(...)
De acordo com algumas fontes, Leni ouviu
Adolf Hitler discursar num
comício em
1932 e ofereceu-lhe os seus serviços como
cineasta, porque teria ficado fascinada pelas habilidades
oratórias
do líder. Já outras, como a própria diretora, afirmam que ela é que foi
procurada por Hitler, depois que este assistiu e adorou o filme
A Luz Azul. De todo modo, já em
1933 ela dirigiu um
curta-metragem sobre um comício do Partido
nazi. Hitler, então, pediu a Leni que filmasse a
convenção anual do Partido em
Nuremberga em
1934. A princípio, ela recusou, sugerindo que Hitler contratasse
Walter Ruttmann para dirigi-lo em seu lugar. Mais tarde, Leni Riefenstahl voltou atrás e realizou
O Triunfo da Vontade, um
documentário considerado por muitos como uma das melhores obras de
cinema já produzidas. Ela prosseguiu, realizando um filme sobre a
Wehrmacht (exército alemão), intitulado
O Dia da Liberdade.
Em
1936, Leni Riefenstahl qualificou-se para representar a Alemanha em
esqui nos
Jogos Olímpicos de 1936, mas, em vez disso, preferiu filmar o evento. O material captado deu origem ao filme
Olympia, celebrado pelas suas inovações técnicas e estéticas até hoje influentes em toda a cobertura desportiva da
televisão. Podemos dizer que o
desporto,
como conhecemos hoje, nasceu e glorificou-se na Alemanha nazi, o
primeiro país do mundo a popularizar o desporto desde as camadas mais pobres
até às mais ricas.
Após a
Segunda Guerra Mundial, ela passou quatro anos presa num
campo de concentração francês. Foi acusada de usar
prisioneiros nos
sets de filmagens, mas tais acusações nunca foram provadas em
tribunal. No final do julgamento, sem conseguir encontrar nenhuma imputabilidade
no apoio de Leni aos nazis, o tribunal considerou-a apenas
"simpatizante". Em entrevistas posteriores, Leni Riefenstahl insistiu
que tinha sido fascinada pelos nazis, mas que era politicamente
ingénua e ignorava as
falhas cometidas na guerra; uma posição que vários de seus
críticos consideram ridícula.
Leni tentou produzir outros filmes no pós-guerra, mas cada tentativa
foi boicotada por resistências, protestos e duras críticas. O
boicote
impediu Leni de financiar as suas produções. Os poucos filmes que
conseguiu realizar foram curtas e pagos pessoalmente, e novamente,
obras de grande engenhosidade. Após isto, ela tornou-se
fotógrafa. Leni se interessou pela
tribo Nuba do
Sudão e publicou dois
livros com
fotos dos guerreiros da tribo em
1974 e
1976. Ela sobreviveu a uma queda de
helicóptero no Sudão em
2000.
Perto dos seus 80 anos, Leni Riefenstahl começou a praticar
fotografia submarina. Ela lançou um novo filme, intitulado
Impressionen unter Wasser (
Impressões Subaquáticas), um documentário da vida sob os mares, no seu centésimo aniversário, a
22 de agosto de
2002.
A despeito de seus polémicos filmes de propaganda, Leni Riefenstahl ficou na
História do Cinema por ter desenvolvido novas estéticas e métodos de filmar, especialmente em relação a ângulos de câmara,
enquadramentos, movimentos de massas e
nus.
Ainda que a propaganda em seus filmes provoque rejeição por várias
pessoas, a sua estética é indubitavelmente singular e é citada por
vários outros cineastas.