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domingo, setembro 08, 2024

O Reino de Itália rendeu-se aos Aliados há 81 anos

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The Badoglio Proclamation was a speech read on Ente Italiano per le Audizioni Radiofoniche (EIAR) at 19:42 on 8 September 1943 by marshal Pietro Badoglio, Italian head of government, announcing that the Cassibile armistice between Italy and the Allies signed on 3 September had come into force. It followed a speech on Radio Algiers by U.S. General Dwight D. Eisenhower at 18:30 (17:30 Algerian time) also announcing the armistice.
 
Text
The Italian government, recognising the impossibility of continuing the unequal struggle against an overwhelming enemy force, in order to avoid further and graver disasters for the Nation, sought an armistice from general Eisenhower, commander-in-chief of the Anglo-American Allied forces. The request was granted. Consequently, all acts of hostility against the Anglo-American force by Italian forces must cease everywhere. But they may react to possible attacks from any other source.
 
Results

The abandonment of Rome by the military high command, the head of government Badoglio, King Victor Emmanuel III and the king's son, Crown Prince Umberto, their move towards Pescara then Brindisi, and above all the proclamation's use of a format which did not give the clauses of the armistice in a clearly comprehensible form (which was largely wrongly interpreted as meaning a complete end to the war) all led to confusion. This was particularly so among the Italian Armed Forces on all fronts, who remained unaware of the armistice's precise content and disbanded themselves. Over 600,000 Italian soldiers were captured by the German army and sent to various prisoner of war camps under the designation I.M.I. (internati militari italiani, or Italian Military Internees) in the weeks immediately after the announcement. More than half of all Italian soldiers laid down their arms and returned home (as referred to in the title of the 1960 film set at the time, Tutti a casa). The Italian and German high commands intercepted the Eisenhower broadcast first and so the Germans immediately put Operation Achse into effect to disarm their former allies and occupy the whole Italian Peninsula, on 9 September sinking the Italian battleship Roma, which had been ordered on the night of 8 September to sail with the entire Italian fleet to Malta in accordance with the armistice's clauses, under the cover-story of attacking the Allied forces landing at Salerno in Operation Baytown.

At the same time part of the Italian armed forces decided to remain loyal to the king, giving rise to the Italian resistance (one of whose first examples ended in the massacre of the 33rd Infantry Division "Acqui" on Cephalonia by the Germans) and part joined the free individuals, parties and movements such as the Brigata Maiella. Other branches, especially in the north, such as the Xª Flottiglia MAS, decided to remain loyal to fascist Italy and the Germans. Despite the proclamation, the Allies thwarted a massive and immediate release of Italian prisoners of war loyal to the Italian king and the Badoglio regime, to avoid their possibly rejoining the Fascist forces in northern Italy.

   
   

 

quinta-feira, agosto 22, 2024

O Brasil entrou na II Guerra Mundial há 82 anos


O Brasil, embora, na época, estivesse sendo comandado por um regime ditatorial favorável ao modelo fascista (o Estado Novo getulista) dos Países do Eixo, acabou participando da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) junto dos adversários destes, os Países Aliados. Em fevereiro de 1942, submarinos alemães e italianos iniciaram o torpedeamento de embarcações brasileiras no oceano Atlântico em represália à adesão do Brasil aos compromissos da Carta do Atlântico (que previa o alinhamento automático com qualquer nação do continente americano que fosse atacada por uma potência extracontinental), o que tornava sua neutralidade apenas teórica.

Durante o ano de 1942, em meio a incentivos económicos e pressão diplomática, os americanos instalaram bases aeronavais ao longo da costa Norte-Nordeste brasileira. Após meses do torpedeamento de navios mercantes brasileiros (21 submarinos alemães e dois italianos foram responsáveis pelo afundamento de 36 navios mercantes brasileiros, causando 1.691 náufragos e 1.074 mortes, o que foi o principal motivo que conduziu à declaração de guerra do Brasil à Alemanha e Itália) o povo vai às ruas e o Governo Brasileiro declara guerra à Alemanha nazi e à Itália fascista, em agosto de 1942.

Sendo, na época, um país com uma população maioritariamente analfabeta, vivendo no campo, com uma economia com foco principal voltado para exportação de commodities, uma política internacional tradicionalmente isolacionista com eventuais alinhamentos automáticos contra "perturbadores da ordem e do comércio internacionais", sem uma infraestrutura industrial-médico-educacional que pudesse servir de sustentação material e humana ao esforço de guerra que aquele conflito exigia, o Brasil não apenas se viu impedido de seguir uma linha de ação autónoma no conflito como encontrou dificuldades em assumir mesmo um modesto papel. A Força Expedicionária Brasileira, por exemplo, teve sua formação definida na Conferência do Potengi, logo após a Conferência de Casablanca, mas sua criação foi protelada por um ano, após a declaração de guerra.

Por fim, o seu envio para a frente de batalha foi iniciado somente em julho de 1944, quase dois anos após a declaração, tendo sido enviados cerca de 25.000 homens, de um total inicial previsto de 100.000. Mesmo com problemas na preparação e no envio, já na Itália, treinada e equipada pelos americanos, a Força Expedicionária Brasileira cumpriu as principais missões que lhe foram atribuídas pelo comando aliado. 

   

(...)  

