terça-feira, junho 25, 2019

George Michael nasceu há 56 anos

George Michael, nome artístico de Georgios Kyriacos Panayiotou (Londres, 25 de junho de 1963 - Oxfordshire, 25 de dezembro de 2016), foi um cantor britânico que vendeu mais de 100 milhões de discos no mundo todo.
   
 

Michael Jackson morreu há dez anos...

Michael Joseph Jackson (Gary, 29 de agosto de 1958 - Los Angeles, 25 de junho de 2009) foi um famoso cantor, compositor, dançarino, produtor, empresário, arranjador vocal, filantropo, pacifista e ativista americano. Segundo a revista Rolling Stone faturou em vida cerca de sete mil milhões de dólares, fazendo dele o artista mais rico de toda a história, e, um ano após a sua morte, a sua música rendeu cerca de mil milhões de dólares.
  
(...)
  
Enquanto se preparava para uma nova turnê intitulada This Is It, Jackson morreu de intoxicação aguda do anestésico propofol, a 25 de junho de 2009, após sofrer uma paragem cardíaca. O Tribunal de Justiça de Los Angeles considerou a sua morte um homicídio, e o seu médico pessoal, Dr. Conrad Murray, foi condenado por homicídio culposo. A sua morte teve uma repercussão internacional instantânea, sendo motivo de comoção por parte dos fãs em muitas partes do mundo, estima-se que até dois mil milhões de pessoas tenham assistido ao funeral pela televisão, já que emissoras do mundo todo transmitiram o evento ao vivo. Em março de 2010, a Sony Music Entertainment assinou um contrato de US$ 250 milhões com o espólio de Jackson para reter os direitos autorais de distribuição das suas gravações até 2017, e lançando cerca de sete álbuns póstumos na década seguinte à sua morte.
   
 

segunda-feira, junho 24, 2019

Poema para um Senhor especial...


Deixa que te diga
 
Hoje, como ontem
Deixa que te diga
Que gosto do teu rosto amigo.
Do teu mundo antigo,
(só sol no teu mundo)
O teu mundo amigo
O meu rosto talvez antigo
(às vezes não há sol no meu mundo)
- Gosto do teu rosto amigo
Hoje como ontem
Deixa que te diga
Que gosto desse teu ar de criança
Da tua história da cabrinha branca
(aquela que não tem fim...)
Gosto das tuas mãos grandes e fortes
Que trabalham e desenham pópós
Que cortam árvores e acariciam flores
 - Gosto do teu ar de criança
Hoje como ontem
Deixa que te diga
Que gosto que cresças comigo
Que digas não quando é preciso
(mesmo se custe)
Gosto dos sonhos lindos que tivemos
E das tulipas que plantamos juntos
- Gosto que cresças comigo
Hoje, como sempre.
 
 
in De Bibe e Caneta - 2ª Edição (1982) - MJFOM

Poema adequado à data...

(imagem daqui)

S. João da Cruz


Um santo e um poeta de mãos dadas!
Um a negar o outro, e sempre unidos…
Um no céu das vivências sublimadas,
Outro a penar no inferno dos sentidos…

Ah, Castela, Castela, mãe de terra e luz!
Que singular jornada,
À sombra de uma cruz
Tão leve e tão pesada!

A alma já liberta por ascese;
O corpo preso ainda a cada verso;
E o gosto de ser homem, preservado
Na totalidade
Contraditória.
O Carmelo subido e recordado…
A paz da eternidade
Sem possível sossego na memória.

in
Poemas Ibéricos - Miguel Torga

O astrónomo Fred Hoyle nasceu há 104 anos

Sir Fred Hoyle (Bingley, Yorkshire, 24 de junho de 1915 - Bournemouth, Dorset, 20 de agosto de 2001) foi um astrónomo britânico famoso por algumas teorias que iam de encontro à opinião científica corrente e um escritor de ficção científica, incluindo alguns livros co-escritos pelo filho, Geoffrey Hoyle. Fred Hoyle passou a maior parte da carreira no Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, de que foi diretor vários anos.
  
Contribuição para a compreensão da Cosmogonia
Uma antiga publicação de Hoyle faz um uso interessante do princípio antrópico. Tentando descobrir o funcionamento da nucleossíntese estelar, ele observou que uma reação nuclear particular, o processo triplo alfa, que gerou o carbono, requereria que o núcleo do carbono tivesse uma energia bem específica para ocorrer. A grande quantidade de carbono no universo, que torna a vida tal como a conhecemos possível, demonstrou que essa reação nuclear tinha que funcionar. Baseado nessa noção, ele previu os níveis de energia do núcleo do carbono que foram mais tarde comprovados em laboratório.
Um seu colaborador, William Alfred Fowler, ganhou o Prémio Nobel de Física em 1983 (com Subrahmanyan Chandrasekhar), mas, por alguma razão, a contribuição original de Hoyle não foi levada em conta, e muitos ficaram surpresos que um astrónomo tão notável jamais recebesse o prémio. O próprio Fowler, em um esboço autobiográfico ressaltou os esforços pioneiros de Hoyle:
O conceito de nucleossíntese nas estrelas foi estabelecido primeiramente por Hoyle em 1946. Isso forneceu uma explicação para a existência de elementos mais pesados que o hélio no universo, basicamente mostrando que elementos críticos como o carbono poderiam ser produzidos nas estrelas e mais tarde incorporados em outras estrelas e planetas quando a estrela "morre". As novas estrelas formadas recentemente já são formadas com esses elementos pesados, e elementos ainda mais pesados são formados a partir deles. Hoyle estabeleceu a teoria de que outros elementos raros podiam ser explicados por supernovas, as explosões gigantes que ocorrem ocasionalmente no universo, cujas temperaturas e pressões seriam requeridas para criar tais elementos.
  
