O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
Terra Pátria serás nossa, Mais este sol que te cobre, Serás nossa, Mãe pobre de gente pobre. O vento da nossa fúria Queime as searas roubadas; E na noite dos ladrões Haja frio, morte e espadas. Terra Pátria serás nossa Mais os vinhedos e os milhos, Serás nossa, Mãe que não esquece os filhos. Com morte, espadas e frio, Se a vida te não remir, Faremos da nossa carne As searas do porvir. Terra Pátria serás nossa, Livre e descoberta enfim, Serás nossa, Ou este sangue o teu fim. E se a loucura da sorte assim nos quiser perder, Abre os teus braços de morte E deixa-nos aquecer.
Arde um fulgor extinto no longe da tarde agoniada. Não me pesaria tanto a caminhada se, em lugar do dia, no seu extremo achasse a noite. Exacta e concisa é a claridade. Não mente à luz o que a noite ilude. Terrível destino o de quem é nocturno à luz solar. Não vos ponha em cuidado, porém, este meu penar: são palavras e não sangram.
Na adolescência, Anderson arranjou emprego como assistente de vendas numa loja de departamentos em Blackpool, e depois numa banca de jornal. Ele declararia mais tarde que foi lendo edições da Melody Maker e da New Musical Express durante os seus intervalos de almoço que lhe rendeu a inspiração de fazer parte de uma banda.
Em 1965, a banda passou a chamar-se John Evan Smash, comportando mais integrantes e que se separou após dois anos, época em que Andersou se mudou para Luton. Ali, conheceu o baterista Clive Bunker e o guitarrista e vocalista Mick Abrahams, do grupo de blues McGregor's Engine. Juntamente com Glenn Cornick,
baixista que conhecera por intermédio de John Evan, ele formou a
primeira encarnação de uma banda que se manteria durante mais de quatro
décadas: os Jethro Tull.
Já então Anderson abandonara a sua pretensão de tocar guitarra elétrica, supostamente por sentir que nunca seria "tão bom quanto Eric Clapton". Como relatado pelo próprio na introdução do vídeo Live at the Isle of Wight, ele trocou a sua guitarra por uma flauta, e após algumas semanas de prática concluiu que poderia manejar o instrumento bem, principalmente no rock e nos blues. A sua experiência na guitarra não foi desperdiçada, no entanto, pois ele continuou a tocar viola, utilizando-o como instrumento tanto melódico quanto rítmico. Com o progredir da sua carreira, Anderson foi adicionando saxofone, bandolim, teclados e outros instrumentos ao seu arsenal.
Como flautista, Anderson é autodidata e a sua principal influência foi Roland Kirk.
«Nas suas cavalarias alentejanas, à volta de alguma montaria aos lobos
ou aos castelhanos», se perdera (o futuro rei), em Veiros, pela filha de
Berbadão, Inês Pires Esteves, que amara, seduzira, trouxera para o convento de Santos, e de quem houvera um filho, Conde de Barcelos, depois Duque de Bragança, nascido aos 20 anos do pai: foi Afonso I de Bragança ou Afonso de Portugal (nascido em Veiros em 10 de agosto de 1377 e morto em 15 de dezembro de 1461, em Chaves, ali sepultado). Foi feito, em 30 de dezembro de 1442, Duque de Bragança, também 8° Conde de Barcelos e Conde de Ourém.
O primitivo património dos Bragança formou-se com bens e terras com que dotou a filha o condestável Nuno Álvares Pereira (1360-1431),
7° Conde de Barcelos. Foi o fundador da casa de Bragança. O senhorio e o
ducado de Bragança solicitou-os ao regente D. Pedro, por ocasião de
breve reconciliação entre ambos, que lhos concedeu no ano de 1442. Os descendentes foram Duques de Guimarães em 23 de novembro de 1470 e de Barcelos em 5 de agosto de 1562.