    

A União Nacional dos Estudantes (UNE) organizou passeatas nas principais cidades brasileiras, exigindo a entrada do Brasil na guerra ao lado dos Aliados. Nessas passeatas era comum que alguns estudantes aparecessem fantasiados de Hitler, com o objetivo de ridicularizar o ditador nazi. Tais passeatas acabaram recebendo uma grande adesão popular, não só de estudantes universitários, mas de outros setores da população, os quais também exigiam a guerra. Foi o que bastou para forçar o relutante governo de Getúlio Vargas a entrar na guerra. Em 22 de agosto, após uma reunião ministerial, o Brasil declarava "estado de beligerância" à Alemanha nazi e à Itália fascista, formalizada através do Decreto-Lei nº 10.508, expedido no dia 31 daquele mês. 

   

sábado, maio 25, 2024

A Batalha de Dunquerque começou há 84 anos

A evacuação em Dunquerque

    
A Batalha de Dunquerque (em francês: Bataille de Dunkerque) foi uma batalha durante a Segunda Guerra Mundial que durou de 25 de maio a 4 de junho de 1940. Uma enorme força britânica e francesa ficou encurralada por uma divisão Panzer alemã a nordeste da França e entre o canal costeiro de Calais. Mais de 300.000 soldados aliados foram evacuados por via marítima.
   
História
Após a Guerra de Mentira, a Batalha de França começou a 11 de maio de 1940. As divisões alemãs blindadas avançaram rapidamente através da região das Ardenas movendo-se para norte. A leste as forças de infantaria alemãs invadiram e conquistaram os Países Baixos e avançaram rapidamente através da Bélgica, ficando as forças combinadas britânicas, francesas e belgas dividas em Armentières. As forças alemãs moveram-se então para norte para capturar Calais, cercando um grande número de soldados aliados contra a costa na fronteira franco-belga. Tornou-se de imediato claro para os britânicos que a batalha tinha sido perdida e que a pergunta agora era quantos soldados aliados podiam ser removidos num modo relativamente seguro para a Inglaterra antes da sua resistência a ser quebrada.
  
A 22 de maio começaram a preparação para a evacuação, com o nome de código Operação Dynamo, comandada a partir de Dover, pelo vice-almirante Bertram Ramsay. A intenção inicial era evacuar até cerca de 45.000 homens da Força Expedicionária Britânica em dois dias, mas em breve o objetivo foi alterado para resgatar 120.000 homens em cinco dias.
    

Cenas do resgate em Dunquerque
   
Evacuação de Dunquerque, Milagre de Dunquerque ou Operação Dínamo, foi uma notável operação militar da Segunda Guerra Mundial. Quase trezentos e quarenta mil soldados aliados foram evacuados sob intenso bombardeio, entre 26 de maio e 4 de junho, da cidade francesa de Dunquerque até a cidade inglesa de Dover. Um desastre decorrente da invasão da França pela forças nazis em 10 de maio de 1940, que avançou rapidamente devido a falta de efetiva resistência aliada.
Comandada pelo vice-almirante Bertram Ramsay, a intenção inicial era evacuar cerca de 45 mil homens da Força Expedicionária Britânica em dois dias, mas, em breve, o objetivo foi alterado para resgatar 120 mil homens em cinco dias.
Os exércitos britânicos, francês e belga, desdobrados ao longo de uma frente de 250 Km, curvados para dentro do Canal da Mancha, estavam cercados pelos alemães. E as tropas exaustas, empurradas constantemente para trás pelo Panzers inimigos, apertavam nervosamente as armas e esperavam em silencioso terror. A retirada era inevitável. De facto, na manhã de 26 de maio de 1940, Anthony Eden, Ministro da Guerra, havia autorizado um recuo geral para a costa, mas o General John Vereker, 6º Visconde de Gort, o franco e vigoroso Comandante-chefe da Força Expedicionária Britânica, na França, tinha as suas dúvidas.
A perspetiva da derrota viera com surpreendente e terrível rapidez. Durante oito meses, muitos dos 390.000 homens do exército de Lord Gort tinham desfrutado de uma boa vida. Iludidos de que a Linha Maginot, com seus 400 Km para o sul, era inexpugnável, haviam construído 400 casamatas de concreto armado, cavado trincheiras e fossos antitanques nos moldes semelhantes àqueles da Primeira Guerra Mundial, à espera dos alemães. Subitamente, em 10 de maio, dez divisões blindadas alemãs e 117 divisões de infantaria irromperam pela neutra Holanda, esmagando suas defesas, sucedendo-se o mesmo com a Bélgica e com o Luxemburgo, também neutros. Pouco depois sete divisões rompiam as linhas do exército francês em Sedan, atravessando facilmente as florestas e as colinas das Ardenas.
Os ingleses acorreram em socorro, atravessando a Bélgica com a expectativa de realização de grandes feitos, porém a campanha se revelou um pesadelo e a posição aliada se tornou insustentável.
A partir da ordem de Sir Eden, originou-se um deslocamento de tropas sem precedentes até então. Milhares de soldados, sob fogo cerrado das divisões alemães, deslocaram-se ao longo desta linha em direção ao mar. A retirada de um número tão grande de soldados e equipamentos era, por si só, uma tarefa monumental, sob ataque pesado do inimigo então era algo que se mostrava surreal. Acompanhando a esta movimentação estava a temível Luftwaffe em todo seu esplendor, que praticamente sem resistência no ar, bombardeava sem pudor nenhum as tropas em retirada.
    
