domingo, abril 07, 2013

Joaquim Agostinho, o melhor ciclista português de sempre, nasceu há 70 anos

(imagem daqui)

Joaquim Agostinho (Torres Vedras, 7 de abril de 1943 - Lisboa, 10 de maio de 1984) foi um ciclista português. Morreu, depois de dez dias em coma, em consequência de uma queda sofrida numa etapa da X Volta ao Algarve.

Joaquim Agostinho começou a praticar ciclismo no Sporting Clube de Portugal, equipa que o descobriu ao treinar perto de Casalinhos de Alfaiata em Torres Vedras, começando a praticar já com 25 anos de idade, mas ainda conseguiu evoluir de tal forma que é usualmente referido como o melhor ciclista português de todos os tempos.
A sua carreira internacional começou em 1968, depois de ter sido observado pelo director desportivo francês Jean de Gribaldy, obtendo resultados de destaque na Volta a Espanha, vários dias de amarelo e um segundo lugar final, distando apenas 11 segundos da vitória, e na Volta a França onde terminou duas vezes no pódio e venceu a mítica etapa do Alpe d'Huez.

A 30 de abril de 1984, quando liderava a X Volta ao Algarve, na 5ª etapa. A 300 metros da meta um cão atravessou-se no seu caminho, o que o fez cair, provocando-lhe uma fractura craniana - algum tempo depois afirmou-se que as consequências deste acidente poderiam ser menores se Joaquim levasse capacete. Levantou-se, voltou a montar na bicicleta e terminou a etapa com a ajuda de dois colegas. As dores persistentes na cabeça levaram-no a ingressar no hospital de Loulé, onde o seu estado de saúde se agravou drasticamente. Foi evacuado de emergência, fazendo 300 km de ambulância (na altura não havia helicópteros para transporte de doentes em Portugal, nem serviço de neurocirurgia no Algarve), para ser operado no hospital da CUF, em Lisboa. Após 10 intervenções cirúrgicas, de ser dado clinicamente morto 48 horas depois da queda e de permanecer 10 dias em coma, faleceu a 10 de maio de 1984, poucos minutos antes das 11.00 horas. Foi enterrado na sua terra natal.

Carreira e vitórias
Descoberto por Jean de Gribaldy, Joaquim Agostinho competiu como profissional entre 1968 e 1984, passando pelas seguintes equipas:
  • Sporting: 1968-1973, 1975 e 1984
  • Frimatic - de Gribaldy: 1969-1970
  • Hoover: 1971
  • Magniflex - de Gribaldy: 1972
  • Bic: 1973, 1974
  • Teka: 1976, 1977
  • Flandria: 1978, 1979
  • Puch-Sem-Campagnolo: 1980
  • Sem-France Loire: 1981, 1983
  • Sporting Lisboa-Raposeira: 1984
Etapas míticas
  • Alpe d'Huez (Tour) - 1979
  • Cangas de Oniz (Vuelta); San Sebastián (Contra-relógio individual) (Vuelta) - 1974
  • Torre (Volta a Portugal) - 1971, 1973
  • Penhas da Saúde (Volta a Portugal) - 1970, 1971
  • Solothurn Balmberg (Volta à Suíça) - 1972
  • Puerto del Léon (Vuelta) - 1972
  • Côte de Laffrey (Tour) - 1971
  • First plan (Tour) - 1969
  • Grammont (Tour) - 1971
  • Manse (Tour) - 1972
  • Lautaret (Tour) - 1972
  • Hundruck (Tour) - 1972
  • Oderen (Tour) - 1972
  • Lalouvesc (Tour) - 1977
  • Croix de Chabouret (Tour) - 1977
Volta a Portugal
  • 1968 (2º lugar)
  • 1969 (7º lugar) (vencedor de 1 etapa)
  • 1970 (1º lugar) (vencedor de 4 etapas)
  • 1971 (1º lugar) (vencedor de 8 etapas)
  • 1972 (1º lugar) (vencedor de 5 etapas)
Volta a França
  • 1969 (8º lugar) (vencedor de 2 etapas)
  • 1970 (14º lugar)
  • 1971 (5º lugar)
  • 1972 (8º lugar)
  • 1973 (8º lugar) (vencedor de 1 etapa)
  • 1974 (6º lugar)
  • 1975 (15º lugar)
  • 1977 (13º lugar)
  • 1978 (3º lugar)
  • 1979 (3º lugar) (vencedor de 1 etapa)
  • 1980 (5º lugar)
  • 1983 (11º lugar)
Volta a Espanha
  • 1973 (6º lugar)
  • 1974 (2º lugar) (vencedor de 2 etapas)
  • 1976 (7º lugar) (vencedor de 1 etapa)
  • 1977 (15º lugar)
Campeonato do Mundo de Estrada
  • 1968 - 16º lugar
  • 1969 - 15º lugar
  • 1972 - 42º lugar
  • 1973 - 20º lugar
Campeonato Nacional Estrada
  • 6 Campeonatos Nacionais de Estrada (1968 - 1973)
  • 1 Campeonato Nacional de Perseguição Individual (1971)
  • 2 Campeonatos Nacionais de Contra-relógio por equipas (1968 - 1969)

sábado, abril 06, 2013

Pequeno sismo sentido em Leiria

Recebido via e-mail do IPMA:

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera informa que no dia 06.04.2013 pelas 13.40 (hora local - 12.40 UTM) foi registado nas estações da Rede Sísmica do Continente, um sismo de magnitude 3.1 (Richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de 6 km a Norte-Noroeste de Leiria.

