terça-feira, fevereiro 26, 2019

O poeta Fernando Echevarría nasceu há noventa anos

(imagem daqui)
 
Fernando Echevarría (Cabezón de la Sal, Santander, Espanha, 26 de fevereiro de 1929) é um poeta português. Nascido na Cantábria, filho de pai português e mãe espanhola, veio com dois anos para Portugal, para Vila Nova de Gaia, onde fez os seus estudos de ensino secundário e cursou Humanidades. Aos dezassete anos voltou para Espanha, onde estudou Filosofia e Teologia, sem concluir qualquer curso. Optou pela carreira docente, primeiro no Porto e depois, já exilado em Paris, para onde parte em 1961 e onde passou novamente a residir desde 1966, após ter estado em Argel, entre 1963 e 1966, residindo desde então na cidade-luz. Embora sendo fluente noutras línguas, escreveu sempre em português e só ocasionalmente nas línguas castelhana e francesa (parte da sua obra está traduzida em francês, castelhano, inglês e romeno). Colaborou em várias revistas literárias portuguesas como Anto, Graal, Cavalo Azul, Eros, Colóquio/Letras, A Phala, Hífen e Limiar. A sua poesia, com um barroquismo intenso, que lhe caldeia o estilo, faz adivinhar o seu fascínio pela poesia de Gôngora e pelas “analogias truncadas” de Mallarmé. Já a busca de um lirismo abstracto e essencial aproximava-o de dois grupos de poetas espanhóis: a Geração de 98, com poetas como António Machado e Juan Ramón Jiménez, e da Geração de 27, com Jorge Guillén e Pedro Salinas como exemplos. Pode dizer-se que a poesia de Echevarría se se insere na corrente antirrealista dos anos 50 do século XX, marcada sobretudo pela sensibilidade metafísica e artística e pelo "imaginismo". Já com uma idade avançada, continua escrever com uma pujança que não se esperava, como o prova o seu último livro, Categorias e Outras Paisagens, livro de poesia lançado em outubro de 2013, com 511 páginas.
Obras
  • Entre Dois Anjos (1956)
  • Tréguas para o Amor (1958)
  • Sobre as Horas (1963)
  • Ritmo real (1971)
  • A Base e o Timbre (1974)
  • Media Vita (1979)
  • Introdução à Filosofia (1981)
  • Fenomenologia (1984)
  • Figuras (1987)
  • Poesia (1956-1979) (1989)
  • Livro (1991)
  • Sobre os Mortos (1991)
  • Poesia (1980-1984) (1993)
  • Uso da penumbra (1995)
  • Geórgicas (1998)
  • Poesia (1987-1991) (2001)
  • Introdução à Poesia (2001)
  • Corpo Intenso (2003)
  • Epifanías (2006)
  • Obra Inacabada [Poesia Completa 1956-2006] (2006)
  • Lugar de Estudo (2009)
  • Antologia (2010)
  • In Terra Viventium (2011)
  • Categorias e Outras Paisagens (2013)
  • Obra Inacabada (2 vols, 2016).
Prémios
  • Grande Prémio de Poesia do Pen Club (1981 e 1998), por Introdução à Filosofia
  • Grande Prémio de Poesia Inasset (1987), por Figuras
  • Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1991), por Sobre os Mortos
  • Prémio de Eça de Queiroz (1995)
  • Prémio de Poesia António Ramos Rosa (1998)
  • Prémio Luís Miguel Nava (1999)
  • Prémio Teixeira de Pascoaes (2002)
  • Prémio Padre Manuel Antunes (2005), pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura
  • Prémio D. Dinis (2007), pela Casa de Mateus
  • Grande Prémio Sophia de Mello Breyner Andresen (2008) por toda sua trajetória poética compilada em 'Obra Inacabada'
Condecorado, pelo Presidente de República Portuguesa, com a Ordem do Infante D. Henrique, Grande Oficial, em 8 de junho de 2007.

Escrevemos Docemente

Escrevemos docemente. Se a figura
sobe de estar tão funda a essa mesa
é que escrever se lembra. E só da altura
de se lembrar percorre a linha acesa

a ponta de escrever, que traça a pura
forma de rosto que abre na tristeza.
E a tristeza ilumina de escultura
penumbras de volumes com que pesa.

Por isso é docemente que da linha
de estar ali aonde sempre esteve
aparece figura de rainha

que sempre foi e agora só se escreve.
E escrevermos é como se na vinha
o sol se iluminasse. E fosse breve.

 

in Figuras (1987) - Fernando Echevarría

Johnny Cash nasceu há 87 anos

John R. Cash, mais conhecido como Johnny Cash, (Kingsland, 26 de fevereiro de 1932 - Nashville, 12 de setembro de 2003) foi um cantor e compositor norte-americano de música country, conhecido por seus fãs como "O Homem de Preto". Em uma carreira que durou quase cinco décadas ele foi para muitas pessoas a personificação do country. A sua voz sepulcral e o distintivo som "boom chicka boom" da sua banda de apoio, os "Tennessee Three", dão às canções de Johnny Cash o seu som característico.
  
 

A cantora Corinne Bailey Rae faz hoje quarenta anos!

Corinne Bailey Rae (nascida Corinne Jacqueline Bailey; Leeds, 26 de fevereiro de 1979) é uma cantora britânica de soul music.
  
