sexta-feira, outubro 12, 2018

Hoje é dia de recordar dois atentados...

O rebocador USNS Catawba (T-ATF-168), a frente, rebocando o USS Cole logo após o atentado
 
O Atentado ao USS Cole foi um ataque suicida feito contra o destroyer USS Cole (DDG 67) da Marinha dos Estados Unidos em 12 de outubro de 2000, enquanto este estava a reabastecer no porto de Áden, no Iémen. Cerca de 17 marinheiros americanos foram mortos e outros 39 ficaram feridos.
O grupo terrorista islâmico al-Qaeda assumiu a autoria do ataque. A resposta da Administração Clinton foi considerada tímida, com pouca ação militar direcionada contra os responsáveis.
 
 
 
Os atentados em Bali em outubro de 2002 ocorreram ao final do dia 12 de outubro de 2002 na zona turística de Kuta, em Bali, Indonésia. O ataque terrorista foi o ato mais mortífero da história da Indonésia, com um total de 202 pessoas assassinadas, das quais 164 eram estrangeiros e 38 cidadãos indonésios, havendo ainda 209 pessoas que ficaram feridas.
O ataque foi provocado com a detonação de três bombas: um dispositivo montado numa mochila levada por um terrorista suicida e um grande carro-bomba que foram detonados junto a populares centros noturnos em Kuta; e um terceiro dispositivo, menor, que foi detonado fora do consulado dos Estados Unidos da América em Denpasar e que apenas causou danos menores.
Vários membros do Jemaah Islamiya, um grupo terrorista islâmico, foram sentenciados pela participação no acto terrorista, incluindo três indivíduos que foram condenados à pena de morte. Abu Bakar Bashir, o suposto líder espiritual do Jemaah Islamiyah, foi julgado e considerado culpado, sentenciado a dois anos e meio de prisão. Riduan Isamuddin, geralmente conhecido como Hambali e suposto ex-líder operacional do Jemaah Islamiyah, está sob custódia dos Estados Unidos, em lugar não revelado, e não foi ainda formalmente acusado. Em 9 de novembro de 2008, Iman Samudra, Amrozi Nurhasyim e Ali Ghufron foram executados, por fuzilamento, numa prisão da ilha de Nusa Kambangan. Mais tarde, o então presidente, Abdurrahman Wahid e o ex-terrorista Umar Abdu assumiram que aquele atentado foi uma operação de bandeira falsa organizado pelo exército e o serviço de inteligência.
  

O ator Hugh Jackman faz hoje cinquenta anos

Hugh Michael Jackman (Sydney, 12 de outubro de 1968) é um ator, cantor e produtor de cinema australiano.
O ator ganhou reconhecimento internacional pelos seus filmes internacionais, particularmente em personagens de ação e heróis ou em personagens românticos. Jackman é mundialmente conhecido por ter interpretado o personagem Wolverine na série X-Men. Outros filmes importantes na carreira do ator são Van Helsing: O Caçador de Monstros, Real Steel, Kate & Leopold, The Prestige, Australia, Les Misérables e Prisoners.
Em 2009, Jackman foi o anfitrião da Cerimónia dos Óscares, e no ano seguinte foi escolhido como o Ator Mais Sexy do Mundo pela revista People. Foi indicado para o Óscar de Melhor Ator pela sua atuação em Les Misérables, mas perdeu para Daniel Day-Lewis

O Imperador D. Pedro I do Brasil e Rei D. Pedro IV de Portugal nasceu há 220 anos

D. Pedro I (Queluz, 12 de outubro de 1798 - Queluz, 24 de setembro de 1834), alcunhado o Libertador, foi o fundador e primeiro monarca do Império do Brasil. Como Rei D. Pedro IV, reinou brevemente em Portugal, onde também ficou conhecido como o Libertador e também como o Rei Soldado. Nascido em Lisboa, Pedro I foi o quarto filho de El-Rei D. João VI de Portugal e da Rainha Carlota Joaquina, e assim membro da Casa de Bragança. Quando seu país foi invadido por tropas francesas em 1807, foi com sua família para o Brasil.
A deflagração da Revolução liberal de 1820 no Porto, com a rápida adesão de Lisboa e o resto do país, obrigou o pai de Pedro I a retornar a Portugal em abril de 1821, deixando-o para governar o Brasil como regente. Teve de lidar com as ameaças de revolucionários e com a insubordinação de tropas portuguesas, as quais foram, no entanto, todas subjugadas. A tentativa do governo português de retirar a autonomia política que o Brasil gozava desde 1808 e tornar o país que havia sido elevado a condição de reino unido a Portugal em uma colónia ultramarina novamente foi recebida com descontentamento geral. Pedro I escolheu o lado brasileiro e declarou a independência do Brasil de Portugal em 7 de setembro de 1822. Em 12 de outubro foi aclamado imperador brasileiro e, em março de 1824, já havia derrotado todos os exércitos leais a Portugal. Poucos meses depois, Pedro I esmagou a Confederação do Equador, principal reação contra a tendência absolutista e a política centralizadora de seu governo.
Uma rebelião separatista na província sulista da Cisplatina no início de 1826, e a tentativa subsequente de sua anexação pela Províncias Unidas do Rio da Prata (futura Argentina) levaram o império a Guerra da Cisplatina. Em março de 1826, Pedro I se tornou brevemente rei de Portugal com o título de D. Pedro IV antes de abdicar em favor de sua filha mais velha, D. Maria II. A situação piorou em 1828 quando a guerra do sul resultou na perda da Cisplatina. Nesse mesmo ano, em Lisboa, o trono de Maria II foi usurpado pelo príncipe D. Miguel, irmão mais novo de Pedro I. O relacionamento sexual escandaloso e concorrente com uma cortesã maculou a reputação do imperador. Outras dificuldades surgiram no parlamento brasileiro, onde o conflito sobre se o governo e suas políticas seriam escolhidos pelo monarca ou pela legislatura dominaram os debates políticos de 1826 à 1831. Incapaz de lidar com os problemas do Brasil e de Portugal ao mesmo tempo, em 7 de abril de 1831 Pedro I abdicou em favor de seu filho, o Imperador D. Pedro II e partiu para a Europa.
D. Pedro  invadiu Portugal à frente de um exército em julho de 1834. Frente ao que parecia inicialmente uma guerra civil nacional, logo se envolveu num conflito em escala muito maior que abrangeu toda a península Ibérica numa luta entre os defensores do Liberalismo e aqueles que procuravam o retorno ao Absolutismo. Dom Pedro  morreu de tuberculose em 24 de setembro de 1834, apenas poucos meses após ele e os liberais terem emergido vitoriosos. Foi consagrado por contemporâneos e pela posteridade como uma figura chave que ajudou a propagar os ideais liberais que permitiram ao Brasil e a Portugal a se moverem de regimes autoritários a formas de governo representativo.
(...)

