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segunda-feira, março 04, 2024

George Gamow nasceu há cento e vinte anos...

 

George Anthony Gamow (Odessa, 4 de março de 1904 - Boulder, 19 de agosto de 1968) foi um físico e divulgador científico norte-americano nascido na Ucrânia. Gamow tornou-se cidadão dos Estados Unidos da América em 1940. 

  

Carreira científica

No fim da década de 30, Gamow iniciou estudos sobre cosmologia relativística, em colaboração com Edward Teller na Universidade George Washington. Ele procurava entender a origem dos elementos químicos num universo primordial quente e denso. Para isso, ele adotou o modelo em expansão desenvolvido por Alexander Friedmann e Georges Lemaître.

O modelo de Gamow tinha muitos aspetos comuns ao modelo do átomo primordial, proposto por Lemaître em 1931: um universo primordial muito pequeno, quente e denso, que passou a se expandir e esfriar. No instante inicial o volume seria nulo, o que caracteriza a chamada singularidade inicial: toda a matéria existente estaria concentrada num ponto de densidade infinita.

Após a Segunda Guerra Mundial, Gamow publicou com Ralph Alpher e Robert Herman uma série de artigos desenvolvendo esta teoria, que ficou posteriormente conhecida como a teoria do Big Bang. O mais famoso destes trabalhos foi publicado em 1948, pouco antes da defesa da tese de Alpher, orientada por Gamow. Gamow convenceu Alpher a adicionar no artigo o nome de Hans Bethe (que não participara da conceção do trabalho...) para fazer um trocadilho com as três primeiras letras do alfabeto grego: alfa, beta e gama.

Segundo a teoria cosmológica desenvolvida por Gamow e seus colaboradores, todos os elementos químicos teriam sido formados no universo primordial por reações de fusão nuclear. Uma teoria rival, proposta por Fred Hoyle, buscava explicar a origem dos elementos químicos nas estrelas por meio da teoria do estado estacionário, segundo a qual o universo jamais teria sido mais denso do que é atualmente.

Alpher, Herman e Gamow propuseram que, segundo o seu modelo cosmológico, deveria haver uma radiação de fundo que a princípio poderia ser detetada, mas não conseguiram convencer nenhum cientista a tentar investigá-la. Os seus estudos foram praticamente ignorados até à década de 60.

Em 1963, porém, Arno Penzias e Robert Woodrow Wilson, do Bell Telephone Laboratories, em Nova Jersey detetaram essa radiação por acaso, ao fazerem uma pesquisa que não estava relacionada à cosmologia. Em 1965 publicaram um artigo em colaboração com Robert Dicke e James Peebles, sugerindo que haviam detetado uma evidência a favor da chamada cosmologia do Big Bang. Então, após certo tempo, a comunidade reconheceu os trabalhos anteriores de Gamow, Alpher e Herman.

 

domingo, agosto 20, 2023

O astrónomo Fred Hoyle morreu há vinte e dois anos...

   
Sir Fred Hoyle (Bingley, Yorkshire, 24 de junho de 1915 - Bournemouth, Dorset, 20 de agosto de 2001) foi um astrónomo britânico, famoso por algumas teorias que iam de encontro à opinião científica corrente e um escritor de ficção científica, incluindo alguns livros co-escritos pelo filho, Geoffrey Hoyle. Fred Hoyle passou a maior parte da carreira no Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, de que foi diretor vários anos.
Uma antiga publicação de Hoyle faz um uso interessante do princípio antrópico. Tentando descobrir o funcionamento da nucleossíntese estelar, ele observou que uma reação nuclear particular, o processo triplo-alfa, que gerou o carbono, requereria que o núcleo do carbono tivesse uma energia bem específica para ocorrer. A grande quantidade de carbono no universo, que torna a vida tal como a conhecemos possível, demonstrou que essa reação nuclear tinha que funcionar. Baseado nessa noção, ele previu os níveis de energia do núcleo do carbono, que foram mais tarde comprovados em laboratório.
O seu colaborador, William Alfred Fowler, foi laureado com o Nobel de Física de 1983 (com Subrahmanyan Chandrasekhar), mas, por alguma razão, a contribuição original de Hoyle não foi levada em conta, e muitos ficaram surpreendidos que um astrónomo tão notável jamais recebesse o prémio. 
     

