Guy Fawkes nasceu na cidade de York e converteu-se ao catolicismo aos dezasseis anos. Como soldado, era especialista em
explosivos. Por ser simpatizante dos
espanhóis, católicos, adotou também a versão
espanhola de seu nome
francês:
Guido.
Conspiração da Pólvora
A Conspiração da Pólvora foi um levamento liderado por
Robert Catesby,
que foi executado, assim como outros católicos insatisfeitos, cujas
atividades eram consideradas subversivas pois pretendiam restaurar o
poder temporal da Igreja Católica na Inglaterra. Foram, portanto,
duramente reprimidas durante o reinado de Jaime I, que era protestante.
Os conspiradores pretendiam explodir o Parlamento utilizando trinta e
seis barris de pólvora guardados sob o prédio durante uma sessão na
qual estariam presente o rei e todos os parlamentares. Guy Fawkes, como
especialista em explosivos, seria responsável pela detonação da pólvora.
Porém os conspiradores notaram que o ato poderia levar à morte de
diversos inocentes e defensores da causa católica. Assim, enviaram
avisos para que alguns deles mantivessem distância do parlamento no dia
do ataque. Para infelicidade dos conspiradores, um dos avisos chegou aos
ouvidos do rei, que ordenou uma revista ao Parlamento. Assim acabaram
encontrando Guy Fawkes, guardando a pólvora.
Capturado, Fawkes permaneceu resoluto e desafiante durante o seu
interrogatório, identificando-se como "John Johnson" e negando-se a
fornecer informações aos seus captores. Quando lhe perguntaram o motivo
de estar em posse de tanta pólvora, respondeu que a pólvora era "para
explodir todos vocês, desgraçados bêbados de
scotch de volta para as
montanhas sujas de onde vieram". Fawkes admitiu sua intenção de explodir
o parlamento e lamentou o seu fracasso. A sua coragem acabou por lhe dar uma certa
admiração por parte do rei, que o descreveu como "um homem de resolução
romana".
Essa admiração não evitou que o Rei ordenasse a sua tortura "de maneira
progressiva e planeada". Para a surpresa do torturador William Waad,
Fawkes inicialmente resistiu aos tormentos infligidos e não forneceu
informações significativas além de declarar "que rezava todo dia a Deus
para o avanço da fé católica e a salvação de sua alma podre".
Após mais de uma semana de tortura, Fawkes cedeu e entregou o nome de
oito conspiradores. A sua assinatura de confissão, que era pouco mais de
um risco ilegível, é indicio do sofrimento ao qual deve ter sido
submetido.
Fawkes e os demais conspiradores foram condenados à morte por
decapitação e depois serem estripados e esquartejados. Num último ato
de desafio, antes de ser conduzido ao local de execução, Fawkes conseguiu
se desenvencilhar dos guardas e pular de uma escada, quebrando o pescoço e
evitando assim a tortura. O seu corpo foi esquartejado e exposto
publicamente junto com o dos outros conspiradores.
Ainda nos dias de hoje o rei ou rainha vai até o parlamento apenas
uma vez ao ano para uma sessão especial, sendo mantida a tradição de se
revistar os subterrâneos do prédio, antes da sessão.
Uma tradição sardónica dá a Fawkes o título de ser "o único homem que entrou no parlamento com intenções honestas".
Na Inglaterra até hoje existe a tradição de celebrar no dia
5 de novembro
a
Noite das Fogueiras. Nesta noite bonecos com a imagem de Fawkes desfilam na rua, sendo agredidos, despedaçados e por fim queimados.
Manifestantes do grupo Anonymous utilizando máscaras de Guy Fawkes, do modelo apresentado na série V de Vingança