Rejeição do Big Bang
Hoyle, após a descoberta da expansão do universo por Edwin Hubble, discordou da sua interpretação: Hoyle (com Thomas Gold e Hermann Bondi, com quem ele trabalhara no campo de radares na Segunda Guerra Mundial) apoiou a teoria de um "Universo estacionário". A teoria tentou explicar como o universo poderia ser eterno e essencialmente imutável ainda que apresentando galáxias que se afastam umas das outras. A teoria apoiava-se na formação de matéria entre as galáxias de tempos em tempos, de modo que mesmo que as galáxias se afastassem umas das outras, novas galáxias que se desenvolviam entre elas enchiam o espaço que elas deixavam vago. O universo resultante está em um "estado estacionário" da mesma maneira que um rio que flui - as moléculas individuais de água movem-se, mas novas aparecem e o rio parece ser imutável.
Essa teoria era a única alternativa séria ao Big Bang que concordava com as observações da época, a saber o desvio para o vermelho das observações de Hubble, e Hoyle foi um forte crítico do Big Bang. Ironicamente, foi ele o responsável pela aparição do termo "Big Bang" em um programa de rádio da BBC, The Nature of Things, enquanto criticava a teoria; o texto foi publicado em 1950.
Hoyle e outros adeptos da teoria do universo estacionário não forneceram nenhuma informação sobre o surgimento espontâneo de matéria, a não ser o postulado da existência de algum tipo de "campo de criação", mas argumentaram que a criação contínua de matéria não era mais inexplicável do que o surgimento de todo o universo do nada, apesar de que essa criação de matéria devesse acontecer de maneira regular. No final, as crescentes evidências observadas convenceram a grande maioria dos cosmologistas que o modelo de estado estacionário era incorreto e que o Big Bang era a teoria que melhor explicava as observações. No entanto, Hoyle agarrou-se à sua teoria, criticando a falta de precisão das observações astronômicas. Em 1993, em uma tentativa de explicar algumas evidências contra o modelo de universo estacionário, ele apresentou uma versão modificada chamada "Cosmologia quase estacionária" ("quasi-steady state cosmology", QSS) ou CEQE, mas a teoria não usufruiu de um grande apoio.
A evidência que resultou na vitória da teoria do Big Bang sobre a teoria do Universo estacionário, pelo menos na mente da maioria dos cosmologistas, incluiu a descoberta da radiação cósmica de fundo, a distribuição de galáxias "jovens" e quasares no Universo, uma estimativa mais consistente da idade do universo (durante algum tempo, para constrangimento da teoria do Big Bang, as rochas terrestres pareciam ser mais velhas do que a idade estimada do universo) e mais recentemente as observações do satélite COBE, que mostraram que perturbações cruciais no universo inicial permitiam a criação de galáxias.
  

Carlos Gardel morreu há 84 anos

Carlos Gardel (Tacuarembó ou Toulouse, 11 de dezembro de 1890 - Medellín, 24 de junho de 1935) foi o mais famoso dos cantores de tango argentino, país ao qual chegou aos dois anos de idade.
 
 

Um país chamado Portugal nasceu há 891 anos

(imagem daqui)
  
A Batalha de São Mamede foi uma batalha travada a 24 de junho de 1128, entre D. Afonso Henriques e as tropas dos barões portucalenses contra as tropas do Conde galego Fernão Peres de Trava, que se tentava apoderar do governo do Condado Portucalense. As duas fações confrontaram-se no campo de São Mamede, perto de Guimarães.
  
Antecedentes
Quando o conde D. Henrique morreu, em 1 de novembro de 1112, fica D. Teresa a governar o condado, pois achava que este lhe pertencia por direito, mais do que a outrem, porque o seu pai lhe teria dado o território na altura do casamento. Associou ao governo o conde galego Bermudo Peres de Trava e o seu irmão Fernão Peres de Trava. A crescente influência dos condes galegos no governo do condado Portucalense levou à revolta verificada em 1128. Os revoltosos escolheram para seu líder D. Afonso Henriques, filho de D. Henrique e de D. Teresa.
  
Resultado 
Com a derrota, D. Teresa e Fernão Peres abandonaram o governo condal, que ficou então nas mãos do infante e dos seus partidários, o que desagradou ao Bispo de Santiago de Compostela, Diogo Gelmires, que cobiçava o domínio das terras. D. Teresa desistia assim da ambição de ser senhora de Portugal.
 
