domingo, abril 21, 2013

Anthony Quinn nasceu há 98 anos

Anthony Quinn, nascido Antonio Rudolfo Oaxaca Quinn (Chihuahua, 21 de abril de 1915 - Boston, 3 de junho de 2001) foi um premiado ator norte-americano nascido no México.

Pai de treze filhos, naturalizou-se cidadão dos Estados Unidos nos anos 1940. Antes de iniciar sua carreira como ator trabalhou como talhante e boxer. Chegou também a estudar arquitetura. Ganhou o seu segundo Óscar por uma participação de apenas 8 minutos, tempo de todas as suas cenas em Sede de Viver. É o vencedor do Óscar que mais filmes fez ao lado de outros ganhadores do Óscar de actuação. Foram 46 no total, sendo 28 com atores vencedores do Óscar e 18 com atrizes vencedoras do prémio. Possui uma estrela no Passeio da Fama, localizado em 6251 Hollywood Boulevard.

Anthony Quinn talvez seja o ator que mais papéis diversificados fez, e caracterizou-se por representar personalidades famosas: foi Barrabás e o magnata grego Onassis. Dentre outros gregos que interpretou está talvez o seu papel mais carismático: Zorba. Outros gregos foram o pai de família problemático em "Um sonho de reis" e o combatente de "Canhões de Navarone". Foi esquimó (Sangue sobre a neve, 1960) e toureiro (Sangue e Areia, 1941).
No filme A Vigésima Quinta Hora, que demonstra o absurdo das ideias nazis, ele faz o papel de um romeno católico que foi preso como judeu, cigano, revoltoso e até como um dos modelos perfeitos da genética ariana. Ainda interpretou os papéis de índio norte-americano, mexicano condenado ao linchamento (Consciências Mortas) e mafioso italiano. A sua versatilidade em cena e a extensa carreira tornaram-no um dos maiores atores do cinema.

A Rainha Isabel II faz hoje 87 anos

A rainha Isabel II é também a chefe da Comunidade de Nações (Commonwealth), governante suprema da igreja da Inglaterra (também denominada Igreja Anglicana), comandante-em-chefe das Forças Armadas do Reino Unido, Lorde de Mann, Duque de Lancaster e Duque da Normandia; ela reina com esses títulos desde a morte de seu pai, o rei Jorge VI, em 6 de fevereiro de 1952. Atualmente é a chefe de Estado que está no poder há mais tempo na Europa, nas Américas, África e Oceânia, sendo a segunda no mundo, superada apenas pelo rei Rama IX da Tailândia. Isabel II é a mais velha monarca britânica de todos os tempos. O recorde pertencia à rainha Vitória, que viveu 81 anos, sete meses e 29 dias, vindo a falecer em 1901; um marco que a sua trineta alcançou no dia 20 de dezembro de 2007. Para superar sua trisavó, Vitória, no recorde do mais longo reinado, terá de reinar até 9 de setembro de 2015.
Cerca de 125 milhões de pessoas vivem em países onde o soberano do Reino Unido é o chefe de estado. Só no Reino Unido o seu reinado passou pelo governo de doze primeiros-ministros diferentes. Isabel II é casada com Filipe, Duque de Edimburgo, e é mãe do herdeiro ao trono, o Príncipe de Gales, Carlos. Foi a primeira monarca do Reino Unido a ter primeiros-ministros nascidos no seu reinado (Tony Blair e David Cameron).
Em 2009, foi considerada pela Forbes a 23ª mulher mais poderosa do planeta. Nos dois anos seguintes, nas listas compiladas novamente pela revista, atingiu a 41ª e 49ª posição, respectivamente.
Em 29 de dezembro de 2010 foi bisavó pela primeira vez, pois Peter Phillips - filho da princesa real, Ana - e a sua mulher, Autumn Kelly, foram pais de uma menina.
Aos 87 anos, Isabel II tem quatro filhos, oito netos e duas bisnetas.

Nina Simone morreu há 10 anos

Eunice Kathleen Waymon mais conhecida pelo seu nome artístico, Nina Simone (Tryon, 21 de fevereiro de 1933Carry-le-Rouet, 21 de abril de 2003) foi uma grande pianista, cantora e compositora americana. O nome artístico foi adotado aos 20 anos, para que pudesse cantar Blues, a "música do diabo", nos cabarés de Nova Iorque, Filadélfia e Atlantic City, escondida dos seus pais, que eram pastores metodistas. "Nina" veio de pequena ("little one") e "Simone" foi uma homenagem à grande atriz do cinema francês Simone Signoret, sua preferida.
Nina Simone, que quando jovem foi impedida de ingressar em um conservatório de música na Filadélfia, também se destacou e foi perseguida por abraçar publicamente todo tipo de combate ao racismo. O seu envolvimento era tal, que chegou a cantar no enterro do pacifista Martin Luther King. Casada com um polícia nova-iorquino, Nina também sofreu com a violência do marido, que a espancava. E tudo isso, dizia ela, que tinha acontecido, as portas tinham se fechado, por ser negra.
Depois de fracassar na tentativa de ser uma grande concertista clássica, Nina ficou algum tempo em Nova Yorque até ir para Atlantic City, e lá trabalhou como pianista num bar, onde foi obrigada a cantar para não perder o emprego, e tocar piano era o que ela fazia. Então ela tornou-se Nina Simone, como escolheu chamar-se naquela ocasião. Depois, cantou músicas hoje clássicas e imortalizou hits como "Aint Got No - I Got Life", "I Wish I Know How It Would Feel To Be Free", e "Here Comes The Sun", além de "My Baby Just Cares For Me" que gravou e apareceu num anúncio de um perfume francês.
Em um breve contacto com sua obra, aqueles que não conhecem percebem logo a diversidade de estilos pelos quais Nina Simone se aventurou, desde o gospel, passando pelo soul, blues, folk e jazz. Foi uma das primeiras artistas negras a ingressar na renomada Juilliard School of Music, em Nova Iorque. A sua canção “Mississippi Goddamn” tornou-se um hino dos ativistas dos direitos dos negros, e fala sobre o assassinato de quatro crianças negras numa igreja de Birmingham em 1963.
Nina esteve duas vezes no Brasil, gravou com Maria Bethania e o seu último show ocorreu, em 1997, no Metropolitan. Era uma intérprete visceral, compositora inspirada e tocava piano com energia e perfeição. Morreu, enquanto dormia, em Carry-le-Rouet, em 21 de abril de 2003.