De acordo com a informação disponível, este sismo foi sentido, devendo em breve ser emitido novo comunicado com informação instrumental e macrossísmica actualizada.

Se a situação o justificar serão emitidos novos comunicados.

Sugere-se o acompanhamento da evolução da situação através da página do IPMA na Internet (www.ipma.pt) e a obtenção de eventuais recomendações junto da Autoridade Nacional de Proteção Civil (www.prociv.pt).

NOTA: localização do epicentro e restantes dados, segundo o IPMA:

Data(TU)Lat.Lon.Prof.Mag.Ref.GrauLocal
2013-04-06 12:40 39,79 -8,85 21 3,2 NW Leiria IIIzona epicentral

As Cortes de Coimbra elegeram D. João I El-Rei de Portugal há 628 anos

Brasão de El-Rei D. João I

De acordo com a decisão tomada pelo Mestre de Avis, pelos nobres e representantes do povo reunidos no mosteiro de São Domingos de Lisboa e a conselho de D. Nuno Álvares Pereira, convocou o primeiro, na qualidade de Defensor do Reino, as cortes de Coimbra nos Paços de El-Rei naquela cidade, para 6 de abril de 1385, com a seguinte ordem de trabalhos:
  • atribuições da coroa;
  • o financiamento da guerra:
  • a formulação dos capítulos que um dos três estados podia propor à resolução real.
O clero esteve representado pelo arcebispo de Braga, pelos bispos das principais cidades, pelo prior de Santa Cruz de Coimbra, por dois abades mitrados beneditinos, por Rui Lourenço, deão de Coimbra, e «outros prelados» entre os quais D. João de Ornelas, abade de Alcobaça. A nobreza, por setenta e dois fidalgos e muitos outros cavaleiros e escudeiros. E, como procuradores dos povos, os representantes de trinta e uma vilas e cidades. Antes de referir o que de fundamental se passou nestas cortes convém dizer em traços largos qual o panorama político-económico-social do País.
Alguns autores interpretam que os burgueses e os legistas apressaram o desmembramento da nobreza, quando promoveram e orientaram a revolução, aproveitando, ao que parece, uma experiência anterior, vivida escassos anos atrás, aquando dos tumultos de 1372, em que a «arraia-miúda» se manifestou contra o casamento de D. Fernando com D. Leonor Teles. Essa, sim, terá sido a verdadeira rebelião popular espontaneamente surgida, pois o povo não queria ver fortalecida, junto do rei, a posição da nobreza, a que estava ligada a nova rainha. Assim, o movimento dos mesteirais de Lisboa, capitaneado por Fernão Vasques, em 1372, terá ficado na memória da burguesia, mostrando-lhe bem a valia potencial das massas revoltadas, se estas viessem a ser orientadas para lhe servirem de instrumento para a consecução do papel político que era ambicionado pelos armadores e mercadores de Lisboa e do Porto.
Desencadeada essa força, a burguesia irá servir-se dela para se alcandorar, com o Mestre de Avis, à direcção superior do Reino, sendo, para isso, assistida pelos legistas, cujas concepções de Direito romano irão ajudar à consolidação do Estado.
A aceitação de um rei estrangeiro pelos Portugueses mostrava-se difícil.
Formaram-se logo três partidos:
Para seus membros, a independência do reino de Portugal estaria na tomada de posse do Mestre de Avis, e não poderiam ser elevados a representantes do reino a D. Beatriz de Portugal nem os infantes D. João e D. Dinis, filhos de D. Pedro I e de Inês de Castro - a primeira, porque era casada com D. João I de Castela; os segundos, porque já tinham participado de lutas ao lado dos castelhanos contra o reino de Portugal.
No que respeita ao clero, houve no início algumas figuras marcantes, como os bispo de Lisboa, bispo de Coimbra e bispo da Guarda (os dois primeiros, D. Martinho e D. João Cabeça de Vaca, eram castelhanos), que aderiram ao partido do rei de Castela. Mas o mesmo não aconteceu com outros, como o arcebispo de Braga, D. Lourenço Vicente que, sendo partidário da causa nacional, teve uma atitude patriótica ao longo de toda a crise e muito contribuiu para o triunfo final.
Em grande parte, a nobreza desta época alinhou com João I de Castela, que reclamava ser rei e senhor efectivo de Portugal pelo seu casamento com Beatriz e pela renúncia à regência de Leonor Teles de Meneses. Mas houve também fidalgos que tomaram o partido do mestre de Avis. Eram, no entanto, na sua maioria, das mais baixas camadas da nobreza. A única excepção de relevo verificou-se nas Ordens Militares, que se mantiveram quase todas do lado português. Assim, para além do povo e das baixas camadas da nobreza e respectivos homens de armas, o núcleo mais activo com que pôde contar o «Regedor e Defensor do Reino» foi constituído por uma classe média de burgueses e de artesãos.
No entanto nem todos os burgueses estavam de acordo com o célebre Álvaro Pais. Os grandes da cidade de Lisboa, chamados a ratificar a escolha do mestre de Avis para «Regente», mostraram-se hesitantes e tiveram de ser persuadidos pela rudeza do povo personificada num seu representante, o tanoeiro Afonso Anes Penedo.
Abertas as cortes, o dr. João das Regras, notável legista, omitindo o nome do seu candidato, refutou os possíveis direitos daqueles que se apresentavam como pretendentes ao trono de Portugal. Contra Beatriz e João I de Castela, a principal razão invocada foi a quebra pelo rei castelhano do tratado antenupcial de Salvaterra, de março de 1383, e o facto de ser cismático. Mas a despeito de todos os seus argumentos, que visavam demonstrar que o trono estava completamente vago, os seguidores do infante D. João não se deram por vencidos, dizendo que era a ele que o reino pertencia de direito e sem qualquer dúvida. As discussões arrastavam-se, e então, de forma inesperada e arrasadora, o legista exibe e lê a carta em que o Papa Inocêncio VI se tinha recusado a legitimar os filhos do Rei D. Pedro e de D. Inês de Castro, fazendo cessar a oposição por parte de Martim Vasques da Cunha e dos outros apoiantes do infante D. João a que as Cortes elegessem um novo rei. João das Regras propõe então abertamente D. João, Mestre de Avis, para rei de Portugal, o qual é eleito «por unida concordança de todos os grandes e comum povo» (Fernão Lopes, Crónica de el-rei D. João I, capítulo 191).
Quanto ao «financiamento da guerra», os concelhos autorizaram um «pedido» de 400 000 libras. Seguiram-se os capítulos dos povos, na sua maioria de grande importância, e só a cidade de Lisboa apresentou 36. Os diplomas que despacham os capítulos das cortes têm a data de 10 de abril de 1385.