  

São Nuno de Santa Maria, o Santo Condestável, nasceu há 659 anos

Estátua de Nuno Álvares Pereira, do escultor Leopoldo de Almeida, junto ao Mosteiro da Batalha
   
D. Nuno Álvares Pereira, também conhecido como o Santo Condestável e antigamente como Beato Nuno de Santa Maria, hoje São Nuno de Santa Maria, ou simplesmente Nun' Álvares (Paço do Bonjardim ou Flor da Rosa, 24 de junho de 1360Lisboa, 1 de novembro de 1431) foi um nobre e guerreiro português do século XIV que desempenhou um papel fundamental na crise de 1383-1385, onde Portugal jogou a sua independência contra Castela. Nuno Álvares Pereira foi também 2.º Condestável de Portugal, 38.º Mordomo-Mor do Reino, 7.º conde de Barcelos, 3.º conde de Ourém e 2.º conde de Arraiolos.
Considerado como o maior guerreiro português de sempre e um génio militar. Comandou forças em número inferior ao inimigo e venceu todas as batalhas que travou. É o patrono da infantaria portuguesa.
Camões, em sentido literal ou alegórico, explícito ou implícito, faz referência ao Condestável nada menos que 14 vezes em «Os Lusíadas», chamando-lhe o "forte Nuno" e logo no primeiro canto (12ª estrofe) é evocada a figura de São Nuno, ao dizer "por estes vos darei um Nuno fero, que fez ao Rei e ao Reino um tal serviço" e no canto oitavo, estrofe 32, 5.º verso: "Ditosa Pátria que tal filho teve".
Uma escultura sua encontra-se no Arco da Rua Augusta, na Praça do Comércio, em Lisboa, outra no castelo de Ourém e uma, equestre, no exterior do Mosteiro da Batalha. Tem também uma estátua em Flor da Rosa, um dos dois locais apontados como sua terra natal.
São Nuno foi canonizado pelo Papa Bento XVI, em 26 de abril de 2009, e a sua festa é a 6 de novembro.
   
(...)
   
Em 1401 dá-se o casamento entre o futuro duque de Bragança, D. Afonso, com a filha de D. Nuno, D. Beatriz.
Participou na conquista de Ceuta em 1415 e foi convidado pelo rei a comandar a guarnição que lá ia ficar. O condestável recusou, pois desejava abandonar a vida militar e abraçar a religiosa.
Antes de entrar no convento, distribuiu os bens pelos netos. A sua neta D. Isabel, casou-se com o infante D. João, futuro Condestável.
O convento do Carmo deu aos frades carmelitas, assim como os bens que lhe restavam. Ao tornar-se frei Nuno, abdicou do título de conde e de Condestável e pretendeu ir pelas ruas pedir esmola, o que assustou o rei e este pediu ao infante D. Duarte que tinha muita admiração por Nuno, convencê-lo a não fazer tal coisa. O infante convenceu frei Nuno a apenas aceitar esmola do rei, o que foi aceite.
Do seu casamento com Leonor de Alvim, o Condestável teve três filhos, dois rapazes que morreram jovens, mas apenas uma filha chegou à idade adulta e teve descendência, Beatriz Pereira de Alvim, que se tornou mulher de D. Afonso, o 1.º Duque de Bragança, dando origem à Casa de Bragança, que viria a reinar em Portugal três séculos mais tarde. Não obstante, a primogenitura, a descendência direta e a representação genealógica do Condestável pertence aos Marqueses de Valença, por o 1.º Marquês de Valença e 4.º Conde de Ourém (por doação direta de seu avô materno), Afonso de Bragança, ser o filho primogénito de sua mãe, Beatriz Pereira de Alvim, primeira esposa do 1.º Duque de Bragança, D. Afonso.
  
(...)
  
Após a morte da sua mulher, tornou-se carmelita (entrou na Ordem em 1423, no Convento do Carmo, que mandara construir como cumprimento de um voto). Toma o nome de Irmão Nuno de Santa Maria. Aí permanece até à morte, ocorrida em 1 de Novembro de 1431, com 71 anos, rodeado pelo rei e os infantes.
Percorria as ruas de Lisboa e distribuía esmolas a quem precisava. No convento tinha um grande caldeirão usado pelos seus homens nas campanhas militares, onde se faziam refeições para os pobres. Estas acções levaram o povo a chamá-lo de Santo Condestável.
Durante o seu último ano de vida, o Rei D. João I fez-lhe uma visita no Carmo. D. João sempre considerou que fora Nuno Álvares Pereira o seu mais próximo amigo, que o colocara no trono e salvara a independência de Portugal.
O túmulo de Nuno Álvares Pereira foi destruído no Terramoto de 1755. O seu epitáfio era:  
Aqui jaz aquele famoso Nuno, o Condestável, fundador da Sereníssima Casa de Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão ardentemente desejou o Reino dos Céus depois da morte, e mereceu a eterna companhia dos Santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge. Fundou, construiu e dedicou esta igreja onde descansa o seu corpo.
Há uma história apócrifa, em que o embaixador castelhano teria ido ao Convento do Carmo encontrar-se com Nun'Álvares, e ter-lhe-á perguntado qual seria a sua posição se Castela novamente invadisse Portugal. Nuno terá levantado o seu hábito, e mostrado, por baixo deste, a sua cota de malha, indicando a sua disponibilidade para servir o seu país sempre que necessário e declarando que "se el-rei de Castela outra vez movesse guerra a Portugal, serviria ao mesmo tempo a religião que professava e a terra que lhe dera o ser".
Conta-se também que no inicio da sua vida monástica, em 1425 correra em Lisboa o boato de que Ceuta estaria em risco de ser apresada pelos Mouros. De imediato Frei Nuno manifesta a sua vontade em fazer parte da expedição que iria acudir a Ceuta. Quando o tentaram dissuadir, apontando a sua figura alquebrada pelos anos e por tantas canseiras, pegou numa lança e disse: "Em África a poderei meter, se tanto for mister!" (daqui nasceu a expressão "meter uma lança em África", no sentido de se vencer uma grande dificuldade). Atirou a lança do varandim do convento, que atravessou todo o Vale da Baixa de Lisboa, indo cravar-se numa porta do outro lado do Rossio.
  