D. Pedro I contou, naturalmente, com o apoio do "povo" e, de volta ao Rio de Janeiro, em 12 de outubro, foi proclamado imperador e "defensor perpétuo do Brasil". Em 1 de dezembro foi sagrado e coroado. A Independência do Brasil foi contestada em território brasileiro por tropas do Exército Português, especialmente nas regiões onde, por razões estratégicas, elas se concentravam, a saber, nas então Províncias Cisplatina, da Bahia, do Piauí, do Maranhão e do Grão-Pará (Guerra da Independência do Brasil). A Independência foi oficialmente reconhecida por Portugal e pelo Reino Unido somente em 1825.
  

quinta-feira, outubro 11, 2018

Édith Piaf morreu há 55 anos

Édith Giovanna Gassion, (Paris, 19 de dezembro de 1915 - Plascassier, 11 de outubro de 1963), ou simplesmente, Édith Piaf foi uma cantora francesa de música de salão e variedades, mas foi reconhecida internacionalmente pelo seu talento no estilo francês da chanson.
O seu canto expressava claramente sua trágica história de vida. Entre seus maiores sucessos estão "La vie en rose" (1946), "Hymne à l'amour" (1949), "Milord" (1959), "Non, je ne regrette rien" (1960). Participou de peças teatrais e filmes. Em junho de 2007 foi lançado um filme biográfico sobre ela, chegando ao cinemas brasileiros em agosto do mesmo ano com o título "Piaf – Um Hino Ao Amor" (originalmente "La Môme", em inglês "La Vie En Rose"), direção de Olivier Dahan.
Édith Piaf está sepultada na mais célebre necrópole parisiense, o cemitério do Père-Lachaise. Seu funeral foi acompanhado por uma multidão poucas vezes vista na capital francesa. Hoje, o seu túmulo é um dos mais visitados por turistas do mundo inteiro.

Infância
Ela nasceu como Édith Giovanna Gassion em Belleville, um distrito cheio de imigrantes em Paris. Uma lenda diz que ela nasceu na calçada da Rue de Belleville 72, mas a sua certidão de nascimento cita o Hospital Tenon, que faz parte de Belleville.
Ela recebeu o nome de Édith em homenagem a uma enfermeira britânica da Primeira Guerra Mundial que foi executada por ajudar soldados franceses e ingleses a escapar dos alemães. Piaf, um nome coloquial francês para um tipo de pardal, foi a alcunha que lhe deram vinte anos depois.
Sua mãe, Annetta Giovanna Maillard (1895–1945), era pied-noir, mais especificamente de ascendência franco-italiana por parte de pai e cabila-berbere por parte de mãe. Ela trabalhava como cantora em um café com o pseudónimo de Line Marsa. Louis-Alphonse Gassion (1881–1944), o pai de Édith, era normando e acrobata de rua com um passado no teatro. Os pais de Edith abandonaram-na cedo, e ela viveu por um curto período de tempo com sua avó materna, Emma (Aïcha) Saïd ben Mohammed (1876–1930), que deixava-a em uma saleta e não cuidava da sua higiene. Ela ficou 18 meses com a avó; antes de se alistar na armada francesa em 1916 para lutar na Primeira Guerra Mundial, o pai de Edith pegou-a de volta e levou-a para sua mãe. Esta trabalhava então em um bordel em Bernay, na Normandia. Lá, prostitutas tomaram conta da pequena Édith.
Dos sete aos oito anos, Édith ficou supostamente cega devido a uma queratite. De acordo com uma de suas biografias, ela curou-se depois de as prostitutas a terem levado para orar no túmulo de Santa Teresa de Lisieux (conhecida popularmente como Santa Teresinha). Devido a esse episódio, Édith conservou devoção a Santa Teresinha por toda sua vida.
Em 1922, o pai de Édith levou-a para viver em sua companhia, enquanto trabalhava em pequenos circos itinerantes. Em 1929, aos 14 anos, enquanto seu pai fazia performances acrobáticas nas ruas de toda a França, Édith cantou pela primeira vez em público.
Com 15 anos, deixou seu pai e foi viver num quarto do Grand Hôtel de Clermont (na rua Veron, 18, em Paris), indo sozinha cantar no Quartier Pigalle, Ménilmontant e subúrbios de Paris. Nessa época juntou-se à amiga Simone Berteaut ("Mômone") e as duas tornaram-se parceiras em travessuras. Édith estava com 16 anos quando se apaixonou por Louis Dupont, um entregador.
Aos 18 anos, Édith teve a sua única filha, Marcelle, que morreu de meningite com dois anos de idade em 7 de julho de 1935. Como a mãe, Édith encontrou dificuldade em cuidar da filha enquanto vivia de cantoria nas ruas, e deixava Marcelle para trás. Dupont criou a criança até à sua morte.
O namorado seguinte de Édith foi um proxeneta chamado Albert, que, em troca de não a forçar a se prostituir, cobrava comissões sobre o dinheiro que ela ganhava cantando. Ela terminou o namoro quando uma de suas amigas, Nadia, cometeu suicídio para não se tornar prostituta.