sábado, abril 20, 2013

Joan Miró nasceu há 120 anos

Joan Miró, fotografia de Carl van Vechten, junho de 1936

Joan Miró i Ferrà (Barcelona, 20 de abril de 1893 - Palma de Maiorca, 25 de dezembro de 1983) foi um importante escultor e pintor surrealista catalão.
Quando jovem frequentou a Escola de Belas Artes da capital catalã e a Academia de Gali. Em 1919, depois de completar os seus estudos, visitou Paris, onde entrou em contacto com as tendências modernistas como os fauvismo e dadaísmo.
No início dos anos 20, conheceu o fundador do movimento em que trabalharia toda a vida, André Breton, entre outros artistas surrealistas. A pintura O Carnaval de Arlequim, 1924-25, e Maternidade, 1924, inauguraram uma linguagem cujos símbolos remetem a uma fantasia naïf, sem as profundezas das questões psicanalistas surrealistas. Participou na primeira exposição surrealista em 1925.
Em 1928, viajou para a Holanda, tendo pintado as duas obras Interiores holandeses I e Interiores holandeses II. Em 1937, trabalhou em pinturas-mural e, anos depois, em 1941, concebeu a sua mais conhecida e radiante obra: Números e constelações em amor com uma mulher. Mais tarde, em 1944, iniciou-se em cerâmica e escultura. Em suas obras, principalmente nas esculturas, utiliza materiais surpreendentes, como a sucata.
Três anos depois, rumou pela primeira vez aos Estados Unidos. Já nos anos seguintes; durante um período muito produtivo, trabalhou entre Paris e Barcelona.
No fim da sua vida reduziu os elementos de sua linguagem artística a pontos, linhas, alguns símbolos e reduziu a cor, passando a usar basicamente o branco e o preto, ficando esta ainda mais naïf.

Joan Miró nasceu em Barcelona, na Espanha, em 20 de abril de 1893. Mesmo com o pai insistindo em vê-lo formado, não completou os estudos. Frequentou uma escola comercial e trabalhou num escritório durante dois anos, até sofrer um esgotamento nervoso. Em 1912, quando tinha 19 anos, seus pais finalmente aprovaram que entrasse numa escola de arte em Barcelona. Estudou com Francisco Galí, que o apresentou às escolas de arte moderna de Paris, transmitiu-lhe sua paixão pelos afrescos de influência bizantina das igrejas da Catalunha e o introduziu à fantástica arquitetura de Antonio Gaudí. Algumas obras revelam grande espontaneidade, enquanto em outras se percebe a técnica feita com muito cuidado, e esse contraste também aparece em suas esculturas. Miró tornou-se mundialmente famoso e expôs seus trabalhos, inclusive ilustrações feitas para livros, em vários países. Em 1954, ganhou o prémio de gravura da Bienal de Veneza e, quatro anos mais tarde, o mural que realizou para o edifício da UNESCO em Paris ganhou o Prémio Internacional da Fundação Guggenheim. Em 1963, o Museu Nacional de Arte Moderna de Paris realizou uma exposição de toda a sua obra. Joan Miró morreu em Palma de Maiorca, Espanha, em 25 de dezembro de 1983.



Há três anos uma explosão da plataforma Deepwater Horizon provocou uma grande maré negra no Golfo do México

A explosão da plataforma Deepwater Horizon ocorreu no dia 20 de abril de 2010, no Golfo do México, nos Estados Unidos. O desastre consistiu na explosão da plataforma de petróleo semi-submersível Deepwater Horizon que pertence à Transocean e que estava sendo operada pela BP, afundando na quinta-feira seguinte à explosão, depois de ficar dois dias em chamas. Uma grande mancha de óleo espalhou-se e chegou à costa da Louisiana e a outros estados. Houve 17 trabalhadores que ficaram feridos e 11 faleceram.

A torre estava na fase final da perfuração de um poço, na qual se reforça com concreto o poço. Este é um processo delicado, pois há possibilidade de os fluidos do poço serem libertos descontroladamente. No dia 20 de abril de 2010 houve uma explosão na torre, e esta incendiou-se. Morreram onze pessoas em consequência deste acidente, 11 outros foram encontrados com vida. Sete trabalhadores foram evacuados para a estação aérea naval em Nova Orleães e levados para o hospital. Barcos de apoio lançaram água à torre numa infrutífera tentativa de extinguir as chamas. Deepwater Horizon afundou-se a 22 de abril de 2010, em águas de aproximadamente 1500 metros de profundidade, e os seus restos foram encontrados no leito marinho a aproximadamente 400 metros a noroeste do poço.
O derrame de petróleo resultante prejudicou o habitat de centenas de espécies de aves.

Imagem de satélite da NASA mostrando a mancha de óleo em 25 de abril de 2010

Blog a visitar - sugestão...

Uma ex-aluna minha, conjunto com duas colegas de turma, está a desenvolver um Blog que merece uma visita:

http://desenvolveoteumundo2013.blogspot.pt/

Parabéns às autoras, alunas na Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo (a Janice Raposo, que me aturou três anos, como professor de Ciências no Agrupamento de Escolas Dr. Correia Mateus, e às suas colegas Ana Miranda e Yana Shostak) e à sua professora (a Anabela Graça, que foi minha colega na Correia Mateus).