Lucrécia Bórgia morreu há quinhentos anos

Retrato de Lucrécia Bórgia por Bartolomeo Veneto
    
Lucrécia Bórgia (Subiaco, 18 de abril de 1480 - Ferrara, 24 de junho de 1519) foi a filha ilegítima de Rodrigo Bórgia, importante personagem italiano do Renascimento, que viria a se tornar o papa Alexandre VI. O irmão de Lucrécia foi o conhecido déspota César Bórgia. Esta foi tia-avó do jesuíta São Francisco de Borja, neto do seu irmão Giovanni Bórgia, duque de Gandía, nascido em 1474, e o 3º Superior Geral da Companhia de Jesus.
  
(...)
  
Voltando a Lucrécia, ela engravidou em 1503. Mas acabou por contrair malária, e seu médico teve de abortar a criança para não pôr a vida de Lucrécia em perigo. Com a morte do sogro em 1505, ela e marido foram nomeados duques de Ferrara. No mesmo ano, deu à luz o primeiro rebento do casal, Afonso. A criança morreu semanas depois, mas três anos depois o casal ducal foi presenteado com outro menino, Hércules. Depois deste, vieram outros filhos: Hipólito (1509), Francesco (1516), Alexandre (1514), Eleanora (1515), e Isabel Maria (1519). Ela foi boa mãe para todos os seus filhos, inclusive para os que estavam longe dela, como Rodrigo e o misterioso Giovanni, "O Infante Romano". Sabe-se que Rodrigo morreu em 1512, aos treze anos de idade, fazendo Lucrécia Bórgia sofrer e se recolher em um convento por algum tempo; mas quanto ao "Infante Romano", apenas se sabe que ele morreu em 1548, tornou-se duque de Espoleto, mas morreu relativamente esquecido e com pouco status de neto de papa, ou filho de Lucrécia Bórgia. A sua linhagem é totalmente desconhecida.
A primeira vez que Lucrécia ficou como regente em Ferrara foi um ano após sua nomeação como duquesa. Ela aproveitou a oportunidade para mostrar outra simpatia comum de sua família: a vontade de ajudar o povo judeu, ao criar um édito proibindo terminantemente qualquer tipo de discriminação contra eles. Lucrécia em Ferrara formou a chamada "Corte das Letras": incluía escritores como Ludovico Ariosto (que dedicou-lhe "Orlando Furioso"), Pedro Bembo (que definiu o seu amor por Lucrécia Bórgia como ´platônico´) e Hércules Strozzi, da poderosa família Strozzi, assassinado por Afonso d´Este pelo ciúme que ele sentia do literato com Lucrécia. Sua corte também reunia pintores como Ticiano e Venetto, entre outros. Em 1508, Lucrécia recebe o humanista Erasmo de Roterdã em sua corte. Em 1506, ficou como regente de Ferrara durante a ausência do marido, embora estivesse sob a vigilância de seu cunhado, o cardeal Hipólito. Apesar das constantes infidelidades do marido, - ele, após a morte de Lucrecia Bórgia, juntou-se a Laura Dianti, uma de suas amantes, que viveu como Duquesa de Ferrara apesar de nunca terem se casado formalmente - Lucrécia foi feliz com Afonso d`Este.
Como uma Bórgia, Lucrécia guardava algum rancor ao Papa Júlio II (Giuliano della Rovere). Afinal, ele havia sido inimigo ferrenho do seu pai e traído o seu irmão. Então, ela rejubilou-se quando Ferrara entrou em guerra contra o papa em 1511, e mais ainda quando a venceu. Comemorou mais ainda quando o papa Júlio morreu, e quem assumiu o trono papal foi Giovanni de Médici, que adotou o nome de Leão X. Afinal, a família Médici sempre foi aliada dos Bórgias. Inclusive o novo papa havia sido muito amigo de seu irmão César nos tempos em que ambos estudavam na Universidade de Pisa.
  
Aos 39 anos de idade, Lucrécia estava prestes a enfrentar outro parto. Prevendo a sua morte, ela enviou uma carta ao papa Leão X pedindo uma bênção especial. Em 24 de junho de 1519, morreu Lucrécia Bórgia em Ferrara, devido a complicações, após dar à luz o seu oitavo filho, depois de ter tido uma história ao longo da vida de gestações e de abortos complicados. A bênção papal não veio a tempo, mas Leão X escreveu ao viúvo a dizer que lamentava muito a morte da "boa duquesa", de quem o "inesquecível amigo César falava com tanto carinho". Foi sepultada no convento de Corpus Domini (do qual ela foi protetora em vida), em Ferrara, com um hábito de freira.
   

