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domingo, abril 21, 2024

A nossa fascinação pelos dinossáurios é mesmo muito antiga...

Povo desconhecido gravou símbolos misteriosos ao lado de pegadas de dinossauro no Brasil

  

 

 

Um local único no Brasil apresenta gravuras rupestres associadas a pegadas de dinossauro - que o povo pré-histórico que as esculpiu considerava aparentemente significativas.

Gravuras rupestres misteriosas cuidadosamente esculpidas junto a pegadas de dinossauro no Brasil sugerem que os povos ancestrais que as descobriram há milhares de anos as consideravam importantes, e lhes terão eventualmente dado algum tipo de significado ritual.

Encontradas no sítio de  Serrote do Letreiro, no estado da Paraíba, as pegadas foram deixadas por dinossauros terópodes, saurópodes e ornitópodes do início do Cretácico, período geológico entre 145 milhões e 100 milhões de anos atrás.

Ao lado destas pegadas encontram-se gravadas mais de 30 gravuras rupestres, sem se sobreporem às pegadas de dinossauro. Estes petroglifos, com motivos abstratos, são predominantemente circulares com linhas radiais.

As gravuras foram encontradas por uma equipa liderada pelo arqueólogo brasileiro Leonardo Troiano, investigador do Instituto Nacional do Património Histórico e Artístico do Brasil, que nas suas visitas ao sítio arqueológico usou pela primeira vez drones para fazer um levantamento aéreo do local.

A descoberta destas gravuras foi apresentada num artigo publicado a semana passada na revista Scientific Reports.

Pouco se sabe sobre os criadores destes petroglifos. “Eram grupos nómadas ou povos semi-sedentários que viviam no nordeste do Brasil”, explica Troiano, citado pela New Scientist.

Os misteriosos artistasusavam ferramentas de pedra, viviam da caça e recolhiam os recursos naturais disponíveis na região”, acrescenta o investigador. “Considerando os dados obtidos nos poucos sítios datados nesta região, especulamos que os petroglifos foram feitos entre 3.000 e 9.000 anos atrás“.

Segundo Troiano, há uma relação especial entre os petroglifos e as pegadas, mas é impossível perceber qual o seu significado. “Fomos os primeiros a dar atenção à relação íntima entre os petróglifos e as pegadas”, explica o investigador em entrevista à Newsweek.

“Determinar os motivos por trás destas representações é um desafio verdadeiramente complexo”, diz o investigador. “Os artistas pré-históricos podem ter pensado que eram pegadas de aves gigantes“.

Alguns paleontólogos consideram que as aves gigantes das narrativas tradicionais  representadas em imagens rupestres por toda a América do Norte podem ser representações de Teratornis, um género de aves de rapina massivas que se extinguiram no final do Pleistoceno.

Embora não representem animais reais, a semelhança destas gravuras com outros petróglifos encontrados na região sugere haver uma ligação cultural entre diferentes sítios arqueológicos do nordeste brasileiro.

 

 

Segundo Leonardo Troiano, os petróglifos esculpidos por estes povos ancestrais poderão ter sido criados num contexto ritualístico, e o local terá sido escolhido para as cerimónias rituais precisamente devido à presença destas pegadas.

“Tradicionalmente, a ciência ignorou e menosprezou a história dos Nativos Americanos, e rejeitou sempre a ideia de que os povos indígenas, ‘devido às suas ideias simples ou primitivas’, pudessem ser capazes de admirar ou ter curiosidade científica sobre fósseis”, explica o investigador.

O seu estudo parece contradizer definitivamente tal ideia.

 

in ZAP

sábado, dezembro 02, 2023

O Parque Arqueológico do Côa é Património da Humanidade há vinte e cinco anos...!

Gravura rupestre em Penascosa - Vila Nova de Foz Côa

   

Os sítios de arte rupestre do Vale do Coa constituem uma rara concentração de arte rupestre composta por gravuras em pedra datadas do Paleolítico Superior (22.000 – 10.000 a.C.), situada ao longo das margens do rio Côa, nos municípios de Vila Nova de Foz Côa, Figueira de Castelo Rodrigo, Mêda e Pinhel.

O Vale do Côa apresenta mais de 1.200 rochas, distribuídas por 20 mil hectares de terreno, com manifestações rupestres, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há mais de 25.000 anos. 