Há 14 anos dois jovens massacraram 13 pessoas na Escola de Columbine e suicidaram-se


O Memorial HOPE da Biblioteca de Columbine,  que substitui a biblioteca onde grande parte do massacre ocorreu

O Massacre de Columbine aconteceu em 20 de abril de 1999 no Condado de Jefferson, Colorado, Estados Unidos, no Instituto Columbine, onde os estudantes Eric Harris (aka ReB), de 18 anos, e Dylan Klebold (aka VoDkA), de 17 anos, atiraram em vários colegas e professores.

Eric Harris e Dylan Klebold eram aparentemente adolescentes típicos de um subúrbio americano de classe média alta que moravam em casas confortáveis (o pai de Klebold era geofísico e a mãe especialista em crianças deficientes).
Harris e Klebold deixaram uma nota, encontrada perto dos seus corpos: "Não culpem mais ninguém por nossos atos. É assim que queremos partir". Faltavam apenas 17 dias para o fim do ano letivo. Com 1.965 alunos, Columbine era uma escola tão boa que muitas famílias se mudaram para Littleton, perto de Denver, com o objetivo de matricular os filhos na escola, pois, em média, 82% de seus alunos são aceites em universidades (nos Estados Unidos não há exames, o que conta é o desempenho do aluno no ensino secundário). Columbine também se orgulhava de não registar casos de violência. O polícia de plantão limitava-se a multar alunos que estacionavam os carros nos lugares de professores e não havia, como nas escolas de Nova York, Los Angeles e Chicago, detectores de metais na entrada. Nas festas de formatura, os alunos costumavam aceitar o pedido dos pais para vedar bebidas alcoólicas. Columbine era famosa por ser conservadora e privilegiar os jogadores de equipas de futebol americano, basebol e basquetebol, sendo esse o rastilho da tragédia.

Harris e Klebold, ótimos alunos de boas famílias, não eram populares na escola. Preferiam os computadores aos desportos. Encontraram os seus amigos num grupo chamado a Máfia da Capa Preta. Ridicularizados pelos atletas, remoíam planos de vingança e extravasavam o seu ódio na Internet. Harris, principal cabeça por trás do ataque, tinha um website, já desativado, no qual colecionava suásticas e sinistros vídeos neonazis e até dava receitas para a fabricação de bombas. Em seu auto-retrato, escreveu: "Mato aqueles de quem não gosto, jogo fora o que não quero e destruo o que odeio". Já Klebold dizia que seu número pessoal era "420", possivelmente uma referência à data de nascimento de Hitler, 20 de abril.
Os diários dos jovens foram encontrados, mas ainda não se chegou a uma conclusão sobre o motivo do ataque. «Não eram rapazes comuns que foram importunados até retaliarem», escreveu o psicólogo Peter Langman no seu livro, "Why Kids Kill: Inside the Minds of School Shooters" ("Por que Crianças Matam: Dentro das Mentes dos Atiradores Escolares") «Não eram rapazes comuns que jogavam jogos de videojogos demais», «Não eram rapazes comuns que queriam apenas ser famosos», «Eles simplesmente não eram rapazes comuns», «Eram rapazes com problemas psicológicos sérios».
No seu diário Harris mostrava toda a sua revolta e seu "desejo de ser Deus", enquanto Klebold mostrava grande depressão:
Harris escreveu certa vez: "Eu me sinto como Deus, e gostaria que fosse assim, para que todos estivessem OFICIALMENTE abaixo de mim" Enquanto Klebold escreveu "Eu sou um deus, um deus da tristeza"
É dito que no dia do ataque, Harris usava uma camisola escrita Natural Selection (Selecção Natural) e Klebold uma escrita «Wrath» (Ira/Raiva).
A socióloga de Princeton, Katherine Newman, co-autora do livro de 2004, "Rampage: The Social Roots of School Shootings" ("Violência: As Raízes Sociais dos Tiroteios em Escolas"), disse que jovens como Harris e Klebold não eram solitários, eles apenas não eram aceites pelos colegas que importavam: «Obter atenção ao se tornar notório é melhor do que ser um fracassado».
Langman, cujo livro traça o perfil de 10 atiradores, incluindo Harris e Klebold, descobriu que nove sofriam de depressão e pensamentos suicidas, uma combinação "potencialmente perigosa", disse ele. «É difícil impedir um assassinato quando os assassinos não se importam em viver ou morrer. É como tentar deter um homem-bomba».

Eric Harris e Dylan Klebold conseguiram o seu arsenal comprando pela internet - duas caçadeiras, uma pistola semi-automática e uma arma de assalto de 9mm, acharam também na Internet a receita para fabricar as bombas. Um vizinho viu os dois, na segunda-feira, véspera do fuzilamento, partindo garrafas com um taco de basebol. Os cacos seriam usados como estilhaços nas bombas, e o vizinho não desconfiou de nada. Harris escreveu num diário os planos do ataque à escola. Um diagrama mostra como as armas seriam escondidas sob as longas capas de couro preto. Num exemplar do livro de formatura do colégio, Harris escreveu sobre as fotos, quem ia morrer e quem seria poupado: "Morto", "Morrendo" e "Salvo".
Até o final da semana pairava no ar a suspeita de que os atiradores tinham contado com a ajuda de cúmplices no ataque. Duvidando de que pudessem carregar sozinhos mais de 30 bombas para dentro do colégio, a polícia investigava outros membros da Máfia da Capa Preta. Entre a invasão da escola, às 11.30 da manhã, e a descoberta dos corpos pela polícia, às 04.00 da tarde, os cúmplices podem ter deixado o prédio misturados à multidão que conseguiu escapar. A equipe da SWAT ordenava que todos levassem as mãos à cabeça, mas não tinha como separar supostos atacantes de vítimas.
Centenas de alunos e um professor trancados nas salas, ouviam os tiros e explosões sem saber o que estava acontecendo. Muitos ligaram para casa pelos telemóveis, sussurrando, para pedir por socorro. Harris e Klebold acompanhavam tudo na TV da biblioteca, vendo a transmissão em direto do cerco à escola. No final, depois de meia hora de silêncio, a SWAT invadiu a biblioteca e encontrou os corpos dos dois cercados de outros, alguns irreconhecíveis. O sangue era tanto que a polícia divulgou a estimativa de 25 mortos. Só no dia seguinte, desativadas todas as bombas, pôde-se retirar e contar os corpos.