João da Cruz, poeta e santo, nasceu há 477 anos

 
João da Cruz (em espanhol: Juan de la Cruz) foi uma das mais importantes personalidades da Contra-Reforma, um místico espanhol, um santo católico, um frade carmelita e um sacerdote nascido em Fontiveros, em Castela.
Ele foi um grande reformador da Ordem Carmelita e é considerado, juntamente com Santa Teresa de Ávila, o fundador da ordem dos Carmelitas Descalços. Ele também é conhecido pelas suas obras literárias. Tanto a sua poesia quanto as suas investigações sobre o crescimento da alma são consideradas como o ápice da literatura mística espanhola e uma das grandes obras da literatura espanhola. João da Cruz foi canonizado em 1726 por Bento XIII e é um dos Doutores da Igreja.
   
  
 
 
Noche oscura del alma
 
 
En una noche escura,
con ansias en amores inflamada,
¡oh dichosa ventura!,
salí sin ser notada,
estando ya mi casa sosegada.
 
A escuras y segura
por la secreta escala, disfrazada,
¡oh dichosa ventura!,
a escuras y en celada,
estando ya mi casa sosegada.
 
En la noche dichosa,
en secreto, que nadie me veía
ni yo miraba cosa,
sin otra luz y guía
sino la que en el corazón ardía.
 
Aquesta me guiaba
más cierto que la luz del mediodía,
adonde me esperaba
quien yo bien me sabía,
en parte donde nadie parecía.
 
¡Oh noche, que guiaste;
oh noche amable más que el alborada;
oh noche que juntaste
Amado con amada,
amada, con el Amado transformada!
 
En mi pecho florido,
que entero para él solo se guardaba,
allí quedó dormido,
y yo le regalaba
y el ventalle de cedros aire daba.
 
El aire del almena,
cuando yo sus cabellos esparcía,
con su mano serena
en mi cuello hería
y todos mis sentidos suspendía.
 
Quedéme y olvidéme,
el rostro recliné sobre el Amado;
cesó todo y dejéme,
dejando mi cuidado
entre las azucenas olvidado.
 

 
San Juan de la Cruz

Hoje é o Dia de São João...!

Nascimento de São João Batista (Tintoretto,  Museu Hermitage, São Petersburgo)
  
O Nascimento de João Batista (ou Dia de São João ou Nascimento do Precursor ) é uma festa cristã que celebra o nascimento de João Batista, um profeta que previu o advento do Messias, na pessoa de Jesus Cristo, e que o batizou. Esta festa é amplamente comemorada no mundo cristão no dia 24 de junho e é uma das festas juninas, no Brasil. É também o único santo cujo nascimento e martírio, este último em 29 de agosto, são evocados em duas solenidades pelos católicos.
O cristãos há muito interpretam a vida de João Batista como uma preparação para o advento de Jesus e as circunstâncias de seu nascimento, relatados no Novo Testamento, são também milagrosos. O único relato bíblico sobre o nascimento do profeta está no Evangelho de Lucas. Os pais de João, Zacarias - um sacerdote judeu - e Isabel não tinham filhos e já haviam passado da idade de tê-los. Durante uma jornada de trabalho servindo no Templo de Jerusalém, ele foi escolhido por sorteio para oferecer incenso no Altar Dourado no Santo dos Santos. O Arcanjo Gabriel apareceu-lhe e anunciou-lhe que ele e a sua esposa iriam ter um filho e que ele deveria chamá-lo de João. Porém, por não ter acreditado na mensagem de Gabriel, ele ficou mudo até o nascimento de seu filho. Os seus parentes quiseram então dar-lhe o nome do pai e Zacarias, sem poder falar, escreveu: "O seu nome é João" e a sua voz voltou. A importância do nome advém do seu significado que é "Deus é propício". Depois de ter obedecido à ordem de Deus, recebeu o dom da profecia e previu o futuro de João. O cântico que Zacarias profere, em seguida, chamado Benedictus, é utilizado até hoje nos serviços litúrgicos de diversas denominações cristãs.
Na Anunciação, quando o Arcanjo Gabriel apareceu para a Virgem Maria para informá-la que iria conceber o seu filho Jesus através do Espírito Santo, ele também a informou de que Isabel, a sua idosa prima, já estava grávida de seis meses. Maria então viajou para visitar Isabel. O Evangelho de Lucas relata que o bebé deu sinal no ventre de Isabel quando ela cumprimentou Maria.
  
in Wikipédia
  
  
Zacarias escreve o nome do filho - Domenico Ghirlandaio (fresco na Cappella Tornabuoni, Santa Maria Novella, Florença)

O Benedictus (também conhecido como Canção de Zacarias ou Cântico de Zacarias) é um dos três cânticos - juntamente com o Magnificat e o Nunc dimittis - que aparecem no capítulo inicial do Evangelho de Lucas (Lucas 1:68-79). É uma canção de agradecimento a Deus proferida por Zacarias por ocasião do nascimento de seu filho, João Batista.



