quarta-feira, julho 11, 2018

Há quarenta anos, um motorista, para poupar um duro, semeou a morte num parque de campismo

(imagens daqui)
  
Los Alfaques (em catalão: Els Alfacs) é um parque de campismo de praia situado no município de Alcanar, comarca de Montsià na província de Tarragona, onde a 11 de julho de 1978 ocorreu um gravíssimo acidente devido à explosão de um camião/caminhão cisterna que transportava propeno liquefeito. O resultado deste trágico acidente foram 217 mortos, mais de 300 feridos graves, e a destruição da maior parte (dois terços) do parque de campismo.
Maquete do acidente (daqui)
Acidente
No dia 11 de julho de 1978 um camião cisterna, carregado com 25 toneladas de propeno liquefeito saiu de Tarragona, da refinaria Enpetrol, e dirigiu-se para sul da atual N-340, até Alicante. A cisterna tinha uma capacidade aproximada de 45 e a quantidade carregada era de 25 toneladas, quando a quantidade máxima era de 19,35 t, a uma pressão de 8 bar. Além disso, a cisterna era fabricada em aço (liga metálica formada essencialmente por ferro e carbono) e não dispunha de nenhum sistema de alívio de pressão.
Provavelmente para evitar passar pela portagem que o condutor do camião cisterna, Francisco Ibernón, teria de pagar do seu próprio bolso, decidiu conduzir pela N-340 em direção a sul. Depois de percorrer 102 quilómetros - no quilómetro 159,5 - pelas 14.30 (hora de Espanha), ao passar perto do parque de campismo "Los Alfaques", ocorreu a catástrofe.
Nesse momento, o parque de campismo tinha registadas 800 pessoas e estima-se que entre 300-400 estariam no raio da explosão, calculado entre 100 e 200 metros, que matou instantaneamente uma centena de pessoas.
Na investigação subsequente ficou demonstrado que o camião cisterna estava sobrecarregado, já que transportava 25 t em vez das 19 toneladas regulamentares. Como consequência do excesso de pressão, o tanque de aço rebentou, expulsando o gás liquefeito para o exterior, produzindo-se a ignição e a explosão do mesmo.
A bola de fogo resultante cobriu instantaneamente a maior parte do acampamento, afetando ainda uma praça no sul da rua, e os muitos veraneantes que ali se encontravam. Além disso, as altíssimas temperaturas (mais de 1.500º C) fizeram com que uma grande quantidade de botijas de gás dos campistas que o parque tinha também explodissem, acrescentando-se ao fogo da explosão. O condutor do camião e aproximadamente 140 veraneantes morreram imediatamente, antes de serem socorridos no hospital. A temperatura era tão alta era que fez ferver a água da praia, para aonde as pessoas fugiam.
Causas
A análise do acidente determinou três possíveis causas:
  • A sobrecarga do tanque causou a rutura hidráulica da cisterna, com a consequente evaporação e expansão do gás liquefeito, dando lugar a uma explosão de tipo BLEVE. Esta foi a causa oficial segundo o tribunal de Tarragona.
  • Uma fuga da cisterna produziu uma nuvem inflamável de propeno que se incendiou ao encontrar um ponto de ignição. O calor do incêndio produziu o aquecimento do interior do tanque, originando um aumento d pressão interna ao evaporar-se o propeno,o que produziu igualmente uma BLEVE.
  • O camião sofreu um acidente de trânsito com fuga de propeno que se incendiou dando lugar a uma súbita bola de fogo.
Muitas das pessoas foram trasladadas para hospitais vizinhos. Muitos foram transportados para uma unidade de queimados do Hospital La Fe, de Valência, especialista em cuidados a queimados.
Reação
Os media divulgaram que a tragédia durou aproximadamente 45 minutos, desde a explosão até à chegada das primeiras forças de resgate ao local do acidente. Entretanto, tanto os veraneantes e residentes  locais já transportavam os afetados aos centros médicos pelos seus próprios automóveis ou nas suas autocaravanas. As ambulâncias e outras forças se emergência foram chegando gradualmente ao local. A Guarda Civil e as forças a esquadrinharam-se no parque de campismo com o objetivo de procurar sobreviventes.
Os feridos foram transportados para os hospitais de Barcelona e Madrid assim como para o Hospital La Fe em Valência. Durante os dias e semanas seguintes faleceram outros 70 veraneantes, devido à gravidade das queimaduras. No total morreram 217 pessoas, entre elas muitos turistas alemães, franceses e belgas. Além disso, mais de 300 pessoas sofreram graves queimaduras e que ainda hoje sofrem as suas consequências.
Com o acidente dois terços do parque de campismo com uma superfície de de 300 x 150 metros foram destruídos, ainda que a parte norte do recinto permanecesse quase intacta. A discoteca foi totalmente destruída pela força da onda expansiva, a parte posterior do tanque de combustível deslocou-se 300 metros, cravando-se num edifício.
A gravidade das queimaduras tornou muito difícil a identificação dos falecidos. Graças ao trabalho da "Comissão de Identificação" e do "Departamento de Investigação Criminal" da então República Federal de Alemanha foi possível identificar todas as vítimas.
Consequências e responsabilidades
Hoje em dia, em consequência deste acidente, em Espanha proíbe-se a passagem pelas povoações de veículos que transportem matérias perigosos.
Em 1982 determinou-se a responsabilidade de duas empresas acusadas de negligência (imprudência temerária) e foram sentenciadas ao encarceramento por um ano dos seus diretores. Numa subsequente ação civil, obrigou-se, em 1982 e 1983, as empresas "Cisternas Reunidas" e "Enpetrol", a pagar compensações de 2,2 mil milhões de pesetas (equivalentes a 138,23 milhões de euros, sem ter em conta a inflação).
Los Alfaques hoje
Em consequência deste terrível acidente criaram-se regulamentos mais severos em relação ao transporte de materiais perigosos. Os camiões cisternas com produtos perigosos ficaram impedidos de passar pelas localidades e a passar exclusivamente pelas auto-estradas. Também se melhorou a segurança dos veículos e camionistas, através de novas regulamentações sobre o transporte de mercadorias perigosas por estrada, tais como a obrigatoriedade da instalação de válvulas de alívio de pressão nas cisternas que transportam determinadas substâncias, como gases liquefeitos inflamáveis.
Na atualidade, o parque de campismo de Alfaques continua a sua atividade como qualquer outro. Numa das paredes exteriores do parque foi criado um mural em memória das vítimas, com uma estrela e uma inscrição por cada vítima.
 