Carreira
Em 1935, Édith foi descoberta cantando na rua da área de Pigalle por Louis Leplée, dono do cabaré Le Gerny's, situado na avenida Champs Élysées, em Paris. Foi ele quem a iniciou na vida artística e a batizou de "la Môme Piaf", uma expressão francesa que significa "pequeno pardal" ou "pardalzinho", pois ela tinha uma estatura baixa (1,42 m). Lepleé, vendo o quão nervosa Piaf ficava ao cantar, começou a ensinar-lhe como se portar no palco e disse-lhe para começar a usar um vestido preto quando se apresentasse, vestuário que mais tarde se tornou sua marca registada, como roupa de apresentação. Ele também fez enorme campanha para a noite de estreia de Piaf no Le Gerny's, o que resultou na presença de várias celebridades, como o ator Maurice Chevalier. e a grande vedeta do music hall, Mistinguett. Foi durante suas apresentações no Le Gerny's que Piaf conheceu o compositor Raymond Asso e a compositora Marguerite Monnot, que se tornou sua parceira e grande e fiel amiga por toda sua vida. É de Marguerite composições como "Mon légionnaire", "Hymne à l'amour", "Milord" e "Les Amants d'un jour".
No ano seguinte (1936), Piaf assina contrato com a Polydor e lança seu primeiro disco "Les Mômes de la Cloche", que se torna um sucesso imediato. Mas no dia 6 de abril desse mesmo ano, Leplée é assassinado no seu domicílio. Piaf é interrogada e acusada de cúmplice, mas acabou sendo absolvida mais tarde. Ele foi morto por bandidos que tiveram, num passado não muito distante, laços com Piaf, o que gerou uma atenção negativa sobre ela por parte dos media, ameaçando, assim, a sua carreira. Para reerguer sua imagem, ela retoma contacto com Raymond Asso, com quem, mais tarde, ela também viria a envolver-se romanticamente. Raymond passou a ser o seu novo mentor e foi ele quem mudou o nome artístico dela de "La Môme Piaf" para "Édith Piaf" e encomendou a Marguerite Monnot canções que tratassem unicamente do passado de Piaf nas ruas. A partir deste reencontro, Raymond começou a fazer Piaf trabalhar arduamente, para se tornar uma cantora profissional de Music Hall.
Entre 1936 e 1937, Piaf apresentou-se no Bobino, um music hall no bairro de Montparnasse. Em março de 1937 faz a sua estreia no music hall ABC, onde ela se torna imediatamente uma imensa vedette da canção francesa, amada pelo público e difundida pela rádio. Em 1940 estreia no teatro em uma peça de Jean Cocteau Le Bel Indifférent, escrita especialmente para ela, e que a fez contracenar com o então seu companheiro, o ator Paul Meurisse. Ao lado de Paul, ela estreia num filme em 1941, Montmartre-sur-Seine de Georges Lacombe.
Durante a ocupação alemã na França, Piaf continua seus shows. Muitos consideraram-na uma traidora, mas a seguir à guerra, ela declarou que trabalhou a favor da resistência francesa. Na primavera de 1944, Piaf conhece o jovem cantor Yves Montand e passa a ser sua mentora e amante.
Em 1945, Piaf escreveu uma de suas primeiras canções: "La Vie en rose", a canção mais célebre dela e seu grande clássico. Em 1946, Montand estreia no cinema, ao lado de Piaf, em Etoile sans lumière. Neste ano também o romance terminaria para os dois. Piaf acaba desfazendo o relacionamento quando ele estava perto de alcançar o mesmo sucesso que ela.
Durante esse tempo Piaf estava fazendo muito sucesso em Paris e em toda a França. Após a Segunda Guerra Mundial, tornou-se famosa internacionalmente, excursionando pela Europa, Estados Unidos e América do Sul. De início ela se deparou com pouco sucesso entre o público norte-americano. Entretanto, após a publicação de brilhante matéria de proeminente crítico de Nova York, Piaf viu seu sucesso crescer ao ponto de sua popularidade levá-la a se apresentar oito vezes no Ed Sullivan Show e duas vezes no Carnegie Hall (1956 e 1957).
Em 1947, ela faz seus primeiros shows nos Estados Unidos. Em 1948 durante sua volta aos Estados Unidos, ela conhece o grande amor de sua vida, o pugilista Marcel Cerdan. De nacionalidade francesa, mas nascido na Argélia, Marcel era casado ao começar tórrido romance com Édith Piaf. Pouco tempo depois de os dois se conhecerem, Marcel tornou-se campeão mundial de boxe. Em 28 de outubro de 1949, Marcel morreu num acidente de avião num voo de Paris para Nova Iorque, onde a iria reencontrar. Arrasada pelo sofrimento e também pelo sofrimento de poliartrite aguda, Édith Piaf começa a usar fortes doses de morfina. O seu grande sucesso "Hymne à l'amour" e "Mon Dieu" foram cantadas por Édith em memória de Marcel.
Em 1951, o jovem cantor Charles Aznavour converte-se em seu secretário, assistente, chofer e confidente. Ela ajudou a fazer avançar a sua carreira, levando-o em turnê pelos Estados Unidos e pela França e gravando algumas de suas músicas. Em setembro de 1952 casa-se com o célebre cantor francês Jacques Pills, do qual se divorcia em 1956.
Começa uma história de amor com Georges Moustaki ("Jo"), que Édith lança para a música. Ao seu lado sofre um grave acidente automobilístico em 1958, que piora seu já deteriorado estado de saúde e a sua dependência de morfina. Edith grava novo sucesso, a canção "Millord", da qual Moustaki é o autor.
Em 1962, Piaf casa-se com Théo Sarapo, cabeleireiro de ascendência grega que se tornou posteriormente cantor e actor, 20 anos mais novo do que ela.
 
Morte
Edith Piaf morreu a 10 de outubro de 1963 em Plascassier (na localidade de Grasse nos Alpes Marítimos), aos 47 anos, com a saúde abalada pelos excessos, pela morfina e todo o sofrimento de uma vida.
Ela alugara uma mansão de 25 divisões, perto da praia, onde passou dois meses de descanso com amigos e com o marido. Segundo o seu acordeonista, Marc Bonel, foi um período de muitos gastos: almoços e jantares para 30 a 40 pessoas todos os dias, regados a champanhe e uísque.
Por medida de economia, transferiu-se para uma herdade em Plascassier, apenas com a enfermeira, o acordeonista e a secretária, o empresário e o marido, que a essa altura trabalhava num filme em Paris para "assegurar o dinheiro do casal", como dizia a própria Piaf.
Édith Piaf morreu em consequência de uma hemorragia interna, em coma, e como se disse certa vez num documentário, "sem um grito, sem uma palavra...". O transporte de seu corpo para Paris foi feito clandestina e ilegalmente e seu falecimento foi anunciado, oficialmente, no fim do dia 11 de outubro. Faleceu no mesmo dia que o seu amigo Jean Cocteau e foi enterrada no cemitério do Père-Lachaise.