Na armada de Ceuta foi encarregado dos aprestos nas províncias de Estremadura e Entre Douro e Minho e capitão da capitania real. Do regresso de Ceuta, e pelos serviços, recebeu novas mercês de seu pai, João I de Portugal. Durante o reinado de D. Duarte I teve excelentes relações com o meio-irmão, mas não o conseguiu demover da trágica expedição a Tânger.
Depois da morte de Duarte I e durante a regência da sua viúva Leonor de Aragão e Pedro, irmão do falecido rei, não foram boas as relações entre Afonso e Pedro, chegando quase ao campo de batalha em Mesão Frio, nas margens do rio Douro, luta que foi evitada pelo conde de Ourém, filho de Afonso. Em 1442, este obteve do regente o senhorio e ducado de Bragança. Era o terceiro ducado de Portugal (os dois primeiros foram criados por João I para seus dois filhos: o de Coimbra para Pedro e o de Viseu para o Infante D. Henrique)
Depois da batalha de Alfarrobeira (1449), D. Afonso V concedeu ao Duque de Bragança outras importantísssimas mercês, e nove anos depois, quando partiu para África, deixou entregue ao duque o governo do reino na sua ausência.
O seu descendente na sexta geração, D. João II, 8° Duque de Bragança, viria a tornar-se D. João IV de Portugal, o nosso 21° Rei. Recorde-se que este título de Bragança foi criado em 1442 por Afonso V, sobrinho do 1º duque de Bragança.
Le mal dont j'ai souffert s'est enfui comme un rêve, Je n'en puis comparer le lontain souvenir Qu'à ces brouillards légers que l'aurore soulève Et qu'avec la rosée on voit s'évanouir. .............................................MUSSET
Meu anjo, escuta: quando junto à noite Perpassa a brisa pelo rosto teu, Como suspiro que um menino exala; Na voz da brisa quem murmura e fala Brando queixume, que tão triste cala No peito teu? Sou eu, sou eu, sou eu! Quando tu sentes lutuosa imagem D'aflito pranto com sombrio véu, Rasgado o peito por acerbas dores; Quem murcha as flores Do brando sonho? — Quem te pinta amores Dum puro céu? Sou eu, sou eu, sou eu! Se alguém te acorda do celeste arroubo, Na amenidade do silêncio teu, Quando tua alma noutros mundos erra, Se alguém descerra Ao lado teu Fraco suspiro que no peito encerra; Sou eu, sou eu, sou eu! Se alguém se aflige de te ver chorosa, Se alguém se alegra co'um sorriso teu, Se alguém suspira de te ver formosa O mar e a terra a enamorar e o céu; Se alguém definha Por amor teu, Sou eu, sou eu, sou eu! in Últimos Cantos (1851) - Gonçalves Dias
Imaginou entrevistas com Mata
Hari e Conan Doyle, enviou reportagens da "Rússia dos Sovietes" sem
nunca lá ter posto os pés, criou um dos primeiros detetives de gabinete
da literatura policial, deu forma a uma galeria interminável de heróis
de folhetim, fundou jornais, realizou filmes, previu, ao jeito de Júlio
Verne, como seriam Lisboa e o Porto no ano 2000.
Reinaldo Ferreira. R de realidade e F de ficção. Nasceu há um
século. Os 38 anos da sua breve passagem pelo mundo foram vividos à
beira do delírio, com a morfina a ajudar. Um tipógrafo distraído
inventou a alcunha que o iria consagrar: Repórter X.
Luís Miguel Queirós - Jornal PÚBLICO, 10 de agosto de 1997
Nascido no Brasil, filho de imigrantes portugueses, veio aos dois anos para Portugal. A família fixa-se em Cantanhede, mais precisamente na vila de Febres, onde o pai exercia medicina. Em 1933 muda-se para Coimbra, onde permanece durante quinze anos, a fim de prosseguir os estudos. Em 1941 ingressa na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde estabelece amizade com Joaquim Namorado, João Cochofel e Fernando Namora. Em 1947 licencia-se em Ciências Histórico-Filosóficas, instalando-se definitivamente em Lisboa, no ano seguinte. Periodicamente volta a Coimbra e à Gândara. Em 1949 casa-se com Ângela, jovem madeirense que conhecera nos bancos da Faculdade, sua companheira e futura colaboradora permanente.
