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sábado, fevereiro 03, 2024

O principal carrasco de Estaline suicidou-se há 79 anos


Vasili Mikhailovich Blokhin (Gavrilovskoye, 7 de janeiro de 1895 - Moscovo, 3 de fevereiro de 1955) foi um major-general soviético que serviu como o carrasco chefe do NKVD estalinista, sob as administrações de Genrikh Yagoda, Nikolai Iejov e Lavrenty Beria. Escolhidos a dedo para o cargo por Estaline em 1926, Blokhin levou uma companhia de executores que realizaram a maioria das execuções levadas a cabo durante o regime de Estaline, a maioria durante a Grande Purga. Reconhecido por parte do governo soviético que o número de execuções oficiais da NKVD foi de 828.000 durante o período no poder de Estaline, Blokhin terá executado pessoalmente dezenas de milhares de prisioneiros, por sua própria mão, ao longo de um período de 26 anos, incluindo 7.000 prisioneiros condenados polacos, numa execução em massa prolongada, tornando-se ostensivamente o carrasco oficial mais prolífico na história do mundo. Ele recebeu tanto a ordem do Distintivo de Honra (1937) como a Ordem da Bandeira Vermelha (1941). 

 

Blokhin foi aposentado após a morte de Estaline, embora o seu serviço irrepreensível foi publicamente reconhecida por Lavrenty Beria, no momento da sua partida. Depois da queda do poder de Beria (em junho de 1953), Blokhin foi finalmente destituído do seus posto, nas campanhas de desestalinização de Nikita Khrushchev. Ele teria se tornado alcoólico, enlouqueceu, e morreu em fevereiro de 1955, com a causa oficial da morte colocada como "suicídio". Entretanto, dado o seu papel-chave no terror estalinista, a hipótese de queima de arquivo não é de se excluir.

in Wikipédia

segunda-feira, agosto 21, 2023

Trotsky foi assassinado, por um esbirro de Estaline, há 83 anos...

   
Leon Trotsky (nascido Lev Davidovich Bronstein; Ianovka, 7 de novembro de 1879 - Coyoacán, 21 de agosto de 1940) foi um intelectual marxista e revolucionário bolchevique, organizador do Exército Vermelho e rival de Estaline na tomada do PCUS após a morte de Lenine.
Nos primeiros tempos da União Soviética desempenhou um importante papel político, primeiro como Comissário do Povo (Ministro) para os Negócios Estrangeiros; posteriormente como organizador e comandante do Exército Vermelho, e fundador e membro do Politburo do Partido Comunista da União Soviética.
Afastado por Estaline do controle do partido, Trótski foi expulso deste e exilado da União Soviética, refugiando-se no México, onde veio a ser assassinado por Ramón Mercader, agente da polícia política de Estaline. As suas ideias políticas, expostas numa obra escrita de grande extensão, deram origem ao trotskismo, corrente ainda hoje importante no marxismo.
   
   
   
  
   
Mesmo sendo frequentemente torturado pela polícia mexicana, Mercader jamais revelou a sua identidade ou as suas ligações com a NKVD. Alfonso Quiroz, um psicólogo mexicano que se interessou pelo caso, concluiu, após diversas análises, que Mercader era uma pessoa superdotada, pois além de dominar vários idiomas fluentemente, tinha uma capacidade de raciocínio acima do normal. Após poucos anos de prisão, Mercader solicitou liberdade condicional, que foi negada pelo Dr. Jesús Siordia e pelo criminologista Q. Cuarón. Após cumprir a sua pena, foi finalmente libertado do presídio Lecumberri, na Cidade do México, em maio de 1960, e mudou-se para Havana, onde Fidel Castro o acolheu.
Em 1961, Mercader mudou-se para a URSS e foi condecorado com a medalha de Herói da União Soviética, uma das mais altas comendas do país. Mercader dividiu-se entre Cuba e a União Soviética pelo resto de sua vida, reverenciado pela KGB (sucessora da NKVD). Veio a falecer em Havana, em 1978, e encontra-se sepultado sob o nome de Ramon Ivanovitch López no cemitério de Kuntsevo, em Moscovo, possuindo um lugar de honra no museu da KGB na capital russa.
Mercader jamais fez essa confissão às autoridades mexicanas. Cumpriu 20 anos de prisão no México e, em 1961 foi condecorado como "herói da URSS" pelo dirigente Nikita Kruchev. Mas o "herói" passou a ser um "peso morto" para o governo soviético e teve sua identidade modificada pelos agentes de Estaline, até mesmo nos livros de registos de Barcelona, cidade onde nasceu. A partir de 1974, tornou-se amigo íntimo de Fidel Castro, de quem ganhou uma residência em Havana, onde morreu quatro anos depois. As suas cinzas foram transportadas num voo especial para Moscovo. A sua lápide no cemitério de Kuznetsovo diz: "Ramón Ivanovitch López, herói da União Soviética".
      

segunda-feira, junho 12, 2023

Estaline mandou executar o marechal Mikhail Tukhachevsky há 86 anos


Mikhail Nikolayevich Tukhachevsky (Alexandrovskoye, 16 de fevereiro de 1893 - Moscovo, 12 de junho de 1937) foi um comandante militar soviético e chefe do Exército Vermelho. Foi um dos vários comandantes do Exército Vermelho acusado de colaborar com os nazis durante o Grande Purga, sendo condenado e executado nos Processos de Moscovo.
 
Conhecido por Misha, foi um brilhante estudante e falava 4 idiomas, tendo em 1911 ingressado no Corpo de Cadetes de Catarina II, de Moscovo. Em 1914 participou da Primeira Guerra Mundial com o Regimento da Guarda Semenovsky. Em 1915 foi ferido e feito prisioneiro, permanecendo em campo de concentração, onde empreendeu numerosas tentativas de fuga. Curiosamente, neste mesmo campo, esteve preso Charles de Gaulle.
Envolvido em pleno processo revolucionário, ingressou no Partido Comunista em 1918, pouco depois de ser convocado por Trotski para o exército. Neste mesmo ano sofreu uma tragédia familiar, pois a sua esposa se suicidou para salvá-lo, pois ela havia sido apanhada em flagrante a roubar comida para a família. Casou-se novamente pouco depois, casamento esse que acabou por fracassar devido à sua dedicação à carreira. Teve uma ascensão meteórica, tendo, durante a Guerra Civil, atraído a atenção de Lenine pela extraordinária capacidade de comandar as suas unidades, sendo promovido a Comandante em Chefe da Frente Sul com apenas 26 anos. Três meses depois era comandante supremo na frente do Cáucaso.
Em 1924 começou a tarefa de reorganizar o Exército Vermelho, contrariando a cúpula dominante que contava com o apoio de Estaline. Em 1928 era Chefe do Estado-Maior Geral, porém foi sendo afastado progressivamente, pois as suas ideias chocavam frontalmente com as de Estaline. A suas origens e sua vasta cultura atuavam contra ele nesse conturbado momento de terror. Durante os anos seguintes vários de seus mentores e colegas foram sendo executados ou faleceram de forma estranha. Assim, nos últimos anos, vivia em constante terror, pois tinha a certeza de que os seus dias estavam contados. Em 1935 foi nomeado Marechal da União Soviética, mas isto seria apenas o início de seu declínio. Fez uma série de viagens pela Europa e recebeu inúmeras transferências forçadas neste período. Em 26 de maio de 1937, foi preso, julgado e executado pouco tempo depois.