sábado, junho 24, 2023

Fred Hoyle nasceu há 108 anos

       
Sir Fred Hoyle (Bingley, Yorkshire, 24 de junho de 1915 - Bournemouth, Dorset, 20 de agosto de 2001) foi um astrónomo britânico famoso por algumas teorias que iam de encontro à opinião científica corrente e um escritor de ficção científica, incluindo alguns livros co-escritos pelo filho, Geoffrey Hoyle. Fred Hoyle passou a maior parte da carreira no Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, de que foi diretor vários anos.
Uma antiga publicação de Hoyle faz um uso interessante do princípio antrópico. Tentando descobrir o funcionamento da nucleossíntese estelar, ele observou que uma reação nuclear particular, o processo triplo-alfa, que gerou o carbono, requereria que o núcleo do carbono tivesse uma energia bem específica para ocorrer. A grande quantidade de carbono no universo, que torna a vida tal como a conhecemos possível, demonstrou que essa reação nuclear tinha que funcionar. Baseado nessa noção, ele previu os níveis de energia do núcleo do carbono, que foram mais tarde comprovados em laboratório.
O seu colaborador, William Alfred Fowler, foi laureado com o Nobel de Física de 1983 (com Subrahmanyan Chandrasekhar), mas, por alguma razão, a contribuição original de Hoyle não foi levada em conta, e muitos ficaram surpreendidos que um astrónomo tão notável jamais recebesse o prémio. O próprio Fowler, num esboço autobiográfico, ressaltou os esforços pioneiros de Hoyle:
O conceito de nucleossíntese nas estrelas foi estabelecido primeiramente por Hoyle em 1946. Isso forneceu uma explicação para a existência de elementos mais pesados que o hélio no universo, basicamente mostrando que elementos críticos como o carbono poderiam ser produzidos nas estrelas e mais tarde incorporados em outras estrelas e planetas quando a estrela "morre". As novas estrelas formadas recentemente já são formadas com esses elementos pesados, e elementos ainda mais pesados são formados a partir deles. Hoyle estabeleceu a teoria de que outros elementos raros podiam ser explicados por supernovas, as explosões gigantes que ocorrem ocasionalmente no universo, cujas temperaturas e pressões seriam requeridas para criar tais elementos.
Nos seus últimos anos, Hoyle tornou-se um feroz crítico de teorias de evolução química para explicar a origem da vida de maneira natural. Com Chandra Wickramasinghe, Hoyle promoveu a teoria de que a vida surgiu no espaço, espalhando-se pelo universo por panspermia, e que a evolução na Terra é dirigida por um fluxo constante de vírus que chegam via cometas.
      
Prémios
  
Nomeados em sua homenagem
  • Asteroide 8077 Hoyle
  • Janibacter hoylei, espécie de bactéria descobertas pelos cientistas da ISRO
   

sábado, março 04, 2023

George Gamow nasceu há 119 anos

 

George Anthony Gamow (Odessa, 4 de março de 1904 - Boulder, 19 de agosto de 1968) foi um físico e divulgador científico norte-americano nascido na Ucrânia. Gamow tornou-se cidadão dos Estados Unidos da América em 1940. 

  

Carreira científica

No fim da década de 30, Gamow iniciou estudos sobre cosmologia relativística, em colaboração com Edward Teller na Universidade George Washington. Ele procurava entender a origem dos elementos químicos num universo primordial quente e denso. Para isso, ele adotou o modelo em expansão desenvolvido por Alexander Friedmann e Georges Lemaître.

O modelo de Gamow tinha muitos aspetos comuns ao modelo do átomo primordial, proposto por Lemaître em 1931: um universo primordial muito pequeno, quente e denso, que passou a se expandir e esfriar. No instante inicial o volume seria nulo, o que caracteriza a chamada singularidade inicial: toda a matéria existente estaria concentrada num ponto de densidade infinita.

Após a Segunda Guerra Mundial, Gamow publicou com Ralph Alpher e Robert Herman uma série de artigos desenvolvendo esta teoria, que ficou posteriormente conhecida como a teoria do Big Bang. O mais famoso destes trabalhos foi publicado em 1948, pouco antes da defesa da tese de Alpher, orientada por Gamow. Gamow convenceu Alpher a adicionar no artigo o nome de Hans Bethe (que não participara da conceção do trabalho...) para fazer um trocadilho com as três primeiras letras do alfabeto grego: alfa, beta e gama.

Segundo a teoria cosmológica desenvolvida por Gamow e seus colaboradores, todos os elementos químicos teriam sido formados no universo primordial por reações de fusão nuclear. Uma teoria rival, proposta por Fred Hoyle, buscava explicar a origem dos elementos químicos nas estrelas por meio da teoria do estado estacionário, segundo a qual o universo jamais teria sido mais denso do que é atualmente.

Alpher, Herman e Gamow propuseram que, segundo o seu modelo cosmológico, deveria haver uma radiação de fundo que a princípio poderia ser detetada, mas não conseguiram convencer nenhum cientista a tentar investigá-la. Os seus estudos foram praticamente ignorados até à década de 60.

Em 1963, porém, Arno Penzias e Robert Woodrow Wilson, do Bell Telephone Laboratories, em Nova Jersey detetaram essa radiação por acaso, ao fazerem uma pesquisa que não estava relacionada à cosmologia. Em 1965 publicaram um artigo em colaboração com Robert Dicke e James Peebles, sugerindo que haviam detetado uma evidência a favor da chamada cosmologia do Big Bang. Então, após certo tempo, a comunidade reconheceu os trabalhos anteriores de Gamow, Alpher e Herman.

 

sábado, agosto 20, 2022

Fred Hoyle morreu há vinte e um anos...