Após alguns anos de trabalhos em campo, uma pequena equipa liderada pelo arqueólogo transmontano, Nélson Rebanda, o património mundial enriqueceu-se em 1994 com o achado do maior complexo de arte rupestre paleolítico ao ar livre conhecido até hoje. Há 20.000 anos, o homem gravou milhares de desenhos representando cavalos e bovídeos nas rochas xistosas do Vale do Côa, afluente do rio Douro, no nordeste de Portugal. Desde agosto de 1996, o Parque Arqueológico do Vale do Côa organiza visitas a alguns núcleos de gravuras. No Vale do Côa existem centenas, talvez milhares de gravuras do período Paleolítico. O seu estudo está a ser realizado por uma equipa de arqueólogos coordenada por Mário Varela Gomes e António Martinho Baptista e demorará anos, talvez décadas.

As gravuras têm como suporte superfícies verticais de xisto, com exposição preferencial a nascente. A dimensão das gravuras oscila entre 15 cm e 180 cm, embora predominem as de 40–50 cm de extensão. As técnicas de gravação usadas são a picotagem e o abrasão, que por vezes coexistem, com o abrasão regularizando a picotagem. Os traços são largos, embora sejam por vezes acompanhados de uma grande quantidade de finos traços, que serviram de esboço ou complementavam os anteriores. Noutros casos, estes traços finos desenham formas dificilmente percetíveis. Existem também gravuras preenchidas com traços múltiplos.

As gravuras representam essencialmente figuras animalistas, embora se conheça uma representação humana e outra abstrata. Em março de 1995, ainda não se conheciam representações de signos, característicos da arte rupestre paleolítica. Os animais mais representados são os cavalos e os bovídeos (auroques, extintos). Exclusivos em certos núcleos, eles podem também coexistir com caprídeos e cervídeos. Os animais aparecem isolados ou em associação, constituindo autênticos painéis. As representações de animais podem sobrepor-se mais ou menos densamente, como podem também estar bem individualizadas.

Em agosto de 2010, a UNESCO adicionou Siega Verde ao sítio de arte rupestre do Vale do Côa, criando assim um núcleo transfronteiriço entre o Vale do Douro e a província espanhola de Salamanca .

Entre 2010 e finais de 2017, cerca de 19.000 pessoas visitaram o Parque Arqueológico do Vale do Côa.

Desde 2018 a Arte do Côa (que inclui o Museu e Parque Arqueológico do Vale do Côa) passou a integrar o Itinerário Cultural do Conselho da Europa, onde são representados sítios como Lascaux, Chauvet, Niaux (França), Altamira (Espanha) ou Valcamónica (Itália).

Em 2022, arqueólogos da Fundação Côa Parque colocaram a descoberto a gravura de uma cabra montesa numa placa de xisto com cerca de 12.000 anos, durante prospeções no Parque Arqueológico do Côa. Esta placa de xisto agora descoberta representa uma cabra montesa que foi identificada um novo sítio com arte móvel no território do Parque Arqueológico do Vale do Côa, no concelho de Foz Côa. A arte móvel é um tipo de arte paleolítica que se inscreve em suportes de pequeno tamanho (pedra, osso, haste ou marfim), passíveis de serem transportados. A placa de xisto encontra-se queimada e apresenta numa das faces a representação dos quartos dianteiros do que parece ser uma pequena cabra montesa, que segue um segundo animal de maior tamanho, cuja cauda curta e encurvada sugere tratar-se de um veado ou de uma cerva, ao qual falta a cabeça devido a fratura do suporte. Estas figuras apresentam os corpos muito geometrizados e são gravadas por incisão, o seu interior encontra-se totalmente preenchido por linhas igualmente incisas, um tipo de preenchimento a que os arqueólogos chamam “preenchimento estriado”.

Conjunto de gravuras rupestres - Penascosa - Vila Nova de Foz Côa

sexta-feira, dezembro 02, 2022

O Parque Arqueológico do Côa é Património da Humanidade há 24 anos...!

Gravura rupestre em Penascosa - Vila Nova de Foz Côa

   

Os sítios de arte rupestre do Vale do Coa constituem uma rara concentração de arte rupestre composta por gravuras em pedra datadas do Paleolítico Superior (22.000 – 10.000 a.C.), situada ao longo das margens do rio Côa, nos municípios de Vila Nova de Foz Côa, Figueira de Castelo Rodrigo, Mêda e Pinhel.