O sismólogo Charles Richter morreu há 28 anos

Charles Francis Richter (Hamilton, 26 de abril de 1900 - Pasadena, 20 de abril de 1985) foi um sismólogo norte-americano.
Richter ficou famoso ao criar, em colaboração com Beno Gutenberg, uma escala que quantifica a grandeza (energia libertada) pelos terremotos, que ele usou pela primeira vez em 1935. Richter e Gutenberg trabalhavam então no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech).

sexta-feira, abril 19, 2013

O Cerco de Waco terminou tragicamente há 20 anos

A sede de Monte Carmelo - renomeada "Rancho Apocalipse" - em chamas

O Cerco de Waco foi um cerco realizado pelo governo dos Estados Unidos, que começou em 28 de fevereiro de 1993, quando o Bureau of Alcohol, Tobacco, and Firearms tentou cumprir um mandado de busca na sede (denominada "Monte Carmelo" em função do lugar bíblico) do Ramo Davidiano, uma propriedade a 14 km de Waco, Texas. Um tiroteio resultou nas mortes de quatro agentes e seis seguidores de David Koresh. Seguiu-se um cerco de 51 dias, que terminou com em 19 de abril, quando um incêndio destruiu o conjunto. Setenta e seis pessoas (24 delas com nacionalidade britânica) faleceram no incêndio, assim como mais de 20 crianças, duas grávidas e o próprio Koresh.

(...)

O FBI pensou que os davidianos pudessem cometer suicídio coletivo, tal como aconteceu em Jonestown, onde 900 pessoas se mataram a pedido de seu líder, ainda que Koresh negasse repetidamente tais planos quando indagado pelos negociadores. Em função de os davidianos estarem fortemente armados, o FBI usou rifles de calibre .50 (12.7 mm) e veículos blindados (CEVs). A investida aconteceu em 19 de abril. Tanques inseriram bombas de gás lacrimogéneo através de buracos, para que os davidianos saíssem sem feri-los. Não se faria nenhum ataque armado a princípio e alto-falantes seria usados para dizer que não haveria ataque com armas e que não atirassem nos veículos. Quando vários davidianos atiraram, a resposta do FBI consistiu em aumentar a quantidade de gás.
Após mais de seis horas sem que os davidianos saíssem do edifício, buscando refúgio numa casamata interna ou usando máscaras de gás. O FBI diz que abriu grandes buracos para permitir a fuga.
Por volta do meio-dia, três focos de incêndio irromperam quase simultaneamente em partes diferentes do prédio. O governo sustenta que isso foi feito de forma deliberada pelos davidianos.[3][12] Os sobreviventes dizem que os focos começaram em função da ação - acidental ou deliberada - dos veículos blindados. Quando o fogo se espalhou, os davidianos foram impedidos de escapar, enquanto outros se recusaram a partir e ficaram encurralados. No total apenas 9 pessoas deixaram o edifício durante o incêndio.
Os davidianos restantes podem ter sido soterrados pelos destroços, sufocados pela fumaça ou recebido tiros. Muitos dos asfixiados morreram pela fumaça ou pela inalação de monóxido de carbono e outras causas enquanto o fogo tomava conta do edifício. Imagens foram transmitidas nacionalmente pela televisão. Ao todo, 75 morreram (50 adultos e 25 crianças com menos de 15 anos) e 9 sobreviveram ao fogo.

Manuel Bandeira nasceu há 127 anos

(imagem daqui)

Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho - Manuel Bandeira - nasceu em Recife, dia 19 de abril de 1886 e faleceu no Rio de Janeiro, em 13 de outubro de 1968 - foi um poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro.

Considera-se que Bandeira faça parte da geração de 22 da literatura moderna brasileira, sendo seu poema "Os Sapos" o abre-alas da Semana de Arte Moderna de 1922. Juntamente com escritores como João Cabral de Melo Neto, Paulo Freire, Gilberto Freyre e José Condé, representa o que há de melhor na produção literária do estado de Pernambuco.

Filho do engenheiro Manuel Carneiro de Sousa Bandeira e de sua esposa Francelina Ribeiro, era neto paterno de Antônio Herculano de Sousa Bandeira, advogado, professor da Faculdade de Direito do Recife e deputado geral na 12ª legislatura. Tendo dois tios reconhecidamente importantes, sendo um, João Carneiro de Sousa Bandeira, que foi advogado, professor de Direito e membro da Academia Brasileira de Letras e o outro, Antônio Herculano de Sousa Bandeira Filho, que era o irmão mais velho do engenheiro Sousa Bandeira e foi advogado, procurador da coroa, autor de expressiva obra jurídica e foi também Presidente da Províncias da Paraíba e de Mato Grosso.

Seu avô materno era Antônio José da Costa Ribeiro, advogado e político, deputado geral na 12ª legislatura. Costa Ribeiro era o avô citado em Evocação do Recife. Sua casa na rua da União é referida no poema como "a casa de meu avô". No Rio de Janeiro, para onde viajou com a família, em função da profissão do pai, engenheiro civil do Ministério da Viação, estudou no Colégio Pedro II (Ginásio Nacional, como o chamaram os primeiros republicanos) foi aluno de Silva Ramos, de José Veríssimo e de João Ribeiro, e teve como condiscípulos Álvaro Ferdinando Sousa da Silveira, Antenor Nascentes, Castro Menezes, Lopes da Costa, Artur Moses.