O Massacre de Srebrenica começou há 23 anos

O Massacre de Srebrenica foi o assassinato, de 11 a 25 de julho de 1995 de, pelo menos 8.373 bósnios muçulmanos, variando em idade de adolescentes a idosos, na região de Srebrenica, pelo Exército Bósnio da Sérvia sob o comando do General Ratko Mladić e com a participação de uma unidade paramilitar sérvia conhecida como "Escorpiões". Em várias ocasiões foram assassinadas crianças e mulheres.

Exumações em Srebrenica, 1996

Considerado um dos eventos mais terríveis da história recente, o massacre de Srebrenica é o maior assassinato em massa da Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Foi o primeiro caso legalmente reconhecido de genocídio na Europa depois do Holocausto.
De acordo com o Tribunal Criminal Internacional para a antiga Jugoslávia (International Criminal Tribunal for the former Yugoslavia - ICTY), ao tentar eliminar uma parte da população bósnia, as forças sérvias cometeram genocídio. Elas pretenderam a extinção de 40 mil bósnios que viviam em Srebrenica, um grupo emblemático dos bósnios em geral.

Mulheres bósnias junto ao monumento pelas vítimas do Massacre - julho de 1995 
  
in Wikipédia

terça-feira, julho 10, 2018

O pintor Sanford Robinson Gifford nasceu há 195 anos

Sanford Robinson Gifford (Greenfield (Nova Iorque), 10 de julho de 1823Nova Iorque, 29 de agosto de 1880) foi um destacado pintor paisagista dos Estados Unidos, um dos mais importantes membros da Escola do Rio Hudson e da Escola Luminista.
Estudou arte em Nova Iorque e em 1847 já realizara a sua primeira exposição, sendo logo aceite para a Academia Nacional. Daí em diante dedicou-se ao paisagismo, associando-se ao grupo do rio Hudson. Como eles, viajou extensivamente para encontrar cenários sugestivos e inspiradores. O seu estilo trata a luz de maneira original, com efeitos de difusão que empresta às cenas efeitos poéticos.
Faleceu vítima de malária, e logo após a sua morte o Metropolitan Museum of Art honrou a sua memória com uma retrospetiva de 160 trabalhos. A sua obra completa conhecida chega é de cerca de 700 pinturas.