(imagem daqui)

Rafael nasceu há 530 anos

 
Rafael Sanzio, Autorretrato

Rafael Sanzio (em italiano Raffaello Sanzio; Urbino, 6 de abril de 1483 - Roma, 6 de abril de 1520), frequentemente referido apenas como Rafael, foi um mestre da pintura e da arquitetura da escola de Florença durante o Renascimento italiano, celebrado pela perfeição e suavidade de suas obras. Também é conhecido por Raffaello Sanzio, Raffaello Santi, Raffaello de Urbino ou Rafael Sanzio de Urbino. Junto com Miguel Ângelo e Leonardo Da Vinci forma a tríade de grandes mestres do Alto Renascimento.
Urbino era então capital do ducado do mesmo nome e seu pai, Giovanni Santi, pintor de poucos méritos mas homem culto e bem relacionado na corte do duque Federico da Montefeltro. Transmitiu ao filho, de precoce talento, o amor pela pintura e as primeiras lições do ofício. O duque, personificação do ideal renascentista do príncipe culto, encorajara todas as formas artísticas e transformara Urbino em centro cultural, a que foram atraídos homens como Donato Bramante, Piero della Francesca e Leone Battista Alberti.

Rafael era filho de Giovanni Santi, poeta (escreveu uma Crónica famosa, em rima) e também pintor da corte de Mântua. Aquando do nascimento de Rafael, ele dirigia um famoso estúdio em Urbino. Giovanni ensinou o seu filho a pintar e o introduziu na corte humanista de Urbino, que, no final do século XV, havia se tornado um dos mais ativos centros culturais da Itália, sob a regência de Federico da Montefeltro, falecido sete meses antes do nascimento de Rafael. Lá, Rafael pode conhecer os trabalhos de Paolo Uccello, Luca Signorelli, e Melozzo de Forlì. Precoce, aos dezassete anos (em 1500) Rafael já era considerado um mestre.
De acordo com Giorgio Vasari, Rafael foi levado pelo pai aos onze anos para ser aprendiz de Pietro Perugino, em Perúgia, mas esta informação é discutida por autoridades no assunto. É de consenso geral que Rafael estava na Úmbria a partir de 1492, ano do falecimento de seu pai. Com Perugino, Rafael aprendeu a técnica do afresco ou pintura mural.
Em sua primeira obra de realce, O casamento da Virgem (1504), a influência de Perugino evidencia-se na perspectiva e na relação proporcional entre as figuras, de um doce lirismo, e a arquitetura. A disposição das figuras é, no entanto, mais informal e animada que a do mestre.

No outono de 1504, Rafael foi para Siena com o pintor Pinturicchio, a quem ele tinha fornecido desenhos para os afrescos da Libreria Picolomini. De lá foi para Florença, atraído pelos trabalhos que estavam sendo realizados, no Palazzo della Signoria, por Leonardo da Vinci e Miguel Ângelo. Viveu na cidade nos quatro anos seguintes, viajando para outras cidades ocasionalmente. Em 1507, uma nobre de Perugia encomendou-lhe uma "Deposição de Cristo", hoje exposta na Galleria Borghese, em Roma.
Sob a influência sobretudo da obra de Da Vinci, absorveu a estética renascentista e executou diversas Madonas, entre as quais a Madona Esterházy e A Bela Jardineira. Fez uso das grandes inovações introduzidas na pintura do Renascimento, e de Leonardo da Vinci, a partir de 1480: o chiaroscuro (claro-escuro), contraste de luz e sombra que empregou com moderação, e o sfumato (esfumado), sombreado levemente esbatido, em vez de traços, para delinear as formas.
A influência de Miguel Ângelo, patente na Pietà e na Madona do baldaquino, consistiu sobretudo na exploração das possibilidades expressivas da anatomia humana.
Em Florença, Rafael tornou-se amigo de vários pintores locais, destacando-se Fra Bartolomeo, um proponente do idealismo renascentista. A influência de Fra Bartolomeo levou-o a abandonar o estilo suave e gracioso de Perugino e abraçar a grandiosidade e formas mais poderosas. Entretanto, a maior influência sobre a obra de Rafael durante seu período florentino veio de Leonardo da Vinci e suas composições, figuras e gestuais, bem como suas técnicas inovadoras antes citadas.

