Durante o ano de 1942, em meio a incentivos económicos e pressão
diplomática, os americanos instalaram bases aeronavais ao longo da costa
Norte-Nordeste brasileira. Após meses de torpedeamento de navios
mercantes brasileiros (21 submarinos alemães e dois italianos foram
responsáveis pelo afundamento de 36 navios mercantes brasileiros,
causando 1.691 náufragos e 1.074 mortes, o que foi o principal motivo
que conduziu à declaração de guerra do Brasil à Alemanha e Itália) o povo vai às ruas e o Governo Brasileiro declara guerra à Alemanha nazi e à Itália fascista, em agosto de 1942.
Sendo, na época, um país com uma população maioritariamente
analfabeta, vivendo no campo, com uma economia com foco principal
voltado para exportação de commodities,
uma política internacional tradicionalmente isolacionista com eventuais
alinhamentos automáticos contra "perturbadores da ordem e do comércio
internacionais", sem uma infraestrutura industrial-médico-educacional
que pudesse servir de sustentação material e humana ao esforço de guerra
que aquele conflito exigia,
o Brasil não apenas se viu impedido de seguir uma linha de ação
autónoma no conflito como encontrou dificuldades em assumir mesmo um
modesto papel. A Força Expedicionária Brasileira, por exemplo, teve sua formação definida na Conferência do Potengi, logo após a Conferência de Casablanca, mas sua criação foi protelada por um ano, após a declaração de guerra.
Por fim, o seu envio para a frente de batalha foi iniciado somente
em julho de 1944, quase dois anos após a declaração, tendo sido enviados
cerca de 25.000 homens, de um total inicial previsto de 100.000. Mesmo
com problemas na preparação e no envio, já na Itália, treinada e equipada pelos americanos, a Força Expedicionária Brasileira cumpriu as principais missões que lhe foram atribuídas pelo comando aliado.
(...)
A União Nacional dos Estudantes (UNE) organizou passeatas nas principais cidades brasileiras, exigindo a entrada do Brasil na guerra ao lado dos Aliados. Nessas passeatas era comum que alguns estudantes aparecessem fantasiados de Hitler,
com o objetivo de ridicularizar o ditador nazi. Tais passeatas
acabaram recebendo uma grande adesão popular, não só de estudantes
universitários, mas de outros setores da população, os quais também
exigiam a guerra. Foi o que bastou para forçar o relutante governo de Getúlio Vargas a entrar na guerra. Em 22 de agosto, após uma reunião ministerial, o Brasil declarava "estado de beligerância" à Alemanha nazi e à Itália fascista, formalizada através do Decreto-Lei nº 10.508, expedido no dia 31 daquele mês.