Data de 1942
o seu primeiro livro de poemas, intitulado "Turismo", com ilustrações
de Fernando Namora e integrado na coleção poética de 10 volumes do
"Novo Cancioneiro", iniciativa coletiva que, em Coimbra, assinalava o
advento do movimento neo-realista. Porém, em 1937, já publicara em conjunto com Fernando Namora e Artur Varela, amigos de juventude, um pequeno livro de contos "Cabeças de Barro". Em 1943 publica o seu primeiro romance, "Casa na Duna", segundo volume da coleção dos Novos Prosadores (1943), editado pela Coimbra Editora. No ano de1944
surge o romance "Alcateia", que viria a ser apreendido pelo regime. No
entanto é desse mesmo ano a segunda edição de "Casa na Duna".
Em 1945
publica um novo livro de poesias, "Mãe Pobre". Os anos seguintes serão,
para Carlos de Oliveira, bem profícuos quanto à integração e afirmação
no grupo que veicula e auspera por um novo humanismo, com a
participação nas revistas Seara Nova e Vértice, além da colaboração no livro de Fernando Lopes Graça "Marchas, Danças e Canções", uma antologia de vários poetas, musicadas pelo maestro.
Em 1953 publica "Uma Abelha na Chuva", o seu quarto romance e, unanimemente reconhecido, uma das mais importantes obras da literatura portuguesa do séculoXX, tendo sido integrado no programa da disciplina de português no ensino secundário.
Em 1968 publica dois novos livros de poesia, "Sobre o Lado Esquerdo" e "Micropaisagem", e colabora com Fernando Lopes na adaptação de "Uma Abelha na Chuva". Em 1971 sai "O Aprendiz de Feiticeiro", coletânea de crónicas e artigos, e "Entre Duas Memórias", livro de poemas, que lhe vale o Prémio da Casa da Imprensa.
Em 1976
reúne toda a sua poesia em dois volumes, sob o título de "Trabalho
Poético", juntando aos seus poemas anteriores, os inéditos reunidos em
"Pastoral", publicado autonomamente no ano seguinte.
O seu último romance, "Finisterra", sai em 1978, tendo como fundo a paisagem gandaresa. A obra proporciona-lhe o Prémio Cidade de Lisboa, no ano seguinte.
Morre na sua casa em Lisboa, com 60 anos incompletos.
Foi pioneiro nos trabalhos sobre a ecologia e na disseminação da consciência social sobre os ecossistemas.
Filho do sociólogoHoward W. Odum. Uma de suas principais obras é o clássico Fundamentos da Ecologia (1953).
“
Por
muitos anos, eu tenho apontado que a Ecologia não é mais uma subdivisão
da Biologia, mas tem emergido de suas próprias raízes biológicas para
tornar-se uma disciplina separada que integra organismos, o ambiente
físico e os seres humanos.
Publicou a sua obra muitas vezes marcada pela vivência tropical
africana em Moçambique. Integrou o grupo de intelectuais locais.
Conviveu com muitos dos artistas, críticos literários e outros da capital
moçambicana, como Eugénio Lisboa, Carlos Adrião Rodrigues, Craveirinha,
António Quadros (pintor), etc. Como fotógrafo publicou um livro sobre a
Ilha de Moçambique (A Ilha de Próspero, 1972). Com António Quadros (pintor) fundou Os Cadernos de Caliban. Deixou Moçambique em 1975. A nacionalidade portuguesa não impediu que a sua alma fosse assumidamente africana.
Mas a sua desilusão pelos acontecimentos políticos estão expressos na
sua poesia publicada após a saída da sua terra. Tem colaboração
dispersa por vários jornais e revistas e publicou alguns livros.