Após um julgamento secreto, conhecido como Processo da Organização Militar Trotskista Anti-soviética, Tukhachevsky e mais oito outros comandantes militares foram condenados em 12 de junho de 1937 e imediatamente executados. Tukhachevsky foi morto pelo capitão da NKVD Vasili Blokhin.
Não foi comunicado a família de que o Marechal Tukhachevsky havia sido preso e executado, a sua filha soube da morte na escola quando os colegas começaram a questioná-la como filha de um traidor "fascista". Profundamente traumatizada, ela foi para casa e enforcou-se. A viúva de Tukachevsky foi presa pelo NKVD dias após o suicídio da filha, mais tarde ela ela seria deportada para os Montes Urais. Na verdade Tukhachevskaya Svetlana, a sua única filha que não se suicidou, foi enviada para um orfanato especial para os filhos dos inimigos do povo. Ela foi presa em 1944 e condenada por um órgão extrajudicial do Conselho Especial do NKVD a cinco anos de Gulag. Ela morreu em 1982. Há um documentário de 2008 da televisão russa intitulado "Kremlin Children", sobre a vida de Tukhachevskaya Svetlana.
Era um grande teórico da utilização de blindados juntamente com o apoio da infantaria.
Em 15 de fevereiro de 1963, aconteceu uma modesta cerimónia na Academia Militar Frunze, em memória do Marechal Tukhachevsky, que pretendeu de certa forma reabilitar um dos mais magníficos oficiais expurgados por Estaline, durante os dramáticos anos que precederam a Segunda Guerra Mundial.


NOTA:  Estaline conseguiu um feito quase impossível - destruir quase completamente a chefia do Exército Vermelho, antes da invasão da Alemanha nazi. Tivesse Hitler esperado mais uns meses e, se calhar, a paranoia de Estaline teria feito o que o exército nazi não conseguiu fazer...

 

domingo, agosto 21, 2022

Trotsky foi assassinado há 82 anos

   
Leon Trotsky (nascido Lev Davidovich Bronstein; Ianovka, 7 de novembro de 1879 - Coyoacán, 21 de agosto de 1940) foi um intelectual marxista e revolucionário bolchevique, organizador do Exército Vermelho e rival de Estaline na tomada do PCUS após a morte de Lenine.
Nos primeiros tempos da União Soviética desempenhou um importante papel político, primeiro como Comissário do Povo (Ministro) para os Negócios Estrangeiros; posteriormente como organizador e comandante do Exército Vermelho, e fundador e membro do Politburo do Partido Comunista da União Soviética.
Afastado por Estaline do controle do partido, Trótski foi expulso deste e exilado da União Soviética, refugiando-se no México, onde veio a ser assassinado por Ramón Mercader, agente da polícia política de Estaline. As suas ideias políticas, expostas numa obra escrita de grande extensão, deram origem ao trotskismo, corrente ainda hoje importante no marxismo.
   
   
   
  
   
Mesmo sendo frequentemente torturado pela polícia mexicana, Mercader jamais revelou a sua identidade ou as suas ligações com a NKVD. Alfonso Quiroz, um psicólogo mexicano que se interessou pelo caso, concluiu, após diversas análises, que Mercader era uma pessoa superdotada, pois além de dominar vários idiomas fluentemente, tinha uma capacidade de raciocínio acima do normal. Após poucos anos de prisão, Mercader solicitou liberdade condicional, que foi negada pelo Dr. Jesús Siordia e pelo criminologista Q. Cuarón. Após cumprir a sua pena, foi finalmente libertado do presídio Lecumberri, na Cidade do México, em maio de 1960, e mudou-se para Havana, onde Fidel Castro o acolheu.
Em 1961, Mercader mudou-se para a URSS e foi condecorado com a medalha de Herói da União Soviética, uma das mais altas comendas do país. Mercader dividiu-se entre Cuba e a União Soviética pelo resto de sua vida, reverenciado pela KGB (sucessora da NKVD). Veio a falecer em Havana, em 1978, e encontra-se sepultado sob o nome de Ramon Ivanovitch López no cemitério de Kuntsevo, em Moscovo, possuindo um lugar de honra no museu da KGB na capital russa.
Mercader jamais fez essa confissão às autoridades mexicanas. Cumpriu 20 anos de prisão no México e, em 1961 foi condecorado como "herói da URSS" pelo dirigente Nikita Kruchev. Mas o "herói" passou a ser um "peso morto" para o governo soviético e teve sua identidade modificada pelos agentes de Estaline, até mesmo nos livros de registros de Barcelona, cidade onde nasceu. A partir de 1974, tornou-se amigo íntimo de Fidel Castro, de quem ganhou uma residência em Havana, onde morreu quatro anos depois. As suas cinzas foram transportadas em um vôo especial para Moscovo. A sua lápide no cemitério de Kuznetsovo diz: "Ramón Ivanovitch López, herói da União Soviética".
      

domingo, junho 12, 2022

O Marechal Mikhail Tukhachevsky foi executado há 85 anos (por ordem de Estaline...)

     
Mikhail Nikolayevich Tukhachevsky (Alexandrovskoye, 16 de fevereiro de 1893 - Moscovo, 12 de junho de 1937) foi um comandante militar soviético e chefe do Exército Vermelho. Foi um dos vários comandantes do Exército Vermelho acusado de colaborar com os nazis durante o Grande Purga, sendo condenado e executado nos Processos de Moscovo.
 
Conhecido por Misha, foi um brilhante estudante e falava 4 idiomas, tendo em 1911 ingressado no Corpo de Cadetes de Catarina II, de Moscovo. Em 1914 participou da Primeira Guerra Mundial com o Regimento da Guarda Semenovsky. Em 1915 foi ferido e feito prisioneiro, permanecendo em campo de concentração, onde empreendeu numerosas tentativas de fuga. Curiosamente, neste mesmo campo, esteve preso Charles de Gaulle.
Envolvido em pleno processo revolucionário, ingressou no Partido Comunista em 1918, pouco depois de ser convocado por Trotski para o exército. Neste mesmo ano sofreu uma tragédia familiar, pois a sua esposa se suicidou para salvá-lo, pois ela havia sido apanhada em flagrante a roubar comida para a família. Casou-se novamente pouco depois, casamento esse que acabou por fracassar devido à sua dedicação à carreira. Teve uma ascensão meteórica, tendo, durante a Guerra Civil, atraído a atenção de Lenine pela extraordinária capacidade de comandar as suas unidades, sendo promovido a Comandante em Chefe da Frente Sul com apenas 26 anos. Três meses depois era comandante supremo na frente do Cáucaso.
Em 1924 começou a tarefa de reorganizar o Exército Vermelho, contrariando a cúpula dominante que contava com o apoio de Estaline. Em 1928 era Chefe do Estado-Maior Geral, porém foi sendo afastado progressivamente, pois as suas ideias chocavam frontalmente com as de Estaline. A suas origens e sua vasta cultura atuavam contra ele nesse conturbado momento de terror. Durante os anos seguintes vários de seus mentores e colegas foram sendo executados ou faleceram de forma estranha. Assim, nos últimos anos, vivia em constante terror, pois tinha a certeza de que os seus dias estavam contados. Em 1935 foi nomeado Marechal da União Soviética, mas isto seria apenas o início de seu declínio. Fez uma série de viagens pela Europa e recebeu inúmeras transferências forçadas neste período. Em 26 de maio de 1937, foi preso, julgado e executado pouco tempo depois.