Benedíctus Dóminus, Deus Ísrael, quia visitávit et fecit redemptiónem plebi suæ, et eréxit cornu salútis nobis in domo David púeri sui, sieut locútus est per os sanctórum, qui a sæculo sunt, prophetárum eius, salútem ex inimícis nostris et de manu ómnium, qui odérunt nos; ad faciéndam misericórdiam eum pátribus nostris et memorári testaménti sui sancti, iusiurándum, quod iurávit ad Ábraham patrem nostrum, datúrum se nobis, ut sine timóre, de manu inimicórum liberáti, serviámus illi in sanetitáte et iustítia coram ipso omnibus diébus nostris. Et tu, puer, prophéta Altíssimi vocáberis: præíbis enim ante fáciem Dómini paráre vias eius, ad dandam sciéntiam salútis plebi eius in remissiònem peccatòrum eòrum, per víscera misericòrdiæ Dei nostri, in quibus visitábit nos óriens ex alto, illumináre his, qui in ténebris et in umbra mortis sedent, ad dirigéndos pedes nostros in viam pacis. Glória Patri et Fílio et Spirítui Sancto. Sicut erat in princípio, et nunc et semper, et in sǽcula sæculòrum. Amen. 
Bendito o Senhor Deus de Israel que visitou e redimiu o seu povo, e nos deu um Salvador poderoso na casa de David, seu servo, conforme prometeu pela boca dos seus santos, os profetas dos tempos antigos, para nos libertar dos nossos inimigos, e das mãos daqueles que nos odeiam. Para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais, recordando a sua sagrada aliança, e o juramento que fizera a Abraão, nosso pai, que nos havia de conceder esta graça: de O servirmos um dia, sem temor, livres das mãos dos nossos inimigos, em santidade e justiça, na sua presença, todos os dias da nossa vida. E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás à sua frente a preparar os seus caminhos, para dar a conhecer ao seu povo a salvação pela remissão dos seus pecados, graças ao coração misericordioso do nosso Deus, que das alturas nos visita como sol nascente, para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte e dirigir os nossos passos no caminho da paz. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Ámen. 
Retirado daqui

Adenda: para além de Fernando, sou um João filho, irmão e pai de Joões - e hoje foi um dia muito especial, até porque o meu pai, que nasceu no Dia de São João, faz hoje um lindo número de anos de aniversário...!

domingo, junho 23, 2019

Carl Reinecke nasceu há 195 anos

Carl Heinrich Carsten Reinecke (Altona, Hamburgo, 23 de junho de 1824Leipzig, 10 de março de 1910) foi um compositor, professor e pianista alemão.
  
Biografia
Reinecke nasceu em Altona, na época parte do ducado de Holstein e governada em união pessoal pelo rei da Dinamarca, hoje um distrito de Hamburgo, filho de Johann Peter Rudolph Reinecke, um professor de música. Carl começa a compor aos sete anos, vindo a apresentar-se como pianista a partir dos seus doze anos de idade.
Realizou  sua primeira excursão musical em 1843, facto que o conduziu, em 1846, à sua nomeação como pianista oficial da Corte de Cristiano VIII em Copenhaga, onde permaneceu até 1848. Durante o período escreveu quatro concertos para o piano e várias cadenzas para outras obras, inclusive um grande grupo publicado como seu Opus 87. Escreveu também concertos para violino, violoncelo, harpa e flauta.
Em 1851 torna-se professor no Conservatório de Colónia. Nos anos seguintes foi apontado como diretor musical em Barmen, também tornou-se diretor musical e académico e maestro da Singakademie de Wrocław (Breslau).
Em 1860, Reinecke é nomeado diretor da Orquestra Gewandhaus em Leipzig, onde permanece até 1895, e professor de composição e piano no conservatório da cidade. Em 1865 o Quarteto Gewandhaus apresenta pela primeira vez o seu quinteto para piano e em 1892 seu quarteto de cordas em ré maior.
A obra mais conhecida de Reinecke é a sonata para flauta Ondina, mas ele é também lembrado como um dos mais influentes e versáteis músicos do seu tempo. Como professor, deu aulas a grandes nomes da música.
Após sua reforma dedicou o seu tempo à composição, inclusive de diversas óperas. Carl Reinecke morreu em Leipzig, aos 85 anos.
   