 

O astrónomo que perguntou porque era escura a noite nasceu há 260 anos

Heinrich Wilhelm Matthäus Olbers (Arbergen, 11 de outubro de 1758 - Bremen, 2 de março de 1840) foi um astrónomo alemão.
O asteroide 1002 Olbersia foi assim batizado em sua homenagem.
O paradoxo de Olbers, descrito por ele em 1823 (e, em seguida, reformulado em 1826), afirma que a escuridão do céu noturno entra em conflito com a suposição de um universo estático eterno e infinito.
  
Asteroides descobertos
2 Pallas 28 de março de 1802
4 Vesta 29 de março de 1807

quarta-feira, outubro 10, 2018

Solomon Burke morreu há oito anos

Solomon Vincent McDonald Burke (Filadélfia, 21 de março de 1940 - Aeroporto de Amesterdão Schiphol, 10 de outubro de 2010) sendo mundialmente referido como Rei do Rock 'N Soul e Bispo do Soul, foi um cantor e compositor de música soul, gospel e rock americano, reconhecido como um dos músicos mais influentes do século XX, responsável pela introdução de ritmo gospel nas músicas de soul e rock & roll. Já vendeu cerca de 17 milhões de álbuns e foi eleito pela revista Rolling Stone o 89º maior artista da música de todos os tempos.
Burke foi conhecido por inúmeras alcunhas, incluindo King Solomon, The Wonder Boy Preacher, Lord Solomon e principalmente The King of Rock 'N Soul ("O Rei do Rock 'N Soul") e The Bishop of Soul ("O Bispo do Soul").
  
 

Verdi nasceu há 205 anos!

Giuseppe Fortunino Francesco Verdi (Roncole, 10 de outubro de 1813 - Milão, 27 de janeiro de 1901) foi um compositor de óperas do período romântico italiano, sendo na época considerado o maior compositor nacional da Itália, tal como Richard Wagner o era na Alemanha.
Foi um dos compositores mais influentes do século XIX. As suas obras são executadas com frequência em teatros de ópera em todo o mundo e, transcendendo os limites do género, alguns de seus temas já estão há muito enraizados na cultura popular - como "La donna è mobile de Rigoletto, "Va, pensiero" (O Coro dos Escravos Hebreus) de Nabucco, "Libiamo ne' lieti calici" (A Canção da Bebida) de La Traviata e o "Grande Março de Aida. Embora sua obra tenha sido algumas vezes criticada por usar de modo geral a expressão musical diatónica em vez de uma cromática e com uma tendência de melodrama, as obras-primas de Verdi dominam o reportório padrão da Ópera um século e meio depois de realizar as suas composições.
  
 

terça-feira, outubro 09, 2018

Música para um triste dia...

(imagem daqui)

COMO DE VÓS...
À memória do Papa Pio XII que quis ouvir, moribundo, o “Allegretto” da Sétima Sinfonia de Beethoven.


Como de Vós, meu Deus, me fio em tudo,
mesmo no mal que consentis que eu faça,
por ser-Vos indiferente, ou não ser mal,
ou ser convosco um bem que eu não conheço,

importa pouco ou nada que em Vós creia,
que Vos invente ou não a fé que eu tenha,
que a própria fé não prove que existis,
ou que existir não seja a Vossa essência.

Não de existir sois feito, e também não
de ser pensado por quem só confia
em quem lhe fale, em quem o escute ou veja.
 
Humildemente sei que em Vós confio,
e mesmo isto o sei pouco ou quase esqueço,
pois que de Vós, meu Deus, me fio em tudo.

11.10.1958
 
in Fidelidade (1958) - Jorge de Sena  
  

Olga Guillot, a Rainha do Bolero, nasceu há 95 anos

Olga Guillot (Santiago de Cuba, 9 de octubre de 1923Miami, 12 de julio de 2010)​ fue una cantante cubana de bolero popular en toda América Latina, Estados Unidos y Europa. Durante su carrera artística de casi siete décadas, obtuvo 10 Discos de Oro, 2 de Platino y 1 de Diamante, como así también un premio Grammy Latino a la trayectoria en 2007. Nombrada «la reina del bolero», cantó junto a Frank Sinatra y Edith Piaf. En los años 1960, luego de la Revolución cubana, se asentó primero en Venezuela y luego, en México y Miami, donde permaneció hasta su muerte. También incursionó como actriz en 16 películas y condujo su propio ciclo televisivo, El show de Olga Guillot.

El-Rei D. Dinis nasceu há 757 anos

(imagem daqui)
   
D. Dinis
  
Dorme na tua glória, grande rei
Poeta!
Não acordes agora.
A hora
Não te merece.
A pátria continua,
Mas não parece
A mesma que te viu a majestade.
Dorme na eternidade
Paciente
De quem num areal
Semeou um futuro Portugal,
Confiado na graça da semente.
  
  

in Diário XIV (1987) - Miguel Torga
  

O Papa Pio XII morreu há sessenta anos

Papa Pio XII (em italiano: Pio XII, em latim: Pius PP. XII; O.P., nascido Eugenio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli; Roma, 2 de março de 1876 - Castelgandolfo, 9 de outubro de 1958) foi eleito Papa no dia 2 de março de 1939 até a data da sua morte. Foi o primeiro Papa Romano desde 1724.
Foi o único Papa do século XX a exercer o Magistério Extraordinário da Infalibilidade papal – invocado por Pio IX – quando definiu o dogma da Assunção de Maria em 1950, na sua encíclica Munificentissimus Deus. A sua ação durante a Segunda Guerra Mundial tem sido alvo de debate e polémica devido a sua posição papal de imparcialidade, com relação ao conflito. Ao todo criou 57 cardeais em dois consistórios.
   
