos, eles podem também coexistir com caprídeos e
cervídeos. Os animais aparecem isolados ou em associação, constituindo
autênticos painéis. As representações de animais podem sobrepor-se mais
ou menos densamente, como podem também estar bem individualizadas.
Em agosto de 2010, a UNESCO adicionou Siega Verde
ao sítio de arte rupestre do Vale do Côa, criando assim um núcleo
transfronteiriço entre o Vale do Douro e a província espanhola de
Salamanca .
Entre 2010 e finais de 2017, cerca de 19.000 pessoas visitaram o Parque Arqueológico do Vale do Côa.
Desde 2018 a
Arte do Côa (que inclui o Museu e Parque Arqueológico do Vale do Côa) passou a integrar o
Itinerário Cultural do Conselho da Europa, onde são representados sítios como
Lascaux, Chauvet, Niaux (França), Altamira (Espanha) ou Valcamónica (Itália).