Na segunda metade de 1508, o Papa Júlio II, encorajado por Donato Bramante, amigo e parente distante de Rafael e arquiteto doVaticano, contratou os serviços do pintor. Aos 25 anos, Rafael ainda estava forjando seu estilo. Contudo logo conquistou a fama e os favores do papa. Ele começou a ser chamado de o Príncipe dos Pintores. Nos 12 anos seguintes, Rafael nunca deixou Roma que passou a ser a sua segunda nação. Trabalhou principalmente para Júlio II e seu sucessor, Leão X (filho de Lorenzo de Medici). Ao final do ano de 1508, ele começou a decoração dos apartamentos de Júlio no Vaticano, os quais, na visão do papa, eram destinados a glorificar o poder da Igreja Romana através da justificação do Humanismo e do Neoplatonismo. Uma série de obras-primas, como a Disputa (ou Discussão do Santíssimo Sacramento) e a Escola de Atenas, pintados na Stanza della Segnatura, tornou-o o artista mais procurado da cidade.
Nos doze anos em que permaneceu nessa cidade incumbiu-se de numerosos projetos de envergadura, nos quais deu mostras de uma imaginação variada e fértil. Dos afrescos do Vaticano, os mais importantes são a "Disputa" (ou "Discussão do Santíssimo Sacramento") e a "Escola de Atenas", ambos pintados na Stanza della Segnatura. O primeiro, que mostra uma visão celestial de Deus, os seus profetas e apóstolos, a encimar um conjunto de representantes da igreja, equipara a vitória do catolicismo à afirmação da verdade. Já a "Escola de Atenas" é uma alegoria complexa do conhecimento filosófico profano. Mostra um grupo de filósofos de várias épocas históricas ao redor de Aristóteles e Platão, ilustrando a continuidade histórica do pensamento platónico.
Após a morte de Júlio II, em 1513, a decoração dos aposentos pontifícios prosseguiu sob o novo papa, Leão X, até 1517. Apesar da grandiosidade do empreendimento, cujas últimas partes foram deixadas principalmente por conta de seus discípulos, Rafael, que então se tornara o pintor da moda, assumiu ao mesmo tempo numerosas outras tarefas: criou retratos, altares, cartões para tapeçarias - os chamados Cartões de Rafael, cenários teatrais e projetos arquitetónicos de construções profanas e igrejas como a de Sant'Eligio degli Orefici. Tal era o seu prestígio que, segundo o biógrafo Giorgio Vasari, Leão X chegou a pensar em fazê-lo cardeal.
Rafael continuou o trabalho nos quartos até 1513, sob o governo de Leão X, mas deixou as últimas seções quase que inteiramente sob cuidado de seus pupilos. Nesse meio tempo, ele realizou outras tarefas como decorações sacras e seculares para vários prédios, retratos, altares, design para pratos e até trabalhos cenográficos.
Alguns de seus trabalhos mais famosos desse período nasceram da amizade com que mantinha com um rico banqueiro de Siena, Agostino Chigi, que lhe encomendou o afresco de Galateia para sua Villa Farnesina e as Sibilas na igreja de Santa Maria della Pace, juntamente com o projeto e a decoração da Capela de Chigi na igreja de Santa Maria del Popolo, em 1513.
Em 1514, com a morte de Bramante, Rafael foi nomeado para suceder-lhe como arquiteto do Vaticano e assumiu as obras em curso na Basílica de São Pedro, onde substituiu a planta em cruz grega, ou radial, por outra mais simples, em cruz latina, ou longitudinal. Sucedeu também a Bramante na decoração das loggias (galerias) do Vaticano, aí realizando composições de lírica simplicidade que pareciam contrabalançar a aterradora grandeza da capela Sistina pintada por Miguel Ângelo.

Competente pesquisador interessado na antiguidade clássica, Rafael foi designado, em 1515, para supervisionar a preservação de preciosas inscrições latinas em mármore. Dois anos depois, foi nomeado encarregado geral de todas as antiguidades romanas, pelo que executou um mapa arqueológico da cidade. Fez um exame detalhado da estrutura e dos elementos arquitetónicos do Panteão, como ninguém havia feito até aquele momento. A sua última obra, a "Transfiguração", encomendada em 1517, desvia-se da serenidade típica de seu estilo para prefigurar coordenadas do novo mundo turbulento - o da expressão barroca.
Em consequência da profundidade filosófica de muitos de seus trabalhos, a reputação de humanista e pensador neoplatónico de Rafael implantou-se em Roma. Entre seus amigos havia respeitados homens, como Castiglione e Pietro Aretino, além de muitos artistas. Em 1519, ele projetou os cenários para a comédia I suppositi, de Ludovico Ariosto. Coberto de honrarias, Rafael morreu em Roma em 6 de abril de 1520.