Início
Pacelli, primogénito de família da nobreza italiana, era neto de Marcantonio Pacelli, que foi subsecretário do Ministério das Finanças Papais e foi secretário do Interior, no pontificado de Pio IX, de 1851 a 1870, e foi o fundador do jornal oficial do Vaticano, L'Osservatore Romano, em 1861. O seu pai, Filippo Pacelli (1837-1916), é advogado da Rota Romana e depois advogado consistorial, mostra-se desfavorável à integração dos Estados Papais no Reino da Itália. A sua mãe, Virgínia Graziozi (1844-1920) vem de uma família distinguida pelos seus serviços prestados à Santa Sé. Finalmente, o seu irmão, Francesco Pacelli, médico e advogado, doutor em direito canónico na Santa Sé, será um dos negociadores dos acordos de Latrão, em 1929.
Eugenio Pacelli foi educado no Liceu Visconti, uma instituição pública. Em 1894 começou a estudar Teologia na Universidade Gregoriana, como pensionista do Colégio Capranica. De 1895 a 1896, faz um ano de filosofia na Universidade La Sapienza de Roma. Em 1899, ingressa no Instituto Apollinare da Pontifícia Universidade Lateranense, onde obteve três licenças, uma de teologia e outro em utroque jure (em "dois direitos", isto é, direito civil e direito canónico). No seminário, por motivos de saúde, é autorizado a pernoitar na casa dos pais. Iniciou os seus trabalhos apostólicos na igreja de Santa Maria Vallicella, integrando um grupo de jovens. Foi ordenado sacerdote a 2 de abril de 1899 pelo bispo Monsenhor Francesco di Paola Cassetta, um amigo da família.
   
Serviço na Cúria
Depois de dois anos como cura da Chiesa Nuova, onde fora sacristão, em 1901, ingressou na Congregação dos Assuntos Eclesiásticos Extraordinários, responsável pelas relações internacionais do Vaticano, por recomendação do cardeal Vincenzo Vannutelli. Pacelli assistiu ao conclave de agosto de 1903, quando vê um Imperador, Francisco José I da Áustria, opor pela última vez um "veto" à eleição de um cardeal a papa, que seria contra o Cardeal Rampolla.
Em 1904, foi nomeado pelo Cardeal Pietro Gasparri secretário da Comissão para a codificação do direito canónico, tornou-se também "Camareiro" de sua Santidade, sinal de confiança do papa. Publicou um estudo sobre "A Personalidade e territorialidade das leis, especialmente no direito canónico", em seguida, publicou um "Livro Branco" sobre "A separação entre Igreja e Estado na França". Pacelli declina do convite para lecionar em inúmeras cadeiras de Direito Canónico, bem como no "Apollinaire" e na Universidade Católica de Washington. Aceita, no entanto, ensinar na Pontifícia Academia Eclesiástica, sementeira da Cúria Romana. Em 1905, foi promovido a "prelado doméstico" de Sua Santidade.
Foi escolhido pelo papa Leão XIII para apresentar as condolências em nome do Vaticano a Eduardo VII do Reino Unido pela morte da Rainha Vitória. Em 1908 representou o Vaticano no Congresso Eucarístico Internacional em Londres onde esteve com Winston Churchill. Em 1911, representou a Santa Sé nas cerimónias de coroação de George V e foi nomeado Sub-secretário para Assuntos Eclesiásticos Extraordinários; em 1912, foi nomeado Secretário-Adjunto e passou a Secretário em 1 de fevereiro de 1914, sucedendo a Gasparri, que fora nomeado Secretário de Estado.
É mantido neste posto durante todo pontificado de Bento XV, como secretário conclui a concordata com governo da Sérvia quatro dias antes (24 de junho de 1914) do assassinato do Arquiduque da Áustria Francisco Ferdinando em Sarajevo, em seguida assume a missão de promover a política papal durante a Primeira Guerra Mundial, em particular, ela visa dissuadir a Itália para ir à guerra.
Em 1915, viaja para Viena e trabalha em colaboração com Monsenhor Scapinelli di Leguigno, então núncio apostólico em Viena, para convencer o Imperador Francisco José a ser mais paciente nas suas relações com a Itália. Desta forma, a Itália, não faria guerra contra os Impérios Centrais (Áustria-Hungria e Alemanha).
   
Núncio Apostólico
Foi nomeado Núncio Apostólico na Baviera pelo Papa Bento XV a 20 de abril de 1917,  sendo três dias depois nomeado arcebispo in partibus de Sardes, a sua ordenação ´feita na Capela Sistina, pessoalmente pelo próprio papa, no dia 13 de maio de 1917, data da primeira aparição da Virgem de Fátima, em plena Primeira Guerra Mundial. Começa o trabalho no momento da receção da nota de 1 de agosto de 1917, de Bento XV, trabalhará tendo a paz e o auxílio às vítimas do conflito como principal objetivo, mas só obtém resultados decepcionantes. Esforça-se por conhecer bem a Igreja Católica na Alemanha, visita as dioceses e frequenta os principais eventos católicos como o Katholikentag. Tomou ao seu serviço a alemã irmã Pasqualina, que se tornou a sua governanta até final de sua vida.
Desde 1919, a Nunciatura na Baviera foi reconhecida como competente para toda a Alemanha. Em 23 de junho de 1920 é criada uma nunciatura na Alemanha (República de Weimar) e Pacelli é então acreditado em Berlim, ao mesmo tempo que recebe a Nunciatura da Prússia, tarefa que desempenhou até 1929. Nesta época toma conhecimento das discussões entre o Vaticano e a União Soviética. Em 1926, ordena bispo o jesuíta D'Herbigny, encarregado de constituir um clero na Rússia. As tentativas de negociação do Núncio em Berlim com emissários soviéticos, com a finalidade de garantir condições mínimas de sobrevivência para a Igreja na União Soviética, que tiveram início em 1924, prolongaram-se por mais de três anos e resultaram em insucesso.
Para regularizar as relações da Santa Sé com outros Estados e defender as atividades católicas nestes países, exerce uma atividade diplomática intensa, assistiu e assinou várias concordatas com vários Estados: Letónia em 1922, Baviera em 1924, Polónia em 1925, Roménia em 1927, Prússia em 1929. Tais concordatas permitiam a Igreja Católica organizar grupos de jovens, fazer nomeações eclesiásticas, construir e manter escolas, hospitais e instituições de caridade, ou mesmo realizar serviços religiosos. Também asseguravam que o direito canónico seria reconhecido dentro de algumas áreas (por exemplo, decretos da Igreja na área de nulidade do casamento, etc.).
   