O Vale do Côa apresenta mais de 1.200 rochas, distribuídas por 20 mil hectares de terreno com manifestações rupestres, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há mais de 25.000 anos. 

 

Após alguns anos de trabalhos em campo, uma pequena equipa liderada pelo arqueólogo transmontano, Nélson Rebanda, o património mundial enriqueceu-se em 1994 com o achado do maior complexo de arte rupestre paleolítico ao ar livre conhecido até hoje. Há 20.000 anos, o homem gravou milhares de desenhos representando cavalos e bovídeos nas rochas xistosas do Vale do Côa, afluente do rio Douro, no nordeste de Portugal. Desde agosto de 1996, o Parque Arqueológico do Vale do Côa organiza visitas a alguns núcleos de gravuras. No Vale do Côa existem centenas, talvez milhares de gravuras do período Paleolítico. O seu estudo está a ser realizado por uma equipa de arqueólogos coordenada por Mário Varela Gomes e António Martinho Baptista e demorará anos, talvez décadas.

As gravuras têm como suporte superfícies verticais de xisto, com exposição preferencial a nascente. A dimensão das gravuras oscila entre 15 cm e 180 cm, embora predominem as de 40–50 cm de extensão. As técnicas de gravação usadas são a picotagem e o abrasão, que por vezes coexistem, com o abrasão regularizando a picotagem. Os traços são largos, embora sejam por vezes acompanhados de uma grande quantidade de finos traços, que serviram de esboço ou complementavam os anteriores. Noutros casos, estes traços finos desenham formas dificilmente percetíveis. Existem também gravuras preenchidas com traços múltiplos.

As gravuras representam essencialmente figuras animalistas, embora se conheça uma representação humana e outra abstrata. Em março de 1995, ainda não se conheciam representações de signos, característicos da arte rupestre paleolítica. Os animais mais representados são os cavalos e os bovídeos (auroques, extintos). Exclusivos em certos núcleos, eles podem também coexistir com caprídeos e cervídeos. Os animais aparecem isolados ou em associação, constituindo autênticos painéis. As representações de animais podem sobrepor-se mais ou menos densamente, como podem também estar bem individualizadas.

Em agosto de 2010, a UNESCO adicionou Siega Verde ao sítio de arte rupestre do Vale do Côa, criando assim um núcleo transfronteiriço entre o Vale do Douro e a província espanhola de Salamanca .

Entre 2010 e finais de 2017, cerca de 19.000 pessoas visitaram o Parque Arqueológico do Vale do Côa.

Desde 2018 a Arte do Côa (que inclui o Museu e Parque Arqueológico do Vale do Côa) passou a integrar o Itinerário Cultural do Conselho da Europa, onde são representados sítios como Lascaux, Chauvet, Niaux (França), Altamira (Espanha) ou Valcamónica (Itália).

Em 2022, arqueólogos da Fundação Côa Parque colocaram a descoberto a gravura de uma cabra montesa numa placa de xisto com cerca de 12.000 anos, durante prospeções no Parque Arqueológico do Côa. Esta placa de xisto agora descoberta representa uma cabra montesa que foi identificada um novo sítio com arte móvel no território do Parque Arqueológico do Vale do Côa, no concelho de Foz Côa. A arte móvel é um tipo de arte paleolítica que se inscreve em suportes de pequeno tamanho (pedra, osso, haste ou marfim), passíveis de serem transportados. A placa de xisto encontra-se queimada e apresenta numa das faces a representação dos quartos dianteiros do que parece ser uma pequena cabra montesa, que segue um segundo animal de maior tamanho, cuja cauda curta e encurvada sugere tratar-se de um veado ou de uma cerva, ao qual falta a cabeça devido a fratura do suporte. Estas figuras apresentam os corpos muito geometrizados e são gravadas por incisão, o seu interior encontra-se totalmente preenchido por linhas igualmente incisas, um tipo de preenchimento a que os arqueólogos chamam “preenchimento estriado”.

Conjunto de gravuras rupestres - Penascosa - Vila Nova de Foz Côa

quinta-feira, dezembro 02, 2021

A UNESCO reconheceu o Parque Arqueológico do Côa como Património da Humanidade há 23 anos

Gravura rupestre em Penascosa - Vila Nova de Foz Côa

   

Os sítios de arte rupestre do Vale do Coa constituem uma rara concentração de arte rupestre composta por gravuras em pedra datadas do Paleolítico Superior (22.000 – 10.000 a.C.), situada ao longo das margens do rio Côa, nos municípios de Vila Nova de Foz Côa, Figueira de Castelo Rodrigo, Mêda e Pinhel.