Em 1904 terminou o curso de Humanidades e foi para São Paulo, onde iniciou o curso de arquitetura na Escola Politécnica de São Paulo, que interrompeu por causa da tuberculose. Para se tratar buscou repouso em Campos do Jordão, Campanha e outras localidades de clima mais ameno. Com a ajuda do pai que reuniu todas as economias da família foi para Suíça, onde esteve no Sanatório de Clavadel.

Manuel Bandeira faleceu no dia 13 de outubro de1968 com hemorragia gástrica aos 82 anos de idade, no Rio de Janeiro, e foi sepultado no mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.


Auto-Retrato

Provinciano que nunca soube
Escolher bem uma gravata;
Pernambucano a quem repugna
A faca do pernambucano;
Poeta ruim que na arte da prosa
Envelheceu na infância da arte,
E até mesmo escrevendo crônicas
Ficou cronista de província;
Arquiteto falhado, músico
Falhado (engoliu um dia
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou filosofia;
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
E em matéria de profissão
Um tísico profissional.



Manuel Bandeira

Há 18 anos um atentado matou 168 pessoas em Oklahoma City


O edifício Alfred P. Murrah, dois dias depois do atentado


O Atentado de Oklahoma City, foi um ataque terrorista perpetrado pelo americano Timothy McVeigh, em 19 de abril de 1995 em Oklahoma City, que teve como alvo o Edifício Federal Alfred P. Murrah. Foram mortos 168 pessoas e houve mais de 500 feridos. Foi o maior atentado nos Estados Unidos desde a explosão em 1993 de outro carro-bomba, no World Trade Center, em Nova York. Desde então passou a ser considerado o maior realizado, até aos ataques de 11 de Setembro de 2001, o pior ocorrido em solo americano.
Diversos fatores externos influíram em McVeigh para que usasse camião bomba em frente ao antes citado edifício. Entre eles cabe mencionar a tragédia de Ruby Ridge (1992) e o massacre de membros do Ramo Davidiano em Waco, no Texas (1993), conhecido como o Cerco de Waco.
A explosão destruiu completamente a fachada e muitos pisos do edifício, no entanto, não conseguiu derrubá-lo em sua totalidade. A bomba utilizada no atentado foi fabricada por McVeigh e Terry Nichols.
 
Às 09.02 horas de quarta-feira, dia 19 de abril de 1995, na rua em frente ao edifício federal Alfred P. Murrah, McVeigh estacionou um camião Ryder que continha cerca de 2.300 kg de explosivos caseiros. A bomba era composta de nitrato amónico misturado com combustível, e nitrometano, um combustível altamente volátil; a esta mistura é conhecida como ANFO (por suas siglas em inglês: amonium nitrate, fuel oil). Os efeitos da explosão foram sentidos até Puente Creek, a uma distância de cerca de 50 km.
Noventa minutos depois da explosão, Timothy McVeigh, um veterano da Guerra do Golfo, foi preso enquanto viajava para norte de Oklahoma City por conduzir um veículo sem matrícula de circulação, e foi associado ao atentado.
 

quinta-feira, abril 18, 2013

Há 30 anos ocorreu um atentado terrorista contra Embaixada dos USA em Beirute

O ataque à embaixada dos Estados Unidos no Líbano foi um atentado terrorista contra Embaixada dos Estados Unidos da América na capital libanesa, Beirute, que ocorreu em 18 de abril de 1983. Matou mais de 60 pessoas, a maioria dos quais eram membros do pessoal da embaixada, bem como fuzileiros e marinheiros. Foi o mais mortífero ataque a uma missão diplomática dos USA até à data, e é visto por alguns analistas como o início de uma série de ataques contra os Estados Unidos por grupos fundamentalistas islâmicos.
A organização fundamentalista islâmica Hezbollah, às vezes descrita como um grupo que vive na sombra, assumiu a responsabilidade pela explosão, com uma mensagem "prometendo não permitir que somente um norte-americano se mantivesse em solo libanês ... o que significa cada centímetro de território libanês ...”.
O ataque foi uma das mais desagradáveis consequências da intervenção da Força Multinacional do Líbano, que era formada por algumas potências ocidentais, incluindo os Estados Unidos da América e França, e que tentou restabelecer a ordem e a autoridade do governo central, depois da eclosão da Guerra Civil Libanesa em 1975. Este ataque ocorreu em apenas quatro anos após a Revolução Iraniana (que ocorreu em 1979) e que foi em particular anti-americana (e anti-ocidental em geral) e também na sequência do massacre de palestinianos nos campos de refugiados de Sabra e Chatila, realizado pelas milícias cristãs maronitas libanesas.

O músico polaco Henryk Melcer-Szczawiński morreu há 85 anos

Henryk Melcer-Szczawiński (Kalisz, 21 de setembro de 1869 - Varsóvia, 18 de abril de 1928) foi um pianista, compositor, regente e professor polaco.
Melcer estudou matemática na Universidade de Varsóvia e música no Instituto de Música de Varsóvia. Continuou os seus estudos em Viena, onde foi aluno de Theodor Leschetizky.
É autor de dois concertos para piano e orquestra, onde a influência de Brahms é evidente. Outras suas composições incluem uma sinfonia, alguma música de câmara, canções, peças para piano, e duas óperas, uma delas incompleta.