   
Sir Fred Hoyle (Bingley, Yorkshire, 24 de junho de 1915 - Bournemouth, Dorset, 20 de agosto de 2001) foi um astrónomo britânico, famoso por algumas teorias que iam de encontro à opinião científica corrente e um escritor de ficção científica, incluindo alguns livros co-escritos pelo filho, Geoffrey Hoyle. Fred Hoyle passou a maior parte da carreira no Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, de que foi diretor vários anos.
Uma antiga publicação de Hoyle faz um uso interessante do princípio antrópico. Tentando descobrir o funcionamento da nucleossíntese estelar, ele observou que uma reação nuclear particular, o processo triplo-alfa, que gerou o carbono, requereria que o núcleo do carbono tivesse uma energia bem específica para ocorrer. A grande quantidade de carbono no universo, que torna a vida tal como a conhecemos possível, demonstrou que essa reação nuclear tinha que funcionar. Baseado nessa noção, ele previu os níveis de energia do núcleo do carbono, que foram mais tarde comprovados em laboratório.
O seu colaborador, William Alfred Fowler, foi laureado com o Nobel de Física de 1983 (com Subrahmanyan Chandrasekhar), mas, por alguma razão, a contribuição original de Hoyle não foi levada em conta, e muitos ficaram surpreendidos que um astrónomo tão notável jamais recebesse o prémio. 
     

sexta-feira, junho 24, 2022

Fred Hoyle nasceu há 107 anos

       
Sir Fred Hoyle (Bingley, Yorkshire, 24 de junho de 1915 - Bournemouth, Dorset, 20 de agosto de 2001) foi um astrónomo britânico famoso por algumas teorias que iam de encontro à opinião científica corrente e um escritor de ficção científica, incluindo alguns livros co-escritos pelo filho, Geoffrey Hoyle. Fred Hoyle passou a maior parte da carreira no Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, de que foi diretor vários anos.
Uma antiga publicação de Hoyle faz um uso interessante do princípio antrópico. Tentando descobrir o funcionamento da nucleossíntese estelar, ele observou que uma reação nuclear particular, o processo triplo-alfa, que gerou o carbono, requereria que o núcleo do carbono tivesse uma energia bem específica para ocorrer. A grande quantidade de carbono no universo, que torna a vida tal como a conhecemos possível, demonstrou que essa reação nuclear tinha que funcionar. Baseado nessa noção, ele previu os níveis de energia do núcleo do carbono, que foram mais tarde comprovados em laboratório.
O seu colaborador, William Alfred Fowler, foi laureado com o Nobel de Física de 1983 (com Subrahmanyan Chandrasekhar), mas, por alguma razão, a contribuição original de Hoyle não foi levada em conta, e muitos ficaram surpreendidos que um astrónomo tão notável jamais recebesse o prémio. O próprio Fowler, num esboço autobiográfico, ressaltou os esforços pioneiros de Hoyle:
O conceito de nucleossíntese nas estrelas foi estabelecido primeiramente por Hoyle em 1946. Isso forneceu uma explicação para a existência de elementos mais pesados que o hélio no universo, basicamente mostrando que elementos críticos como o carbono poderiam ser produzidos nas estrelas e mais tarde incorporados em outras estrelas e planetas quando a estrela "morre". As novas estrelas formadas recentemente já são formadas com esses elementos pesados, e elementos ainda mais pesados são formados a partir deles. Hoyle estabeleceu a teoria de que outros elementos raros podiam ser explicados por supernovas, as explosões gigantes que ocorrem ocasionalmente no universo, cujas temperaturas e pressões seriam requeridas para criar tais elementos.
Nos seus últimos anos, Hoyle tornou-se um feroz crítico de teorias de evolução química para explicar a origem da vida de maneira natural. Com Chandra Wickramasinghe, Hoyle promoveu a teoria de que a vida surgiu no espaço, espalhando-se pelo universo por panspermia, e que a evolução na Terra é dirigida por um fluxo constante de vírus que chegam via cometas.
      
Prémios
  
Nomeados em sua homenagem
  • Asteroide 8077 Hoyle
  • Janibacter hoylei, espécie de bactéria descobertas pelos cientistas da ISRO
   

sexta-feira, março 04, 2022

George Gamow nasceu há 118 anos

 

George Anthony Gamow (Odessa, 4 de março de 1904 - Boulder, 19 de agosto de 1968) foi um físico e divulgador científico norte-americano nascido na Ucrânia. Gamow tornou-se cidadão dos Estados Unidos da América em 1940. 

  

Carreira científica

No fim da década de 30, Gamow iniciou estudos sobre cosmologia relativística, em colaboração com Edward Teller na Universidade George Washington. Ele procurava entender a origem dos elementos químicos num universo primordial quente e denso. Para isso, ele adotou o modelo em expansão desenvolvido por Alexander Friedmann e Georges Lemaître.

O modelo de Gamow tinha muitos aspetos comuns ao modelo do átomo primordial, proposto por Lemaître em 1931: um universo primordial muito pequeno, quente e denso, que passou a se expandir e esfriar. No instante inicial o volume seria nulo, o que caracteriza a chamada singularidade inicial: toda a matéria existente estaria concentrada num ponto de densidade infinita.