 

Após alguns anos de trabalhos em campo, uma pequena equipa liderada pelo arqueólogo transmontano, Nélson Rebanda, o património mundial enriqueceu-se em 1994 com o achado do maior complexo de arte rupestre paleolítico ao ar livre conhecido até hoje. Há 20.000 anos, o homem gravou milhares de desenhos representando cavalos e bovídeos nas rochas xistosas do Vale do Côa, afluente do rio Douro, no nordeste de Portugal. Desde agosto de 1996, o Parque Arqueológico do Vale do Côa organiza visitas a alguns núcleos de gravuras. No Vale do Côa existem centenas, talvez milhares de gravuras do período Paleolítico. O seu estudo está a ser realizado por uma equipa de arqueólogos coordenada por Mário Varela Gomes e António Martinho Baptista e demorará anos, talvez décadas.

As gravuras têm como suporte superfícies verticais de xisto, com exposição preferencial a nascente. A dimensão das gravuras oscila entre 15 cm e 180 cm, embora predominem as de 40–50 cm de extensão. As técnicas de gravação usadas são a picotagem e o abrasão, que por vezes coexistem, com o abrasão regularizando a picotagem. Os traços são largos, embora sejam por vezes acompanhados de uma grande quantidade de finos traços, que serviram de esboço ou complementavam os anteriores. Noutros casos, estes traços finos desenham formas dificilmente perceptíveis. Existem também gravuras preenchidas com traços múltiplos.

As gravuras representam essencialmente figuras animalistas, embora se conheça uma representação humana e outra abstracta. Em março de 1995, ainda não se conheciam representações de signos, característicos da arte rupestre paleolítica. Os animais mais representados são os cavalos e os bovídeos (auroques, extintos). Exclusivos em certos núcleos, eles podem também coexistir com caprídeos e cervídeos. Os animais aparecem isolados ou em associação, constituindo autênticos painéis. As representações de animais podem sobrepor-se mais ou menos densamente, como podem também estar bem individualizadas.

Em agosto de 2010, a UNESCO adicionou Siega Verde ao sítio de arte rupestre do Vale do Côa, criando assim um núcleo transfronteiriço entre o Vale do Douro e a província espanhola de Salamanca .

Entre 2010 e finais de 2017, cerca de 19.000 pessoas visitaram o Parque Arqueológico do Vale do Côa.

Desde 2018 a Arte do Côa (que inclui o Museu e Parque Arqueológico do Vale do Côa) passou a integrar o Itinerário Cultural do Conselho da Europa, onde são representados sítios como Lascaux, Chauvet, Niaux (França), Altamira (Espanha) ou Valcamónica (Itália).

 

quarta-feira, dezembro 02, 2020

A UNESCO reconheceu o Parque Arqueológico do Côa como Património da Humanidade há 22 anos!

Gravura rupestre - Penascosa - Vila Nova de Foz Côa

   

Os sítios de arte rupestre do Vale do Coa constituem uma rara concentração de arte rupestre composta por gravuras em pedra datadas do Paleolítico Superior (22 000–10 000 a.C.), situada ao longo das margens do rio Côa, nos municípios de Vila Nova de Foz Côa, Figueira de Castelo Rodrigo, Mêda e Pinhel.

 

Após alguns anos de trabalhos em campo, uma pequena equipa liderada pelo arqueólogo Transmontano, Nélson Rebanda, o património mundial enriqueceu-se em 1994 com o achado do maior complexo de arte rupestre paleolítico ao ar livre conhecido até hoje. Há 20 000 anos, o homem gravou milhares de desenhos representando cavalos e bovídeos nas rochas xistosas do Vale do Côa, afluente do rio Douro, no nordeste de Portugal. Desde Agosto de 1996, o Parque Arqueológico do Vale do Côa organiza visitas a alguns núcleos de gravuras. No Vale do Côa existem centenas, talvez milhares de gravuras do período Paleolítico. O seu estudo está a ser realizado por uma equipa de arqueólogos coordenada por Mário Varela Gomes e António Martinho Baptista e demorará anos, talvez décadas.