O padre e músico brasileiro José Maurício Nunes Garcia morreu há 183 anos

O padre José Maurício Nunes Garcia (Rio de Janeiro, 22 de setembro de 1767 - 18 de abril de 1830) foi um compositor brasileiro de música sacra que viveu a transição entre o Brasil Colónia e o Brasil Império. É considerado um dos maiores compositores das Américas de seu tempo.
Nunes Garcia era um religioso, mas conhecedor das ideias iluministas, compositor, regente, virtuoso do órgão e do cravo, professor de renome, autor de modinhas e, por fim, mestre-de-capela da da cidade (posto mais importante para um músico no Brasil Colónia).
De origem humilde, sua história está entrelaçada com factos marcantes da história brasileira. No começo do século XIX, o músico mulato atinge estatura intelectual e herda um legado precioso de compositores, mulatos-livres que alcançaram prestígio com a música, como Francisco Gomes da Rocha, Marcos Coelho Neto, Ignácio Parreiras Neves e José Joaquim Emérico Lobo de Mesquita. No final do século XVII torna-se aluno do poeta e bacharel Silva Alvarenga, um dos fundadores da Sociedade Literária, difusora das ideias do Iluminismo. É assim que José Maurício busca o único caminho para o exercício da profissão de músico à época: tornar-se padre.

Biografia
José Maurício era filho de Apolinário Nunes Garcia e Victória Maria da Cruz. Ele, da Ilha de Paquetá, filho de escrava. Ela, também filha de uma escrava da Guiné, que veio para o Rio de Janeiro acompanhando o seu "senhor". Aí se conheceram, ambos "pardos forros" (como se chamavam os filhos livres de escravos) e casaram-se na Igreja de Santa Rita de Cássia. Desde cedo revela talento para a música. Aos 16 anos compõe a sua primeira obra, uma antífona para a Catedral e Sé do Rio de Janeiro: Tota pulcra es Maria (1783).
A sua trajetória, entretanto, não foi tranquila. O músico nasceu na Rua da Vala, caminho para o Valolongo - mercado de escravos do Rio de Janeiro (1767). Aos seis anos perde o pai e passa a ser criado pela mãe com a ajuda de uma tia. As duas mulheres, lavadeiras, percebem o interesse do menino para a música e trabalham o dobro para custear as aulas particulares com o professor Salvador José de Almeida Faria, músico mineiro que trazia na bagagem toda a tradição clássica setecentista. Em 1792, o neto de escravos é ordenado padre e, em 1798 torna-se mestre-de-capela da Catedral do Rio de Janeiro. Como mestre-de-capela, Padre José Maurício Nunes Garcia compunha novas obras e dirigia os músicos e cantores nas cerimónias da Sé, além de atuar ele mesmo como organista.
Em 1808, a chegada da Família Real Portuguesa, além de transformar a cidade do Rio de Janeiro, influi diretamente na vida do compositor. A cidade passa a ser a sede administrativa da corte: ganha a Biblioteca Nacional, a Imprensa Régia, o Jardim Botânico, a Academia de Belas Artes e o Museu Nacional e, o mais importante para o Nunes Garcia, a Capela Real que passa a receber músicos de toda a Europa. O Príncipe-Regente D. João VI, grande admirador de música, nomeia o padre José Maurício mestre da Capela Real, recém-criada nos moldes da que existia na corte lisboeta e formada por músicos locais e europeus. A Capela Real funcionava na Igreja do Carmo da cidade, que passou a ser também a catedral.
O período entre 1808 e 1811 é o mais produtivo de Nunes Garcia, durante o qual ele compõe cerca de setenta obras. Em 1809, D. João VI condecora-o com o Hábito da Ordem de Cristo, sinal da grande estima que tinha pelo músico. Não escapou porém do preconceito de alguns membros da corte, que se referiam à sua cor de pele como um "defeito visível".
Em 1811 chega à corte Marcos Portugal, o compositor português mais célebre do seu tempo, que tinha suas obras apresentadas por toda a Europa de então. A fama do recém-chegado leva D. João VI a pôr Marcos Portugal à frente da Capela Real, substituindo Nunes Garcia. O brasileiro continua, porém, a ser custeado pelo governo e a compor esporadicamente novas obras para a Capela Real.
Em 1816 dirige na Igreja da Ordem Terceira do Carmo um Requiem, de sua autoria, em homenagem à rainha portuguesa D. Maria I, morta naquele ano no Rio. Em 1816 chega à corte o compositor austríaco Sigismund Neukomm, que estabelece uma grande amizade com o brasileiro. Mais tarde Nunes Garcia dirige as estreias brasileiras do Requiem de Mozart (1819) e de A Criação de Haydn (1821).
O empobrecimento da vida cultural após o retorno de D. João VI a Portugal e a crise financeira depois da Independência do Brasil (1822) causaram uma diminuição da atividade de Nunes Garcia, agravada pelas más condições de saúde do compositor. Em 1826 compôs a sua última obra, a Missa de Santa Cecília, para a irmandade de mesmo nome. Morreu em 18 de abril de 1830. Apesar de ser padre, teve cinco filhos, dos quais reconheceu um.