O erro alemão
A retirada só foi efetivada devido a um erro estratégico, cuja motivação é desconhecida, sendo até hoje um mistério para os historiadores da Segunda Guerra Mundial.
A evacuação, mesmo de uma pequena parte da Força Expedicionária Britânica, constituiria um fato surpreendente, pois Dunquerque só se manteve graças a uma inexplicável reviravolta na estratégia alemã. Em 23 de maio, quando os seus tanques já se encontravam a 20 km de Dunquerque, o então General Gerd von Rundstedt, baixou um ordem : "Deter-se na linha do Canal A e instalar-se".
Ao contrário dos audazes comandantes das divisões Panzers, como Rommel, o prudente Rundstedt, de 65 anos, não aceitava o novo conceito no emprego de tanques. Mais de uma vez durante a Campanha das Ardenas, havia ordenado várias paragens, com receio de que as Divisões Blindadas se distanciassem muito das tropas de infantaria, que viriam logo atrás, para apoio e consolidação do terreno. Somado a isto, o seu entendimento era de que a planície pantanosa do Flandres não era propícia ao emprego de blindados, o que poderia atolar os Panzers e prejudicar o plano original, que era a ação sobre o coração da França.
Em 28 de maio, além das embarcações a ajudar na operação, foram chamados mais dez contratorpedeiros que tentaram naquela manhã uma nova operação de resgate. Vários milhares acabaram por ser resgatados, embora os contratorpedeiros não puderam se aproximar o necessário da praia. Outras operações de resgate no resto do dia 28 tiveram mais sucesso, tendo resgatado mais 16.000 homens, mas as operações aéreas alemãs aumentaram e várias embarcações foram afundadas ou bastante danificadas, incluindo nove contratorpedeiros. Durante a Operação Dínamo, a RAF perdeu 177 aviões e a Luftwaffe 132, sobre Dunquerque.
Em 29 de maio, a divisão Panzer alemã, que se aproximava, parou em Dunquerque, deixando assim o resto da batalha para a infantaria e força aérea. Na tarde do dia 30, um outro grande grupo de embarcações menores conseguiu resgatar 30 mil homens. No dia 31 de maio, as forças aliadas estavam comprimidas num espaço de 5 km desde De Panne, Bray-Dunes a Dunquerque; nesse dia mais de 68 mil soldados foram evacuados, e outros 10 mil, durante a noite. Em 1 de junho, outros 65.000 foram resgatados e as operações continuaram até 4 de junho.
Um total de cinco nações fizeram parte da evacuação de Dunquerque: Reino Unido, França, Bélgica, Países Baixos e Polónia.
   
Tropas evacuadas
Data   Nas praias   No porto de Dunquerque Total
27 maio - 7.669 7.669
28 maio 5.930 11.874 17.804
29 maio 13.752 33.558 47.310
30 maio 29.512 24.311 53.823
31 maio 22.942 45.072 68.014
1 junho 17.348 47.081 64.429
2 junho 6.695 19.561 26.256
3 junho 1.870 24.876 26.746
4 junho 622 25.553 26.175
Totais 98.780 239.446 338.226
   

segunda-feira, março 11, 2024

Rosevelt começou a ajudar os Aliados há 83 anos...

    
Lend-Lease (Direito Público 77-11) foi o programa através do qual os Estados Unidos da América forneceram, por empréstimo, ao Reino Unido, a União Soviética, China, França Livre e outras nações aliadas, armas e outros suprimentos, entre 1941 e 1945.

O programa foi assinado em lei em 11 de março de 1941, um ano e meio após a eclosão da Segunda Guerra Mundial na Europa, mas nove meses antes de os EUA entrarem na guerra, em dezembro de 1941. Formalmente intitulado "Um Ato Para promover ainda mais a Defesa dos Estados Unidos", a lei terminou a "pretensão" de neutralidade dos Estados Unidos.

Um total de US$ 50,1 mil milhões (equivalente a 647 mil milhões de dólares de hoje) no valor de suprimentos foram enviados: 31,4 mil milhões de dólares à Grã-Bretanha, 11,3 mil milhões de dólares para a União Soviética, US$ 3,2 mil milhões para a França, e US$ 1,6 mil milhões para a China. Nos termos do acordo, o material podia ser usado por essas nações sem pagamento até o momento da sua devolução ou destruição. Após a data de encerramento do programa, o material que não tinha sido destruído foi vendido à Grã-Bretanha com desconto como empréstimos de longo prazo dos Estados Unidos.

O Canadá realizou um programa semelhante, que enviou US$ 4,7 mil milhões em suprimentos para o Reino Unido e para a União Soviética.

Este programa foi um passo decisivo para o afastamento da política não-intervencionista, que tinha dominado as relações externas dos Estados Unidos desde o fim da Primeira Guerra Mundial, para uma participação internacional

 

sexta-feira, setembro 08, 2023

O Reino de Itália rendeu-se aos Aliados há oitenta anos

   
The Badoglio Proclamation was a speech read on Ente Italiano per le Audizioni Radiofoniche (EIAR) at 19:42 on 8 September 1943 by marshal Pietro Badoglio, Italian head of government, announcing that the Cassibile armistice between Italy and the Allies signed on 3 September had come into force. It followed a speech on Radio Algiers by U.S. General Dwight D. Eisenhower at 18:30 (17:30 Algerian time) also announcing the armistice.
 
Text
The Italian government, recognising the impossibility of continuing the unequal struggle against an overwhelming enemy force, in order to avoid further and graver disasters for the Nation, sought an armistice from general Eisenhower, commander-in-chief of the Anglo-American Allied forces. The request was granted. Consequently, all acts of hostility against the Anglo-American force by Italian forces must cease everywhere. But they may react to possible attacks from any other source.
 