Após a Segunda Guerra Mundial, Gamow publicou com Ralph Alpher e Robert Herman uma série de artigos desenvolvendo esta teoria, que ficou posteriormente conhecida como a teoria do Big Bang. O mais famoso destes trabalhos foi publicado em 1948, pouco antes da defesa da tese de Alpher, orientada por Gamow. Gamow convenceu Alpher a adicionar no artigo o nome de Hans Bethe (que não participara da conceção do trabalho...) para fazer um trocadilho com as três primeiras letras do alfabeto grego: alfa, beta e gama.

Segundo a teoria cosmológica desenvolvida por Gamow e seus colaboradores, todos os elementos químicos teriam sido formados no universo primordial por reações de fusão nuclear. Uma teoria rival, proposta por Fred Hoyle, buscava explicar a origem dos elementos químicos nas estrelas por meio da teoria do estado estacionário, segundo a qual o universo jamais teria sido mais denso do que é atualmente.

Alpher, Herman e Gamow propuseram que, segundo o seu modelo cosmológico, deveria haver uma radiação de fundo que a princípio poderia ser detetada, mas não conseguiram convencer nenhum cientista a tentar investigá-la. Seus estudos foram praticamente ignorados até a década de 60.

Em 1963, porém, Arno Penzias e Robert Woodrow Wilson, do Bell Telephone Laboratories, em Nova Jersey detetaram essa radiação por acaso, ao fazerem uma pesquisa que não estava relacionada à cosmologia. Em 1965 publicaram um artigo em colaboração com Robert Dicke e James Peebles, sugerindo que haviam detetado uma evidência a favor da chamada cosmologia do Big Bang. Então, após certo tempo, a comunidade reconheceu os trabalhos anteriores de Gamow, Alpher e Herman.

 

sexta-feira, agosto 20, 2021

O brilhante astrónomo Fred Hoyle morreu há vinte anos...

   
Sir Fred Hoyle (Bingley, Yorkshire, 24 de junho de 1915 - Bournemouth, Dorset, 20 de agosto de 2001) foi um astrónomo britânico famoso por algumas teorias que iam de encontro à opinião científica corrente e um escritor de ficção científica, incluindo alguns livros co-escritos pelo filho, Geoffrey Hoyle. Fred Hoyle passou a maior parte da carreira no Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, de que foi diretor vários anos.
Uma antiga publicação de Hoyle faz um uso interessante do princípio antrópico. Tentando descobrir o funcionamento da nucleossíntese estelar, ele observou que uma reação nuclear particular, o processo triplo-alfa, que gerou o carbono, requereria que o núcleo do carbono tivesse uma energia bem específica para ocorrer. A grande quantidade de carbono no universo, que torna a vida tal como a conhecemos possível, demonstrou que essa reação nuclear tinha que funcionar. Baseado nessa noção, ele previu os níveis de energia do núcleo do carbono, que foram mais tarde comprovados em laboratório.
O seu colaborador, William Alfred Fowler, foi laureado com o Nobel de Física de 1983 (com Subrahmanyan Chandrasekhar), mas, por alguma razão, a contribuição original de Hoyle não foi levada em conta, e muitos ficaram surpreendidos que um astrónomo tão notável jamais recebesse o prémio. O próprio Fowler, num esboço autobiográfico, ressaltou os esforços pioneiros de Hoyle:
O conceito de nucleossíntese nas estrelas foi estabelecido primeiramente por Hoyle em 1946. Isso forneceu uma explicação para a existência de elementos mais pesados que o hélio no universo, basicamente mostrando que elementos críticos como o carbono poderiam ser produzidos nas estrelas e mais tarde incorporados em outras estrelas e planetas quando a estrela "morre". As novas estrelas formadas recentemente já são formadas com esses elementos pesados, e elementos ainda mais pesados são formados a partir deles. Hoyle estabeleceu a teoria de que outros elementos raros podiam ser explicados por supernovas, as explosões gigantes que ocorrem ocasionalmente no universo, cujas temperaturas e pressões seriam requeridas para criar tais elementos.
Nos seus últimos anos, Hoyle tornou-se um feroz crítico de teorias de evolução química para explicar a origem da vida de maneira natural. Com Chandra Wickramasinghe, Hoyle promoveu a teoria de que a vida surgiu no espaço, espalhando-se pelo universo por panspermia, e que a evolução na Terra é dirigida por um fluxo constante de vírus que chegam via cometas.
   
Prémios
Nomeados em sua homenagem
  • Asteroide 8077 Hoyle
  • Janibacter hoylei, espécie de bactéria descobertas pelos cientistas da ISRO
   