Eduardo VIII, o Rei que abdicou por amor, nsceu há 125 anos

Eduardo Alberto Cristiano Jorge André Patrício David (em inglês: Edward Albert Christian George Andrew Patrick David) (White Lodge, 23 de junho de 1894Neuilly-sur-Seine, 28 de maio de 1972) foi Rei do Reino Unido e dos Domínios da Commonwealth e Imperador da Índia, entre 20 de janeiro e 11 de dezembro de 1936, com o título de Eduardo VIII.
Antes da sua ascensão ao trono, Eduardo foi Príncipe de Gales, Duque da Cornualha e Rothesay. Enquando jovem, serviu nas Forças Armadas do Reino Unido durante a Primeira Guerra Mundial e realizou várias viagens ao exterior em nome de seu pai, Jorge V. Esteve envolvido com várias mulheres mais velhas e casadas, mas permaneceu solteiro até depois da sua abdicação como rei.
Eduardo tornou-se Rei com a morte de seu pai, no início de 1936. Ele mostrava-se impaciente com os protocolos da corte e a sua aparente indiferença para com as convenções constitucionais estabelecidas preocupava os políticos. Com poucos meses de reinado causou uma crise constitucional ao propor casamento à socialite americana Wallis Simpson, divorciada do primeiro marido e em vias de se divorciar do segundo. Os primeiros-ministros do Reino Unido e dos domínios eram contrários ao casamento, argumentando que o povo nunca aceitaria uma mulher divorciada, com dois ex-maridos vivos, como rainha. Além disso, tal casamento entraria em conflito com o status de Eduardo como Governador Supremo da Igreja de Inglaterra, que proibia o casamento de pessoas divorciadas enquanto os seus ex-cônjuges ainda estivessem vivos. Eduardo sabia que o governo liderado pelo primeiro-ministro britânico Stanley Baldwin renunciaria se os planos de casamento fossem em frente, o que poderia arrastar o Rei para uma eleição geral e arruinar o seu status de monarca constitucional politicamente neutro. Optando por não encerrar o seu relacionamento com Wallis Simpson, Eduardo acabou por abdicar, sendo sucedido pelo seu irmão mais novo, Alberto, que escolheu o nome de reinado de Jorge VI. Ocupando o trono por apenas 326 dias, Eduardo foi um dos monarcas com o reinado mais curto em toda a história britânica e da Commonwealth, não sendo nunca coroado.
Após a sua abdicação, foi concedido-lhe o título de duque de Windsor. Casou-se com Wallis Simpson na França, a 3 de junho de 1937, após a confirmação do seu segundo divórcio. Nesse mesmo ano, o casal visitou a Alemanha. Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu inicialmente na missão militar britânica na França, mas, após acusações de que nutria simpatia pelos nazis, foi designado governador das Bahamas. Com o final da guerra nunca mais desempenhou outra função oficial, passando o resto de sua vida retirado na França.
Brasão de armas de Eduardo, Duque de Windsor

A batalha que manteve uma Escócia independente foi há 705 anos

A Batalha de Bannockburn (Blàr Allt a' Bhonnaich em língua gaélica escocesa), em 23 e 24 de junho de 1314, foi travada entre forças da Inglaterra e da Escócia, resultando em vitória significativa para esta última, no âmbito das Guerras de Independência Escocesa.
O exército inglês, de cerca de 25.000 homens, comandado por Eduardo II da Inglaterra, foi interceptado no vau de Bannockburn (ribeira de Bannock Burn, afluente do rio Forth) por um contingente escocês de cerca de 9.000 soldados, sob o comando de Robert Bruce. Aos primeiros embates do dia 23, relativamente modestos, seguiu-se um grande confronto no dia seguinte. O resultado pode ser atribuído à desastrada disposição das forças inglesas, entre dois ribeiros e em solo pantanoso. Eduardo II retirou-se do campo e fugiu de volta à Inglaterra.
A vitória escocesa foi completa e, embora o reconhecimento inglês da independência da Escócia ainda tardasse mais de dez anos (1328), ajudou Robert Bruce a restabelecer um Estado soberano escocês.
No conhecido filme sobre o herói escocês William Wallace, que venceu a Batalha de Stirling Bridge, em 11 de setembro de 1297, as forças comandadas por Andrew Moray e William Wallace derrotaram as forças inglesas, a tática militar mostrada é a das tropas escocesas nesta batalha (de Bannockburn) e não a realmente usada.

Boris Vian morreu há sessenta anos

Boris Vian, né le 10 mars 1920 à Ville-d'Avray (Seine-et-Oise, aujourd'hui Hauts-de-Seine) et mort le 23 juin 1959 à Paris, est un écrivain français, poète, parolier, chanteur, critique et musicien de jazz (trompettiste). Ingénieur de l'École centrale (promotion 42B), il est aussi scénariste, traducteur (anglo-américain), conférencier, acteur et peintre.
Sous le pseudonyme de Vernon Sullivan, il a publié de nombreux romans dans le style américain parmi lesquels J'irai cracher sur vos tombes qui a fait scandale et a été interdit. Il a souvent utilisé d'autres pseudonymes, parfois sous la forme d'une anagramme, pour signer une multitude d'écrits.
Boris Vian a abordé à peu près tous les genres littéraires : poésie, document, chroniques, nouvelles. Il a aussi produit des pièces de théâtre et des scénarios pour le cinéma. Son œuvre est une mine dans laquelle on continue encore de découvrir de nouveaux manuscrits au XXIe siècle. Toutefois, sa bibliographie reste très difficile à dater avec précision puisque lui-même ne datait pas toujours ses manuscrits. Ainsi, Noël Arnaud dans les Vies parallèles de Boris Vian, et Claude J. Rameil qui ont fait des recherches très poussées, ne donnent pas les mêmes dates que les proches de l'auteur sur l'année de publication de certaines œuvres, notamment les Cent sonnets.
Il est également l'auteur de peintures, de dessins et de croquis, exposés pour la première fois à l'annexe de la NRF en 1946.
Pendant quinze ans, il a aussi milité en faveur du jazz, qu'il a commencé à pratiquer dès 1937 au Hot Club de France. Ses chroniques, parues dans des journaux comme Combat, Jazz-hot, Arts, ont été rassemblées en 1982: Écrits sur le jazz. Il a aussi créé quarante-huit émissions radiophoniques Jazz in Paris, dont les textes, en anglais et en français étaient destinés à une radio new-yorkaise et dont les manuscrits ont été rassemblés en édition bilingue en 1996.
Son œuvre littéraire, peu appréciée de son vivant, a été saluée par la jeunesse dès les années 1960-1970. L'Écume des jours en particulier, avec ses jeux de mots et ses personnages à clef, a fait de lui un véritable mythe. Il est désormais un classique qu'on étudie dans les collèges et les lycées.
«Si, au cours de sa brève existence, il a multiplié les activités les plus diverses, son nom s'inscrit aujourd'hui parmi les plus significatifs de la littérature française.»
Boris Vian, réputé pessimiste, adorait l'absurde, la fête et le jeu. Il est aussi l'inventeur de mots et de systèmes parmi lesquels figurent des machines imaginaires et des mots devenus courants de nos jours. Mais il a également élaboré des projets d'inventions lorsqu'il était à l'École centrale d'ingénieurs. Il a même déposé un brevet pour un système permettant de faire passer les écluses en transportant les navires au-delà de l'écluse. La machine imaginaire la plus célèbre est restée le pianocktail, instrument destiné à fournir de la musique et des boissons en même temps.
De santé fragile, très couvé par sa mère, et à juste titre par les médecins, il ne s'est jamais ménagé, comme s'il était pressé d'entreprendre toutes les activités possibles, avec le sentiment de la mort qui rôdait autour de lui. Il est mort à 39 ans d'un arrêt cardiaque, lors de la projection de l'adaptation cinématographique de son livre J'irai cracher sur vos tombes.