Results

The abandonment of Rome by the military high command, the head of government Badoglio, King Victor Emmanuel III and the king's son, Crown Prince Umberto, their move towards Pescara then Brindisi, and above all the proclamation's use of a format which did not give the clauses of the armistice in a clearly comprehensible form (which was largely wrongly interpreted as meaning a complete end to the war) all led to confusion. This was particularly so among the Italian Armed Forces on all fronts, who remained unaware of the armistice's precise content and disbanded themselves. Over 600,000 Italian soldiers were captured by the German army and sent to various prisoner of war camps under the designation I.M.I. (internati militari italiani, or Italian Military Internees) in the weeks immediately after the announcement. More than half of all Italian soldiers laid down their arms and returned home (as referred to in the title of the 1960 film set at the time, Tutti a casa). The Italian and German high commands intercepted the Eisenhower broadcast first and so the Germans immediately put Operation Achse into effect to disarm their former allies and occupy the whole Italian Peninsula, on 9 September sinking the Italian battleship Roma, which had been ordered on the night of 8 September to sail with the entire Italian fleet to Malta in accordance with the armistice's clauses, under the cover-story of attacking the Allied forces landing at Salerno in Operation Baytown.

At the same time part of the Italian armed forces decided to remain loyal to the king, giving rise to the Italian resistance (one of whose first examples ended in the massacre of the 33rd Infantry Division "Acqui" on Cephalonia by the Germans) and part joined the free individuals, parties and movements such as the Brigata Maiella. Other branches, especially in the north, such as the Xª Flottiglia MAS, decided to remain loyal to fascist Italy and the Germans. Despite the proclamation, the Allies thwarted a massive and immediate release of Italian prisoners of war loyal to the Italian king and the Badoglio regime, to avoid their possibly rejoining the Fascist forces in northern Italy.

   
   

terça-feira, agosto 22, 2023

O Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial há 81 anos


O Brasil, embora, na época, estivesse sendo comandado por um regime ditatorial favorável ao modelo fascista (o Estado Novo getulista) dos Países do Eixo, acabou participando da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) junto dos adversários destes, os Países Aliados. Em fevereiro de 1942, submarinos alemães e italianos iniciaram o torpedeamento de embarcações brasileiras no oceano Atlântico em represália à adesão do Brasil aos compromissos da Carta do Atlântico (que previa o alinhamento automático com qualquer nação do continente americano que fosse atacada por uma potência extracontinental), o que tornava sua neutralidade apenas teórica.

Durante o ano de 1942, em meio a incentivos económicos e pressão diplomática, os americanos instalaram bases aeronavais ao longo da costa Norte-Nordeste brasileira. Após meses de torpedeamento de navios mercantes brasileiros (21 submarinos alemães e dois italianos foram responsáveis pelo afundamento de 36 navios mercantes brasileiros, causando 1.691 náufragos e 1.074 mortes, o que foi o principal motivo que conduziu à declaração de guerra do Brasil à Alemanha e Itália) o povo vai às ruas e o Governo Brasileiro declara guerra à Alemanha nazi e à Itália fascista, em agosto de 1942.

Sendo, na época, um país com uma população maioritariamente analfabeta, vivendo no campo, com uma economia com foco principal voltado para exportação de commodities, uma política internacional tradicionalmente isolacionista com eventuais alinhamentos automáticos contra "perturbadores da ordem e do comércio internacionais", sem uma infraestrutura industrial-médico-educacional que pudesse servir de sustentação material e humana ao esforço de guerra que aquele conflito exigia, o Brasil não apenas se viu impedido de seguir uma linha de ação autónoma no conflito como encontrou dificuldades em assumir mesmo um modesto papel. A Força Expedicionária Brasileira, por exemplo, teve sua formação definida na Conferência do Potengi, logo após a Conferência de Casablanca, mas sua criação foi protelada por um ano, após a declaração de guerra.

Por fim, o seu envio para a frente de batalha foi iniciado somente em julho de 1944, quase dois anos após a declaração, tendo sido enviados cerca de 25.000 homens, de um total inicial previsto de 100.000. Mesmo com problemas na preparação e no envio, já na Itália, treinada e equipada pelos americanos, a Força Expedicionária Brasileira cumpriu as principais missões que lhe foram atribuídas pelo comando aliado. 

   

(...)  

    

A União Nacional dos Estudantes (UNE) organizou passeatas nas principais cidades brasileiras, exigindo a entrada do Brasil na guerra ao lado dos Aliados. Nessas passeatas era comum que alguns estudantes aparecessem fantasiados de Hitler, com o objetivo de ridicularizar o ditador nazi. Tais passeatas acabaram recebendo uma grande adesão popular, não só de estudantes universitários, mas de outros setores da população, os quais também exigiam a guerra. Foi o que bastou para forçar o relutante governo de Getúlio Vargas a entrar na guerra. Em 22 de agosto, após uma reunião ministerial, o Brasil declarava "estado de beligerância" à Alemanha nazi e à Itália fascista, formalizada através do Decreto-Lei nº 10.508, expedido no dia 31 daquele mês. 

   

quinta-feira, maio 25, 2023

A Batalha de Dunquerque começou há 83 anos

 
A evacuação em Dunquerque
    
A Batalha de Dunquerque (em francês: Bataille de Dunkerque) foi uma batalha durante a Segunda Guerra Mundial que durou de 25 de maio a 4 de junho de 1940. Uma enorme força britânica e francesa ficou encurralada por uma divisão Panzer alemã a nordeste da França e entre o canal costeiro de Calais. Mais de 300.000 soldados aliados foram evacuados por via marítima.
   