Contexto musical
O padre José Maurício floresceu numa época crítica para a história brasileira. O Rio de Janeiro, pouco antes da chegada da corte portuguesa, culturalmente em nada se distinguia dos demais grandes centros nacionais - Salvador, Recife, Minas Gerais, São Paulo. A presença real no Rio mudou esta situação radicalmente e de improviso, atraindo todas as atenções e passando a ser o centro de irradiação de estéticas novas, nomeadamente o neoclassicismo, com o abandono da tradição barroca que até então continuava a exercer grande influência em todo país. É certo que esta tradição ancestral não feneceu imediatamente, mas, dali em diante, o patrocínio oficial à vertente neoclássica foi o golpe mortal nela infligido, e do Rio irradiou-se uma visão diferente que aos poucos dominaria em todo o território, em particular pela atuação da Missão Francesa e de outros artistas que chegaram da Europa.
José Maurício tinha luzes surpreendentes para alguém de sua origem e condição social. Pobre, mulato, perdendo o pai cedo e sendo educado com grande dificuldade, até hoje não se sabe exatamente como conseguiu adquirir a cultura que seus primeiros biógrafos reiteradamente alegam ter-lhe pertencido. O seu progresso na Igreja foi muito rápido, a ponto de ser dispensado de formalidades e pré-requisitos, onde a ascendência de sangue escravo era um estorvo considerável para uma carreira eclesiástica e mesmo mundana bem sucedida, naquela sociedade escravocrata e preconceituosa. Mais tarde foi indicado Pregador Régio da Capela Real, e o bispo seu superior declarou que ele era um dos mais ilustrados sacerdotes de sua diocese.
Antes do período cortesão suas composições se ressentem da escassez de recursos humanos e técnicos do ambiente, a diversas peças suas traem a indisponibilidade de instrumentistas, forçando-o a adotar soluções fora da ortodoxia, como acompanhamentos reduzidos ao órgão, ou às madeiras. Durante bastante tempo as aulas de teoria e prática musical que ministrava tinham de ser realizadas apenas com a viola de arame, não podendo contar sequer com um cravo ou pianoforte.
Indicado Mestre de Capela da corte, e seu arquivista, teve acesso à importante biblioteca musical da Casa de Bragança que Dom João VI trouxe consigo, contribuindo para sua instrução geral, para uma maior variedade de gêneros musicais trabalhados e para o conhecimento da obra de grandes mestres europeus como Mozart e Haydn. Os muitos músicos e cantores altamente qualificados contratados pelo rei à sua chegada, que formaram uma orquestra considerada por todos os conhecedores e os viajantes estrangeiros como uma das melhores do mundo em seu tempo, possibilitaram que aprofundasse a sua técnica de instrumentação e escrita vocal.
Os seis filhos que teve com Severiana Rosa de Castro eram um facto embaraçoso para um padre que subira a uma alta posição, e isso possivelmente contribui para o gradual ostracismo a que foi submetido a partir da chegada ao Rio de Marcos Portugal, celebrado operista português neoclássico que logo caiu nas graças da nobreza. O estilo vocal profusamente ornamentado, derivado da ópera napolitana que passou a ser privilegiado na corte, mais sua inapetência para a música profana, foram outras pedras no caminho para o padre tímido e ingénuo que desenvolvia um estilo direto e de melodismo simples e sincero, que ainda tinha raízes plantadas na tradição rococó, e logo a sua música saiu de moda. As suas tentativas de adaptação ao gosto vigente foram uma violência que exerceu contra si mesmo e a sua música, em busca da aprovação do monarca que admirava, e as composições que escreveu depois da chegada de Marcos Portugal, já não possuem o fervor religioso espontâneo e tocante que mostram as suas obras anteriores, como a série de motetos a capella das Matinas de Finados, de 1809, intensamente expressivos, embora tenham evidenciado sensíveis avanços técnicos que possibilitaram a criação de obras de grande envergadura como a Missa de Santa Cecília, de 1826.
O seu declínio acentuou-se com a partida de Dom João VI e com o vazio que isso produziu na cena musical carioca. O seu sucessor, Dom Pedro I, apesar de amante da música e simpático com o padre, não pôde manter a pensão do compositor, e ele teve de fechar a sua escola. Um de seus filhos, escrevendo sobre o pai nesta fase de obscurecimento, fala de sua frustração, de um envelhecimento precoce e de doenças crónicas que perturbaram sua produção e paz de espírito.
A apreciação contemporânea o considera o maior compositor brasileiro de seu tempo, mas critica suas concessões aos modismos que não encontravam eco verdadeiro na sua natureza, e certa contenção excessiva na sua escrita, que nunca mostra rasgos mais audazes ou experimentalismos. A sua produção conhecida chega a cerca de 240 obras, muitas delas redescobertas ou restauradas em meados do século XX por Cleofe Person de Mattos, musicóloga que teve papel fundamental na revalorização da música do período colonial brasileiro. Hoje em dia suas composições voltaram às salas de concertos e recitais em igrejas, já tendo diversas delas gravadas e publicadas.


Antero nasceu há 171 anos

Antero Tarquínio de Quental (Ponta Delgada, 18 de abril de 1842 - Ponta Delgada, 11 de setembro de 1891) foi um escritor e poeta de Portugal que teve um papel importante no movimento da Geração de 70.