Cardeal Secretário de Estado
Exerce a nunciatura na Alemanha até ser elevado a cardeal, em 16 de dezembro de 1929 pelo Pio XI, com o título de Cardeal-presbítero de "São João e São Paulo". Em 8 de fevereiro de 1930 é nomeado Secretário de Estado - por coincidência no mesmo dia que, em 1901, sem ter completado ainda vinte e cinco anos, atravessou pela primeira vez os umbrais da Secretaria de Estado - o cardeal Pacelli recebeu da Bulgária votos especiais, formulados por um idoso monge que invocava para ele a docilidade de David e a sabedoria de Salomão, quem escrevia ao futuro Papa Pio XII era aquele que lhe sucederia com o nome de João XXIII.
Por nove anos foi fiel e principal colaborador de Pio XI, numa época marcada pelo totalitarismo: os fascistas, nazistas e os comunistas soviéticos foram condenados, respectivamente, nas encíclicas Non abbiamo bisogno, Mit Brennender Sorge (Com profunda preocupação) e Divini Redemptoris e pela encíclica Firmissimam constantiam criticou as sangrentas perseguições do laicismo maçónico contra os católicos do México.
Juntamente com os Cardeais alemães Adolf Bertram, Michael von Faulhaber e Karl Joseph Schulte e os dois bispos alemães mais contrários ao regime, Clemens von Gallen e Konrad von Preysing e com a intervenção decidida do Cardeal Pacelli e dos seus auxiliares alemães Mons. Ludwig Kaas e dos jesuítas Robert Leiber e Augustin Bea chegou-se à encíclica Mit brennender Sorge que, ainda em 1937, condenou os erros dos nazis e da sua ideologia racista e pagã.
Em 1935 foi nomeado Cardeal Camerlengo. Promove, ainda, a celebração de concordatas com a Áustria (1933), Alemanha (1933), Jugoslávia (1935) e Portugal (Concordata entre a Santa Sé e Portugal, em 1940). Fez ainda visitas diplomáticas na Europa e América, incluindo uma longa visita aos Estados Unidos em 1936, onde se encontrou com Charles Coughlin e Franklin D. Roosevelt, que enviou interlocutores à Santa Sé em dezembro de 1939, para restabelecer relações diplomáticas que haviam sido rompidas desde 1870, quando o papa havia perdido o poder temporal. Os tratados de Latrão de 1929 foram concluídos antes de Pacelli se tornar o Secretário de Estado.
Em abril de 1935, em resposta à nota da Embaixada da Espanha do dia 15 comunicando a proclamação da República naquele país, o Cardeal Secretário de Estado, depois de ouvida a Congregação para os Assuntos Eclesiásticos Extraordinários e obtida a aprovação de Pio XI, emitiu nota diplomática do seguinte teor: A Santa Sé - disse Pacelli - toma em consideração esta comunicação. Ela está disposta a secundar o Governo provisório na obra de manutenção da ordem, confiante de que também o Governo por seu lado respeitará os direitos da Igreja e dos católicos numa nação na qual a quase totalidade da população professa a Religião católica. Esta nota diplomática foi o ato formal de reconhecimento por parte da Santa Sé do Governo provisório da Segunda República espanhola.
Ainda em 1935, a 6 de dezembro, recebe o hábito dominicano, tornando-se membro da Ordem Terceira de São Domingos, em virtude da sua grande «grande admiração pela doutrina e santidade dos exímios doutores da Ordem, Tomás de Aquino e Alberto Magno, tomou para a sua vida dominicana o nome de ambos, querendo ficar-se chamando «Tomás-Alberto».
O Arquivo Secreto do Vaticano publicou em 2010 I "flogli di udienza" del cardinale Eugenio Pacelli segretario di Stato. Pacelli, durante o período que vai de 8 de fevereiro de 1930 a 10 de fevereiro de 1939 começou a tomar notas dos encontros com o Papa Pio XI, e depois também daqueles com os diplomatas e eclesiásticos, com uma frequência que se manteve quase quotidiana durante um decénio, até poucas horas antes da morte de Pio XI. Estas anotações foram conservadas pelo autor depois da eleição papal, contendo 2.627 folhas e documentam 1.956 audiências. São apontamentos destinados ao trabalho da Secretaria de Estado e da Cúria Romana e eram até agora uma fonte desconhecida de interesse para a história contemporânea.
   
Eleição - o conclave
Em 2 de março de 1939, quando já se podia antever a nova conflagração mundial, no dia de seu 63.º aniversário, na terceira votação, Pacelli tornou-se o primeiro Secretário de Estado, desde o Papa Clemente IX, em 1667, a ser eleito Papa; escolheu o nome de Pio XII, na continuidade do pontificado precedente, Pacelli foi ainda o primeiro Camerlengo desde Leão XIII em 1878, o primeiro membro da Cúria desde o Papa Gregório XVI (1831), e o primeiro romano desde o Papa Clemente X, em 1670, a ser eleito papa.