Após um julgamento secreto, conhecido como Processo da Organização Militar Trotskista Anti-soviética, Tukhachevsky e mais oito outros comandantes militares foram condenados em 12 de junho de 1937 e imediatamente executado. Tukhachevsky foi morto pelo capitão da NKVD Vasili Blokhin.
Não foi comunicado a família de que o Marechal Tukhachevsky havia sido preso e executado, a sua filha soube da morte na escola quando os colegas começaram a questioná-la como filha de um traidor "fascista". Profundamente traumatizada, ela foi para casa e enforcou-se. A viúva de Tukachevsky foi presa pelo NKVD dias após o suicídio da filha, mais tarde ela ela seria deportada para os Montes Urais. Na verdade Tukhachevskaya Svetlana, a sua única filha que não se suicidou, foi enviada para um orfanato especial para os filhos dos inimigos do povo. Ela foi presa em 1944 e condenada por um órgão extrajudicial do Conselho Especial do NKVD a cinco anos de Gulag. Ela morreu em 1982. Há um documentário de 2008 da televisão russa intitulado "Kremlin Children", sobre a vida de Tukhachevskaya Svetlana.
Era um grande teórico da utilização de blindados juntamente com o apoio da infantaria.
Em 15 de fevereiro de 1963, aconteceu uma modesta cerimónia na Academia Militar Frunze, em memória do Marechal Tukhachevsky, que pretendeu de certa forma reabilitar um dos mais magníficos oficiais expurgados por Estaline, durante os dramáticos anos que precederam a Segunda Guerra Mundial.


NOTA:  Estaline conseguiu um feito enorme - decapitar quase completamente o Exército Vermelho, antes da invasão da Alemanha nazi. Tivesse Hitler esperado mais uns meses e a paranoia de Estaline teria feito o que o exército nazi não conseguiu fazer...

sábado, agosto 21, 2021

Leon Trotsky foi assassinado, por ordem de Estaline, há 81 anos

   
Leon Trotsky (nascido Lev Davidovich Bronstein; Ianovka, 7 de novembro de 1879 - Coyoacán, 21 de agosto de 1940) foi um intelectual marxista e revolucionário bolchevique, organizador do Exército Vermelho e rival de Estaline na tomada do PCUS após a morte de Lenine.
Nos primeiros tempos da União Soviética desempenhou um importante papel político, primeiro como Comissário do Povo (Ministro) para os Negócios Estrangeiros; posteriormente como organizador e comandante do Exército Vermelho, e fundador e membro do Politburo do Partido Comunista da União Soviética.
Afastado por Estaline do controle do partido, Trótski foi expulso deste e exilado da União Soviética, refugiando-se no México, onde veio a ser assassinado por Ramón Mercader, agente da polícia política de Estaline. As suas ideias políticas, expostas numa obra escrita de grande extensão, deram origem ao trotskismo, corrente ainda hoje importante no marxismo.
   
   
   
  
   
Mesmo sendo frequentemente torturado pela polícia mexicana, Mercader jamais revelou a sua identidade ou as suas ligações com a NKVD. Alfonso Quiroz, um psicólogo mexicano que se interessou pelo caso, concluiu, após diversas análises, que Mercader era uma pessoa superdotada, pois além de dominar vários idiomas fluentemente, tinha uma capacidade de raciocínio acima do normal. Após poucos anos de prisão, Mercader solicitou liberdade condicional, que foi negada pelo Dr. Jesús Siordia e pelo criminologista Q. Cuarón. Após cumprir a sua pena, foi finalmente libertado do presídio Lecumberri, na Cidade do México, em maio de 1960, e mudou-se para Havana, onde Fidel Castro o acolheu.
Em 1961, Mercader mudou-se para a URSS e foi condecorado com a medalha de Herói da União Soviética, uma das mais altas comendas do país. Mercader dividiu-se entre Cuba e a União Soviética pelo resto de sua vida, reverenciado pela KGB (sucessora da NKVD). Veio a falecer em Havana, em 1978, e encontra-se sepultado sob o nome de Ramon Ivanovitch López no cemitério de Kuntsevo, em Moscou, possuindo um lugar de honra no museu da KGB na capital russa.
Na tarde do dia 20 de agosto de 1940, o agente stalinista Ramón Mercader saiu de um hotel no centro da capital mexicana e se dirigiu à residência de Trotsky, guardada por uma legião de seguranças. Mercader entrou na casa e se dirigiu ao escritório de Trotsky, onde lhe entregou um documento para ler e, enquanto isso, golpeou-o na cabeça com uma picareta de alpinista.
Segundo o relato de Mercader a seu irmão, Luis, mesmo com a perfuração de sete centímetros na cabeça, Trotsky atirou-lhe objetos e ainda lhe salvou a vida, pedindo aos seguranças que não o matassem enquanto não confessasse o nome do mandante.
Mercader jamais fez essa confissão às autoridades mexicanas. Cumpriu 20 anos de prisão no México e, em 1961 foi condecorado como "herói da URSS" pelo dirigente Nikita Kruchev. Mas o "herói" passou a ser um "peso morto" para o governo soviético e teve sua identidade modificada pelos agentes de Estaline, até mesmo nos livros de registros de Barcelona, cidade onde nasceu. A partir de 1974, tornou-se amigo íntimo de Fidel Castro, de quem ganhou uma residência em Havana, onde morreu quatro anos depois. As suas cinzas foram transportadas em um vôo especial para Moscovo. A sua lápide no cemitério de Kuznetsovo diz: "Ramón Ivanovitch López, herói da União Soviética".
      

sábado, junho 12, 2021

O Marechal Mikhail Tukhachevsky foi executado há 84 anos por ordem de Estaline

   
Mikhail Nikolayevich Tukhachevsky (16 de fevereiro de 1893 - 12 de junho de 1937) foi um comandante militar soviético e chefe do Exército Vermelho. Foi um dos vários comandantes do Exército Vermelho acusado de colaborar com os nazis durante o Grande Purga, sendo condenado e executado nos Processos de Moscovo.
 