Biografia
Corinne nasceu e se criou na cidade de Leeds, na Inglaterra, filha de pai de São Cristóvão e Nevis e mãe inglesa, sendo a mais velha de três irmãs. Canta desde criança. Começou como muitas cantoras de Soul Music, cantando em coros de Igreja. Na escola, chegou a estudar violino clássico, mas não levou tal aprendizagem muito adiante, pois tinha ambições diferentes.
Uma delas, foi sua primeira aventura fora dos coros: uma banda indie que formou, aos 15 anos, com jovens da sua cidade, que foi batizada de Helen. O som possuía influências estilísticas de Led Zeppelin unida com a vontade der obter o mesmo sucesso de bandas femininas anteriores, como Veruca Salt e L7. Corinne era a vocalista e autora das letras que embalavam os hits da banda. Helen chegou a destacar-se localmente, dando visibilidade ao talento daquela jovem vocalista.
A banda durou pouco mais de 3 anos, dissolvendo-se após a gravidez da guitarrista.
Depois do fim da banda Helen, Rae estudou Literatura Inglesa, na Universidade de Leeds, licenciando-se em 2000. Enquanto estava a estudar, trabalhava à noite na chapelaria de um clube de jazz local. Ali, nos dias de menor movimento, subia ao palco para cantar, acompanhada pela banda do clube. Foi lá que descobriu um tipo diferente de música, que a levou a uma outra direção: "Eu ficava ouvindo jazz e soul e descobri que adorava música também."
Nessa época, conheceu Jason Rae (n. 1976), um saxofonista escocês, com quem se casou em 2001, aos vinte e dois anos. Jason foi encontrado morto em 22 de março de 2008, por overdose de metadona e álcool.
Depois de 10 anos, cantando com algumas componentes da banda, ou então em festas de família, Corinne já possuía material suficiente para lançar um CD. Foi então que a gravadora EMI a descobriu e decidiu apostar em seu reportório. Porém, meses antes do lançamento do álbum, a gravadora fez com que Corinne apresentasse ao público o single "Like a Star". O retorno não poderia ser melhor. O sucesso da música lhe concedeu o prémio "Som de 2006" da BBC, muitas capas de revista e diversas entrevistas em programas de rádio.
Em 27 de fevereiro de 2006, Corinne lançou o seu álbum a solo. Com influências de jazz (de que se declara fã), de música clássica e da soul music, Corinne então consolidou a sua imagem e encantou o Reino Unido com a sua voz doce e suave, arrancando da crítica jornalística artigos absolutamente positivos, e aplausos do público.
   


Corinne Jacqueline Bailey Rae (née Bailey; born 26 February 1979) is a British singer and songwriter from Leeds, West Yorkshire. Bailey Rae was named the number-one predicted breakthrough act of 2006 in an annual BBC poll of music critics, Sound of 2006. She released her debut album, Corinne Bailey Rae, in February 2006, and became the fourth female British act in history to have her first album debut at number one. In 2007, Bailey Rae was nominated for three Grammy Awards and three Brit Awards, and won two MOBO Awards. In 2008, she won a Grammy Award for Album of the Year (for her work as a featured artist in Herbie Hancock's River: The Joni Letters).
Bailey Rae released her second album, The Sea, on 26 January 2010, after a hiatus of almost three years. It was produced by Steve Brown and Steve Chrisanthou (who produced her debut album in 2006). She was nominated for the 2010 Mercury Prize for Album of the Year. In 2012, she won a Grammy Award for Best R&B Performance for "Is This Love" (a cover of the Bob Marley and the Wailers song of the same name). Bailey Rae was married to fellow musician Jason Rae from 2001 until his death in 2008, and as part of the grieving process, she channelled her emotions into her music. Her first two albums have together sold over five million copies worldwide.
On 26 February 2016, Bailey Rae announced her third album, The Heart Speaks in Whispers, which was released on 13 May 2016. The Heart Speaks in Whispers debuted at No. 2 on Billboard's R&B chart.
 
 

Um atentado no World Trade Center há 26 anos provocou seis mortes

O atentado ao World Trade Center, ocorrido a 26 de fevereiro de 1993, foi feito recorrendo a um carro-bomba  que foi detonado por terroristas árabes islâmicos no parque de estacionamento subterrâneo por baixo da Torre Um do World Trade Center, na cidade de Nova Iorque. Os 680 kg do dispositivo de combustível e nitrato mataram 6 e feriram 1042 pessoas. A sua intenção era devastar as fundações (alicerces) da Torre Norte, para que colapsasse por cima da sua gémea (a Torre Sul).
O ataque foi planejado por um grupo de conspiradores que incluiam Ramzi Yousef, o Sheik Omar Abdel-Rahman, El Sayyid Nosair, Mahmud Abouhalima, Mohammad Salameh, Nidal Ayyad, Ahmad Ajaj e Abdul Rahman Yasin. O financiamento foi feito por um membro da Al-Qaeda, Khaled Shaikh Mohammed, tio de Yousef.
A bomba explodiu na garagem subterrânea às 12.17 horas locais (UTC-5), gerando uma pressão estimada de mais de 1 GPa (Giga Pascal) e abrindo um buraco com 30 metros de diâmetro, através de quatro andares de concreto. A velocidade de detonação desta bomba foi cerca de 4,5 km/s.
   