Outubro nas Montanas Catskill

O Imperador Adriano morreu há 1880 anos

Públio Élio Trajano Adriano (em latim: Publius Aelius Traianus Hadrianus; 24 de janeiro de 76 - 10 de julho de 138), mais conhecido apenas como Adriano, foi imperador romano de 117 a 138. Pertence à dinastia dos Antoninos, sendo considerado um dos chamados "cinco bons imperadores". Em Roma, ele re-construiu o Panteão e construiu o Templo de Vénus e Roma. Além de ser imperador, Adriano era um humanista e foi philhellene em todos os seus gostos. Durante o seu reinado, Adriano viajou para quase todas as províncias do Império. Um ardente admirador da Grécia, ele procurou fazer de Atenas a capital cultural do império e ordenou a construção de muitos templos opulentos na cidade. Adriano foi educado em vários assuntos específicos para jovens aristocratas do dia, e gostava tanto de aprender a literatura grega que ele foi apelidado de Gréculo (Graeculus; "Pequeno Grego").
Adriano entrou para expedição de Trajano contra Pártia como um legado na tropa de Trajano. Nem durante a primeira fase, vitoriosa, nem durante a segunda fase da guerra, quando a rebelião foi arrastado até à Mesopotâmia, Adriano nada faz de digno. No entanto, quando o governador da Síria teve que ser enviado para resolver problemas renovados na Dácia, Adriano foi apontado como um substituto, dando-lhe um comando independente.
  
Nascimento
Adriano nasceu Públio Élio Trajano Adriano em Itálica, próximo da atual Santiponce, na Espanha. Outras fontes citam Roma, na Itália. Adriano era descendente de colonos romanos domiciliados no sul da Hispânia e primo de Trajano, tendo sido nomeado por este para uma série de dignidades públicas que o fizeram aparecer como herdeiro presuntivo deste imperador. À época das guerras contra os partas, durante o reinado de Trajano, era governador da província romana da Síria.
  
Imperador
Logo após a morte de Trajano, consta que teria sido adotado por este no seu leito de morte como filho e sucessor na dignidade imperial. Muitos dizem, no entanto, que tal adoção teria sido uma farsa engendrada pela viúva de Trajano, a imperatriz Plotina. Seja como for, a ascensão de Adriano ao trono imperial foi imediatamente seguida pela execução sumária de quatro importantes ex-cônsules - entre eles o príncipe mouro e comandante de um contingente de cavalaria moura no exército romano Lúsio Quieto - expoentes da política de conquistas militares de Trajano. Estas execuções, ordenadas pelo imperador sem o acordo prévio do senado, fizeram muito para alienar a velha assembleia do imperador e deram o tom da política imperial subsequente, que foi dirigida no sentido de ampliar a base de apoio do principado para além de Roma, mediante o contacto direto do imperador com as elites provinciais, em oposição à velha política de manutenção de Roma como cidade imperial hegemónica.
Talvez por entender que o império esgotara sua capacidade de expansão, Adriano abandonou a política de conquistas de Trajano, adotando outra nitidamente defensiva, optando pela via diplomática para resolver questões relativas ao relacionamento com povos vizinhos. Na prática, isso significou renunciar às conquistas recentes - e, a esta altura, pouco mais do que teóricas - de Trajano na Mesopotâmia. Adriano também retificou os limites de uma outra conquista de Trajano, esta já antiga, a Dácia (atual Roménia), cedendo aos sármatas a planície do Baixo Danúbio e concentrando a ocupação romana na região da Transilvânia, protegida pela barreira natural dos Cárpatos.
Segundo Dião Cássio, Adriano teria também ordenado a demolição da ponte construída por Trajano sobre o Danúbio, de forma a evitar uma invasão das províncias danubianas tradicionais a partir da Dácia.
Com o intuito de proteger as demais fronteiras romanas contra os bárbaros, construiu grande número de fortificações contínuas na Germânia e na Inglaterra (por exemplo, mandou construir, em 122, a chamada Muralha de Adriano, que marcou durante séculos a fronteira entre a Inglaterra e a Escócia).
Adriano implementou uma profunda reforma na administração, transformando o conselho do príncipe um órgão de governo, e procurou unificar a legislação (Édito Perpétuo, 131). Durante o seu reinado, foi um viajante incansável, visitando as várias províncias do império: parece ter passado 12 anos do seu reinado fora de Roma.
  