Conhecido por Misha, foi um brilhante estudante e falava 4 idiomas, tendo em 1911 ingressado no Corpo de Cadetes de Catarina II, de Moscovo. Em 1914 participou da Primeira Guerra Mundial com o Regimento da Guarda Semenovsky. Em 1915 foi ferido e feito prisioneiro, permanecendo em campo de concentração, onde empreendeu numerosas tentativas de fuga. Curiosamente, neste mesmo campo, esteve preso Charles de Gaulle.
Envolvido em pleno processo revolucionário, ingressou no Partido Comunista em 1918, pouco depois de ser convocado por Trotski para o exército. Neste mesmo ano sofreu uma tragédia familiar, pois a sua esposa se suicidou para salvá-lo, pois ela havia sido apanhada em flagrante a roubar comida para a família. Casou-se novamente pouco depois, casamento esse que acabou por fracassar devido à sua dedicação à carreira. Teve uma ascensão meteórica, tendo, durante a Guerra Civil, atraído a atenção de Lenine pela extraordinária capacidade de comandar as suas unidades, sendo promovido a Comandande em Chefe da Frente Sul com apenas 26 anos. Três meses depois era comandante supremo na frente do Cáucaso.
Em 1924 começou a tarefa de reorganizar o Exército Vermelho, contrariando a cúpula dominante que contava com o apoio de Estaline. Em 1928 era Chefe do Estado-Maior Geral, porém foi sendo afastado progressivamente, pois as suas ideias chocavam frontalmente com as de Estaline. A suas origens e sua vasta cultura atuavam contra ele nesse conturbado momento de terror. Durante os anos seguintes vários de seus mentores e colegas foram sendo executados ou faleceram de forma estranha. Assim, nos últimos anos, vivia em constante terror, pois tinha a certeza de que os seus dias estavam contados. Em 1935 foi nomeado Marechal da União Soviética, mas isto seria apenas o início de seu declínio. Fez uma série de viagens pela Europa e recebeu inúmeras transferências forçadas neste período. Em 26 de maio de 1937, foi preso, julgado e executado pouco tempo depois.

Após um julgamento secreto, conhecido como Processo da Organização Militar Trotskista Anti-soviética, Tukhachevsky e mais oito outros comandantes militares foram condenados em 12 de junho de 1937 e imediatamente executado. Tukhachevsky foi morto pelo capitão da NKVD Vasili Blokhin.
Não foi comunicado a família de que o Marechal Tukhachevsky havia sido preso e executado, a sua filha soube da morte na escola quando os colegas começaram a questioná-la como filha de um traidor "fascista". Profundamente traumatizada, ela foi para casa e enforcou-se. A viúva de Tukachevsky foi presa pelo NKVD dias após o suicídio da filha, mais tarde ela ela seria deportada para os Montes Urais. Na verdade Tukhachevskaya Svetlana, a sua única filha que não se suicidou, foi enviada para um orfanato especial para os filhos dos inimigos do povo. Ela foi presa em 1944 e condenada por um órgão extrajudicial do Conselho Especial do NKVD a cinco anos de Gulag. Ela morreu em 1982. Há um documentário de 2008 da televisão russa intitulado "Kremlin Children", sobre a vida de Tukhachevskaya Svetlana.
Era um grande teórico da utilização de blindados juntamente com o apoio da infantaria.
Em 15 de fevereiro de 1963, aconteceu uma modesta cerimónia na Academia Militar Frunze, em memória do Marechal Tukhachevsky, que pretendeu de certa forma reabilitar um dos mais magníficos oficiais expurgados por Estaline, durante os dramáticos anos que precederam a Segunda Guerra Mundial.


NOTA:  Estaline conseguiu um feito enorme - decapitar quase completamente o Exército Vermelho, antes da invasão da Alemanha nazi. Tivesse Hitler esperado mais uns meses e a paranóia de Estaline teria feito o que o exército nazi não conseguiu fazer...

sexta-feira, agosto 21, 2020

Trotsky foi assassinado por ordem de Estaline há oitenta anos

     
Leon Trotsky (nascido Lev Davidovich Bronstein; Ianovka, 7 de novembro de 1879 - Coyoacán, 21 de agosto de 1940) foi um intelectual marxista e revolucionário bolchevique, organizador do Exército Vermelho e rival de Estaline na tomada do PCUS após a morte de Lenine.
Nos primeiros tempos da União Soviética desempenhou um importante papel político, primeiro como Comissário do Povo (Ministro) para os Negócios Estrangeiros; posteriormente como organizador e comandante do Exército Vermelho, e fundador e membro do Politburo do Partido Comunista da União Soviética.
Afastado por Estaline do controle do partido, Trótski foi expulso deste e exilado da União Soviética, refugiando-se no México, onde veio a ser assassinado por Ramón Mercader, agente da polícia política de Estaline. As suas ideias políticas, expostas numa obra escrita de grande extensão, deram origem ao trotskismo, corrente ainda hoje importante no marxismo.
   

   

     
Mesmo sendo frequentemente torturado pela polícia mexicana, Mercader jamais revelou a sua identidade ou as suas ligações com a NKVD. Alfonso Quiroz, um psicólogo mexicano que se interessou pelo caso, concluiu, após diversas análises, que Mercader era uma pessoa superdotada, pois além de dominar vários idiomas fluentemente, tinha uma capacidade de raciocínio acima do normal. Após poucos anos de prisão, Mercader solicitou liberdade condicional, que foi negada pelo Dr. Jesús Siordia e pelo criminologista Q. Cuarón. Após cumprir  a sua pena, foi finalmente libertado do presídio Lecumberri, na Cidade do México, em maio de 1960, e mudou-se para Havana, onde Fidel Castro o acolheu.
Em 1961, Mercader mudou-se para a URSS e foi condecorado com a medalha de Herói da União Soviética, uma das mais altas comendas do país. Mercader dividiu-se entre Cuba e a União Soviética pelo resto de sua vida, reverenciado pela KGB (sucessora da NKVD). Veio a falecer em Havana, em 1978, e encontra-se sepultado sob o nome de Ramon Ivanovitch López no cemitério de Kuntsevo, em Moscovo, possuindo um lugar de honra no museu da KGB na capital russa.
Na tarde do dia 20 de agosto de 1940, o agente estalinista Ramón Mercader saiu de um hotel no centro da capital mexicana e se dirigiu à residência de Trotsky, guardada por uma legião de seguranças. Mercader entrou na casa e se dirigiu ao escritório de Trotsky, onde lhe entregou um documento para ler e, enquanto isso, golpeou-o na cabeça com uma picareta de alpinista.
Segundo o relato de Mercader a seu irmão, Luis, mesmo com a perfuração de sete centímetros na cabeça, Trotsky atirou-lhe objetos e ainda lhe salvou a vida, pedindo aos seguranças que não o matassem enquanto não confessasse o nome do mandante.
Mercader jamais fez essa confissão às autoridades mexicanas. Cumpriu 20 anos de prisão no México e, em 1961 foi condecorado como "herói da URSS" pelo dirigente Nikita Kruchev. Mas o "herói" passou a ser um "peso morto" para o governo soviético e teve sua identidade modificada pelos agentes de Estaline, até mesmo nos livros de registos de Barcelona, cidade onde nasceu. A partir de 1974, tornou-se amigo íntimo de Fidel Castro, de quem ganhou uma residência em Havana, onde morreu quatro anos depois. As suas cinzas foram transportadas num voo especial para Moscovo. A sua lápide no cemitério de Kuznetsovo diz: "Ramón Ivanovitch López, herói da União Soviética". (Flavio Campos e Renan Garcia Miranda. A escrita da História. 1ª edição. São Paulo: Escala Educacional, 2005).
      