segunda-feira, fevereiro 25, 2019

Renoir nasceu há 178 anos

Desde o princípio que a sua obra foi influenciada pela sensualidade e pela elegância do rococó, embora não faltasse um pouco da delicadeza das suas habilidades anteriores, como decorador de porcelana. O seu principal objetivo, como ele próprio afirmava, era conseguir realizar uma obra agradável aos olhos. Apesar de sua técnica ser essencialmente impressionista, Renoir nunca deixou de dar importância à forma - de facto, teve um período de rebeldia diante das obras de seus amigos, no qual se voltou para uma pintura mais figurativa, evidente na longa série Banhistas. Mais tarde retomaria a plenitude da cor e recuperaria sua pincelada enérgica e ligeira, com motivos que lembram o mestre Ingres, pela sua beleza e sensualidade.
A sua obra de maior impacto é Le Moulin de la Galette, em que conseguiu elaborar uma atmosfera de vivacidade e alegria à sombra refrescante de algumas árvores, aqui e ali intensamente azuis. Percebendo que traço firme e riqueza de colorido eram coisas incompatíveis, Renoir concentrou-se em combinar o que tinha aprendido sobre cor durante o seu período impressionista, com métodos tradicionais de aplicação de tinta. O resultado foi uma série de obras-primas bem no estilo Ticiano, assim como de Fragonard e Boucher, a quem ele admirava. Os trabalhos que Renoir incluiu numa mostra individual de 70, organizada pelo marchand Paul Durand-Ruel, foram elogiados, e seu primeiro reconhecimento oficial veio quando o governo francês comprou a obra Ao Piano, em 1892.
 

Cesário Verde nasceu há 164 anos

José Joaquim Cesário Verde (Lisboa, 25 de fevereiro de 1855 - Lumiar, 19 de julho de 1886) foi um poeta português, sendo considerado um dos precursores da poesia que seria feita em Portugal no século XX.
Filho do lavrador e comerciante José Anastácio Verde e de Maria da Piedade dos Santos Verde, Cesário matriculou-se no Curso Superior de Letras em 1873, mas apenas o frequentou alguns meses. Ali conheceu Silva Pinto, que ficou seu amigo para o resto da vida. Dividia-se entre a produção de poesias (publicadas em jornais, destacando-se a revista Branco e Negro, entre 1896 e 1898) e as actividades de comerciante, herdadas do pai.
Em 1877 começou a ter sintomas de tuberculose, doença que já lhe roubara o irmão e a irmã. Estas mortes inspiraram contudo um de seus principais poemas, Nós (1884).
Tenta curar-se da tuberculose, mas sem sucesso, vem a falecer no dia 19 de julho de 1886. No ano seguinte Silva Pinto organiza O Livro de Cesário Verde, compilação da sua poesia publicada em 1887.
No seu estilo delicado, Cesário empregou técnicas impressionistas, com extrema sensibilidade ao retratar a Cidade e o Campo, que são os seus cenários predilectos. Evitou o lirismo tradicional, expressando-se de uma forma mais natural.

Responso 

I
Num castelo deserto e solitário,
Toda de preto, às horas silenciosas,
Envolve-se nas pregas dum sudário
E chora como as grandes criminosas.

Pudesse eu ser o lenço de Bruxelas
Em que ela esconde as lágrimas singelas.

II
É loura como as doces escocesas,
Duma beleza ideal, quase indecisa;
Circunda-se de luto e de tristezas
E excede a melancólica Artemisa.

Fosse eu os seus vestidos afogados
E havia de escutar-lhe os seu pecados.

III
Alta noite, os planetas argentados
Deslizam um olhar macio e vago
Nos seus olhos de pranto marejados
E nas águas mansíssimas do lago.

Pudesse eu ser a Lua, a Lua terna,
E faria que a noite fosse eterna.

IV
E os abutres e os corvos fazem giros
De roda das ameias e dos pegos,
E nas salas ressoam uns suspiros
Dolentes como as súplicas dos cegos.

Fosse eu aquelas aves de pilhagem
E cercara-lhe a fronte, em homenagem.

V
E ela vaga nas praias rumorosas,
Triste como as rainhas destronadas,
A contemplar as gôndolas airosas,
Que passam, a giorno iluminadas.

Pudesse eu ser o rude gondoleiro
E ali é que fizera o meu cruzeiro.

VI
De dia, entre os veludos e entre as sedas,
Murmurando palavras aflitivas,
Vagueia nas umbrosas alamedas
E acarinha, de leve, as sensitivas.

Fosse eu aquelas árvores frondosas,
E prendera-lhe as roupas vaporosas.

VII
Ou domina, a rezar, no pavimento
Da capela onde outrora se ouviu missa,
A música dulcíssima do vento
E o sussurro do mar, que se espreguiça.

Pudesse eu ser o mar e os meus desejos
Eram ir borrifar-lhe os pés, com beijos.

VIII
E às horas do crepúsculo saudosas,
Nos parques com tapetes cultivados,
Quando ela passa curvam-se amorosas
As estátuas dos seus antepassados.

Fosse eu também granito e a minha vida
Era vê-la a chorar arrependida.

