Primeiros anos
Regina Spektor nasceu em
Moscovo, ainda na extinta
União Soviética, numa família de músicos: o seu pai, um
fotógrafo, era também um
violinista amador, e a sua mãe era uma professora de música da Universidade de Música Russa (agora ela leciona em uma escola pública em
Mount Vernon, Nova Iorque).
Regina aprendeu a tocar piano praticando num piano
Petrof que a sua mãe havia herdado do seu avô. Ela também conviveu com a música de bandas de rock como
The Beatles, Queen e
The Moody Blues graças ao seu pai, que trouxe cassetes para a União Soviética. A família deixou o país em 1989, quando Regina tinha nove anos, durante o período da
perestroika, quando era permitido que os cidadãos
judeus emigrassem. Nessa ocasião, Regina teve que deixar o seu piano para trás. A importância dos estudos de piano fez com que seus pais pensassem duas vezes antes de sair do país, mas por razões políticas e religiosas decidiram fazê-lo.
Viajando primeiro para a Áustria e depois para a Itália, a sua família se estabeleceu no Bronx, em Nova Iorque, onde Regina se formou na SAR Academy, uma escola yeshiva de ensino secundário. Ela, depois, estudou dois anos na Frisch School e outros dois na Fair Lawn High School, onde terminou os seus estudos.
Regina no começo interessava-se apenas por música clássica, mas depois passou a interessar-se também por hip hop, rock, e punk.
Começando como compositora
Em Nova Iorque, Regina estudou piano clássico até aos 17 anos com Sonia Vargas - a qual o seu pai conheceu por meio do violinista Samuel Marder, marido de Vargas, uma professora da Escola de Música de Manhattan, onde foi declarada superdotada. Apesar da sua família não ter podido trazer o seu piano da Rússia, Regina achou um piano na cave da sua
Sinagoga, e também praticava em cima da mesa e outras superfícies.
Regina sempre fazia músicas em casa, mas passou a se interessar por um estilo mais formal de compor as suas músicas durante uma sua visita a
Israel, com o Instituto Nesiya, na adolescência, quando atraiu a atenção de outras crianças na viagem, devido às músicas que fez enquanto estava caminhando. Foi então que ela se deu conta de que tinha aptidão para compor músicas.
Depois dessa viagem ela viu o trabalho de
Joni Mitchell,
Ani DiFranco, e outros cantores-compositores, que encorajaram sua crença de que poderia fazer suas próprias músicas. Ela escreveu as sua primeiras músicas
a cappella por volta dos dezasseis anos e as suas primeiras músicas com voz e piano com quase dezoito.
Regina completou o programa de Composição de Estúdio de quatro anos do Conservatório de Música no Colégio Purchase em apenas três anos, recebendo a licenciatura em 2001. Nessa mesma época, ela trabalhou, por pouco tempo, numa quinta de reprodução de borboletas em Luck, Wisconsin, e estudou em
Tottenham,
Inglaterra, durante um semestre.
Ela gradualmente ganhou reconhecimento através das suas performances no cenário do antifolk na cidade de Nova Iorque, mais especificamente no East Village's Sidewalk Cafe, e também no Living Room, Tonic, Fez, o
Knitting Factory e a Galeria
CB. Ela vendeu CD's produzidos independentemente nas suas performances durante esse período:
11:11 (2001) e
Songs (2002).
Estilo
Regina disse que já criou mais de 700 músicas, mas raramente as escreve. Ela também nunca aspirou a escrever as músicas por si mesma, mas as músicas parecem apenas fluir por ela. As suas músicas normalmente não são
autobiográficas, mas sim baseadas em cenários e personagens criados na sua imaginação. As suas músicas mostram influências que incluem
folk,
punk, rock, judaica, russa,
hip hop,
jazz, e
música clássica. O seu estilo musical é comparável ao de
Tori Amos e
Fiona Apple, e o estilo vocal ao de
Björk. Regina diz que ela trabalha duro para assegurar que cada música tenha um estilo musical próprio, ao mesmo tempo em que tenta desenvolver um estilo distinto para sua música como um todo.
Regina possui um amplo alcance vocal e usa toda a extensão de sua voz. Ela também explora a variedade de diferentes e algo heterodoxas técnicas vocais, como versos contendo apenas barulhos e zunidos feitos por seus lábios, além de
Beatbox usado no meio de suas músicas. Também faz uso de técnicas musicais muito pouco utilizadas, como baquetas, batendo em uma cadeira ou no próprio piano para fazer o ritmo. Parte do seu estilo resulta do exagero de certos aspectos de vocalização. Ela também usa um forte sotaque de Nova Iorque em algumas palavras, que, diz ela, é devido a seu amor por Nova Iorque e a sua cultura.
As suas letras são igualmente elétricas, geralmente tomando forma de narrativas abstratas ou estudo de personagens em primeira pessoa, similar a
estórias curtas ou
vignettes. Regina geralmente canta em
inglês, embora algumas vezes inclui palavras ou versos em
latim,
russo,
francês e outras línguas em suas músicas. Algumas das letras de Regina Spektor incluem alusões à literatura, como
F. Scott Fitzgerald e
Ernest Hemingway em "Poor Little Rich Boy";
The Little Prince em "Baobabs",
Virginia Woolf e
Margaret Atwood em "Paris";
Ezra Pound e
William Shakespeare em "Pound of Flesh";
Boris Pasternak em "Après Moi";
Sansão e
Dalila em "Samson" e
O Rei Édipo em "Oedipus". Ela também usou um verso de "Califórnia" de Joni Mitchell na sua música "The Devil Came to Bethlehem". Os temas mais usados nas letras de Regina Spektor incluem amor, morte, religião (particularmente referências bíblicas e judaicas), vida na cidade (particularmente referências a Nova Iorque), e certas palavras chave recorrem em várias músicas diferentes, como referências a coveiros (originalmente Gravediggers), à "Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal" e o nome "Mary Ann". O uso de sátira é evidente em "Wasteside," que se refere ao clássico romance satírico dos autores soviéticos Ilf and Petrov,
The Twelve Chairs, que descreve uma cidade em que cada pessoa nasceu, teve seu cabelo cortado, e foi então mandada para o cemitério.