Leon Trotsky foi assassinado, por ordem de Estaline, há oitenta anos

   
Leon Trotsky (nascido Lev Davidovich Bronstein; Ianovka, 7 de novembro de 1879 - Coyoacán, 21 de agosto de 1940) foi um intelectual marxista e revolucionário bolchevique, organizador do Exército Vermelho e rival de Estaline na tomada do PCUS após a morte de Lenine.
Nos primeiros tempos da União Soviética desempenhou um importante papel político, primeiro como Comissário do Povo (Ministro) para os Negócios Estrangeiros; posteriormente como organizador e comandante do Exército Vermelho, e fundador e membro do Politburo do Partido Comunista da União Soviética.
Afastado por Estaline do controle do partido, Trótski foi expulso deste e exilado da União Soviética, refugiando-se no México, onde veio a ser assassinado por Ramón Mercader, agente da polícia política de Estaline. As suas ideias políticas, expostas numa obra escrita de grande extensão, deram origem ao trotskismo, corrente ainda hoje importante no marxismo.
   
   
   
  
   
Mesmo sendo frequentemente torturado pela polícia mexicana, Mercader jamais revelou a sua identidade ou as suas ligações com a NKVD. Alfonso Quiroz, um psicólogo mexicano que se interessou pelo caso, concluiu, após diversas análises, que Mercader era uma pessoa superdotada, pois além de dominar vários idiomas fluentemente, tinha uma capacidade de raciocínio acima do normal. Após poucos anos de prisão, Mercader solicitou liberdade condicional, que foi negada pelo Dr. Jesús Siordia e pelo criminologista Q. Cuarón. Após cumprir a sua pena, foi finalmente libertado do presídio Lecumberri, na Cidade do México, em maio de 1960, e mudou-se para Havana, onde Fidel Castro o acolheu.
Em 1961, Mercader mudou-se para a URSS e foi condecorado com a medalha de Herói da União Soviética, uma das mais altas comendas do país. Mercader dividiu-se entre Cuba e a União Soviética pelo resto de sua vida, reverenciado pela KGB (sucessora da NKVD). Veio a falecer em Havana, em 1978, e encontra-se sepultado sob o nome de Ramon Ivanovitch López no cemitério de Kuntsevo, em Moscou, possuindo um lugar de honra no museu da KGB na capital russa.
Na tarde do dia 20 de agosto de 1940, o agente stalinista Ramón Mercader saiu de um hotel no centro da capital mexicana e se dirigiu à residência de Trotsky, guardada por uma legião de seguranças. Mercader entrou na casa e se dirigiu ao escritório de Trotsky, onde lhe entregou um documento para ler e, enquanto isso, golpeou-o na cabeça com uma picareta de alpinista.
Segundo o relato de Mercader a seu irmão, Luis, mesmo com a perfuração de sete centímetros na cabeça, Trotsky atirou-lhe objetos e ainda lhe salvou a vida, pedindo aos seguranças que não o matassem enquanto não confessasse o nome do mandante.
Mercader jamais fez essa confissão às autoridades mexicanas. Cumpriu 20 anos de prisão no México e, em 1961 foi condecorado como "herói da URSS" pelo dirigente Nikita Kruchev. Mas o "herói" passou a ser um "peso morto" para o governo soviético e teve sua identidade modificada pelos agentes de Estaline, até mesmo nos livros de registros de Barcelona, cidade onde nasceu. A partir de 1974, tornou-se amigo íntimo de Fidel Castro, de quem ganhou uma residência em Havana, onde morreu quatro anos depois. As suas cinzas foram transportadas em um vôo especial para Moscovo. A sua lápide no cemitério de Kuznetsovo diz: "Ramón Ivanovitch López, herói da União Soviética".
      

quarta-feira, agosto 21, 2019

Trotsky foi assassinado por um esbirro de Estaline há 79 anos

Leon Trotsky (nascido Lev Davidovich Bronstein; Ianovka, 7 de novembro de 1879 - Coyoacán, 21 de agosto de 1940) foi um intelectual marxista e revolucionário bolchevique, organizador do Exército Vermelho e rival de Estaline na tomada do PCUS após a morte de Lenine.
Nos primeiros tempos da União Soviética desempenhou um importante papel político, primeiro como Comissário do Povo (Ministro) para os Negócios Estrangeiros; posteriormente como organizador e comandante do Exército Vermelho, e fundador e membro do Politburo do Partido Comunista da União Soviética.
Afastado por Estaline do controle do partido, Trótski foi expulso deste e exilado da União Soviética, refugiando-se no México, onde veio a ser assassinado por Ramón Mercader, agente da polícia política de Estaline. As suas ideias políticas, expostas numa obra escrita de grande extensão, deram origem ao trotskismo, corrente ainda hoje importante no marxismo.
   
Mesmo sendo freqüentemente torturado pela polícia mexicana, Mercader jamais revelou a sua identidade ou as suas ligações com a NKVD. Alfonso Quiroz, um psicólogo mexicano que se interessou pelo caso, concluiu, após diversas análises, que Mercader era uma pessoa superdotada, pois além de dominar vários idiomas fluentemente, tinha uma capacidade de raciocínio acima do normal. Após poucos anos de prisão, Mercader solicitou liberdade condicional, que foi negada pelo Dr. Jesús Siordia e pelo criminologista Q. Cuarón. Após cumprir  a sua pena, foi finalmente libertado do presídio Lecumberri, na Cidade do México, em maio de 1960, e mudou-se para Havana, onde Fidel Castro o acolheu.
Em 1961, Mercader mudou-se para a URSS e foi condecorado com a medalha de Herói da União Soviética, uma das mais altas comendas do país. Mercader dividiu-se entre Cuba e a União Soviética pelo resto de sua vida, reverenciado pela KGB (sucessora da NKVD). Veio a falecer em Havana, em 1978, e encontra-se sepultado sob o nome de Ramon Ivanovitch López no cemitério de Kuntsevo, em Moscou, possuindo um lugar de honra no museu da KGB na capital russa.
Na tarde do dia 20 de agosto de 1940, o agente estalinista Ramón Mercader saiu de um hotel no centro da capital mexicana e se dirigiu à residência de Trotsky, guardada por uma legião de seguranças. Mercader entrou na casa e se dirigiu ao escritório de Trotsky, onde lhe entregou um documento para ler e, enquanto isso, golpeou-o na cabeça com uma picareta de alpinista.
Segundo o relato de Mercader a seu irmão, Luis, mesmo com a perfuração de sete centímetros na cabeça, Trotsky atirou-lhe objetos e ainda lhe salvou a vida, pedindo aos seguranças que não o matassem enquanto não confessasse o nome do mandante.
Mercader jamais fez essa confissão às autoridades mexicanas. Cumpriu 20 anos de prisão no México e, em 1961 foi condecorado como "herói da URSS" pelo dirigente Nikita Kruchev. Mas o "herói" passou a ser um "peso morto" para o governo soviético e teve sua identidade modificada pelos agentes de Estaline, até mesmo nos livros de registros de Barcelona, cidade onde nasceu. A partir de 1974, tornou-se amigo íntimo de Fidel Castro, de quem ganhou uma residência em Havana, onde morreu quatro anos depois. As suas cinzas foram transportadas em um vôo especial para Moscovo. A sua lápide no cemitério de Kuznetsovo diz: "Ramón Ivanovitch López, herói da União Soviética". (Flavio Campos e Renan Garcia Miranda. A escrita da História. 1ª edição. São Paulo: Escala Educacional, 2005).