Opus iustitiae pax
  
O Papa e a Guerra
Nomeou seu Secretário de Estado o cardeal Maglione, antigo núncio em Paris. Evitar a guerra a todo custo foi a sua primeira preocupação. Pode-se dizer que Pio XII foi um dos principais protagonistas daqueles dias tão carregados de tragédia, porque procurou, com todas as suas forças, evitar a guerra. Tendo adquirido uma grande experiência diplomática, tem ciência de que o espera um dos mais agitados períodos da história.
Na sua primeira intervenção radiofónica com a mensagem Dum gravissimum, em 3 de março de 1939, manifesta preocupação pelo quanto se temia então: "Nestas ansiosas horas, enquanto muitas dificuldades parecem se opor à realização da verdadeira paz, que é a mais profunda aspiração de todos, levamos nossa suplica a Deus, uma oração especial por todos aqueles que têm a maior honra e o enorme peso de guiar o povo no caminho da prosperidade e do progresso civil." Em maio envia, sem sucesso, aos governos do Reino Unido, França, Polónia, Alemanha e Itália uma proposta para resolver, mediante uma reunião conjunta, os problemas inerentes à comprometida estabilidade política.
Dirigiu por rádio um novo apelo à paz no mundo: Iminente é o perigo, mas ainda é tempo. Nada é perdido com a paz. Tudo pode ser [perdido] com a guerra, era o seu brado naquela mensagem de rádio profética de 24 de agosto de 1939, a uma semana do início do conflito.
Em 20 de outubro de 1939 publica a sua primeira encíclica: Summi Pontificatus, em que exprime a sua angústia pelo sofrimento que cai sobre os indivíduos, famílias e toda a sociedade. Diz que a "hora das trevas" caiu sobre a humanidade, convida a todos a orar "para que a tempestade se acalme e sejam banidos os espíritos de discórdia que levaram a tão sangrento conflito." Recorre com frequência ao meio radiofónico para promover as suas mensagens, o mais moderno de comunicação de massa na época, são perto de duzentas mensagens radiodifundidas e dirigidas ao mundo em várias línguas, além de seus escritos.
Na noite de Natal de 1942, condenou a perseguição judia, na sua famosa alocução de Natal. Igualmente, em 1943 pronunciou um importante discurso aos cardeais, em que reafirmou a sua condenação da política alemã. Como Bispo de Roma entrou pessoalmente, em julho e agosto de 1943, nos populosos bairros de São Lourenço e São Giovanni para trazer conforto para as vítimas dos bombardeamentos anglo-americanos.
Quando, em 10 de setembro de 1943 os nazis invadiram Roma, o Papa abriu a Santa Sé aos refugiados, estimando-se que tenha concedido a cidadania do Vaticano a entre 800.000 e 1.500.000 de pessoas, e nos meses em que Roma se encontrava sob ocupação alemã, Pio XII instruiu o clero italiano sobre como salvar vidas usando de todos os meios possíveis. Cento e cinquenta e cinco conventos e mosteiros em Roma deram asilo a aproximadamente cinco mil judeus. Pelo menos três mil encontraram refúgio na residência de verão do pontífice, em Castel Gandolfo. Sessenta judeus viveram por nove meses dentro da Universidade Gregoriana e muitos foram escondidos no subsolo do Pontifício Instituto Bíblico. Seguindo as instruções de Pio XII, muitos padres, monges, freiras, cardeais e bispos italianos empenharam-se para salvar milhares de vidas judias. O cardeal Boetto, de Génova, salvou pelo menos oitocentas vidas. O bispo de Assis escondeu trezentos judeus durante mais de dois anos. O bispo de Campagna e dois seus familiares salvaram outros 961 em Fiume.
Hitler ameaçou sequestrar Pio XII. O general Karl Otto Wolff, das SS, recebeu ordem para ocupar o mais rapidamente possível o Vaticano, garantir a segurança dos arquivos e dos tesouros artísticos, e "transferir" (ou seja, sequestrar) o Papa, juntamente com a Cúria, para que não caíssem nas mãos dos Aliados e exercessem influência política. De acordo com historiadores, Hitler ordenou o sequestro porque ele tinha medo da possibilidade de Pio XII aumentar e agravar as suas críticas à perseguição judia levada a cabo pelos nazis. Ele também tinha medo de que a oposição de Pio XII pudesse inspirar mais resistência e oposição à ocupação alemã na Itália e em outros países católicos. Nessa eventualidade, o Papa disse à Cúria que a sua captura pelos nazis implicaria a sua resignação imediata, abrindo caminho à eleição de um sucessor. Os prelados teriam de se refugiar num país seguro e neutro, provavelmente Portugal, onde iriam restabelecer a liderança da Igreja Católica Romana e eleger um novo Papa.
Como consequência, e apesar do facto de Mussolini e dos fascistas terem cedido à exigência de Hitler de dar início às deportações também na Itália, muitos católicos italianos desobedeceram às ordens alemãs. É sabido que, enquanto cerca de 80% dos judeus europeus encontraram a morte durante a Segunda Guerra Mundial, 80% dos judeus italianos se salvaram.
Em 12 de março de 1944 profere a alocução Nella desolazione, dirigida aos "foragidos da guerra refugiados em Roma e aos habitantes da cidade reunidos na Praça de São Pedro" e em 2 de junho deste mesmo ano em outra alocução: È ormai passato, dirigida aos Cardeais repele mais uma vez a guerra. Em 29 de novembro de 1945 recebe no Vaticano oitenta delegados de campos de concentração alemães que foram pessoalmente manifestar o seu agradecimento pela "generosidade demonstrada pelo Santo Padre para com eles durante o terrível período do nazifacismo".
  