Stravinski morreu há 42 anos

Ígor Fiódorovitch Stravinski (Oranienbaum, 17 de junho de 1882Nova Iorque, 6 de abril de 1971) foi um compositor, pianista e maestro russo, considerado por muitos um dos compositores mais importantes e influentes do século XX. Foi o arquétipo do russo cosmopolita, escolhido pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do século. Além do reconhecimento que obteve pelas suas composições, ficou ainda famoso como pianista e maestro, estando nessa condição muitas vezes na estreias das suas obras.

Gerry Mulligan nasceu há 86 anos

Gerry Mulligan, nome artístico de Gerald Joseph Mulligan (Nova Iorque, 6 de abril de 1927 - Darien, 20 de janeiro de 1996) foi um saxofonista de jazz norte-americano.
Mulligan aprendeu piano e instrumentos de sopro quando adolescente e aos 17 anos escrevia arranjos para a banda de rádio de Johnny Warrington. Especializou-se no sax barítono, instrumento no qual se tornou, talvez, a maior referência mundial. Com um timbre riquíssimo e grande agilidade, com improvisações extremamente melódicas, tendo preferência por atmosferas mais intimistas, foi um dos principais expoentes do cool jazz, participando das gravações do célebre disco do trompetista Miles Davis, "Birth of the Cool".
Criou o primeiro quarteto de jazz sem piano, com Bob Whitlock, (contrabaixo), Chico Hamilton (bateria), e Chet Baker (trompete).
Faleceu em 1996, devido às complicações causadas por uma cirurgia ao joelho.


O mineralogista Andrada e Silva morreu há 175 anos


José Bonifácio de Andrada e Silva (Santos, 13 de Junho de 1763Niterói, 6 de Abril de 1838) foi um naturalista, estadista e poeta brasileiro. É conhecido pelo epíteto de "Patriarca da Independência".


NOTA: para os geólogos portugueses Andrada e Silva é um geólogo e mineralogista luso-brasileiro, o maior mineralogista de sempre destes dois países irmãos, com imensas descobertas na área e a quem foi dedicado o livro que deu origem à ainda actual classificação dos minerais.

sexta-feira, abril 05, 2013

Sismo sentido nos Açores

Recebido via e-mail do IPMA:

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) informa que, no dia 05.04.2013, pelas 01.11 (hora local - UTM) foi registado nas estações da Rede Sísmica do Arquipélago dos Açores, um sismo de magnitude 4.0 (Richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de 10 km a Norte dos Cedros (Faial). 

Este sismo, de acordo com a informação disponível até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima IV (escala de Mercalli modificada) na zona do Salão e Horta (Faial), e ainda com menor intensidade na ilha do Pico.

Se a situação o justificar serão emitidos novos comunicados. 

Sugere-se o acompanhamento da evolução da situação através da página do IPMA na Internet (www.ipma.pt) e a obtenção de eventuais recomendações junto do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (www.prociv.azores.gov.pt).

Mapa do epicentro - fonte IPMA:

Layne Staley, o vocalista dos Alice in Chains, morreu de overdose há 11 anos

Layne Thomas Staley (Kirkland, 22 de agosto de 1967Seattle, 5 de abril de 2002) foi o vocalista e co-letrista da banda grunge e metal, Alice in Chains e dos grupos de curta duração Mad Season e Class Of '99, conhecido por sua voz extremamente potente e comovente. Nos anos 1990, ele era viciado em heroína, o que levou à queda da sua carreira, o que eventualmente acabou com a sua vida.

Layne Thomas Staley nasceu a 22 de agosto de 1967 em Kirkland, Washington, filho de Phil Staley e Nancy McCallum. Aos oito anos de idade os seus pais divorciaram-se, e foi acolhido pelas suas irmãs e sua mãe. Quando jovem, era tímido e falava pouco no colégio. Era, algumas vezes, vítima de risos de seus companheiros de sala. Mas, em 1987, conheceu o guitarrista Jerry Cantrell, peça importante na sua vida dali em diante, e passaram a morar na casa/estúdio de Staley, já que Cantrell estava sem casa. Algum tempo depois, a banda, formada por Staley, Cantrell e, posteriormente, por Mike Starr e Sean Kinney, passa a fazer parte do movimento de crescente sucesso chamado grunge, iniciado em Seattle.
Boa parte das letras de Staley, refletiam o seu vício na heroína e outra parte refletia a falta que sentia do seu pai. Ele achava que, com uma banda conhecida, seria mais fácil encontrá-lo, e de facto isso aconteceu. Mas, quando isso aconteceu, teve uma surpresa, ao descobrir que o seu pai era um viciado em drogas também, o que aumentou a sua depressão. Com o seu vício alimentado por essa revelação, ele afastou-se progressivamente dos palcos, das músicas, dos amigos, e encaminhou-se à morte, causada por overdose.