quinta-feira, junho 24, 2021

O astrónomo Fred Hoyle nasceu há 106 anos

     
Sir Fred Hoyle (Bingley, Yorkshire, 24 de junho de 1915 - Bournemouth, Dorset, 20 de agosto de 2001) foi um astrónomo britânico famoso por algumas teorias que iam de encontro à opinião científica corrente e um escritor de ficção científica, incluindo alguns livros co-escritos pelo filho, Geoffrey Hoyle. Fred Hoyle passou a maior parte da carreira no Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, de que foi diretor vários anos.
Uma antiga publicação de Hoyle faz um uso interessante do princípio antrópico. Tentando descobrir o funcionamento da nucleossíntese estelar, ele observou que uma reação nuclear particular, o processo triplo-alfa, que gerou o carbono, requereria que o núcleo do carbono tivesse uma energia bem específica para ocorrer. A grande quantidade de carbono no universo, que torna a vida tal como a conhecemos possível, demonstrou que essa reação nuclear tinha que funcionar. Baseado nessa noção, ele previu os níveis de energia do núcleo do carbono, que foram mais tarde comprovados em laboratório.
O seu colaborador, William Alfred Fowler, foi laureado com o Nobel de Física de 1983 (com Subrahmanyan Chandrasekhar), mas, por alguma razão, a contribuição original de Hoyle não foi levada em conta, e muitos ficaram surpreendidos que um astrónomo tão notável jamais recebesse o prémio. O próprio Fowler, num esboço autobiográfico, ressaltou os esforços pioneiros de Hoyle:
O conceito de nucleossíntese nas estrelas foi estabelecido primeiramente por Hoyle em 1946. Isso forneceu uma explicação para a existência de elementos mais pesados que o hélio no universo, basicamente mostrando que elementos críticos como o carbono poderiam ser produzidos nas estrelas e mais tarde incorporados em outras estrelas e planetas quando a estrela "morre". As novas estrelas formadas recentemente já são formadas com esses elementos pesados, e elementos ainda mais pesados são formados a partir deles. Hoyle estabeleceu a teoria de que outros elementos raros podiam ser explicados por supernovas, as explosões gigantes que ocorrem ocasionalmente no universo, cujas temperaturas e pressões seriam requeridas para criar tais elementos.
Nos seus últimos anos, Hoyle tornou-se um feroz crítico de teorias de evolução química para explicar a origem da vida de maneira natural. Com Chandra Wickramasinghe, Hoyle promoveu a teoria de que a vida surgiu no espaço, espalhando-se pelo universo por panspermia, e que a evolução na Terra é dirigida por um fluxo constante de vírus que chegam via cometas.
   
Prémios
Nomeados em sua homenagem
  • Asteroide 8077 Hoyle
  • Janibacter hoylei, espécie de bactéria descobertas pelos cientistas da ISRO
   

quinta-feira, março 04, 2021

George Gamow nasceu há 117 anos

 

George Anthony Gamow (Odessa, 4 de março de 1904 - Boulder, 19 de agosto de 1968) foi um físico e divulgador científico norte-americano nascido na Ucrânia. Gamow tornou-se cidadão dos Estados Unidos da América em 1940. 

  

Carreira científica

No fim da década de 30, Gamow iniciou estudos sobre cosmologia relativística, em colaboração com Edward Teller na Universidade George Washington. Ele procurava entender a origem dos elementos químicos num universo primordial quente e denso. Para isso, ele adotou o modelo em expansão desenvolvido por Alexander Friedmann e Georges Lemaître.

O modelo de Gamow tinha muitos aspectos comuns ao modelo do átomo primordial, proposto por Lemaître em 1931: um universo primordial muito pequeno, quente e denso, que passou a se expandir e esfriar. No instante inicial o volume seria nulo, o que caracteriza a chamada singularidade inicial: toda a matéria existente estaria concentrada num ponto de densidade infinita.

Após a Segunda Guerra Mundial, Gamow publicou com Ralph Alpher e Robert Herman uma série de artigos desenvolvendo esta teoria, que ficou posteriormente conhecida como a teoria do Big Bang. O mais famoso destes trabalhos foi publicado em 1948, pouco antes da defesa da tese de Alpher, orientada por Gamow. Gamow convenceu Alpher a adicionar no artigo o nome de Hans Bethe (que não participara da concepção do trabalho...) para fazer um trocadilho com as três primeiras letras do alfabeto grego: alfa, beta e gama.

Segundo a teoria cosmológica desenvolvida por Gamow e seus colaboradores, todos os elementos químicos teriam sido formados no universo primordial por reações de fusão nuclear. Uma teoria rival, proposta por Fred Hoyle, buscava explicar a origem dos elementos químicos nas estrelas por meio da teoria do estado estacionário, segundo a qual o universo jamais teria sido mais denso do que é atualmente.

Alpher, Herman e Gamow propuseram que, segundo o seu modelo cosmológico, deveria haver uma radiação de fundo que a princípio poderia ser detectada, mas não conseguiram convencer nenhum cientista a tentar investigá-la. Seus estudos foram praticamente ignorados até a década de 60.

Em 1963, porém, Arno Penzias e Robert Woodrow Wilson, do Bell Telephone Laboratories, em Nova Jersey detectaram essa radiação por acaso, ao fazerem uma pesquisa que não estava relacionada à cosmologia. Em 1965 publicaram um artigo em colaboração com Robert Dicke e James Peebles, sugerindo que haviam detectado uma evidência a favor da chamada cosmologia do Big Bang. Então, após certo tempo, a comunidade reconheceu os trabalhos anteriores de Gamow, Alpher e Herman.

Gamow era um ateu convicto e faleceu em 1968.

 

in Wikipédia

quarta-feira, junho 24, 2020

Fred Hoyle nasceu há 105 anos...!

