Muro exterior do Campo do Tarrafal
A Colónia Penal do Tarrafal, situada no lugar de Chão Bom do concelho do Tarrafal, na ilha de Santiago (Cabo Verde), foi criada pelo governo português do Estado Novo ao abrigo do Decreto-Lei n.º 26.539, de 23 de abril de 1936.
Em 18 de outubro de 1936 partiram de Lisboa os primeiros 152 detidos, entre os quais se contavam participantes do 18 de janeiro de 1934 na Marinha Grande (37) e alguns dos marinheiros que tinham participado na Revolta dos Marinheiros, ocorrida a bordo de navios de guerra no Tejo, em 8 de setembro daquele ano de 1936.
O Campo do Tarrafal, ou Campo de Concentração do Tarrafal, como ficou conhecido, começou a funcionar em 29 de outubro de 1936, com a chegada dos primeiros prisioneiros.
O Estado Novo,
sob a capa da reorganização dos estabelecimentos prisionais, ao criar
este campo pretende atingir dois objetivos ligados entre si: afastar
da metrópole presos problemáticos, e, através das deliberadas más
condições de encarceramento, enviar um sinal de que a repressão dos
contestatários será levada ao extremo.
Esta visão está claramente definida nos primeiros parágrafos do
Decreto-Lei, ao afirmar que serve para receber os presos
políticos e sociais, sobre quem recai o dever de cumprir o desterro,
aqueles que internados em outros estabelecimentos prisionais se mostram
refratários à disciplina e ainda os elementos perniciosos para outros
reclusos. Este diploma abrange também os condenados a pena maior por
crimes praticados com fins políticos, os presos preventivos, e, por fim,
os presos por crime de rebelião.
Foram trinta e sete os prisioneiros políticos que morreram no Tarrafal; os seus corpos só depois do 25 de abril puderam voltar à pátria.
in Wikipédia
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