Biografia
Nascido na Ilha de São Miguel, Açores, filho do combatente liberal Fernando de Quental (Solar do Ramalho - do qual mandou tirar a pedra de armas da família -, 10 de maio de 1814 - Ponta Delgada, Matriz, 7 de março de 1873) e de sua mulher Ana Guilhermina da Maia (Setúbal, 16 de julho de 1811 - Lisboa, 28 de novembro de 1876), durante a sua vida, Antero de Quental dedicou-se à poesia, à filosofia e à política. Iniciou os seus estudos na cidade natal, mudando-se para Coimbra aos 16 anos, ali estudando Direito e manifestando as primeiras ideias socialistas. Fundou em Coimbra a Sociedade do Raio, que pretendia renovar o país pela literatura.
Em 1861, publicou seus primeiros sonetos. Quatro anos depois, publicou as Odes Modernas, influenciadas pelo socialismo experimental de Proudhon, enaltecendo a revolução. Nesse mesmo ano iniciou a Questão Coimbrã, em que Antero e outros poetas foram atacados por Antônio Feliciano de Castilho, por instigarem a revolução intelectual. Como resposta, Antero publicou os opúsculos Bom Senso e Bom Gosto, carta ao Exmo. Sr. António Feliciano de Castilho, e A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais.
Ainda em 1866 foi viver em Lisboa, onde experimentou a vida de operário, trabalhando como tipógrafo, profissão que exerceu também em Paris, entre janeiro e fevereiro de 1867.
Em 1868 regressou a Lisboa, onde formou o Cenáculo, de que fizeram parte, entre outros, Eça de Queirós, Abílio de Guerra Junqueiro e Ramalho Ortigão.
Em 1873 herdou uma quantia considerável de dinheiro, o que lhe permitiu viver dos rendimentos dessa fortuna. Em 1874, com tuberculose, descansou por um ano, mas em 1875, fez a reedição das Odes Modernas.
Em 1879 mudou-se para o Porto, e em 1886 publicou aquela que é considerada pelos críticos como sua melhor obra poética, Sonetos Completos, com características autobiográficas e simbolistas.
Em 1880, adoptou as duas filhas do seu amigo, Germano Meireles, que falecera em 1877. Em setembro de 1881 foi, por razões de saúde e a conselho do seu médico, viver em Vila do Conde, onde fixou residência até maio de 1891, com pequenos intervalos nos Açores e em Lisboa. O período em Vila do Conde foi considerado pelo poeta o melhor período da sua vida: "Aqui as praias são amplas e belas, e por elas me passeio ou me estendo ao sol com a voluptuosidade que só conhecem os poetas e os lagartos adoradores da luz."
Em 1886 foram publicados os Sonetos Completos, coligidos e prefaciados por Oliveira Martins. Entre março e outubro de 1887, permaneceu nos Açores, voltando depois a Vila do Conde. Devido à sua estada em Vila do Conde, foi criada nesta cidade, em 1995, o "Centro de Estudos Anterianos"
Em 1890, devido à reacção nacional contra o ultimato inglês, de 11 de janeiro, aceitou presidir à Liga Patriótica do Norte, mas a existência da Liga foi efémera. Quando regressou a Lisboa, em maio de 1891, instalou-se em casa da irmã, Ana de Quental. Portador de Distúrbio Bipolar, nesse momento o seu estado de depressão era permanente. Após um mês, em junho de 1891, regressou a Ponta Delgada, suicidando-se no dia 11 de setembro de 1891, com um ou dois tiros, num banco de jardim junto ao Convento da Esperança, onde está na parede a palavra "Esperança", no Campo de São Francisco, cerca das 20.00 horas.
Os seus restos mortais encontram-se sepultados no Cemitério de São Joaquim, em Ponta Delgada.

A Obra
A poesia de Antero de Quental apresenta três faces distintas:
  • A das experiências juvenis, em que coexistem diversas tendências;
  • A da poesia militante, empenhada em agir como “voz da revolução”;
  • E a da poesia de tom metafísico, voltada para a expressão da angustia de quem busca um sentido para a existência.
A oscilação entre uma poesia de combate, dedicada ao elogio da acção e da capacidade humana, e uma poesia intimista, direcionada para a análise de uma individualidade angustiada, parece ter sido constante na obra madura de Antero, abandonando a posição que costumava enxergar uma sequência cronológica de três fases.
Antero atinge um maior grau de elaboração em seus sonetos, considerados por muitos críticos uns dos melhores da língua e comparados aos de Camões e aos de Bocage. Há, na verdade, alguns pontos de contato estilísticos e temáticos entre esses três poetas: os sonetos de Antero têm inegável sabor clássico, quer na adjetivação e na musicalidade equilibrada, quer na análise de questões universais que afligem o homem.


Em Viagem

Pelo caminho estreito, aonde a custo
Se encontra uma só flor, ou ave, ou fonte,
Mas só bruta aridez de áspero monte
E os soes e a febre do areal adusto,

Pelo caminho estreito entrei sem susto
E sem susto encarei, vendo-os defronte,
Fantasmas que surgiam do horizonte
A acometer meu coração robusto...

Quem sois vós, peregrinos singulares?
Dor, Tédio, Desenganos e Pesares...
Atrás d'eles a Morte espreita ainda...

Conheço-vos. Meus guias derradeiros
Sereis vós. Silenciosos companheiros,
Bem vindos, pois, e tu, Morte, bem vinda!

in
Sonetos Completos (1886) - Antero de Quental

Adelino Amaro da Costa nasceu há 70 anos

Escultura de homenagem a Adelino Amaro Costa, nos jardins do Palácio de Cristal, na cidade do Porto

Adelino Manuel Lopes Amaro da Costa (Algés, 18 de abril de 1943 - Camarate, 4 de dezembro de 1980) foi um engenheiro e político português.
Engenheiro Civil, licenciado em 1966, foi assistente do Instituto Superior Técnico e director do Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministérido da Educação Nacional, sob a chefia de José Veiga Simão. Durante o período académico, dirigiu o jornal O Tempo. Cumpriu o serviço militar na Marinha de Guerra. Após a Revolução dos Cravos, influenciado pela Democracia Cristã, foi um dos fundadores do então Centro Democrático Social, hoje CDS - Partido Popular. Foi um dirigente destacado, ao lado de Diogo Freitas do Amaral, Francisco Lucas Pires e Luís Beiroco. Exerceu os cargos de primeiro secretário-geral do CDS, em 1974, deputado à Assembleia Constituinte, entre 1975 e 1976, e deputado à Assembleia da República, até 1980, onde presidiu ao Grupo Parlamentar do CDS. Colaborou nos jornais Expresso e O Século. Após a vitória da Aliança Democrática, nas eleições legislativas de 1980, foi-lhe atribuída a pasta da Defesa Nacional do VI Governo Constitucional, tornando-se assim o primeiro civil a assumir o cargo de ministro da Defesa, depois do 25 de Abril.
Na noite de 4 de dezembro de 1980, é vítima da misteriosa queda de um avião em Camarate, quando viajava em direcção ao Porto, em conjunto com a sua esposa, o então primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro e a companheira deste, Snu Abecassis.