   
Sir Fred Hoyle (Bingley, Yorkshire, 24 de junho de 1915 - Bournemouth, Dorset, 20 de agosto de 2001) foi um astrónomo britânico famoso por algumas teorias que iam de encontro à opinião científica corrente e um escritor de ficção científica, incluindo alguns livros co-escritos pelo filho, Geoffrey Hoyle. Fred Hoyle passou a maior parte da carreira no Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, de que foi diretor vários anos.
Uma antiga publicação de Hoyle faz um uso interessante do princípio antrópico. Tentando descobrir o funcionamento da nucleossíntese estelar, ele observou que uma reação nuclear particular, o processo triplo-alfa, que gerou o carbono, requereria que o núcleo do carbono tivesse uma energia bem específica para ocorrer. A grande quantidade de carbono no universo, que torna a vida tal como a conhecemos possível, demonstrou que essa reação nuclear tinha que funcionar. Baseado nessa noção, ele previu os níveis de energia do núcleo do carbono, que foram mais tarde comprovados em laboratório.
O seu colaborador, William Alfred Fowler, foi laureado com o Nobel de Física de 1983 (com Subrahmanyan Chandrasekhar), mas, por alguma razão, a contribuição original de Hoyle não foi levada em conta, e muitos ficaram surpreendidos que um astrónomo tão notável jamais recebesse o prémio. O próprio Fowler, num esboço autobiográfico, ressaltou os esforços pioneiros de Hoyle:
O conceito de nucleossíntese nas estrelas foi estabelecido primeiramente por Hoyle em 1946. Isso forneceu uma explicação para a existência de elementos mais pesados que o hélio no universo, basicamente mostrando que elementos críticos como o carbono poderiam ser produzidos nas estrelas e mais tarde incorporados em outras estrelas e planetas quando a estrela "morre". As novas estrelas formadas recentemente já são formadas com esses elementos pesados, e elementos ainda mais pesados são formados a partir deles. Hoyle estabeleceu a teoria de que outros elementos raros podiam ser explicados por supernovas, as explosões gigantes que ocorrem ocasionalmente no universo, cujas temperaturas e pressões seriam requeridas para criar tais elementos.
Nos seus últimos anos, Hoyle tornou-se um feroz crítico de teorias de evolução química para explicar a origem da vida de maneira natural. Com Chandra Wickramasinghe, Hoyle promoveu a teoria de que a vida surgiu no espaço, espalhando-se pelo universo por panspermia, e que a evolução na Terra é dirigida por um fluxo constante de vírus que chegam via cometas.
  
Prémios
Nomeados em sua homenagem
  • Asteroide 8077 Hoyle
  • Janibacter hoylei, espécie de bactéria descobertas pelos cientistas da ISRO
   

segunda-feira, junho 24, 2019

O astrónomo Fred Hoyle nasceu há 104 anos

Sir Fred Hoyle (Bingley, Yorkshire, 24 de junho de 1915 - Bournemouth, Dorset, 20 de agosto de 2001) foi um astrónomo britânico famoso por algumas teorias que iam de encontro à opinião científica corrente e um escritor de ficção científica, incluindo alguns livros co-escritos pelo filho, Geoffrey Hoyle. Fred Hoyle passou a maior parte da carreira no Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, de que foi diretor vários anos.
  
Contribuição para a compreensão da Cosmogonia
Uma antiga publicação de Hoyle faz um uso interessante do princípio antrópico. Tentando descobrir o funcionamento da nucleossíntese estelar, ele observou que uma reação nuclear particular, o processo triplo alfa, que gerou o carbono, requereria que o núcleo do carbono tivesse uma energia bem específica para ocorrer. A grande quantidade de carbono no universo, que torna a vida tal como a conhecemos possível, demonstrou que essa reação nuclear tinha que funcionar. Baseado nessa noção, ele previu os níveis de energia do núcleo do carbono que foram mais tarde comprovados em laboratório.
Um seu colaborador, William Alfred Fowler, ganhou o Prémio Nobel de Física em 1983 (com Subrahmanyan Chandrasekhar), mas, por alguma razão, a contribuição original de Hoyle não foi levada em conta, e muitos ficaram surpresos que um astrónomo tão notável jamais recebesse o prémio. O próprio Fowler, em um esboço autobiográfico ressaltou os esforços pioneiros de Hoyle:
O conceito de nucleossíntese nas estrelas foi estabelecido primeiramente por Hoyle em 1946. Isso forneceu uma explicação para a existência de elementos mais pesados que o hélio no universo, basicamente mostrando que elementos críticos como o carbono poderiam ser produzidos nas estrelas e mais tarde incorporados em outras estrelas e planetas quando a estrela "morre". As novas estrelas formadas recentemente já são formadas com esses elementos pesados, e elementos ainda mais pesados são formados a partir deles. Hoyle estabeleceu a teoria de que outros elementos raros podiam ser explicados por supernovas, as explosões gigantes que ocorrem ocasionalmente no universo, cujas temperaturas e pressões seriam requeridas para criar tais elementos.
  