Nos seus primeiros álbuns, muitas das faixas tiveram uma produção com voz excessivamente seca, pouca reflexão acústica ou atraso (delay) adicionado. Entretanto, nos discos mais recentes, boa parte das faixas, particularmente em
Begin to Hope, têm maior ênfase na produção da música e contaram com instrumentos tradicionais do pop e rock. Regina disse que as gravações que mais impacto tiveram nela foram as de "bandas em cuja música se sentia realmente envolvida", especialmente falando de
The Beatles,
Bob Dylan,
Billie Holiday,
Radiohead,
Tom Waits, e
Frédéric Chopin como suas influências primárias.
Performances
O primeiro tour nacional foi acompanhando a banda
The Strokes, abrindo os seus shows no tour de 2003–2004
Room on Fire, ocasião em que ela e a banda gravaram a música "Modern Girls & Old Fashioned Men". A banda
Kings of Leon também abria os shows dos The Strokes, e eles convidaram Regina para abrir os seus próprios shows num tour na Europa logo de seguida. Em junho de 2005, Regina abriu o show da banda inglesa
Keane no seu tour norte americano do álbum
Hopes and Fears, onde se apresentou no
Radio City Music Hall no dia
7 de junho de
2005. No seu tour em 2006 do álbum
Begin to Hope, Regina se apresentou em dois shows no Teatro Town Hall em Nova Iorque nos dias 27 e 28 de setembro.
Subsequentemente, ela apareceu no
Late Night with Conan O'Brien(duas vezes),
The Tonight Show with Jay Leno (duas vezes),
Jimmy Kimmel Live,
Last Call with Carson Daly (cinco vezes),
Late Show with David Letterman,
CBS News Sunday Morning,
Good Morning America e
Rove Live na Austrália. Desde janeiro de 2005 que Regina se apresenta usando um piano Baldwin Baby Grand vermelho brilhante. Ela também toca uma guitarra semi-acústica Wildkat da
Epiphone.
Ainda que geralmente apresente apenas material próprio, Regina cantou os seus primeiros covers em 2005, com músicas de
Leonard Cohen e
Madonna, para o 2º Festival Anual de Música e Herança Judaica na
92nd Street Y em Nova Iorque. Em 2006 e 2007, Regina fez um tour pelos Estados Unidos e Europa, lotando muitos clubes e teatros. Ela também fez um
cover de
John Lennon da música "Real Love" no Centro de Arte e Performance Purchase, no dia
28 de março de
2007, num show beneficente para o conservatório de Música. Também em 2007, Regina gravou "Real Love" para o CD
Instant Karma: The Amnesty International Campaign to Save Darfur, que foi lançado em junho do mesmo ano. Em 2007, a música
On The Radio foi tema do casal Dona Vilma e Delegado Silva, no capítulo final de "
Malhação 2007". Ela também gravou uma nova música para a banda sonora do filme "
Crónicas de Nárnia: Príncipe Caspian" chamada "The Call" e, em agosto de 2008, Fidelity foi adicionada à banda sonora da novela Global "
A Favorita".
Discografia
Álbuns
- EP
- Live at Bull Moose EP (2005)
- Live in California 2006 EP (2007)
- Live from Soho EP (2009)
- Singles
- Carbon Monoxide (2006)
- Us (13 de Fevereiro, 2006)
- On The Radio, Pt1 (3 de Julho, 2006)
- On The Radio, Pt2 (3 de Julho, 2006)
- Fidelity (12 de Março, 2007)
- Better (2007)
- Laughing With (2009)
- Eet (2009)
- All The Rowboats (2012)
- Don't Leave Me(Ne Me Quitte Pas) (2012)
- How (2012)
Compilações
- Public Domain (2000)
- Mary Ann Meets the Gravediggers and Other Short Stories (2006)
- Instant Karma: The Amnesty International Campaign to Save Darfur (2007)
- Alan Glazen: PBS producer, picks Regina best of 2007 (2007)
- Malhação (Trilha Sonora) (2007)
- The Chronicles of Narnia: Prince Caspian (Trilha Sonora) (2008)
- A Favorita (Trilha Sonora) (2008)
- 500 Days of Summer (Trilha Sonora) (2009) "Us" - Regina Spektor
"Hero" - Regina Spektor
- Uma prova de amor (2009) "Better"
- Amor e outras drogas (2011) "Fidelity"
- "On The Radio" em Grey's Anatomy 2ª temporada episódio 24 "Break on Through" 2006
- "Fidelity" em Grey's Anatomy 3ª temporada episódio 12 "Six days" - Parte 2 2007
- Beastly (2011) "On the Radio"
- Don't Leave Me (Ne Me Quitte Pas) no último episódio de Weeds (2012)
- You've got time ' (banda sonora de Orange Is The New Black)(2013)
Participações