Desempenhou funções de adido cultural na Embaixada Portuguesa em Londres.
Velho Colono
Sentado no banco cinzento
entre as alamedas sombreadas do parque.
Ali sentado só, àquela hora da tardinha,
ele e o tempo. O passado certamente,
que o futuro causa arrepios de inquietação.
Pois se tem o ar de ser já tão curto,
o futuro. Sós, ele e o passado,
os dois ali sentados no banco de cimento.
Há pássaros chilreando no arvoredo,
certamente. E, nas sombras mais densas
e frescas, namorados que se beijam
e se acariciam febrilmente. E crianças
rolando na relva e rindo tontamente.
Em redor há todo o mundo e a vida.
Ali está ele, ele e o passado,
sentados os dois no banco de frio cimento.
Ele a sombra e a névoa do olhar.
Ele, a bronquite e o latejar cansado
das artérias. Em volta os beijos húmidos,
as frescas gargalhadas, tintas de Outono
próximo na folhagem e o tempo.
O tempo que cada qual, a seu modo,
vai aproveitando.
Né Ladeiras, é o nome artístico da cantora portuguesa Maria de Nazaré de Azevedo Sobral Ladeiras (Porto, 10 de agosto de 1959).
Nasceu numa família com grandes afinidades com a música.
A mãe cantava em programas de rádio, o pai tocava viola e o avô
materno tocava guitarra portuguesa, braguesa, cavaquinho e instrumentos
de percussão. Com 6 anos participa no Festival dos Pequenos Cantores
da Figueira da Foz. Durante a sua adolescência integra vários
projetos musicais, entre os quais um duo acústico formado com uma
amiga da escola.
A sua carreira musical começou realmente com a fundação, em 1974, com diversos amigos, da Brigada Victor Jara, projeto no qual tocavam sobretudo música latino-americana tendo participado em diversas campanhas de animação cultural do MFA
(Movimento de Forças Armadas) e de trabalho voluntário. O interesse
do grupo pela música tradicional portuguesa só se manifesta nos
últimos meses de 1976, após realizarem diversos espetáculos pelo país
e aí "descobrirem" as potencialidades e qualidade da nossa tradição
musical.
Em 1977, na sequência de uma atuação na FIL
(Feira Internacional de Lisboa), mantêm contactos com a editora Mundo
Novo (associada à editorial Caminho), para a qual gravam, durante
dois dias, o álbum Eito Fora, que é editado nesse mesmo ano. Né Ladeiras interpreta, neste disco, um dos temas mais conhecidos, Marião com base num tradicional de Trás-os-Montes.
No ano seguinte, Né Ladeiras participa ainda nas gravações do segundo álbum da Brigada Victor Jara intitulado Tamborileiro. Em 1979, após se separar da Brigada, Né Ladeiras junta-se ao agrupamento Trovante, ainda antes de este alcançar sucesso, com o qual grava o single Toca a Reunir.
Na altura da gravidez do seu primeiro filho, Né Ladeiras fica em casa e é nessa altura que é convidada pelos Trovante que já andavam há muito tempo à procura de uma voz feminina. Fizeram alguns espetáculos e toda a preparação de Baile do Bosque. Quase todas as músicas da maqueta apresentada às editoras eram cantadas por Né Ladeiras.
O primeiro trabalho a solo de Né Ladeiras, Alhur, é editado em 1982 pela Valentim de Carvalho. O disco, um EP (ou máxi-single) composto por quatro temas da autoria de Miguel Esteves Cardoso (letras) e Né Ladeiras (músicas), regista a participação de Ricardo Camacho na produção e dos Heróis do Mar como músicos de estúdio. Alhur é um disco que fala de águas, desde as águas régias do pensamento às águas salgadas dos oceanos e das lágrimas.
Né Ladeiras retribuiu, nesse mesmo ano, a colaboração com os Heróis do Mar, participando no maxi-single de Amor, que se tornou um grande êxito comercial.