Layne começou a tocar bateria quando tinha doze anos, porém o seu verdadeiro desejo era cantar, desejo que conseguiu quando montou a sua primeira banda, chamada Sleze, que segundo ele era uma mistura de "speed metal" com "glam rock", passando depois para a banda Alice n´ Chains, onde adicionou uma batida mais "groove" no som, até chegar à banda "Diamond Lie", de Jerry Cantrell em 1987,e cujo título foi posteriormente alterado para "Alice in Chains" alguns anos mais tarde. Era um rapaz dedicado, com uma voz extremamente marcante, dono de uma presença de palco raramente vista. Porém, com o tempo, passou a ter um vício que ele mesmo repudiava, a heroína.
Esse nojo que tinha de si mesmo era mostrado em diversas canções da banda, como "Sickman", "Dirt", "Angry Chair", "Grind" e muitas outras em que ele se diz "sujo", "morto por dentro" e afirmava ter tomado um caminho sem volta. Apesar de tentar livrar-se do vício, nunca o conseguiu, devido à dependência ser forte demais e pela influência de seu pai, que também se drogava e o incentivava ao mesmo. Desde o disco Unplugged, a sua fraca saúde era visível e Layne começou a se fechar em seu condomínio, evitando que as pessoas o vissem naquele estado.
A banda parou de fazer turnês e começaram a ser lançadas coletâneas do tipo The Best Of e álbuns que não traziam muitas novidades. A dependência de Layne se intensifica e, devido, à sua reclusão, surgem diversos rumores de suicídio.

Após diversos rumores de suicídio desmentidos, Layne estava fraco e o dia fatídico chegou. Layne caiu em depressão profunda e outros fatores influenciaram a sua reclusão, após a morte da sua namorada, Demri Parrot, vítima de endocardite bacteriana, doença causada pelo uso de drogas. E os seus problemas com as drogas só pioraram depois de uma internamento fracassado em 1997 e uma outra tentativa, entre os anos de 2000 e 2001, que  foram insuficientes. Entretanto,Layne tentava se distrair, com ajuda de sua mãe, mas acabou sendo encontrado sem vida no seu condomínio, vítima de uma overdose letal de heroína combinada com cocaína (droga conhecida como "speedball") no dia 20 de abril de 2002, com o seu corpo já em estado de decomposição. O dia da sua morte foi calculado como sendo o dia 5 de abril pela Medicina Legal, por coincidência o mesmo dia da morte de Kurt Cobain, um outro ídolo da música grunge. Ao lado de seu corpo foram encontrados diversos tipos de drogas e até mesmo pertences pessoais.
Após sua morte, Layne recebeu homenagens do seu amigo e parceiro de banda Jerry Cantrell e de diversas bandas, como o Pearl Jam, uma outra banda Grunge da cidade de Seattle.

A morte de Lord Carnavon, há 90 anos, deu origem à estória da maldição da múmia

Lady and Lord Carnarvon at the races in June 1921

George Edward Stanhope Molyneux Herbert, 5th Earl of Carnarvon (26 June 1866 – 5 April 1923), styled Lord Porchester until 1890, was an English aristocrat best known as the financial backer of the search for and the excavation of Tutankhamun's tomb in the Valley of the Kings.

Exceedingly wealthy, Carnarvon was at first best known as an owner of racehorses and a reckless driver of early automobiles, suffering in 1901 a serious motoring accident near Bad Schwalbach in Germany which left him significantly disabled. In 1902, he established Highclere Stud to breed thoroughbred racehorses. In 1905, he was appointed one of the Stewards at the new Newbury Racecourse. His family has maintained the connection ever since. His grandson, the 7th Earl, was racing manager to Queen Elizabeth II from 1969, and one of Her Majesty's closest friends.

Styled Lord Porchester from birth, he was born at the family seat, Highclere Castle, in Hampshire, the only son of Henry Herbert, 4th Earl of Carnarvon, a distinguished Tory statesman, by his first wife Lady Evelyn Stanhope, daughter of George Stanhope, 6th Earl of Chesterfield. Aubrey Herbert was his half-brother. He was educated at Eton and Trinity College, Cambridge, succeeding his father in the earldom in 1890.

   
Egyptology
Lord Carnarvon was an enthusiastic amateur Egyptologist, undertaking in 1907 to sponsor the excavation of nobles' tombs in Deir el-Bahri (Thebes). Howard Carter joined him as his assistant in the excavations. It is now established that it was Gaston Maspero, then Director of the Antiquities Department, who proposed Carter to Lord Carnarvon. He received in 1914 the concession to dig in the Valley of the Kings, in replacement of Theodore Davis who had resigned. In 1922, he and Howard Carter together opened the tomb of Tutankhamun in the Valley of the Kings, exposing treasures unsurpassed in the history of archaeology.

Family
Lord Carnarvon married Almina Victoria Maria Alexandra Wombwell, daughter of millionaire banker Alfred de Rothschild, at St. Margaret's Church, Westminster, on 26 June 1895. They had two children:
Some of Carnarvon's modern relatives (George Herbert, 8th Earl of Carnarvon and his family), who still live in England, own Highclere Castle, which was the film location of the famous television series, Downton Abbey.

Death - The Mummy's Curse
On 25 March 1923 Carnarvon suffered a severe mosquito bite infected by a razor cut. On 5 April, he died in the Continental-Savoy Hotel in Cairo. This led to the story of the "Curse of Tutankhamun", the "Mummy's Curse". His death is most probably explained by blood poisoning (progressing to pneumonia) after accidentally shaving a mosquito bite infected with erysipelas. Carnarvon's tomb, appropriately for an archaeologist, is located within an ancient hill fort overlooking his family seat at Beacon Hill, Burghclere, Hampshire. Carnarvon was survived by his wife Almina, who re-married, and their two children.