O cantor Jason Mraz faz hoje 42 anos

Jason Thomas Mraz (Mechanicsville, 23 de junho de 1977) é um compositor e cantor dos Estados Unidos.
  

Anna Akhmatova nasceu há 130 anos

Retrato de Anna Akhmatova, por Kuzma Petrov-Vodkin, em 1922
  
Anna Akhmatova (Odessa, 23 de junho de 1889 - Leningrado, 5 de março de 1966) é o pseudónimo de Anna Andreevna Gorenko, uma das mais importantes poetas acmeístas russas.
Começou a escrever poesia aos onze anos de idade, mas o pai, um engenheiro naval, temia que Anna viesse a desonrar o nome da família, convencido de estar a adivinhar hábitos decadentes associados à vida artística. Assim, assinou os seus primeiros trabalhos com o primeiro nome da sua bisavó, Tatar.
Apesar do seu pai ter abandonado a família, quando Anna contava apenas dezasseis anos, conseguiu prosseguir os seus estudos. Portanto, não só estudou no liceu feminino de Tsarskoe Selo e no célebre Instituto Smolnyi de São Petersburgo, como também no Liceu Fundukleevskaia de Kiev e numa Faculdade de Direito, em 1907.
A obra de Akhmatova compõem-se tanto de pequenos poemas líricos como de grandes poemas, como o Requiem, um grande poema acerca do terror estalinista. Os temas recorrentes são o passar do tempo, as recordações, o destino da mulher criadora e as dificuldades em viver em escrever à sombra do estalinismo.
Os seus pais separaram-se em 1905. Ela casou-se com o poeta Nikolaï Goumilev em 1910 e o filho deles, nascido em 1912, foi o historiador Lev Goumilev.
Akhmatova teve uma longa amizade com a poeta Marina Tsvetaeva, sua compatriota. Estas duas amigas trocaram uma correspondência poética.
Nikolaï Goumilev foi executado em 1921, por causa de actividades consideradas anti-soviéticas; Akhmatova foi forçada ao silêncio, não podendo a sua poesia ser publicada de 1925 a 1952 (exceptuando-se o período de 1940 a 1946). Excluída da vida pública, vivendo de uma irrisória pensão e forçada a ir fazendo traduções de obras de escritores como Victor Hugo e Rabindranath Tagore, Akhmatova começou, após a morte de Estaline, em 1953, a ser reabilitada, tendo-lhe sido autorizada uma viagem a Itália, para receber o prémio literário Taormina, e a Oxford, para receber um título honorário, em 1965.
Na generalidade, a sua obra é caracterizada pela aparente simplicidade e naturalidade e pela precisão e clareza da sua escrita.
  
 
Sombra

Que sabe
certa mulher
Sobre a hora a morte?
O.Mandelstam
Sempre mais
elegante, mais rosada, mais alta que todas,
Para que vens ao de cima do fundo dos anos tombados
E a memória rapace diante de mim faz tremular
O teu perfil transparente por trás dos vidros do coche?
Como se discutia nessa altura - tu, anjo ou pássaro!
Uma pequena palha te chamou o poeta.
Para todos por igual através das negras pestanas
Dos olhos em abismo fluía a terna luz.
Oh sombra! Perdoa-me mas o tempo claro,
Flaubert, a insónia e os lilases tardios
De ti - bela de 1913 -
E do teu dia indiferente e sem nuvens
Me fizeram lembrar... Mas tais recordações
A mim não me ficam bem. Oh sombra!

 
  
Anna Akhmatova