Colabora com Miguel Esteves Cardoso num duplo álbum intitulado Hotel Amen que não chega a ser gravado.
Em 1984 é editado pela Valentim de Carvalho o álbum, Sonho Azul,
com produção de Pedro Ayres Magalhães (membro dos Heróis do Mar e
futuro mentor dos Madredeus e Resistência), que também assina as letras e
partilha, com Né Ladeiras, a composição das músicas. O disco é
dedicado a todas as pessoas que fizeram do cinzento um "Sonho azul" e
ao filho Miguel. Dos oito temas, os que obtém maior notoriedade são: Sonho Azul, Em Coimbra Serei Tua e Tu e Eu.
Em 1988 integra o projeto Ana E Suas Irmãs, idealizado por Nuno
Rodrigues - seu colega na Banda do Casaco e então diretor da editora
Transmédia. O grupo concorre ao Festival RTP da Canção de 1988 com o
tema Nono Andar, sendo apresentado como um conjunto mistério. No
entanto, Né Ladeiras não participa no certame, colaborando apenas na
edição em single.
Em 1989 lança um álbum dedicado à atriz sueca Greta Garbo, Corsária,
fruto de um projeto de pesquisa, o que, aliás, é bem característico
do trabalho a solo de Né Ladeiras. A produção e arranjos estiveram a
cargo de Luís Cília.
As músicas são compostas por si, sendo as letras da autoria de Alma
Om. O disco não obtém uma grande divulgação, principalmente porque a
editora abre falência pouco tempo após a edição do disco.
Colabora igualmente com a rádio, outra das suas paixões, em rádios de Coimbra, Antena 1 e TSF. E, posteriormente, em resultado de algum desencantamento com a música, retira-se da atividade musical.
Entre janeiro de 1993 e outubro de 1994, Né Ladeiras grava, com produção de Luís Pedro Fonseca, o seu terceiro álbum, Traz-os-Montes,
uma produção da Almalusa com edição da EMI-Valentim de Carvalho, que
resulta de dois anos de pesquisa de material relacionado com a música e
a cultura tradicionais transmontanas (onde veio a descobrir raízes na
família), nomeadamente as recolhas efetuadas por Michel Giacometti e
por Jorge e Margot Dias. O disco recebeu o Prémio José Afonso.
A qualidade de temas como Çarandilheira e Beijai o Menino
fazem deste disco, que é a revisitação de temas tradicionais
transmontanos interpretados em mirandês, a sua obra-prima e um
dos melhores discos de sempre da música portuguesa.
No Natal de 1995 é editado o disco Espanta Espíritos, disco de natal idealizado e produzido por Manuel Faria (seu colega nos tempos dos Trovante),
no qual participam diversos artistas, entre os quais se destaca Né
Ladeiras que interpreta o tema "Estrela do Mar" com letra de João Monge e música de João Gil.
Em 1996 participa na compilação A Cantar com Xabarin, Vol. III e IV, proposta pelo programa da TV Galiza, com o tema Viva a Música! composto por Né Ladeiras e Bruno Candeias, no qual participam, nos coros, os seus filhos Eduardo e João.
No álbum-compilação A Voz e a Guitarra faz incluir o tema As Asas do brasileiro Chico César e uma nova versão de La Molinera que conta com a participação do guitarrista Pedro Jóia.
Durante a Expo '98 partilha Afinidades
com Chico César numa iniciativa que "desafia cantoras nacionais a
conceberem um espetáculo para o qual convidam um ou uma vocalista que
seja para elas uma referência." Os dois intérpretes participam
igualmente no programa Atlântico da RTP/TV Cultura.
Em 1999 inicia no Castelo de Montemor-o-Velho as gravações de um disco de cantares religiosos e pagãos com a produção de Hector Zazou. Nele participam músicos portuguesas como os Gaiteiros de Lisboa, Pedro Oliveira, João Nuno Represas, passando por um grupo de adufeiras do Paul e ainda a colaboração, em algumas faixas, de Brendan Perry, Ryuichi Sakamoto e John Cale.