segunda-feira, março 05, 2018

O maior assassino do século XX morreu há 65 anos

Josef Vissarionovitch Stalin (Gori, 18 de dezembro de 1879 - Moscovo, 5 de março de 1953), nascido Iossif Vissarionovitch Djugashvili, foi o secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e do Comité Central a partir de 1922 até à sua morte, em 1953, sendo assim o líder absoluto da União Soviética.
Sob a liderança de Estaline, a União Soviética desempenhou um papel decisivo na derrota da Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) e atingiu o estatuto de superpotência, após rápida industrialização e melhoras nas condições sociais do povo soviético, durante esse período. O país também expandiu o seu território para um tamanho semelhante ao do antigo Império Russo.
Durante o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em 1956, o sucessor de Estaline, Nikita Khrushchov, apresentou o seu discurso secreto, oficialmente chamado "Do culto à personalidade e suas consequências", a partir do qual se iniciou um processo de "desestalinização" da União Soviética. Ainda hoje existem diversas perspectivas ao redor de Estaline e do seu governo, alguns o vendo como ditador tirano e outros como líder habilidoso.
 
(...)
 
Vítimas
Em 1991, com o colapso da União Soviética, parte dos arquivos soviéticos finalmente foi disponibilizada. Os relatórios do governo continham os seguintes registos:
Entre 1921–53 o número de condenações políticas foi de 4.060.306, divididas da seguinte maneira:
 
Quantidade de pessoas Tipo de condenação
799.473 Pena de morte
2.634.397 Trabalhos forçados
413.512 Exílio
215.942 Outras
Já quanto a condenações não-políticas, entre 1937–52, foram executadas 34.228 pessoas.
 
Entretanto, esses números devem ser maiores, pois os arquivos soviéticos são omissos em vários aspectos: por exemplo, eles não abrangem as várias transferências populacionais na União Soviética. Esta é uma omissão relevante, pois, de acordo com Eric D. Weitz, a taxa mortalidade das mais de 600.000 pessoas deportadas do Cáucaso entre 1943 e 1944 chegou a 25%, o que acrescentaria mais 150.000 vítimas mortas.
Outros dados que não constam dos arquivos da NKVD incluem o controverso e famoso Massacre de Katyn, bem como diversos outros de menor repercussão em áreas ocupadas. Também não constam as execuções de desertores pela NKVD durante a guerra, que se estima em 158.000 execuções.
Além disso, as estatísticas oficiais de mortalidade nos Gulags excluem as mortes ocorridas logo após a libertação dos prisioneiros, mas cuja morte estava ligada ao tratamento recebido naqueles campos de trabalho forçado.
A ideia de que os arquivos guardados pelas autoridades soviéticas são incompletos e não refletem a totalidades das vítimas é apoiada por diversos historiadores, por exemplo Robert Gellately e Simon Sebag Montefiore. Segundo eles, além dos registos não serem abrangentes, é altamente provável, por exemplo, que suspeitos presos e torturados até a morte durante investigações não sejam contabilizados como execução (não são contados como vítimas de pena de morte).
Após a extinção do regime comunista na União Soviética, historiadores passaram a estimar que, excluindo os que morreram por fome, entre 4-10 milhões de pessoas morreram sob o regime de Estaline. O escritor russo Vadim Erlikman, por exemplo, faz as seguintes estimativas:
 
Nº de pessoas Razão da morte
1,5 milhão Execução
5 milhões Gulags
1,7 milhão Deportados¹
1 milhão Países ocupados²
¹ Erlikman estima um total de 7,5 milhões de deportados.
² Diz respeito aos mortos civis durante a ocupação russa.

Este total estimado de 9 milhões, para alguns pesquisadores, deve ainda ser somado a 6-8 milhões dos mortos na fome soviética de 1932-1933, episódios também conhecidos como Holodomor. Existe controvérsia entre historiadores a respeito desta fome ter sido ou não provocada deliberadamente por Estaline para suprimir opositores de seu regime. Muitos argumentam que a fome ocorreu por questões circunstanciais não desejadas por Estaline ou que foi uma consequência acidental de uma tentativa de forçar a coletivização naquelas áreas afetadas pela fome. Todavia, também existem argumentos no sentido contrário, de que a fome foi provocada por Estaline. Para a última corrente, uma prova de que a fome foi provocada seria o facto de que a exportação de cereais da União Soviética para a Alemanha Nazi aumentou consideravelmente no ano de 1933, o que provaria que havia alimento disponível. Esta versão da história é retratada pelo documentário The Soviet Story.
Sendo assim, se o número de vítimas da fome for incluído, chega-se a um número mínimo de 10 milhões de mortes (mínimo de 4 milhões de mortos por fome e mínimo de 6 milhões de mortos pelas demais causas expostas). No entanto, Steven Rosefielde tem como mais provável o número de 20 milhões de mortos, Simon Sebag Montefiores sugere número um pouco acima de 20 milhões, no que é acompanhado por Dmitri Volkogonov (autor de Stalin: Triunfo e Tragédia), Alexander Nikolaevich Yakovlev, Stéphane Courtois e Norman Naimark. O pesquisador Robert Conquest recentemente reviu sua estimativa original de 30 milhões de vítimas para cerca de 20 milhões, afirmando ainda ser muitíssimo pouco provável qualquer número abaixo de 15 milhões de vidas ceifadas pelo regime de Estaline.
 
(...)
 