IX
No palácio isolado como um monge,
Erram as velhas almas dos precitos,
E nas noites de inverno ouvem-se ao longe
Os lamentos dos náufragos aflitos.

Pudesse eu ter também uma procela
E as lentas agonias ao pé dela!

X
E às lajes, no silêncio dos mosteiros,
Ela conta o seu drama negregado,
E o vasto carmesim dos reposteiros
Ondula como um mar ensanguentado.

Fossem aquelas mil tapeçarias
Nossas mortalhas quentes e sombrias.

XI
E assim passa, chorando, as noites belas,
Sonhando uns tristes sonhos doloridos,
E a refletir nas góticas janelas
As estrelas dos céus desconhecidos.

Pudesse eu ir sonhar também contigo
E ter as mesmas pedras no jazigo!

...............................

XII
Mergulha-se em angústias lacrimosas
Nos ermos dum castelo abandonado,
E as próximas florestas tenebrosas
Repercutem um choro amargurado.

Uníssemos, nós dois, as nossas covas,
Ó doce castelã das minhas trovas!
    
in O Livro de Cesário Verde (1901) - Cesário Verde

George Harrison nasceu há 76 anos

George Harrison (Liverpool, 25 de fevereiro de 1943 - Los Angeles, 29 de novembro de 2001) foi um artista inglês, cuja carreira abrangeu diversas áreas. Músico, compositor, ator e produtor de cinema, Harrison atingiu fama internacional como guitarrista dos Beatles. Por vezes referido como "o Beatle calmo", Harrison, com o passar do tempo, tornou-se um admirador do misticismo indiano, introduzindo-o nos Beatles, assim como aos seus fãs no Ocidente. Após a dissolução da banda, ele teve uma bem-sucedida carreira a solo; posteriormente, também obteve sucesso como membro dos Traveling Wilburys e como produtor de cinema e musical. Harrison ocupa a 11ª posição da lista "Os 100 Maiores Guitarristas de Todos os Tempos", da revista Rolling Stone.
Ainda que a maioria das músicas dos Beatles tenham sido sobretudo compostas por Lennon e McCartney, os álbuns do grupo, a partir de With the Beatles (1963), geralmente incluíam uma ou duas músicas da autoria de Harrison. As suas últimas composições com o grupo incluíram "Here Comes the Sun", "Something" e "While My Guitar Gently Weeps". À época do fim da banda, Harrison havia acumulado uma grande quantidade de material, lançado em seu aclamado álbum triplo All Things Must Pass, de 1970, do qual saíria o single "My Sweet Lord". Em complemento à sua carreira solo, Harrison co-escreveu, junto de Ringo Starr, duas músicas de sucesso, assim como músicas para os Traveling Wilburys - o supergrupo formado por ele, Bob Dylan, Tom Petty, Jeff Lynne e Roy Orbison, em 1988.
Harrison envolveu-se com a cultura indiana e o hinduísmo em meados dos anos 60, ajudando a expandir e disseminar, pelo Ocidente, um instrumentos como o sitar e o movimento Hare Krishna. Juntamente de Ravi Shankar, ele organizou um grande evento de caridade em 1971, o Concerto para o Bangladesh.
Além de músico, Harrison também foi um produtor musical e co-fundador da HandMade Films. No seu trabalho como produtor de cinema colaborou com artistas como os Monty Phyton e a cantora e atriz Madonna.
Casou-se duas vezes, com a modelo Pattie Boyd, de 1966 a 1974, e durante 24 anos, com Olivia Trinidad Arias, com quem teve um filho, Dhani Harrison. Era amigo íntimo de Eric Clapton. É o único Beatle, até hoje, a ter publicado uma autobiografia, I Me Mine, em 1980. Harrison morreu de cancro do pulmão, em 2001.

  

Paco de Lucía morreu há cinco anos

Paco de Lucía, nome artístico de Francisco Sánchez Gomes (Algeciras, 21 de dezembro de 1947 - Cancún, 25 de fevereiro de 2014) foi um guitarrista espanhol de flamenco reconhecido internacionalmente. Fez carreira como compositor, produtor e guitarrista.
Em 2004, foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias, como "um músico que transcendeu fronteiras e estilos".
As suas principais influências, para além do seu pai, foram os guitarristas de flamenco Nino Ricardo, Miguel Borrull, Mario Escudero e Sabicas.
Em 20 de novembro de 2014, a viúva de Paco recebeu um prémio póstumo atribuído ao marido, juntamente com os dois filhos do casal, em Las Vegas, nos Estados Unidos, na 15ª edição do Grammy Latino. O prémio foi o de melhor álbum do ano pelo seu disco Canción Andaluza.
   
(...)
  
Paco era o mais novo de cinco irmãos, filhos do também guitarrista de flamenco Antonio Sánchez, com quem aprendeu a tocar guitarra. Tem ascendência portuguesa por parte de mãe.
Os seus irmãos Pepe de Lucía e Ramón de Algeciras também são músicos de flamenco; Pepe é cantor e Ramón é, também, guitarrista.
Em Algeciras, e de uma forma geral na maior parte da Andaluzia, é costume os rapazes adoptarem o nome da mãe por forma a serem corretamente identificados, como, por exemplo, "Paco de (la) Carmen," ou "Paco de (la) María". Deste modo, o seu nome artístico foi adotado em honra da sua mãe Lúcia, de origem portuguesa e nascida em Castro Marim.
  