Por divergências de reportório com o mítico produtor, Né Ladeiras
decide não continuar com as gravações e dá por finda a sua realização.
Meses mais tarde outros nomes são indicados para a produção do disco Tim Whelan e Hamilton Lee dos Transglobal Underground
e novos arranjos são elaborados pelos músicos britânicos. Apesar dos
esforços da cantora e dos novos produtores o álbum não chega a ser
gravado.
O álbum Da Minha Voz, de (2001), têm várias músicas do brasileiroChico César e teve lançamento no Brasil em espetáculos realizados em São Paulo, com a orquestra do Teatro Municipal de São Paulo e com o grupo Mawaca.
A imprensa brasileira teceu críticas positivas e elogiou, sobretudo, a
voz grave e segura de Né Ladeiras. O disco conta com a participação
de Ney Matogrosso, curiosamente cantando sozinho o tema "Sereia".
Ao mesmo tempo foi delineando outros projetos: um disco inspirado nas pinturas de Frida Kahlo e um outro disco de homenagem à escritora Isabelle Eberhardt (escritora convertida ao Islão, autora de "Escritos no Deserto") contando, para isso, com as letras de Tiago Torres da Silva.
Em 2016 lançou o CD "Outras vidas", dedicado a várias mulheres que
marcaram a sua vivência e a sua carreira como Avita, Greta Garbo, Frida
Khalo, Madre Teresa, Isabelle Eberhardt ou Violeta Parra. A música é
da própria e as letras têm assinatura de Tiago Torres da Silva tendo produção de Amadeu Magalhães.
Discos e prémios
A discografia de Né Ladeiras é composta por álbuns a solo, álbuns de
bandas de que fez parte, participações especiais em discos de outros
artistas e compilações, entre eles:
Jornal DIÁRIO DE NOTÍCIAS: 10º melhor disco de 1997: Todo este Céu; 60ª melhor canção do século: Sonho Azul; 18º melhor álbum de sempre: Traz-os-Montes; 4º Álbum do Ano (2001) – Escolha da redação e escolha dos leitores
Começou a cantar numa idade muito precoce, utilizando instrumentos de seu pai. Após a independência de Angola,
em 1975, representou Angola por várias vezes, viajando pela Polónia,
Checoslováquia, Cuba e União Soviética, no entanto, concluiu, com
relutância, que devido à instabilidade política, não havia um clima
propício para que os músicos se pudessem desenvolver e crescer e, após
uma visita a Portugal em 1982, decidiu não regressar.
Bastos considerava a sua música como reflexo da própria vida e suas
experiências, composta para elogiar a identidade nacional. Os seus
temas fazem um apelo à fraternidade universal. Ao longo dos seus 40 anos
de carreira em 2008 foi distinguido com um Diploma de Membro Fundador,
de 25 anos, da União dos Artistas e Compositores e um Prémio , em
1999, pela World Music. O jornal New York Times considerou, em 1999, o
seu disco Black Light uma das melhores obras da época.
Morreu no dia 10 de agosto de 2020, em Lisboa, aos 66 anos, vítima de um cancro.
Antônio Gonçalves Dias nasceu em 10 de agosto de 1823, no sítio Boa Vista, em terras de Jatobá (a 14 léguas de Caxias). Morreu aos 41 anos em um naufrágio do navio Ville Bologna, próximo do baixo de Atins, na baía de Cumã, município de Guimarães. Advogado de formação, é mais conhecido como poeta e etnógrafo, sendo relevante também para o teatro brasileiro, tendo escrito quatro peças. Teve também atuação importante como jornalista.
Era filho de uma união não oficializada entre um comerciante português com uma mestiça,
e estudou inicialmente por um ano com o professor José Joaquim de
Abreu, quando começou a trabalhar como caixeiro e a tratar da
escrituração da loja de seu pai, que veio a falecer em 1837.