As gravuras têm como suporte superfícies verticais de xisto, com exposição preferencial a nascente. A dimensão das gravuras oscila entre 15 cm e 180 cm, embora predominem as de 40–50 cm de extensão. As técnicas de gravação usadas são a picotagem e o abrasão, que por vezes coexistem, com o abrasão regularizando a picotagem. Os traços são largos, embora sejam por vezes acompanhados de uma grande quantidade de finos traços, que serviram de esboço ou complementavam os anteriores. Noutros casos, estes traços finos desenham formas dificilmente perceptíveis. Existem também gravuras preenchidas com traços múltiplos.

As gravuras representam essencialmente figuras animalistas, embora se conheça uma representação humana e outra abstracta. Em Março de 1995, ainda não se conheciam representações de signos, característicos da arte rupestre paleolítica. Os animais mais representados são os cavalos e os bovídeos (auroques, extintos). Exclusivos em certos núcleos, eles podem também coexistir com caprídeos e cervídeos. Os animais aparecem isolados ou em associação, constituindo autênticos painéis. As representações de animais podem sobrepor-se mais ou menos densamente, como podem também estar bem individualizadas.

Em Agosto de 2010, a UNESCO adicionou Siega Verde ao sítio de arte rupestre do Vale do Côa, criando assim um núcleo transfronteiriço entre o Vale do Douro e a província espanhola de Salamanca .

Entre 2010 e finais de 2017, cerca de 19 000 pessoas visitaram o Parque Arqueológico do Vale do Côa.

Desde 2018 a Arte do Côa (que inclui o Museu e Parque Arqueológico do Vale do Côa) passou a integrar o Itinerário Cultural do Conselho da Europa, onde são representados sítios como Lascaux, Chauvet, Niaux (França), Altamira (Espanha) ou Valcamónica (Itália).

 

in Wikipédia

segunda-feira, dezembro 02, 2013

O Parque Arqueológico do Côa passou a Património da Humanidade da UNESCO há 15 anos!


O Vale do Côa

Nas montanhas do nordeste de Portugal, região de extensos olivais, onde no início da primavera (fevereiro e março) florescem amendoeiras e no outono (setembro e outubro) as vinhas se cobrem de folhas cor de fogo, corre para o rio Douro, um afluente cujo nome se tornou universal: é o Côa, que encerra ao longo do vale um expressivo ciclo artístico. Milénio após milénio, as rochas de xisto que delimitam o seu leito foram-se convertendo em painéis de arte, com milhares de gravuras legadas pelo impulso criador dos nossos antepassados.

Remontando ao Paleolítico Superior, estes "painéis" ao ar livre e os “habitat” identificados, são testemunhos do povoamento, de uma vitalidade e de uma mestria de concepção e traços que trouxeram até nós 25.000 anos de tempo. Esta longa galeria de arte dá-nos registos do período Neolítico e da Idade do Ferro, transpondo depois de um só fôlego dois mil anos de História para firmar na Época Moderna representações religiosas, nomes e datas até há poucas dezenas de anos.

Os motivos, na sua quase totalidade gravados, apresentam temáticas, técnicas e convencionalismos comuns às obras contemporâneas da Europa Ocidental que o séc. XIX haveria de descobrir em ambientes fechados nas grutas franco-cantábricas e a viragem do século viria a apelidar de grande arte. É no séc. XX que a arte do Côa surge ao ar livre, onde um jogo diário e sazonal de claridade e sombras a expõe e esconde numa fantástica sequência de revelação e ocultamento.

Os últimos dezassete quilómetros do rio Côa, com centenas de gravuras do Paleolítico nas suas margens e que se estendem até ao Douro, viriam a pertencer ao primeiro parque arqueológico português, incluídas desde 2 de dezembro de 1998 na lista dos monumentos que a UNESCO considera Património da Humanidade.

Todo este magnífico conjunto ao ar livre, que põe de parte o velho mito da arte rupestre encerrada em cavernas, pode ser apreciado na exposição do Museu, através de originais de arte móvel, réplicas de “painéis” e informação interactiva que utiliza as modernas tecnologias digitais e também em visitas organizadas ao vale com guias especializados (mediante reserva).

Na região podem ainda ser visitadas quintas produtoras dos vinhos do Douro e Porto que os comercializam e, em pleno Parque Arqueológico, a Quinta da Ervamoira recebe visitantes e integra o Museu da Quinta, que retrata a região, aspectos ambientais e ocupação humana, com particular destaque para a produção do vinho e da vinha, uma das riquezas desta região de Portugal.