Morte
Em 5 de março de 1953, Estaline morreu de hemorragia cerebral (derrame) em circunstâncias ainda hoje pouco esclarecidas. Avtorkhanov desenvolveu uma detalhada teoria, publicada inicialmente em 1976, apontando Beria como o principal suspeito de tê-lo envenenado. Todavia, outros historiadores ainda consideram que Estaline morreu de causas naturais. Nikita Khrushchov escreveu nas suas memórias que, imediatamente após a morte de Estaline, Lavrenty Beria teria começado a "vomitar o seu ódio (contra Estaline) e a zombar dele", e que, quando Estaline demonstrou sinais de consciência, Beria teria se colocado de joelhos e beijado as mãos de Estaline. No entanto, assim que Estaline ficou novamente inconsciente, Beria imediatamente teria se levantado e cuspido com nojo.
Em 2003, um grupo de historiadores russos e americanos anunciaram a sua conclusão de que Estaline ingeriu varfarina, um poderoso veneno de rato que inibe a coagulação sanguínea e predispõe a vítima à hemorragia cerebral (derrame). Como a varfarina é insípida ela provavelmente teria sido o veneno utilizado. No entanto, os factos exatos envolvendo a morte de Estaline provavelmente nunca serão conhecidos.
O período imediatamente anterior ao seu falecimento, nos meses de fevereiro-março de 1953, foi marcado por uma atividade febril de Estaline nos preparativos de uma nova onda de perseguições e campanhas repressivas, exceção até para os padrões da era estalinista. Tratava-se do conhecido complot dos médicos: em 3 de janeiro de 1953, foi anunciado que nove catedráticos de medicina, quase todos judeus e que tratavam os membros da liderança soviética, tinham sido "desmascarados" como agentes da espionagem americana e britânica, membros de uma organização judaica internacional, e assassinos de importantes líderes soviéticos.
Tratava-se da preparação de um novo julgamento-espetáculo, desta vez com claros traços de anti-semitismo, que certamente levaria a um pogrom nacional, e que implicaria, segundo Isaac Deutscher, na auto-destruição das próprias raízes ideológicas do regime, razão pela qual a morte de Estaline pareceu a muitos ter sido provocada pelos seus seguidores imediatos, claramente alarmados diante da iminente fascistização promovida por Estaline. O facto de que Beria estivesse alheio à preparação deste nova purga fez com que fosse apresentado como possível autor intelectual do suposto assassinato de Estaline; o facto é, no entanto, que Estaline era idoso e que a sua saúde, desde o final da Segunda Guerra Mundial, era precária; aqueles que tiveram contacto pessoal com ele nos seus últimos anos lembram-se do contraste entre a sua imagem pública de ente semi-divino e a sua aparência real, devastado pela idade. Simon Sebag Montefiore considera que, apesar de Estaline haver recebido assistência atrasada para o derrame que o vitimaria, a tecnologia médica da época nada poderia fazer por ele em termos terapêuticos.
  

quinta-feira, agosto 21, 2014

Há 74 anos Trotsky foi assassinado por um esbirro de Estaline

Leon Trotsky (nascido Lev Davidovich Bronstein; Ianovka, 7 de novembro de 1879 - Coyoacán, 21 de agosto de 1940) foi um intelectual marxista e revolucionário bolchevique, organizador do Exército Vermelho e rival de Estaline na tomada do PCUS após a morte de Lenine.
Nos primeiros tempos da União Soviética desempenhou um importante papel político, primeiro como Comissário do Povo (Ministro) para os Negócios Estrangeiros; posteriormente como organizador e comandante do Exército Vermelho, e fundador e membro do Politburo do Partido Comunista da União Soviética.
Afastado por Estaline do controle do partido, Trótski foi expulso deste e exilado da União Soviética, refugiando-se no México, onde veio a ser assassinado por Ramón Mercader, agente da polícia política de Estaline. As suas ideias políticas, expostas numa obra escrita de grande extensão, deram origem ao trotskismo, corrente ainda hoje importante no marxismo.


 
Mesmo sendo freqüentemente torturado pela polícia mexicana, Mercader jamais revelou a sua identidade ou as suas ligações com a NKVD. Alfonso Quiroz, um psicólogo mexicano que se interessou pelo caso, concluiu, após diversas análises, que Mercader era uma pessoa superdotada, pois além de dominar vários idiomas fluentemente, tinha uma capacidade de raciocínio acima do normal. Após poucos anos de prisão, Mercader solicitou liberdade condicional, que foi negada pelo Dr. Jesús Siordia e pelo criminologista Q. Cuarón. Após cumprir  a sua pena, foi finalmente libertado do presídio Lecumberri, na Cidade do México, em maio de 1960, e mudou-se para Havana, onde Fidel Castro o acolheu.
Em 1961, Mercader mudou-se para a URSS e foi condecorado com a medalha de Herói da União Soviética, uma das mais altas comendas do país. Mercader dividiu-se entre Cuba e a União Soviética pelo resto de sua vida, reverenciado pela KGB (sucessora da NKVD). Veio a falecer em Havana, em 1978, e encontra-se sepultado sob o nome de Ramon Ivanovitch López no cemitério de Kuntsevo, em Moscou, possuindo um lugar de honra no museu da KGB na capital russa.
Na tarde do dia 20 de agosto de 1940, o agente stalinista Ramón Mercader saiu de um hotel no centro da capital mexicana e se dirigiu à residência de Trotsky, guardada por uma legião de seguranças. Mercader entrou na casa e se dirigiu ao escritório de Trotsky, onde lhe entregou um documento para ler e, enquanto isso, golpeou-o na cabeça com uma picareta de alpinista.
Segundo o relato de Mercader a seu irmão, Luis, mesmo com a perfuração de sete centímetros na cabeça, Trotsky atirou-lhe objetos e ainda lhe salvou a vida, pedindo aos seguranças que não o matassem enquanto não confessasse o nome do mandante.
Mercader jamais fez essa confissão às autoridades mexicanas. Cumpriu 20 anos de prisão no México e, em 1961 foi condecorado como "herói da URSS" pelo dirigente Nikita Kruchev. Mas o "herói" passou a ser um "peso morto" para o governo soviético e teve sua identidade modificada pelos agentes de Estaline, até mesmo nos livros de registros de Barcelona, cidade onde nasceu. A partir de 1974, tornou-se amigo íntimo de Fidel Castro, de quem ganhou uma residência em Havana, onde morreu quatro anos depois. As suas cinzas foram transportadas em um vôo especial para Moscovo. A sua lápide no cemitério de Kuznetsovo diz: "Ramón Ivanovitch López, herói da União Soviética". (Flavio Campos e Renan Garcia Miranda. A escrita da História. 1ª edição. São Paulo: Escala Educacional, 2005).

terça-feira, março 05, 2013

O maior assassino do século XX morreu há 60 anos

Josef Vissarionovitch Stalin (Gori, 18 de dezembro de 1879 - Moscovo, 5 de março de 1953), nascido Iossif Vissarionovitch Djugashvili, foi secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e do Comité Central a partir de 1922 até a sua morte em 1953, sendo assim o líder soberano da União Soviética.
Sob a liderança de Estaline, a União Soviética desempenhou um papel decisivo na derrota da Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) e passou a atingir o estatuto de superpotência, após rápida industrialização e melhoras nas condições sociais do povo soviético, durante esse período, o país também expandiu seu território para um tamanho semelhante ao do antigo Império Russo.
Durante o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em 1956, o sucessor de Estaline, Nikita Khrushchov, apresentou seu Discurso secreto oficialmente chamado "Do culto à personalidade e suas consequências", a partir do qual iniciou-se um processo de "desestalinização" da União Soviética. Ainda hoje existem diversas perspectivas ao redor de Estaline e seu governo, alguns o vendo como ditador tirano e outros como líder habilidoso.

(...)

Vítimas
Em 1991, com o colapso da União Soviética, parte dos arquivos soviéticos finalmente foi disponibilizada. Os relatórios do governo continham os seguintes registos:
Entre 1921–53 o número de condenações políticas foi de 4.060.306, divididas da seguinte maneira:

Quantidade de pessoas Tipo de condenação
799.473 Pena de morte
2.634.397 Trabalhos forçados
413.512 Exílio
215.942 Outras
Já quanto as condenações não-políticas, entre 1937–52, 34.228 pessoas foram executadas.

