George Harrison (
Liverpool, 25 de fevereiro de 1943 -
Los Angeles, 29 de novembro de 2001) foi um artista
inglês, cuja carreira abrangeu diversas áreas.
Músico,
compositor,
ator e
produtor de cinema, Harrison atingiu fama internacional como
guitarrista dos
Beatles. Por vezes referido como "o Beatle calmo", Harrison, com o passar do tempo, tornou-se um admirador do misticismo
indiano, introduzindo-o nos Beatles, assim como apresentando-o aos seus fãs do
ocidente. Após a dissolução da banda teve uma bem-sucedida
carreira a solo; posteriormente, também obteve sucesso como membro dos
Traveling Wilburys e como produtor de cinema e
musical. Harrison ocupa a 11ª posição da lista "Os 100 Maiores Guitarristas de Todos os Tempos", da revista
Rolling Stone.
Ainda que a maioria das músicas dos Beatles tenham sido compostas por
Lennon e McCartney, os álbuns do grupo, a partir de
With the Beatles (1963), geralmente incluíam uma ou duas músicas de autoria de Harrison. As suas últimas composições no grupo incluíram "
Here Comes the Sun", "
Something" e "
While My Guitar Gently Weeps". Na época do fim da banda, Harrison havia acumulado uma grande quantidade de material, lançado no seu aclamado álbum triplo
All Things Must Pass, de 1970, do qual sairia o
single "
My Sweet Lord". Como complemento da sua carreira a solo, Harrison co-escreveu, em conjunto com
Ringo Starr, duas músicas de sucesso, assim como músicas para os
Traveling Wilburys - o
supergrupo formado por ele,
Bob Dylan,
Tom Petty,
Jeff Lynne e
Roy Orbison, em
1988.
Além de músico, Harrison também foi um produtor musical e co-fundador da
HandMade Films. Em seu trabalho como produtor de cinema, ele colaborou com artistas como os
Monty Phyton e
Madonna.
Morte
O primeiro sinal de cancro de George apareceu na década de 90, no
pulmão. Ele enfrentou várias cirurgias para eliminá-lo. Em 2001, o
cancro reapareceu, com
metástases.
Apesar dos tratamentos agressivos, logo se descobriu que era
terminal, decidindo de imediato passar os seus últimos dias em família
e a trabalhar nalguns projetos para posteriormente serem terminados
pela sua viúva e filho.
Segundo o site
Netparque,
quando, às oito da manhã de sexta-feira, 30
de novembro, o Mundo soube da morte de George Harrison, já o seu
corpo tinha sido cremado e as suas cinzas a caminho de um rio sagrado
da Índia.
O ex-Beatle preparou minuciosamente a sua morte e discretamente, como
era sua filosofia de vida, não permitindo a invasão da sua privacidade e
da sua família.
Só três pessoas sabiam onde e como George Harrison iria morrer: a
mulher Olivia e o amigo Gavin De Becker, que se encarregou do plano. Nem
o filho,
Dhani Harrison, sabia onde o pai iria morrer, para que o círculo do segredo ficasse ainda mais fechado.
No dia 14 de novembro, quando estava internado em
Nova Iorque, George Harrison foi avisado de que já não teria muito tempo de vida. "Onde vou morrer?", perguntou.
Postas de parte as hipóteses de morrer na sua casa em Londres ou no
Staten Island University Hospital, de Nova Iorque, onde estava internado, George Harrison combinou com Gavin De Becker que morreria protegido por este, em
Beverly Hills, afastado dos olhares do mundo, depois de ter ponderado a hipótese da sua casa no
Havaí. "George Harrison não queria a sua fotografia num caixão como epitáfio", disse um amigo.
No dia 17 de novembro, foi-lhe dada alta em Nova Iorque. Harrison tinha
pouco tempo para se despedir da família e dos amigos. Entre outros,
chamou a irmã, Louise, que dirige o Hotel "A Hard Day"s Night", em
Illinois, e os amigos de sempre,
Paul McCartney e
Ringo Starr.
George e Louise estavam de relações cortadas, depois de Louise ter
aberto um hotel com o nome de uma canção/álbum/filme dos Beatles, o que
não agradou ao irmão.
A um Paul McCartney de lágrimas nos olhos, George disse que "já não estarei aqui no Natal".
Ringo, que estava em Boston à cabeceira da filha, também com cancro,
voou de imediato e disse que não sairia de ao pé de George "até ao fim",
adiando para isso a digressão no Canadá. "Não adies. Eu estou em
paz", respondeu-lhe George Harrison.
Sem publicidade, no dia 17 de novembro, George Harrison voou no jato
privado de Gavin De Becker para Santa Mónica, California, tendo depois
sido transportado numa ambulância descaracterizada até ao UCLA Medical Centre, em Los Angeles, para tratamentos.
No dia 20, a situação clínica do ex-Beatle deteriorou-se, pelo que
George Harrison foi transferido para casa de Gavin De Becker, em Beverly
Hills, onde ficou isolado. A única visita exterior permitida foi a de
Ravi Shankar, que lhe tocou
sitar.
A morte viria a ocorrer às 13.30 horas locais, 21.30 em Lisboa, de quinta-feira, dia 29 de novembro.
Segundo o "News Of The World", além da família, dois dos seus melhores
amigos indianos, Shayam Sundara e Mukunda, entoaram cânticos
Hare Krishna, enquanto o ex-Beatle falecia.
O corpo de George Harrison foi cremado às 06.30 horas do dia 30 de
novembro (hora de Lisboa), tendo o caixão sido coberto por pétalas de
rosa numa cerimónia
Hare Krishna com o ambiente envolto em essência de
sândalo. Um mestre
Hare Krishna recitou versos sagrados hindus, do livro
Bhagavad-Gita.
As cinzas voam segunda-feira, no 3 de dezembro, para a Índia, onde seriam espalhadas num rio sagrado, provavelmente o
Rio Yamuna, a 40 milhas do
Taj Mahal, o rio sagrado que o ex-Beatle amava, ou o
Ganges.
A família de George Harrison pediu entretanto a todos admiradores do
músico um minuto de silêncio na segunda-feira, 3 de dezembro, às 21.30,
como tributo ao guitarrista.
"Estamos profundamente comovidos pela demonstração de amor e
solidariedade de pessoas de todo o mundo", disseram a mulher de George,
Olivia, sua antiga secretária na editora, e o filho Dhani, de 23 anos.
O álbum póstumo de George Harrison,
Brainwashed, foi completado pelo seu filho
Dhani Harrison e
Jeff Lynne e lançado a
18 de novembro de
2002, recebendo positivas críticas e alcançando o 18º lugar nas paradas de álbuns da
Billboard. Dentre as canções do álbum destacava-se o promocional
"Stuck Inside a Cloud" e
"Any Road" que alcançou o 37º lugar nas paradas de sucesso britânicas.
Exatamente um ano após a sua morte, Olívia Harrison, a sua mulher, e
Eric Clapton, seu amigo, organizaram o
Concert For George, no
Royal Albert Hall, em
Londres. O concerto contou com a presença do filho de George, Dhani, além de grandes amigos como
Paul McCartney,
Ringo Starr,
Eric Clapton,
Billy Preston,
Ravi Shankar,
Tom Petty,
Jeff Lynne,
Jim Capaldi,
Jools Holland, Albert Lee, Sam Brown,
Gary Brooker, Joe Brown,
Brian Johnson, Ray Cooper, membros dos
Monty Python e
Tom Hanks.