Rejeição do Big Bang
Hoyle, após a descoberta da expansão do universo por Edwin Hubble, discordou da sua interpretação: Hoyle (com Thomas Gold e Hermann Bondi, com quem ele trabalhara no campo de radares na Segunda Guerra Mundial) apoiou a teoria de um "Universo estacionário". A teoria tentou explicar como o universo poderia ser eterno e essencialmente imutável ainda que apresentando galáxias que se afastam umas das outras. A teoria apoiava-se na formação de matéria entre as galáxias de tempos em tempos, de modo que mesmo que as galáxias se afastassem umas das outras, novas galáxias que se desenvolviam entre elas enchiam o espaço que elas deixavam vago. O universo resultante está em um "estado estacionário" da mesma maneira que um rio que flui - as moléculas individuais de água movem-se, mas novas aparecem e o rio parece ser imutável.
Essa teoria era a única alternativa séria ao Big Bang que concordava com as observações da época, a saber o desvio para o vermelho das observações de Hubble, e Hoyle foi um forte crítico do Big Bang. Ironicamente, foi ele o responsável pela aparição do termo "Big Bang" em um programa de rádio da BBC, The Nature of Things, enquanto criticava a teoria; o texto foi publicado em 1950.
Hoyle e outros adeptos da teoria do universo estacionário não forneceram nenhuma informação sobre o surgimento espontâneo de matéria, a não ser o postulado da existência de algum tipo de "campo de criação", mas argumentaram que a criação contínua de matéria não era mais inexplicável do que o surgimento de todo o universo do nada, apesar de que essa criação de matéria devesse acontecer de maneira regular. No final, as crescentes evidências observadas convenceram a grande maioria dos cosmologistas que o modelo de estado estacionário era incorreto e que o Big Bang era a teoria que melhor explicava as observações. No entanto, Hoyle agarrou-se à sua teoria, criticando a falta de precisão das observações astronômicas. Em 1993, em uma tentativa de explicar algumas evidências contra o modelo de universo estacionário, ele apresentou uma versão modificada chamada "Cosmologia quase estacionária" ("quasi-steady state cosmology", QSS) ou CEQE, mas a teoria não usufruiu de um grande apoio.
A evidência que resultou na vitória da teoria do Big Bang sobre a teoria do Universo estacionário, pelo menos na mente da maioria dos cosmologistas, incluiu a descoberta da radiação cósmica de fundo, a distribuição de galáxias "jovens" e quasares no Universo, uma estimativa mais consistente da idade do universo (durante algum tempo, para constrangimento da teoria do Big Bang, as rochas terrestres pareciam ser mais velhas do que a idade estimada do universo) e mais recentemente as observações do satélite COBE, que mostraram que perturbações cruciais no universo inicial permitiam a criação de galáxias.
  

quarta-feira, junho 24, 2015

Fred Hoyle nasceu há um século!

Sir Fred Hoyle (Bingley, Yorkshire, 24 de junho de 1915 - Bournemouth, Dorset, 20 de agosto de 2001) foi um astrónomo britânico famoso por algumas teorias que iam de encontro à opinião científica corrente e um escritor de ficção científica, incluindo alguns livros co-escritos pelo filho, Geoffrey Hoyle. Fred Hoyle passou a maior parte da carreira no Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, de que foi diretor vários anos.

Uma antiga publicação de Hoyle faz um uso interessante do princípio antrópico. Tentando descobrir o funcionamento da nucleossíntese estelar, ele observou que uma reação nuclear particular, o processo triplo-alfa, que gerou o carbono, requereria que o núcleo do carbono tivesse uma energia bem específica para ocorrer. A grande quantidade de carbono no universo, que torna a vida tal como a conhecemos possível, demonstrou que essa reação nuclear tinha que funcionar. Baseado nessa noção, ele previu os níveis de energia do núcleo do carbono, que foram mais tarde comprovados em laboratório.
O seu colaborador, William Alfred Fowler, foi laureado com o Nobel de Física de 1983 (com Subrahmanyan Chandrasekhar), mas, por alguma razão, a contribuição original de Hoyle não foi levada em conta, e muitos ficaram surpreendidos que um astrónomo tão notável jamais recebesse o prémio. O próprio Fowler, num esboço autobiográfico, ressaltou os esforços pioneiros de Hoyle:
O conceito de nucleossíntese nas estrelas foi estabelecido primeiramente por Hoyle em 1946. Isso forneceu uma explicação para a existência de elementos mais pesados que o hélio no universo, basicamente mostrando que elementos críticos como o carbono poderiam ser produzidos nas estrelas e mais tarde incorporados em outras estrelas e planetas quando a estrela "morre". As novas estrelas formadas recentemente já são formadas com esses elementos pesados, e elementos ainda mais pesados são formados a partir deles. Hoyle estabeleceu a teoria de que outros elementos raros podiam ser explicados por supernovas, as explosões gigantes que ocorrem ocasionalmente no universo, cujas temperaturas e pressões seriam requeridas para criar tais elementos.
Nos seus últimos anos, Hoyle tornou-se um feroz crítico de teorias de evolução química para explicar a origem da vida de maneira natural. Com Chandra Wickramasinghe, Hoyle promoveu a teoria de que a vida surgiu no espaço, espalhando-se pelo universo por panspermia, e que a evolução na Terra é dirigida por um fluxo constante de vírus que chegam via cometas.