Entretanto, esses números devem ser maiores, pois os arquivos soviéticos são omissos em vários aspectos: por exemplo, eles não abrangem as várias Transferências populacionais na União Soviética. Esta é uma omissão relevante, pois, de acordo com Eric D. Weitz, a taxa mortalidade das mais de 600.000 pessoas deportadas do Cáucaso entre 1943 e 1944 chegava a 25%, o que acrescentaria mais 150.000 vítimas mortas.
Outros dados que não constam dos arquivos da NKVD incluem o controverso e famoso Massacre de Katyn, bem como diversos outros de menor repercussão em áreas ocupadas. Também não constam as execuções de desertores pela NKVD durante a guerra, que se estima em 158.000 execuções.
Outros dados que não constam dos arquivos da NKVD incluem o controverso e famoso Massacre de Katyn, bem como diversos outros de menor repercussão em áreas ocupadas. Também não constam as execuções de desertores pela NKVD durante a guerra, que se estima em 158.000 execuções.
Além disso, as estatísticas oficiais de mortalidade nos Gulags excluem as mortes ocorridas logo após a libertação dos prisioneiros, mas cuja morte estava ligada ao tratamento recebido naqueles campos de trabalho forçado.
A ideia de que os arquivos guardados pelas autoridades soviéticas são incompletos e não refletem a totalidades das vítimas é apoiada por diversos historiadores, a exemplo de Robert Gellately e Simon Sebag Montefiore. Segundo eles, além dos registos não serem abrangentes, é altamente provável, por exemplo, que suspeitos presos e torturados até a morte durante investigações não sejam contabilizados como execução (não são contados como vítimas de pena de morte).
Após a extinção do regime comunista na União Soviética, historiadores passaram a estimar que, excluindo os que morreram por fome, entre 4-10 milhões de pessoas morreram sob o regime de Estaline. O escritor russo Vadim Erlikman, por exemplo, faz as seguintes estimativas:

Quantidade de pessoas Razão da morte
1,5 milhão Execução
5 milhões Gulags
1,7 milhão Deportados¹
1 milhão Países ocupados²
¹ Erlikman estima um total de 7,5 milhões de deportados.
² Diz respeito aos mortos civis durante a ocupação russa.

Este total estimado de 9 milhões, para alguns pesquisadores, deve ainda ser somado a 6-8 milhões dos mortos na fome soviética de 1932-1933, episódios também conhecidos como Holodomor. Existe controvérsia entre historiadores a respeito desta fome ter sido ou não provocada deliberadamente por Estaline para suprimir opositores de seu regime. Muitos argumentam que a fome ocorreu por questões circunstanciais não desejadas por Estaline ou que foi uma consequência acidental de uma tentativa de forçar a coletivização naquelas áreas afetadas pela fome. Todavia, também existem argumentos no sentido contrário, de que a fome foi sim provocada por Estaline. Para a última corrente, uma prova de que a fome foi provocada seria o fato de que a exportação de grãos da União Soviética para a Alemanha Nazi aumentou consideravelmente no ano de 1933, o que provaria que havia alimento disponível. Esta versão da história é retratada pelo documentário The Soviet Story.
Sendo assim, se o número de vítimas da fome for incluído, chega-se a um número mínimo de 10 milhões de mortes (mínimo de 4 milhões de mortos por fome e mínimo de 6 milhões de mortos pelas demais causas expostas). No entanto, Steven Rosefielde tem como mais provável o número de 20 milhões de mortos, Simon Sebag Montefiores sugere número um pouco acima de 20 milhões, no que é acompanhado por Dmitri Volkogonov (autor de Stalin: Triunfo e Tragédia), Alexander Nikolaevich Yakovlev, Stéphane Courtois e Norman Naimark. O pesquisador Robert Conquest recentemente reviu sua estimativa original de 30 milhões de vítimas para cerca de 20 milhões, afirmando ainda ser muitíssimo pouco provável qualquer número abaixo de 15 milhões de vidas ceifadas pelo regime de Estaline.

(...)

Morte
Em 5 de março de 1953, Estaline morreu de hemorragia cerebral (derrame) em circunstâncias ainda hoje pouco esclarecidas. Avtorkhanov desenvolveu uma detalhada teoria, publicada inicialmente em 1976, apontando Beria como o principal suspeito de tê-lo envenenado. Todavia, outros historiadores ainda consideram que Estaline morreu de causas naturais. Nikita Khrushchov escreveu em suas memórias que, imediatamente após a morte de Estaline, Lavrenty Beria teria começado a "vomitar seu ódio (contra Estaline) e a zombá-lo", e que quando Estaline demonstrou sinais de consciência, Beria teria se colocado de joelhos e beijado as mãos de Estaline. No entanto, assim que Estaline ficou novamente inconsciente, Beria imediatamente teria se levantado e cuspido com nojo.
Em 2003, um grupo de historiadores russos e americanos anunciaram sua conclusão de que Estaline ingeriu varfarina, um poderoso veneno de rato que inibe a coagulação sanguínea e predispõe a vítima à hemorragia cerebral (derrame). Como a varfarina é insípida ela provavelmente teria sido o veneno utilizado. No entanto, os fatos exatos envolvendo a morte de Estaline provavelmente nunca serão conhecidos.
O período imediatamente anterior ao seu falecimento, nos meses de fevereiro-março de 1953, foi marcado por uma atividade febril de Estaline nos preparativos de uma nova onda de perseguições e campanhas repressivas, exceção até para os padrões da era estalinista. Tratava-se do conhecido complot dos médicos: em 3 de janeiro de 1953, foi anunciado que nove catedráticos de medicina, quase todos judeus e que tratavam dos membros da liderança soviética, tinham sido "desmascarados" como agentes da espionagem americana e britânica, membros de uma organização judaica internacional, e assassinos de importantes líderes soviéticos.
Tratava-se da preparação de um novo julgamento-espetáculo, desta vez com claros traços de anti-semitismo, que certamente levaria a um pogrom nacional, e que implicaria, segundo Isaac Deutscher, na auto-destruição das próprias raízes ideológicas do regime, razão pela qual a morte de Estaline pareceu a muitos ter sido provocada pelos seus seguidores imediatos, claramente alarmados diante da iminente fascistização promovida por Estaline. O fato de que Beria estivesse alheio à preparação deste novo expurgo fez com que ele fosse apresentado como possível autor intelectual do suposto assassinato de Estaline; o facto é, no entanto, que Estaline era idoso e que sua saúde, desde o final da Segunda Guerra Mundial, era precária; aqueles que tiveram contacto pessoal com ele nos seus últimos anos lembram-se do contraste entre sua imagem pública de ente semi-divino e sua aparência real, devastada pela idade. Simon Sebag Montefiore considera que, apesar de Estaline haver recebido assistência atrasada para o derrame que o vitimaria, a tecnologia médica da época nada poderia fazer por ele em termos terapêuticos.