Alfredo Marceneiro nasceu há 128 anos

(imagem daqui)
  
Alfredo Rodrigo Duarte (Lisboa, 25 de fevereiro de 1891 - Lisboa, 26 de junho de 1982) mais conhecido como Alfredo Marceneiro, devido à sua profissão, foi um fadista português que marcou uma época, detentor de uma voz inconfundível, tornando-se um marco deste género da canção em Portugal. Embora o bilhete de identidade refira a data acima, o seu nascimento pode ter acontecido, de facto, a 29 de fevereiro de 1888.
  
Vida
Alfredo Marceneiro nasceu na freguesia de Santa Isabel em Lisboa, e foi-lhe posto o nome de batismo de Alfredo Rodrigo Duarte.
Era filho de uma família muito humilde, oriunda do Cadaval. Com a morte do pai teve que deixar a escola primária. Começou então a trabalhar como aprendiz de encadernador para ajudar o sustento da sua mãe e irmãos.
Desde pequeno, sentia grande atracção para a arte de representar e para a música. Junto com amigos começou a dar os primeiros passos cantando o fado em locais populares começando a ser solicitado pela facilidade que cantava e improvisava a letra das canções.
Um dia, conheceu Júlio Janota, fadista improvisador, de profissão marceneiro que o convenceu a seguir esse ofício que lhe daria mais salário e mais tempo disponível para se dedicar à sua paixão.
Alfredo Marceneiro era um rapaz vaidoso. Andava sempre tão bem vestido que ganhou a alcunha de Alfredo Lulu. Era, também, muito namoradeiro; apaixonou-se por várias raparigas, chegando a ter filhos com duas delas. As aventuras terminaram quando conheceu Judite, amor que durou até à sua morte e com o qual teve três filhos.
Em 1924, participa no Teatro São Luiz, em Lisboa, na sua primeira Festa do Fado e ganha a medalha de prata num concurso de fados.
Nos anos 30, Alfredo Marceneiro trabalhou nos estaleiros da CUF, onde fazia móveis para navios. Dividia o seu tempo entre as canções e o trabalho. A sua presença nas festas organizadas pelos operários era sempre motivo de alegria.
Em 3 de janeiro de 1948, foi consagrado o Rei do Fado no Café Luso.
Reformou-se em 1963, após uma carreira recheada de sucessos, numa grande festa de despedida no Teatro São Luiz.
Dos muitos temas que Alfredo Marceneiro cantou destaca-se A Casa da Mariquinhas, de autoria do jornalista e poeta Silva Tavares.
Faleceu no dia 26 de junho de 1982, com 91 anos, na mesma freguesia que o viu nascer.
No dia 30 de julho de 1984, foi condecorado, a título póstumo, com o grau de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique pelo então Presidente da República Portuguesa, General Ramalho Eanes.
    
 

Luísa LoveFoxxx, a vocalista da banda Cansei de Ser Sexy, faz hoje 35 anos!

LoveFoxxx ou Luísa LoveFoxxx, nomes artísticos de Luísa Hanaê Matsushita, (Campinas, 25 de fevereiro de 1984) é uma cantora brasileira, líder do grupo brasileiro de S. Paulo de rock Cansei de Ser Sexy.
    
Biografia
O seu Pai é descendente de japoneses e a sua mãe é descendente de alemães.
Aos 16 anos, foi morar em São Paulo e na mesma época, quando começou a trabalhar com ilustrações, passando a assinar os seus trabalhos como Luísa LoveFoxxx.
Em 2003, enquanto trabalhava como designer gráfica de estilo para as marcas Triton e Fórum, entrou para a banda Cansei de Ser Sexy e, posteriormente, deixou o emprego para dedicar-se unicamente ao grupo. O sexteto foi contratado em 2005 pela Trama e no ano seguinte, pelo selo americano Sub Pop, berço de bandas como Nirvana e Mudhoney.
Foi apresentadora do programa Music Box no SBT e em 2006, assinou as ilustrações de uma coleção de sandálias Melissa, assim como o novo design da fachada das lojas. Também ganhou uma coluna na revista Capricho.
Foi escolhida em 2007 pela revista especializada NME como uma das três personalidades mais "cool" do mundo. Em 2008 foi capa de abril da importante revista inglesa de cultura jovem Dazed & Confused. Em 2013 cantou e participou do single "Flowers", com bEEdEEgEE.
   
  

domingo, fevereiro 24, 2019

David Mourão-Ferreira nasceu há 92 anos

(imagem daqui)

David de Jesus Mourão-Ferreira (Lisboa, 24 de fevereiro de 1927 - Lisboa, 16 de junho de 1996) foi um escritor e poeta lisboeta.
   