O guitarrista Mark St. John morreu há seis anos

(imagem daqui)

Mark St. John, nome artístico de Mark Norton, (7 de fevereiro de 1956 - 5 de abril de 2007) foi um guitarrista norte-americano. Ele estava mais interessado em basquetebol do que em música até o final do ensino secundário, quando finalmente descobriu a sua verdadeira vocação (começou a tocar guitarra por rebeldia). Ele começou a tocar guitarra em 1972, como hobby, e entrou nos Kiss no início de 1984. Mark foi o terceiro guitarrista oficial dos Kiss, tendo substituído Vinnie Vincent (que substituiu Ace Frehley).

O espalhafatoso jeito de St. John tocar refletiu a era dos guitarristas de rock influenciados por Van Halen. Chegou a gravar o álbum Animalize, que foi um grande sucesso, numa época onde o grupo já não usava a maquilhagem pesada e as roupas que eram antes a sua marca registada, mas precisou sair logo no início da turnê do disco por causa de uma artrite grave que o atormentava. John recebeu o diagnóstico dessa doença, chamada Síndrome de Reiter, que causou inchaço nas suas mãos e braços e o impediu de tocar guitarra. Tocou em alguns shows (e apenas num show completo) e gravou apenas um vídeo com os Kiss, o popular vídeo da MTV Heaven's On Fire, e foi substituído em dezembro de 1984 por Bruce Kulick.
Após deixar os Kiss a sua condição médica melhorou e Mark St. John formou os White Tiger com David Donato, que chegou a ter uma breve passagem pelo nos coros dos Black Sabbath. Depois, o guitarrista gravou com Jeff Scott Soto, em 1988, e com o baterista Peter Criss (ex-Kiss), em 1990 e apareceu como orador convidado nas convenções do Kiss. Em 2001, St. John lançou um disco instrumental intitulado Single Bullet Theory.
Nos últimos anos, o músico andava bastante afastado da ribalta e havia voltado a lecionar aulas de guitarra em Los Angeles.
Faleceu dia 5 de abril de 2007, aos 51 anos, de hemorragia cerebral.


O poeta Carlos Queirós nasceu há 106 anos

José Carlos de Queirós Nunes Ribeiro, ou simplesmente Carlos Queirós (Lisboa, Santos-o-Velho, 5 de abril de 1907Paris, 27 de outubro ou 28 de outubro de 1949) foi um poeta português.

Poeta do segundo modernismo Português, identificado como um dos grandes nomes da revista Presença.
Desempenhou um importante papel na ligação entre o primeiro modernismo português da geração da revista Orpheu e o segundo modernismo da Presença. É Carlos Queirós, que por volta de 1927 estabelece a ligação entre Pessoa e a revista coimbrã – Presença, dirigida por Gaspar Simões, José Régio e Branquinho da Fonseca, no qual Pessoa veio a publicar diversos textos. Foi no número 5 da Presença (1927) que Carlos Queirós, juntamente com Fernando Pessoa e Almada Negreiros, iniciou a sua participação neste periódico.
David Mourão-Ferreira, no prefácio do primeiro volume da Obra Poética de Carlos Queirós, refere que entre 1927 e 1937, ano em que Carlos Queirós deixou de colaborar com a Presença, terá publicado nas edições que vão do n.º 5 ao n.º 49 cerca de 49 poemas e dois textos em prosa, constituindo-se como um dos nomes de referência e de continuidade desta publicação.
É Carlos Queirós, num número especial da revista Presença, de homenagem a Fernando Pessoa, que dá a conhecer os amores de Fernando Pessoa por Ofélia Queirós, sua tia, publicando nesse número diversas cartas de amor de Pessoa escritas a Ofélia.
A participação literária de Carlos Queirós não se circunscreveu somente à celebre revista Presença. Publicou em diversas revistas e folhas literárias, tendo uma obra poética espalha por diversos periódicos: revista Ocidente, revista Atlântico, Revista de Portugal, revista Momento, revista Aventura, revista Vamos Ler e revista Litoral esta última dirigida pelo próprio.
Carlos Queirós publicou dois livros em vida o primeiro intitulado Desaparecido em 1935, tendo à data o poeta 28 anos de idade que foi alvo dos maiores elogios. Destaca-se a crítica publicada por Pessoa na Revista de Portugal. Pessoa escreve no primeiro parágrafo do seu texto crítico:

A beleza do livro começa pelo livro. A edição é lindíssima. A beleza do livro continua pelo livro fora; os poemas são admiráveis.  
Mais à frente, no seu texto, Pessoa prossegue:  
Não se pode dizer deste livro o que é vulgar dizer-se, elogiosamente, de um primeiro livro, sobretudo de um jovem - que é uma bela promessa. O livro de Carlos Queirós não é uma promessa, porque é uma realização.
in Revista de Portugal, n.º 2 Coimbra, janeiro de 1938

O segundo livro publicado em vida foi Breve Tratado de Não Versificação, editado em 1948.
A obra poética de Carlos Queirós, pouco divulgada, está atualmente editada em dois livros pela Editora Ática. O primeiro livro tem como data de publicação 1984, intitula-se Desaparecido – Breve Tratado de Não Versificação, sendo a compilação dos dois livros publicados em vida por Carlos Queirós. O segundo livro tem como data de publicação 1989 e intitula-se Epístola aos Vindouros e Outros Poemas, sendo constituído por uma coletânea de poemas dispersos, por diversas publicações da época e alguns inéditos recolhidos por David Mourão-Ferreira, com a ajuda de uma das filhas do poeta.
 