Iniciou os seus estudos de latim, francês e filosofia em 1835 quando foi matriculado numa escola particular.
Foi estudar na Europa, em Portugal, onde, em 1838 terminou os estudos secundários e ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1840), retornando em 1845, após bacharelar-se. Mas antes de retornar, ainda em Coimbra, participou dos grupos medievalistas da Gazeta Literária e de O Trovador, compartilhando das ideias românticas de Almeida Garrett, Alexandre Herculano e António Feliciano de Castilho. Por se achar tanto tempo fora de sua pátria inspira-se para escrever a Canção do Exílio
e parte dos poemas de "Primeiros cantos" e "Segundos cantos"; o drama
Patkull; e "Beatriz de Cenci", depois rejeitado por sua condição de
texto "imoral" pelo Conservatório Dramático do Brasil. Foi ainda neste
período que escreveu fragmentos do romance biográfico "Memórias de
Agapito Goiaba", destruído depois pelo próprio poeta, por conter alusões
a pessoas ainda vivas.
No ano seguinte ao seu retorno conheceu aquela que seria a sua grande
musa inspiradora: Ana Amélia Ferreira Vale. Várias de suas peças
românticas, inclusive “Ainda uma vez — Adeus”
foram escritas para ela. Nesse mesmo ano ele viajou para o Rio de
Janeiro, então capital do Brasil, onde trabalhou como professor de História e Latim do Colégio Pedro II,
além de ter atuado como jornalista, contribuindo para diversos
periódicos: Jornal do Commercio, Gazeta Oficial, Correio da Tarde e
Sentinela da Monarquia, publicando crónicas, folhetins teatrais e
crítica literária.
Gonçalves Dias pediu Ana Amélia em casamento em 1852,
mas a família dela, em virtude da ascendência mestiça do escritor,
refutou veementemente o pedido. No mesmo ano retornou ao Rio de Janeiro,
onde casou-se com Olímpia da Costa. Logo depois foi nomeado oficial da
Secretaria dos Negócios Estrangeiros. Passou os quatro anos seguintes
na Europa realizando pesquisas em prol da educação nacional. Voltando
ao Brasil foi convidado a participar da Comissão Científica de
Exploração, pela qual viajou por quase todo o norte do país.
Voltou à Europa em 1862 para um tratamento de saúde. Não obtendo resultados retornou ao Brasil, em 1864, no navio Ville de Boulogne,
que naufragou na costa brasileira; salvaram-se todos, exceto o poeta,
que foi esquecido, agonizando no seu leito, e afogou-se. O acidente
ocorreu nos Baixos de Atins, perto de Tutóia, no Maranhão.
A sua obra enquadra-se no romantismo,
pois, à semelhança do que fizeram os seus correlegionários europeus,
procurou formar um sentimento nacionalista ao incorporar assuntos, povos
e paisagens brasileiras na literatura nacional. Ao lado de José de
Alencar, desenvolveu o indianismo. Pela sua importância na história da literatura brasileira, podemos dizer que Gonçalves Dias incorporou uma ideia de Brasil na literatura nacional.
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu´inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Cultivou também a poesia e colaborou em revistas e jornais científicos. Encontra-se colaboração da sua autoria na revista O Pantheon (1880 - 1881) e no semanário Branco e Negro (1896 - 1898).
Entre as suas obras contam-se: Os Argonautas; Ora Marítima; Lusitanos, Lígures e Celtas.
No museu da Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães, conserva-se uma grande parte dos objetos arqueológicos por si encontrados.
Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada! Supor o que dirá Tua boca velada É ouvir-te já. É ouvir-te melhor Do que o dirias. O que és não vem à flor Das caras e dos dias. Tu és melhor -- muito melhor!-- Do que tu. Não digas nada. Sê Alma do corpo nu Que do espelho se vê.