Biografia
Licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1951, onde mais tarde em 1957 foi professor, tendo-se destacado como um dos grandes poetas contemporâneos do século XX.
Na sua obra, são famosos alguns dos poemas que compôs para a voz de Amália Rodrigues, como Sombra, Maria Lisboa, Nome de Rua, Fado Peniche e sobretudo Barco Negro, entre outros.
Mourão-Ferreira trabalhou para vários jornais, dos quais se destacam a Seara Nova e o Diário Popular, para além de ter sido um dos fundadores da revista Távola Redonda. Entre 1963 e 1973 foi secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Autores. No pós-25 de Abril, foi director do jornal A Capital e director-adjunto do O Dia.
No governo, desempenhou o cargo de Secretário de Estado da Cultura (de 1976 a janeiro de 1978, e em 1979). Foi por ele assinado, em 1977, o despacho que criou a Companhia Nacional de Bailado.
Foi autor de alguns programas de televisão de que se destacam "Imagens da Poesia Europeia", para a RTP.
A 13 de julho de 1981 é condecorado com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada. Em 1996 recebe o Prémio de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores e, no mesmo ano, a 3 de junho, é elevado a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.
Do primeiro casamento, com Maria Eulália, sobrinha de Valentim de Carvalho, teve dois filhos, David João e Adelaide Constança, que lhe deram 11 netos e netas.
   
   
Elegia do Ciúme 

A tua morte, que me importa,
se o meu desejo não morreu?
Sonho contigo, virgem morta,
e assim consigo (mas que importa?)
possuir em sonho quem morreu.

Sonho contigo em sobressalto,
não vás fugir-me, como outrora.
E em cada encontro a que não falto
inda me turbo e sobressalto
à tua mínima demora.

Onde estiveste? Onde? Com quem?
— Acordo, lívido, em furor.
Súbito, sei: com mais ninguém,
ó meu amor!, com mais ninguém
repartirás o teu amor.

E se adormeço novamente
vou, tão feliz!, sem azedume
— agradecer-te, suavemente,
a tua morte que consente
tranquilidade ao meu ciúme.

 

in Tempestade de Verão (1954) - David Mourão-Ferreira

Bettino Craxi nasceu há 85 anos

Mário Soares visitando Craxi, depois de condenado a prisão por corrupção
    
Bettino Craxi (Milão, 24 de fevereiro de 1934 - Hammamet, 19 de janeiro de 2000) foi um político italiano. Foi líder do Partido Socialista Italiano (PSI) de 1976 a 1993 e ocupou o cargo de primeiro-ministro da Itália de 1983 a 1987. Foi o primeiro socialista, na história da República Italiana a ocupar o cargo de primeiro-ministro.
   
Benedetto "Bettino" Craxi
   
Permaneceu durante a maior parte de sua vida no PSI. Ascendeu rapidamente no partido. Em 1968 foi eleito deputado e imediatamente foi nomeado vice-secretário nacional.
Em 1976, em plena crise interna, foi eleito secretário-geral em substituição de Francesco De Martino. Inicia assim a sua longa liderança do PSI, embora inicialmente fosse considerado um "secretário de transição" pela velha guarda socialista.
Em 1983 foi eleito primeiro-ministro com o apoio da aliança formada pelo PSI, DC, PSDI, PRI e PLI. Entre suas principais políticas destacaram-se a assinatura de uma nova concordata com a Santa Sé, em 1984, em que o catolicismo deixou de ser a religião oficial de Itália, e ainda a entrada de Itália no G7 e uma nova política de impostos.
A corrente política de Craxi dominava completamente o PSI, havendo uma pequena corrente mais esquerdista do PSI, dirigida por Riccardo Lombardi, que o acusava de ser de direita. Este domínio quase absoluto permitiu a Craxi levar o partido às suas posições moderadas dentro da social-democracia.
A sua queda ocorreu em 1992, com a iniciativa judicial denominada Operação Mãos Limpas, que tentou acabar com a corrupção imperante na política italiana. Craxi, apontado entre os corruptos, teve que se demitir de seu cargo, num PSI que não demoraria a desaparecer.
Craxi muda-se para a Tunísia, fugindo da justiça italiana, morrendo em 2000, numa cidade junto ao mar, Hammamet.
  

Pablo Milanés - 76 anos

(imagem daqui)

Pablo Milanés (Bayamo, 24 de febrero de 1943) es un compositor, cantante, guitarrista y cantautor cubano, uno de los fundadores - junto con Silvio Rodríguez y Noel Nicola - de la Nueva Trova Cubana.
   
 

Chris Fehn, dos Slipknot, faz hoje 46 anos

Christopher Michael "Chris" Fehn (Des Moines, Iowa, 24 de fevereiro, 1973) é um músico dos Estados Unidos, integrante da banda de new metal Slipknot.
  
Fehn, nasceu em Des Moines, Iowa. Antes de entrar nos Slipknot, ele jogou como jogador de futebol americano na equipa da Wayne State University. Ele juntou-se à banda em abril de 1997, substituindo o percussionista Greg Welts, que foi forçado a sair do Slipknot após devido a conflitos pessoais com o baterista Joey Jordison, por causa de Welts namorar a irmã de Jordison.
Bem como emprestar o seu talento à percussão na banda, Fehn faz coros nos Slipknot e também é fundamental no apoio executados ao vivo nos palcos. Fora do Slipknot, Fehn é um jogador muito forte, e estava em evidências sobre a banda do DVD de 2006, Voliminal: Inside the Nine, onde ele é entrevistado enquanto jogava golfe. Fehn descreve-se como um "grande fã da banda", e diz dos Slipknot, "o mundo precisava de algo assim."
  