Depois da Guerra
Na sua mensagem na rádio Ecco alfine, de 9 de maio de 1945 Pio XII reafirma o que tanto já vinha repetindo, que "só a paz e a segurança imposta sob justiça podem garantir ao povo um ordenamento público conforme as exigências fundamentais da consciência humana e cristã".
Diante do crescimento do comunismo soviético denuncia a violência exercida contra os povos eslavos na alocução Nell’accogliere, de 5 de junho de 1945 e reage contra a perseguição religiosa é exercida nessas regiões. Na Mensagem Ecce ego declinabo, de 24 de dezembro de 1954, denuncia os males da Guerra Fria e na mensagem natalícia de 1955 Col cuore aperto rejeita mais uma vez de modo expresso a doutrina do comunismo afirmando-a contrária à doutrina cristã e ao direito natural.
Em fins de 1947, a Assembleia Constituinte italiana havia concluído o texto de um nova constituição que entraria em vigor em 1 de janeiro de 1948. Haviam sido convocadas eleições gerais para 18 de abril de 1948, comunistas e socialistas coligaram-se contra a Democracia Cristã, liderada por Alcide De Gasperi. À vista do bloqueio de Berlim naquele ano, a guerra fria entre a URSS e as democracias ocidentais e a perseguição religiosa por trás da "cortina de ferro" levaram Pio XII a declarar que "soara a hora capital da consciência cristã". Em suas palavras "toda a nação estava em plena transmutação dos tempos, que requeria por parte da Cabeça e dos membros da Cristandade, suma vigilância, incansável diligência e uma ação abnegada."
Coerente com o magistério da Igreja, que já condenava o marxismo como heresia desde antes do Papa Leão XIII e através da encíclica Rerum Novarum e de outros documentos pontifícios de seus sucessores, naquelas eleições prestou claro apoio a De Gasperi e à Democracia Cristã italiana que, afinal, saiu-se vitoriosa, e proibiu o clero católico de votar no PCI (Partito Communista D'Italia) o que, segundo seus críticos, seria mostra da sua feição conservadora.
Na verdade, Pio XII empenhara-se naquela eleição e com ele toda a Igreja Católica para garantir a vitória da Democracia Cristã na Itália e evitar que sucedesse na nascente democracia italiana o que vinha ocorrendo então, na denominada Cortina de Ferro. Em 1949, ordenou a publicação do Decreto contra o Comunismo, que levou à excomunhão de católicos que defendiam abertamente o comunismo. Também condenou o comunismo em outras ocasiões, como por exemplo na Carta Apostólica Dum maerenti animo - A Igreja perseguida na Europa do Leste (29 de junho de 1956) e na Carta Apostólica "Sacro vergente anno" - Consagração da Rússia ao Coração Imaculado de Maria (7 de julho de 1952).
  
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Segundo o diplomata e historiador judeu Pinchas Lapide, que foi cônsul em Milão, na sua obra "Three Popes and Jews" (Londres, 1967), "Pio XII, a Santa Sé, os núncios do Vaticano e toda a Igreja Católica teriam salvo de 700.000 a 850.000 hebreus da morte certa, no regime nazi."
Em 23 de dezembro de 1940, na revista "Time", Albert Einstein afirmava: "Somente a Igreja ousou opor-se à campanha de Hitler de suprimir a verdade. Nunca tive um interesse especial pela Igreja antes, mas agora sinto um grande afeto e admiração porque somente a Igreja teve a coragem e a força constante de estar da parte da verdade intelectual e da liberdade moral".
Por ocasião de sua morte o mundo prestou-lhe extraordinárias homenagens. Eisenhower, então presidente dos Estados Unidos declarou: "O mundo tornou-se mais pobre depois de sua morte". De sua parte a então ministra do Exterior de Israel e mais tarde primeira-ministra Golda Meir afirmou: "Nós choramos um grande servidor da paz" e, ainda, que na ocasião do "terrível martírio que se abateu sobre nosso povo, a voz do Papa se elevou em favor de suas vítimas." Certo é que o Papa desenvolveu na sombra uma forte campanha de apoio aos judeus, e os seus críticos, todavia, não perdoam o facto de ter mantido silêncio, ao não falar publicamente contra os nazis durante a guerra, por temer represálias nazis contra os católicos e os judeus.
Provas escritas de ordem direta de Pio XII para proteger os judeus foram encontradas no Memorial das Religiosas Agustinas do mosteiro romano "Dei Santissimi Quattro Coronati" onde se lê: "O Santo Padre quer salvar os seus filhos, também os Judeus, e ordena que em todos os Mosteiros se dê hospitalidade a estes perseguidos". A anotação é de novembro de 1943 e inclui a lista de 24 pessoas acolhidas neste Mosteiro como adesão ao desejo do Sumo Pontífice.
A Pave the Way Foundation, uma fundação que se dedica à promoção da paz no mundo por meio do diálogo interreligioso, liderada pelo judeu Gary Lewis Krupp comunicou, em setembro de 2009, ao Papa Bento XVI uma iniciativa que busca dar a Pio XII o título de "Justo entre as Nações" – o que seria equivalente ao reconhecimento que faz a Igreja Católica dos santos - e assim colocar o seu nome no elenco do conhecido jardim dos justos no Yad Vashem de Jerusalém.
   

Pedra usada como calço era, afinal, um meteorito de 100 mil dólares


Uma professora da Universidade do Michigan, nos EUA, descobriu que uma pedra usada como calço nos últimos 30 anos era, na realidade, um meteorito que poderá valer cerca de 100 mil dólares.
De acordo com o Huffington PostMona Sirbescu, professora de Geologia da Universidade do Michigan, nos EUA, conta que, quando viu a pedra pela primeira vez, percebeu logo que “havia ali alguma coisa especial”.
“É o espécime mais valioso que já vi na minha vida, monetária e cientificamente”, disse Sirbescu num comunicado divulgado pela universidade.
A pedra, que afinal era um meteorito, pertencia a um homem de Grand Rapids, no Michigan, que preferiu manter o anonimato, que a levou à docente para ser examinada durante este ano.
Geralmente, a professora tem muitos destes pedidos, no entanto, “há 18 anos que a resposta é categoricamente ‘não'”, disse, citada na mesma nota.
O norte-americano contou à professora que tinha aquela pedra desde 1988, quando comprou uma quinta em Edmore, também no Michigan. O antigo dono dessa propriedade contou-lhe que era um meteorito que ele e o seu pai tinham avistado nos anos 30.
O homem contou a Sirbescu que ficou com a pedra nos 30 anos seguintes, mesmo depois de se ter mudado daquela quinta, e que a usava como calço ou para fazer apresentações na escola dos filhos.
Recentemente, o homem começou a ler histórias de pessoas que encontravam e vendiam pedaços de meteoritos, o que o levou a tentar confirmar a origem daquela rocha e se valeria alguma coisa, conta a universidade.
Trata-se de um meteorito com aproximadamente 88% de ferro e 12% de níquel, uma  avaliação depois validada por Catherine Corrigan, geóloga do Instituto Smithsonian, em Washigton.
O dono do meteorito, avaliado em cerca de 100 mil dólares, está a pensar vendê-lo a um museu ou colecionador, e já prometeu que vai doar 10% da receita à universidade.


in ZAP