História
Após a Guerra de Mentira, a Batalha de França começou a 11 de maio de 1940. As divisões alemãs blindadas avançaram rapidamente através da região das Ardenas movendo-se para norte. A leste as forças de infantaria alemãs invadiram e conquistaram os Países Baixos e avançaram rapidamente através da Bélgica, ficando as forças combinadas britânicas, francesas e belgas dividas em Armentières. As forças alemãs moveram-se então para norte para capturar Calais, cercando um grande número de soldados aliados contra a costa na fronteira franco-belga. Tornou-se de imediato claro para os britânicos que a batalha tinha sido perdida e que a pergunta agora era quantos soldados aliados podiam ser removidos num modo relativamente seguro para a Inglaterra antes da sua resistência a ser quebrada.
  
A 22 de maio começaram a preparação para a evacuação, com o nome de código Operação Dynamo, comandada a partir de Dover, pelo vice-almirante Bertram Ramsay. A intenção inicial era evacuar até cerca de 45.000 homens da Força Expedicionária Britânica em dois dias, mas em breve o objetivo foi alterado para resgatar 120.000 homens em cinco dias.
    

Cenas do resgate em Dunquerque
   
Evacuação de Dunquerque, Milagre de Dunquerque ou Operação Dínamo, foi uma notável operação militar da Segunda Guerra Mundial. Quase trezentos e quarenta mil soldados aliados foram evacuados sob intenso bombardeio, entre 26 de maio e 4 de junho, da cidade francesa de Dunquerque até a cidade inglesa de Dover. Um desastre decorrente da invasão da França pela forças nazis em 10 de maio de 1940, que avançou rapidamente devido a falta de efetiva resistência aliada.
Comandada pelo vice-almirante Bertram Ramsay, a intenção inicial era evacuar cerca de 45 mil homens da Força Expedicionária Britânica em dois dias, mas, em breve, o objetivo foi alterado para resgatar 120 mil homens em cinco dias.
Os exércitos britânicos, francês e belga, desdobrados ao longo de uma frente de 250 Km, curvados para dentro do Canal da Mancha, estavam cercados pelos alemães. E as tropas exaustas, empurradas constantemente para trás pelo Panzers inimigos, apertavam nervosamente as armas e esperavam em silencioso terror. A retirada era inevitável. De facto, na manhã de 26 de maio de 1940, Anthony Eden, Ministro da Guerra, havia autorizado um recuo geral para a costa, mas o General John Vereker, 6º Visconde de Gort, o franco e vigoroso Comandante-chefe da Força Expedicionária Britânica, na França, tinha as suas dúvidas.
A perspetiva da derrota viera com surpreendente e terrível rapidez. Durante oito meses, muitos dos 390.000 homens do exército de Lord Gort tinham desfrutado de uma boa vida. Iludidos de que a Linha Maginot, com seus 400 Km para o sul, era inexpugnável, haviam construído 400 casamatas de concreto armado, cavado trincheiras e fossos antitanques nos moldes semelhantes àqueles da Primeira Guerra Mundial, à espera dos alemães. Subitamente, em 10 de maio, dez divisões blindadas alemãs e 117 divisões de infantaria irromperam pela neutra Holanda, esmagando suas defesas, sucedendo-se o mesmo com a Bélgica e com o Luxemburgo, também neutros. Pouco depois sete divisões rompiam as linhas do exército francês em Sedan, atravessando facilmente as florestas e as colinas das Ardenas.
Os ingleses acorreram em socorro, atravessando a Bélgica com a expectativa de realização de grandes feitos, porém a campanha se revelou um pesadelo e a posição aliada se tornou insustentável.
A partir da ordem de Sir Eden, originou-se um deslocamento de tropas sem precedentes até então. Milhares de soldados, sob fogo cerrado das divisões alemães, deslocaram-se ao longo desta linha em direção ao mar. A retirada de um número tão grande de soldados e equipamentos era, por si só, uma tarefa monumental, sob ataque pesado do inimigo então era algo que se mostrava surreal. Acompanhando a esta movimentação estava a temível Luftwaffe em todo seu esplendor, que praticamente sem resistência no ar, bombardeava sem pudor nenhum as tropas em retirada.
    
O erro alemão
A retirada só foi efetivada devido a um erro estratégico, cuja motivação é desconhecida, sendo até hoje um mistério para os historiadores da Segunda Guerra Mundial.
A evacuação, mesmo de uma pequena parte da Força Expedicionária Britânica, constituiria um fato surpreendente, pois Dunquerque só se manteve graças a uma inexplicável reviravolta na estratégia alemã. Em 23 de maio, quando os seus tanques já se encontravam a 20 km de Dunquerque, o então General Gerd von Rundstedt, baixou um ordem : "Deter-se na linha do Canal A e instalar-se".
Ao contrário dos audazes comandantes das divisões Panzers, como Rommel, o prudente Rundstedt, de 65 anos, não aceitava o novo conceito no emprego de tanques. Mais de uma vez durante a Campanha das Ardenas, havia ordenado várias paragens, com receio de que as Divisões Blindadas se distanciassem muito das tropas de infantaria, que viriam logo atrás, para apoio e consolidação do terreno. Somado a isto, o seu entendimento era de que a planície pantanosa do Flandres não era propícia ao emprego de blindados, o que poderia atolar os Panzers e prejudicar o plano original, que era a ação sobre o coração da França.
Em 28 de maio, além das embarcações a ajudar na operação, foram chamados mais dez contratorpedeiros que tentaram naquela manhã uma nova operação de resgate. Vários milhares acabaram por ser resgatados, embora os contratorpedeiros não puderam se aproximar o necessário da praia. Outras operações de resgate no resto do dia 28 tiveram mais sucesso, tendo resgatado mais 16.000 homens, mas as operações aéreas alemãs aumentaram e várias embarcações foram afundadas ou bastante danificadas, incluindo nove contratorpedeiros. Durante a Operação Dínamo, a RAF perdeu 177 aviões e a Luftwaffe 132, sobre Dunquerque.
Em 29 de maio, a divisão Panzer alemã, que se aproximava, parou em Dunquerque, deixando assim o resto da batalha para a infantaria e força aérea. Na tarde do dia 30, um outro grande grupo de embarcações menores conseguiu resgatar 30 mil homens. No dia 31 de maio, as forças aliadas estavam comprimidas num espaço de 5 km desde De Panne, Bray-Dunes a Dunquerque; nesse dia mais de 68 mil soldados foram evacuados, e outros 10 mil, durante a noite. Em 1 de junho, outros 65.000 foram resgatados e as operações continuaram até 4 de junho.
Um total de cinco nações fizeram parte da evacuação de Dunquerque: Reino Unido, França, Bélgica, Países Baixos e Polónia.
   