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Fehn usa uma máscara, que tem sido visto em várias cores e estilos, sempre com o nariz lembrando o do Pinóquio; o nariz tem cerca de 19 cm de comprimento. Ele usa seis variações de máscara, a sua mais conhecida é uma de couro, utilizada durante a época Iowa. Outra bem conhecida de Fehn é a vermelha, que foi utilizada principalmente durante o Vol. 3: (The Subliminal Verses) World Tour. Fehn atualmente usa duas variações para o All Hope Is Gone. A primeira é, como as outras máscaras, uma máscara com uma cabeça cheia e rosto vermelho. A segunda é uma que só cobre o rosto, mostrando o seu longo cabelo loiro.
A máscara do Fehn tem um design parecido com a usado pelos médicos durante a Peste Negra na Idade Média, onde o nariz estava cheio de ervas, para proteger os médicos que a usavam contra a inalação do fumo da morte. Outra influência amplamente discutida é a possibilidade da máscara a ser baseada na que foi usada por Alex e os seus amigos, durante a cena de violação, em 1971, no filme A Clockwork Orange (Laranja Mecânica). Uma terceira ideia sobre a origem da máscara é que vem da Commedia dell'Arte, um tipo de teatro italiano, que teve ampla popularidade entre os séculos XV e XVIII. A quarta ideia da origem da máscara é o personagem Pinóquio. Nos bastidores do segundo show dos Slipknot no Ozzfest, Fehn falou das características da máscara, dizendo: "Esta máscara reflete a minha personalidade cómica. Eu a escolhi para mostrar a ideia de cativeiro. Quando eu a coloco, levo-te para um outro local. Muito quente, é muito apertado, e que até a dor vai junto com a agressão que criamos." Em mais uma recente entrevista em Londres, Fehn alegou que, "O cheiro fica pior, cheira a vómito, suor e urina!" Numa entrevista a um programa de TV britânico, Fehn passou a ser apelidado de Cockface McGinty após os comentários de Mark Lamarr.
   
 

Marc-Antoine Charpentier morreu há 315 anos

Marc-Antoine Charpentier, né à Paris en 1643 et mort à Paris le 24 février 1704, est un compositeur et chanteur baroque français.
Il se rend en Italie (selon une légende, pour faire des études d'architecture), mais il tombe sous l'influence du compositeur Giacomo Carissimi. Il restera marqué par le style italien et sera le seul avec Jean-Joseph Cassanéa de Mondonville en France à aborder l'oratorio.
En 1672, Molière se brouilla avec Jean-Baptiste Lully. Il proposa à Charpentier de remplacer ce dernier pour composer la musique de ses comédies-ballets au Théâtre-Français. C'est ainsi que Charpentier composa de la musique pour les entractes de Circé et d'Andromède, ainsi que des scènes chantées dans le Mariage forcé, puis Le Malade imaginaire.
À la mort de Lully, en 1687, les compositeurs français peuvent enfin composer des opéras (Lully ayant « inventé » l'opéra français, il avait interdit aux autres compositeurs français d'en composer et d'en faire représenter tant qu'il serait vivant). En 1693-1694, Charpentier compose alors Médée, sur un poème de Thomas Corneille. C'est un échec, qui sera déterminant dans sa carrière de compositeur : il se consacrera désormais à la musique religieuse.
À la mort de Mademoiselle de Guise en 1688, Charpentier fut employé par les jésuites dans leurs établissements parisiens. Il devient maître de musique du collège Louis-le-Grand, puis de l'église Saint-Louis, rue Saint-Antoine. C'est à cette époque qu'il composa la majeure partie de son œuvre sacrée.
En 1698, Charpentier fut nommé maître de musique des enfants de la Sainte-Chapelle du Palais.
Sa musique issue d'un mélange des styles français et italien, auxquels elle emprunte de nombreux éléments.
Il a composé des œuvres sacrées telles que des oratorios, des messes, des psaumes, des magnificats. Il a également composé plusieurs opéras, des sonates, préludes pour orchestre, des noëls instrumentaux.
Sa sœur Madame Jean Edouard, habitait rue Saint-André-des-Arts, elle était paroissienne du père Mathieu, curé de l'Église Saint-André-des-Arts, italianiste qui donnait des concerts chez lui toutes les semaines, auxquels Marc-Antoine participait volontiers.
Marc-Antoine Charpentier fut presque complètement oublié jusqu'en 1953, lorsqu'il fut révélé par son Te Deum, dont l'ouverture orchestrale sert d'indicatif à l'Eurovision. C'est à Carl de Nys que l'on doit la redécouverte de ce Te Deum, qui devint également l'hymne du Tournoi des Six Nations. La firme naissante Erato avait accepté d'en assurer l'enregistrement.
À partir des années 1950, l'œuvre de Charpentier fut ainsi ressuscitée par Claude Crussard, Guy Lambert, Louis Martini et Jean-François Paillard. Dans les années 1970, Michel Corboz puis Jean-Claude Malgoire assurèrent à leur tour de nombreux enregistrements. Aujourd'hui, la moitié de son œuvre environ a été enregistrée. Catherine Cessac est, de nos jours, illustrée par ses meilleures études concernant ce compositeur, avec la collaboration du Centre de Musique Baroque de Versailles. En 2005, ils sortirent un DVD Marc-Antoine Charpentier, un Automne musical à Versailles (Armide classics) pour célébrer le tricentenaire de sa mort. Le ministère de la culture et de la communication consacre un site commémoratif à Charpentier.
L'œuvre complète de Charpentier comprend 28 volumes autographes, soit plus de 500 pièces qu'il a pris soin de classer lui-même. Cette collection, appelée Mélanges, est l'un des plus beaux ensembles de manuscrits autographes musicaux de tous les temps. À sa mort, ses neveux Jacques Édouard et Jacques-François Mathas en héritèrent. En 1727, Jacques-Édouard vendit l'ensemble des manuscrits à la Bibliothèque Royale. La collection intégra le fonds de la Bibliothèque Nationale de France.
L'édition critique de l'œuvre de Marc-Antoine Charpentier est actuellement en cours de publication au Centre de Musique Baroque de Versailles (http://www.cmbv.fr), collection «Monumentales».
  