Prémios
Nomeados em sua homenagem
  • Asteroide 8077 Hoyle
  • Janibacter hoylei, espécie de bactéria descobertas pelos cientistas da ISRO

domingo, junho 24, 2012

O astrónomo Fred Hoyle nasceu há 97 anos

Sir Fred Hoyle (Bingley, Yorkshire, 24 de junho de 1915 - Bournemouth, Dorset, 20 de agosto de 2001) foi um astrónomo britânico famoso por algumas teorias que iam de encontro à opinião científica corrente e um escritor de ficção científica, incluindo alguns livros co-escritos pelo filho, Geoffrey Hoyle. Fred Hoyle passou a maior parte da carreira no Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, de que foi diretor vários anos.

Contribuição para a compreensão da Cosmogonia
Uma antiga publicação de Hoyle faz um uso interessante do princípio antrópico. Tentando descobrir o funcionamento da nucleossíntese estelar, ele observou que uma reação nuclear particular, o processo triplo alfa, que gerou o carbono, requereria que o núcleo do carbono tivesse uma energia bem específica para ocorrer. A grande quantidade de carbono no universo, que torna a vida tal como a conhecemos possível, demonstrou que essa reação nuclear tinha que funcionar. Baseado nessa noção, ele previu os níveis de energia do núcleo do carbono que foram mais tarde comprovados em laboratório.
Um seu colaborador, William Alfred Fowler, ganhou o Prémio Nobel de Física em 1983 (com Subrahmanyan Chandrasekhar), mas, por alguma razão, a contribuição original de Hoyle não foi levada em conta, e muitos ficaram surpresos que um astrónomo tão notável jamais recebesse o prémio. O próprio Fowler, em um esboço autobiográfico ressaltou os esforços pioneiros de Hoyle:
O conceito de nucleossíntese nas estrelas foi estabelecido primeiramente por Hoyle em 1946. Isso forneceu uma explicação para a existência de elementos mais pesados que o hélio no universo, basicamente mostrando que elementos críticos como o carbono poderiam ser produzidos nas estrelas e mais tarde incorporados em outras estrelas e planetas quando a estrela "morre". As novas estrelas formadas recentemente já são formadas com esses elementos pesados, e elementos ainda mais pesados são formados a partir deles. Hoyle estabeleceu a teoria de que outros elementos raros podiam ser explicados por supernovas, as explosões gigantes que ocorrem ocasionalmente no universo, cujas temperaturas e pressões seriam requeridas para criar tais elementos.

Rejeição do Big Bang
Hoyle, após a descoberta da expansão do universo por Edwin Hubble, discordou da sua interpretação: Hoyle (com Thomas Gold e Hermann Bondi, com quem ele trabalhara no campo de radares na Segunda Guerra Mundial) apoiou a teoria de um "Universo estacionário". A teoria tentou explicar como o universo poderia ser eterno e essencialmente imutável ainda que apresentando galáxias que se afastam umas das outras. A teoria apoiava-se na formação de matéria entre as galáxias de tempos em tempos, de modo que mesmo que as galáxias se afastassem umas das outras, novas galáxias que se desenvolviam entre elas enchiam o espaço que elas deixavam vago. O universo resultante está em um "estado estacionário" da mesma maneira que um rio que flui - as moléculas individuais de água movem-se, mas novas aparecem e o rio parece ser imutável.
Essa teoria era a única alternativa séria ao Big Bang que concordava com as observações da época, a saber o desvio para o vermelho das observações de Hubble, e Hoyle foi um forte crítico do Big Bang. Ironicamente, foi ele o responsável pela aparição do termo "Big Bang" em um programa de rádio da BBC, The Nature of Things, enquanto criticava a teoria; o texto foi publicado em 1950.
Hoyle e outros adeptos da teoria do universo estacionário não forneceram nenhuma informação sobre o surgimento espontâneo de matéria, a não ser o postulado da existência de algum tipo de "campo de criação", mas argumentaram que a criação contínua de matéria não era mais inexplicável do que o surgimento de todo o universo do nada, apesar de que essa criação de matéria devesse acontecer de maneira regular. No final, as crescentes evidências observadas convenceram a grande maioria dos cosmologistas que o modelo de estado estacionário era incorreto e que o Big Bang era a teoria que melhor explicava as observações. No entanto, Hoyle agarrou-se à sua teoria, criticando a falta de precisão das observações astronômicas. Em 1993, em uma tentativa de explicar algumas evidências contra o modelo de universo estacionário, ele apresentou uma versão modificada chamada "Cosmologia quase estacionária" ("quasi-steady state cosmology", QSS) ou CEQE, mas a teoria não usufruiu de um grande apoio.
A evidência que resultou na vitória da teoria do Big Bang sobre a teoria do Universo estacionário, pelo menos na mente da maioria dos cosmologistas, incluiu a descoberta da radiação cósmica de fundo, a distribuição de galáxias "jovens" e quasares no Universo, uma estimativa mais consistente da idade do universo (durante algum tempo, para constrangimento da teoria do Big Bang, as rochas terrestres pareciam ser mais velhas do que a idade estimada do universo) e mais recentemente as observações do satélite COBE, que mostraram que perturbações cruciais no universo inicial permitiam a criação de galáxias.