Tropas evacuadas
Data   Nas praias   No porto de Dunquerque Total
27 maio - 7.669 7.669
28 maio 5.930 11.874 17.804
29 maio 13.752 33.558 47.310
30 maio 29.512 24.311 53.823
31 maio 22.942 45.072 68.014
1 junho 17.348 47.081 64.429
2 junho 6.695 19.561 26.256
3 junho 1.870 24.876 26.746
4 junho 622 25.553 26.175
Totais 98.780 239.446 338.226
   

sábado, março 11, 2023

Rosevelt começou a ajudar os Aliados há 82 anos - há fazer agora o mesmo com países vítimas de invasões...

    
Lend-Lease (Direito Público 77-11) foi o programa através do qual os Estados Unidos da América forneceram, por empréstimo, ao Reino Unido, a União Soviética, China, França Livre e outras nações aliadas, armas e outros suprimentos, entre 1941 e 1945.

O programa foi assinado em lei em 11 de março de 1941, um ano e meio após a eclosão da Segunda Guerra Mundial na Europa, mas nove meses antes de os EUA entrarem na guerra, em dezembro de 1941. Formalmente intitulado "Um Ato Para promover ainda mais a Defesa dos Estados Unidos", a lei terminou a "pretensão" de neutralidade dos Estados Unidos.

Um total de US$ 50,1 mil milhões (equivalente a 647 mil milhões de dólares de hoje) no valor de suprimentos foram enviados: 31,4 mil milhões de dólares à Grã-Bretanha, 11,3 mil milhões de dólares para a União Soviética, US$ 3,2 mil milhões para a França, e US$ 1,6 mil milhões para a China. Nos termos do acordo, o material podia ser usado por essas nações sem pagamento até o momento da sua devolução ou destruição. Após a data de encerramento do programa, o material que não tinha sido destruído foi vendido à Grã-Bretanha com desconto como empréstimos de longo prazo dos Estados Unidos.

O Canadá realizou um programa semelhante, que enviou US$ 4,7 mil milhões em suprimentos para o Reino Unido e para a União Soviética.

Este programa foi um passo decisivo para o afastamento da política não-intervencionista, que tinha dominado as relações externas dos Estados Unidos desde o fim da Primeira Guerra Mundial, para uma participação internacional

 

quinta-feira, setembro 08, 2022

O Reino de Itália rendeu-se há 79 anos

   
The Badoglio Proclamation was a speech read on Ente Italiano per le Audizioni Radiofoniche (EIAR) at 19:42 on 8 September 1943 by marshal Pietro Badoglio, Italian head of government, announcing that the Cassibile armistice between Italy and the Allies signed on 3 September had come into force. It followed a speech on Radio Algiers by U.S. General Dwight D. Eisenhower at 18:30 (17:30 Algerian time) also announcing the armistice.
   
   

segunda-feira, agosto 22, 2022

O Brasil entrou oficialmente, como beligerante dos Aliados, na Segunda Guerra Mundial há oitenta anos


O Brasil, embora, na época, estivesse sendo comandado por um regime ditatorial simpático ao modelo fascista (o Estado Novo getulista) dos Países do Eixo, acabou participando da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) junto aos adversários destes, os Países Aliados. Em fevereiro de 1942, submarinos alemães e italianos iniciaram o torpedeamento de embarcações brasileiras no oceano Atlântico em represália à adesão do Brasil aos compromissos da Carta do Atlântico (que previa o alinhamento automático com qualquer nação do continente americano que fosse atacada por uma potência extracontinental), o que tornava sua neutralidade apenas teórica.

Durante o ano de 1942, em meio a incentivos económicos e pressão diplomática, os americanos instalaram bases aeronavais ao longo da costa Norte-Nordeste brasileira. Após meses de torpedeamento de navios mercantes brasileiros (21 submarinos alemães e dois italianos foram responsáveis pelo afundamento de 36 navios mercantes brasileiros, causando 1 691 náufragos e 1 074 mortes, o que foi o principal motivo que conduziu à declaração de guerra do Brasil à Alemanha e Itália) o povo vai às ruas e o Governo Brasileiro declara guerra à Alemanha nazi e à Itália fascista, em agosto de 1942.

Sendo, na época, um país com uma população maioritariamente analfabeta, vivendo no campo, com uma economia com foco principal voltado para exportação de commodities, uma política internacional tradicionalmente isolacionista com eventuais alinhamentos automáticos contra "perturbadores da ordem e do comércio internacionais", sem uma infraestrutura industrial-médico-educacional que pudesse servir de sustentação material e humana ao esforço de guerra que aquele conflito exigia, o Brasil não apenas se viu impedido de seguir uma linha de ação autónoma no conflito como encontrou dificuldades em assumir mesmo um modesto papel. A Força Expedicionária Brasileira, por exemplo, teve sua formação definida na Conferência do Potengi, logo após a Conferência de Casablanca, mas sua criação foi protelada por um ano após a declaração de guerra.