 


Com a morte de D. José I, a era pombalina terminou há 242 anos

D. José I de Portugal (nome completo: José Francisco António Inácio Norberto Agostinho de Bragança; 6 de junho de 1714 - 24 de fevereiro de 1777), cognominado O Reformador, devido às reformas que empreendeu durante o seu reinado, foi Rei de Portugal da Dinastia de Bragança desde 1750 até à sua morte. Casou, em 1729, com Mariana Vitória de Bourbon, infanta de Espanha.
Reinado
O reinado de José I é sobretudo marcado pelas políticas do seu primeiro-ministro, o Marquês de Pombal, que reorganizou as leis, a economia e a sociedade portuguesas, transformando Portugal num país moderno. A 1° de novembro de 1755, José I e a sua família sobrevivem à destruição do Paço Real no Terremoto de Lisboa por se encontrarem na altura a passear em Santa Maria de Belém. Depois desta data, José I ganhou uma fobia de recintos fechados e viveu o resto da sua vida num complexo luxuoso de tendas no Alto da Ajuda em Lisboa. Outro ponto alto do seu reinado foi a tentativa de regicídio que sofreu a 3 de setembro de 1758 e o subsequente processo dos Távoras. Os Marqueses de Távora, o Duque de Aveiro e familiares próximos, acusados da sua organização, foram executados ou colocados na prisão, enquanto que a Companhia de Jesus foi declarada ilegal e os jesuítas expulsos de Portugal e das colónias.
Quando subiu ao trono, José I tinha à sua disposição os mesmos meios de acção governativa que os seus antecessores do século XVII, apesar do progresso económico realizado no país, na primeira metade do século XVIII.
Esta inadaptação das estruturas administrativas, jurídicas e políticas do país, juntamente com as condições económicas deficientes herdadas dos últimos anos do reinado de João V, vai obrigar o monarca a escolher os seus colaboradores entre aqueles que eram conhecidos pela sua oposição à política seguida no reinado anterior.
Diogo de Mendonça, Corte Real Pedro da Mota e Silva e Sebastião José de Carvalho e Melo passaram a ser as personalidades em evidência, assistindo-se de 1750 a 1755 à consolidação política do poder central e ao reforço da posição do marquês de Pombal, com a consequente perda de importância dos outros ministros.
Uma segunda fase, de 1756 a 1764, caracteriza-se pela guerra com a Espanha e a França, pelo esmagamento da oposição interna - expulsão dos Jesuítas, reforma da Inquisição e execução de alguns nobres acusados de atentarem contra a vida do rei, entre os quais o duque de Aveiro e o marquês de Távora -, e pela criação de grandes companhias monopolistas, como a do Grão-Pará.
Uma terceira fase, até 1772 é marcada por uma grande crise económica e, até final do reinado, assiste-se à política de fomento industrial e ultramarino e à queda económica das companhias monopolistas brasileiras.
Todo o reinado é caracterizado pela criação de instituições, especialmente no campo económico e educativo, no sentido de adaptar o País às grandes transformações que se tinham operado. Funda-se a Real Junta do Comércio, o Erário Régio, a Real Mesa Censória; reforma-se o ensino superior, cria-se o ensino secundário (Colégio dos Nobres, Aula do Comércio) e o primário (mestres régios); reorganiza-se o exército. Em matéria de política externa, José conservou a política de neutralidade adoptada por seu pai. De notar ainda, o corte de relações com a Santa Sé, que durou 10 anos.
Sucedeu-lhe a filha, a futura rainha Maria I de Portugal (Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana de Bragança; Lisboa, 17 de dezembro de 1734 - Rio de Janeiro, 20 de março de 1816) que, antes de assumir o trono, foi Princesa do Brasil, Princesa da Beira e duquesa de Bragança. A continuidade dinástica da Casa de Bragança ficou assegurada com o seu casamento com o irmão do Rei e tio da princesa, o futuro rei Pedro III de Portugal. O casamento foi realizado no Palácio de Nossa Senhora da Ajuda, em Lisboa, a 6 de julho de 1760. Dado o casal já ter filhos quando Maria ascendeu ao trono, passou a ser o rei-consorte D. Pedro III, sendo ainda o 19.º duque de Bragança, 16º duque de Guimarães e 14.º duque de Barcelos, 12.º marquês de Vila Viçosa, 20º conde de Barcelos, 16.º conde de Guimarães, de Ourém, de Faria, e de Neiva, 22.º conde de Arraiolos. Tiveram quatro filhos e três filhas.