Casou com Guilhermina Maria Correia Manoel de Aboim Borges (Loures, Loures, 20 de dezembro de 1907 - Lisboa, 18 de outubro de 1975), sobrinha materna do 1.º Visconde de Idanha e sobrinha-neta do 1.º Visconde de Vila-Boim, de quem teve quatro filhas.


Desaparecido


Sempre que leio nos jornais:
«De casa de seus pais desapar’ceu...»
Embora sejam outros os sinais,
Suponho sempre que sou eu.

Eu, verdadeiramente jovem,
Que por caminhos meus e naturais,
Do meu veleiro, que ora os outros movem,
Pudesse ser o próprio arrais.

Eu, que tentasse errado norte;
Vencido, embora, por contrário vento,
Mas desprezasse, consciente e forte,
O porto do arrependimento.

Eu, que pudesse, enfim, ser eu!
- Livre o instinto, em vez de coagido.
«De casa de seus pais desapar’ceu...»
Eu, o feliz desaparecido!


in Desaparecido (1935) - Carlos Queirós

Kurt Cobain morreu há 18 anos

Nirvana em 1993 (Kurt em primeiro plano)

Kurt Donald Cobain, conhecido internacionalmente por Kurt Cobain (Aberdeen, 20 de Fevereiro de 1967 - Seattle, 5 de Abril de 1994) foi um cantor, compositor e músico norteamericano, famoso por ter sido o fundador, vocalista e guitarrista da banda grunge Nirvana.
Dentre suas principais composições, o single Smells Like Teen Spirit, do segundo álbum do Nirvana, "Nevermind", foi o responsável pelo início do sucesso do grupo e do próprio Kurt, popularizando um subgénero de rock alternativo chamado grunge. Outras bandas grunge de Seattle, como Alice in Chains, Pearl Jam e Soundgarden, ganharam também um vasto público e, como resultado, o rock alternativo tornou-se um género dominante no rádio e na televisão nos Estados Unidos no início à metade da década de 1990. O Nirvana foi considerada a banda "líder da Geração X", e o seu vocalista, Kurt Cobain, viu-se ungido pelos media como porta-voz da geração, mesmo contra a sua vontade. Cobain estava desconfortável com a atenção que recebeu, e colocou o seu foco na música da banda, acreditando que a mensagem da banda e a sua visão artística tinham sido mal-interpretadas pelo público, desafiando a audiência da banda com o seu terceiro álbum In Utero. Desde a sua estreia, a banda Nirvana, com Cobain como compositor, vendeu mais de vinte e cinco milhões de álbuns nos Estados Unidos, e mais de cinquenta milhões em todo o mundo.
Durante os últimos anos de sua vida, Cobain lutou contra o vício do consumo de drogas (heroína), doenças, depressão, fama e imagem pública, bem como as pressões ao longo da vida profissional e pessoal em torno dele próprio e da sua esposa, a cantora Courtney Love. Em 8 de abril de 1994, Cobain foi encontrado morto na sua casa em Seattle, três dias após a sua morte, vítima do que foi oficialmente considerado um suicídio com um tiro de espingarda na cabeça. As circunstâncias da sua morte, por vezes, tornam-se um tema de fascínio e debate.
A vida do cantor já foi retratada de várias maneiras e diversas vezes após a sua morte, seja no cinema, em livros ou em documentários televisivos. A primeira delas foi em 1998, com o documentário Kurt & Courtney, em seguida, em 2005, foi produzido o filme "Últimos Dias", um filme de género drama que narrava de forma fictícia os últimos dias de vida de Kurt, e o documentário Kurt Cobain - Retrato de uma Ausência, lançado em 2006, que continha entrevistas de amigos, parentes e do próprio Cobain. Em 2006, doze anos após a sua morte, a revista Forbes listou as treze celebridades mortas que mais lucraram nos últimos doze meses do respectivo ano. O cantor ficou em primeiro lugar da lista, com ganhos estimados em cinquenta milhões de dólares.

quinta-feira, abril 04, 2013

A Rainha D.ª Maria II nasceu há 194 anos

D.ª Maria II (Rio de Janeiro, 4 de abril de 1819 - Lisboa, 15 de novembro de 1853) foi rainha de Portugal de 1826 a 1853. Era filha do Rei D. Pedro IV de Portugal (Imperador do Brasil como D. Pedro I) e da arquiduquesa Dona Leopoldina de Áustria. Foi cognominada de A Educadora ou A Boa Mãe, em virtude da aprimorada educação que dispensou ao seus muitos filhos. Dona Maria da Glória era loira, de pele muito fina, olhos azuis como a mãe austríaca. Foi a 31ª Rainha de Portugal e dos Algarves aquando da abdicação do pai, de 1826 a 1828, e de 1834 a 1853.

Bandeira pessoal de D. João V e de D. Maria II