Por fim, seu envio para a frente de batalha foi iniciado somente em julho de 1944, quase dois anos após a declaração. Tendo sido enviados cerca de 25 000 homens, de um total inicial previsto de 100 000. Mesmo com problemas na preparação e no envio, já na Itália, treinada e equipada pelos americanos, a Força Expedicionária Brasileira cumpriu as principais missões que lhe foram atribuídas pelo comando aliado. 

   

(...)  

    

A União Nacional dos Estudantes (UNE) organizou passeatas nas principais cidades brasileiras, exigindo a entrada do Brasil na guerra ao lado dos Aliados. Nessas passeatas era comum que alguns estudantes aparecessem fantasiados de Hitler, com o objetivo de ridicularizar o ditador nazi. Tais passeatas acabaram recebendo uma grande adesão popular, não só de estudantes universitários, mas de outros setores da população, os quais também exigiam a guerra. Foi o que bastou para forçar o relutante governo de Getúlio Vargas a entrar na guerra. Em 22 de agosto, após uma reunião ministerial, o Brasil declarava "estado de beligerância" à Alemanha nazi e à Itália fascista, formalizada através do Decreto-Lei nº 10.508, expedido no dia 31 daquele mês. 

   

in Wikipédia

quarta-feira, maio 25, 2022

A Batalha de Dunquerque começou há 82 anos

 A evacuação em Dunquerque
    
A Batalha de Dunquerque (em francês: Bataille de Dunkerque) foi uma batalha durante a Segunda Guerra Mundial que durou de 25 de maio a 4 de junho de 1940. Uma enorme força britânica e francesa ficou encurralada por uma divisão Panzer alemã a nordeste da França e entre o canal costeiro de Calais. Mais de 300.000 soldados aliados foram evacuados por via marítima.
   
História
Após a Guerra de Mentira, a Batalha de França começou a 11 de maio de 1940. As divisões alemãs blindadas avançaram rapidamente através da região das Ardenas movendo-se para norte. A leste as forças de infantaria alemãs invadiram e conquistaram os Países Baixos e avançaram rapidamente através da Bélgica, ficando as forças combinadas britânicas, francesas e belgas dividas em Armentières. As forças alemãs moveram-se então para norte para capturar Calais, cercando um grande número de soldados aliados contra a costa na fronteira franco-belga. Tornou-se de imediato claro para os britânicos que a batalha tinha sido perdida e que a pergunta agora era quantos soldados aliados podiam ser removidos num modo relativamente seguro para a Inglaterra antes da sua resistência a ser quebrada.
  
A 22 de maio começaram a preparação para a evacuação, com o nome de código Operação Dynamo, comandada a partir de Dover, pelo vice-almirante Bertram Ramsay. A intenção inicial era evacuar até cerca de 45.000 homens da Força Expedicionária Britânica em dois dias, mas em breve o objetivo foi alterado para resgatar 120.000 homens em cinco dias.
    
Cenas do resgate em Dunquerque
   
Evacuação de Dunquerque, Milagre de Dunquerque ou Operação Dínamo, foi uma notável operação militar da Segunda Guerra Mundial. Quase trezentos e quarenta mil soldados aliados foram evacuados sob intenso bombardeio, entre 26 de maio e 4 de junho, da cidade francesa de Dunquerque até a cidade inglesa de Dover. Um desastre decorrente da invasão da França pela forças nazis em 10 de maio de 1940, que avançou rapidamente devido a falta de efetiva resistência aliada.
Comandada pelo vice-almirante Bertram Ramsay, a intenção inicial era evacuar cerca de 45 mil homens da Força Expedicionária Britânica em dois dias, mas, em breve, o objetivo foi alterado para resgatar 120 mil homens em cinco dias.
Os exércitos britânicos, francês e belga, desdobrados ao longo de uma frente de 250 Km, curvados para dentro do Canal da Mancha, estavam cercados pelos alemães. E as tropas exaustas, empurradas constantemente para trás pelo Panzers inimigos, apertavam nervosamente as armas e esperavam em silencioso terror. A retirada era inevitável. De facto, na manhã de 26 de maio de 1940, Anthony Eden, Ministro da Guerra, havia autorizado um recuo geral para a costa, mas o General John Vereker, 6º Visconde de Gort, o franco e vigoroso Comandante-chefe da Força Expedicionária Britânica, na França, tinha as suas dúvidas.
A perspetiva da derrota viera com surpreendente e terrível rapidez. Durante oito meses, muitos dos 390.000 homens do exército de Lord Gort tinham desfrutado de uma boa vida. Iludidos de que a Linha Maginot, com seus 400 Km para o sul, era inexpugnável, haviam construído 400 casamatas de concreto armado, cavado trincheiras e fossos antitanques nos moldes semelhantes àqueles da Primeira Guerra Mundial, à espera dos alemães. Subitamente, em 10 de maio, dez divisões blindadas alemãs e 117 divisões de infantaria irromperam pela neutra Holanda, esmagando suas defesas, sucedendo-se o mesmo com a Bélgica e com o Luxemburgo, também neutros. Pouco depois sete divisões rompiam as linhas do exército francês em Sedan, atravessando facilmente as florestas e as colinas das Ardenas.
Os ingleses acorreram em socorro, atravessando a Bélgica com a expectativa de realização de grandes feitos, porém a campanha se revelou um pesadelo e a posição aliada se tornou insustentável.
A partir da ordem de Sir Eden, originou-se um deslocamento de tropas sem precedentes até então. Milhares de soldados, sob fogo cerrado das divisões alemães, deslocaram-se ao longo desta linha em direção ao mar. A retirada de um número tão grande de soldados e equipamentos era, por si só, uma tarefa monumental, sob ataque pesado do inimigo então era algo que se mostrava surreal. Acompanhando a esta movimentação estava a temível Luftwaffe em todo seu esplendor, que praticamente sem resistência no ar, bombardeava sem pudor nenhum as tropas em retirada.

    
O erro alemão
A retirada só foi efetivada devido a um erro estratégico, cuja motivação é desconhecida, sendo até hoje um mistério para os historiadores da Segunda Guerra Mundial.
A evacuação, mesmo de uma pequena parte da Força Expedicionária Britânica, constituiria um fato surpreendente, pois Dunquerque só se manteve graças a uma inexplicável reviravolta na estratégia alemã. Em 23 de maio, quando os seus tanques já se encontravam a 20 km de Dunquerque, o então General Gerd von Rundstedt, baixou um ordem : "Deter-se na linha do Canal A e instalar-se".
Ao contrário dos audazes comandantes das divisões Panzers, como Rommel, o prudente Rundstedt, de 65 anos, não aceitava o novo conceito no emprego de tanques. Mais de uma vez durante a Campanha das Ardenas, havia ordenado várias paragens, com receio de que as Divisões Blindadas se distanciassem muito das tropas de infantaria, que viriam logo atrás, para apoio e consolidação do terreno. Somado a isto, o seu entendimento era de que a planície pantanosa do Flandres não era propícia ao emprego de blindados, o que poderia atolar os Panzers e prejudicar o plano original, que era a ação sobre o coração da França.
Em 28 de maio, além das embarcações a ajudar na operação, foram chamados mais dez contratorpedeiros que tentaram naquela manhã uma nova operação de resgate. Vários milhares acabaram por ser resgatados, embora os contratorpedeiros não puderam se aproximar o necessário da praia. Outras operações de resgate no resto do dia 28 tiveram mais sucesso, tendo resgatado mais 16.000 homens, mas as operações aéreas alemãs aumentaram e várias embarcações foram afundadas ou bastante danificadas, incluindo nove contratorpedeiros. Durante a Operação Dínamo, a RAF perdeu 177 aviões e a Luftwaffe 132, sobre Dunquerque.
Em 29 de maio, a divisão Panzer alemã, que se aproximava, parou em Dunquerque, deixando assim o resto da batalha para a infantaria e força aérea. Na tarde do dia 30, um outro grande grupo de embarcações menores conseguiu resgatar 30 mil homens. No dia 31 de maio, as forças aliadas estavam comprimidas num espaço de 5 km desde De Panne, Bray-Dunes a Dunquerque; nesse dia mais de 68 mil soldados foram evacuados, e outros 10 mil, durante a noite. Em 1 de junho, outros 65.000 foram resgatados e as operações continuaram até 4 de junho.
Um total de cinco nações fizeram parte da evacuação de Dunquerque: Reino Unido, França, Bélgica, Países Baixos e Polónia.
   
Tropas evacuadas
Data   Nas praias   No porto de Dunquerque Total
27 maio - 7.669 7.669
28 maio 5.930 11.874 17.804
29 maio 13.752 33.558 47.310
30 maio 29.512 24.311 53.823
31 maio 22.942 45.072 68.014
1 junho 17.348 47.081 64.429
2 junho 6.695 19.561 26.256
3 junho 1.870 24.876 26.746
4 junho 622 25.553 26.175
Totais 98.780 239.446 338.226
   

sexta-feira, março 11, 2022

Empréstimo e arrendamento - Rosevelt começou a ajudar os inimigos do Eixo há 81 anos (Ucrânia, Ucrânia...)

    
Lend-Lease (Direito Público 77-11) foi o programa através do qual os Estados Unidos da América forneceram, por empréstimo, ao Reino Unido, a União Soviética, China, França Livre e outras nações aliadas, armas e outros suprimentos, entre 1941 e 1945.

O programa foi assinado em lei em 11 de março de 1941, um ano e meio após a eclosão da Segunda Guerra Mundial na Europa, mas nove meses antes de os EUA entrarem na guerra, em dezembro de 1941. Formalmente intitulado "Um Ato Para promover ainda mais a Defesa dos Estados Unidos", a lei terminou a "pretensão" de neutralidade dos Estados Unidos.

Um total de US$ 50,1 mil milhões (equivalente a 647 mil milhões de dólares de hoje) no valor de suprimentos foram enviados: 31,4 mil milhões de dólares à Grã-Bretanha, 11,3 mil milhões de dólares para a União Soviética, US$ 3,2 mil milhões para a França, e US$ 1,6 mil milhões para a China. Nos termos do acordo, o material podia ser usado por essas nações sem pagamento até o momento da sua devolução ou destruição. Após a data de encerramento do programa, o material que não tinha sido destruído foi vendido à Grã-Bretanha com desconto como empréstimos de longo prazo dos Estados Unidos.

O Canadá realizou um programa semelhante, que enviou US$ 4,7 mil milhões em suprimentos para o Reino Unido e para a União Soviética.

Este programa foi um passo decisivo para o afastamento da política não-intervencionista, que tinha dominado as relações externas dos Estados Unidos desde o fim da Primeira Guerra Mundial, para uma participação internacional