A cultura e arte 
Letrado, Adriano era um grande admirador da cultura grega, sendo um dos responsáveis pela propagação do helenismo no mundo antigo. Realizou grandes viagens pelo império, realizando obras e melhorando a infraestrutura e a economia das províncias. Como gesto simbólico, ordenou uma série de emissões monetárias honrando as províncias, que eram representadas nestas moedas por alegorias femininas que lhes davam uma personalidade moral distinta. Estas alegorias seriam mais tarde representadas como uma série de estátuas que, após a morte de Adriano, seriam colocadas no seu templo em Roma.
Foi o arquiteto responsável pela construção do Panteão de Roma, reconstruindo um antigo prédio muito menor erguido por Marco Vipsânio Agripa, porém mantendo a velha fachada com o nome do antigo construtor. Construiu perto de Roma a grande villa que leva seu nome (Villa Adriana).
Foi um imperador ambulante, viajava sempre e por onde passava ia levantando cidades, construindo estradas, erigindo monumentos. Estes monumentos tinham um significado político: a sua construção geralmente significava uma aliança em pé de igualdade abstrata entre Roma e a cidade onde eram erguidos. Assim, Adriano mandou completar em Atenas a construção de um gigantesco templo a Zeus, o Olimpeu, cuja construção já se arrastava desde a época do tirano Pisístrato, do século VI a.C.. Nas vizinhanças desta construção, organizou um bairro dentro do estilo romano de urbanismo, de maneira a poder igualar-se a um rei mítico de Atenas, Teseu. Esta Atenas "romana" era separada da antiga cidade por um pórtico na entrada do qual estava inscrito: "Esta é a cidade de Adriano, e não a de Teseu".
Ao mesmo tempo, Adriano fez de Atenas a sede de um fórum regional de discussão de assuntos comuns das cidades helénicas, o Pan-helénio (Panhellenion; 131-132). Esta reelaboração da legitimidade política do império em torno não mais da hegemonia da cidade de Roma e do seu senado e da Itália, mas como um império ecuménico dotado de uma cultura helénica comum, que prenunciava já de certa forma o Império Bizantino, permitiu ao historiador francês Paul Veyne chamar Adriano de "um Nero bem sucedido", que soube transformar a sua mania pela cultura helénica num programa político Por isto, tal política encontrou a sua maior contestação entre o povo que havia oposto, historicamente, maior resistência a esta matriz cultural grega: na Judeia, os judeus reuniam-se preparando uma nova (e última) revolta contra os elementos greco-romanos.
Essa guerra estalou porquanto Adriano mandara reconstruir Jerusalém, destruída por Tito em 70 d. C., como uma cidade grega, e os judeus de então sentiam que a sua cidade sagrada estava sendo profanada por estrangeiros. De fato, em toda parte surgiam estátuas, banhos públicos, centros ruidosos de vida profana. Durante o final do reinado de Adriano, um movimento armado anti-romano estourou no interior da Judeia, comandado pelo rebelde messiânico que viria a ser conhecido pelo nome de Bar Kochba ("o Filho da Estrela").
Assim que Adriano soube do levante dos judeus, determinou que as legiões localizadas nas províncias vizinhas atacassem os judeus e os destruíssem. Não se sabe com certeza se Adriano participou ativamente da guerra judaica, e em que medida. O certo é que esta guerra foi longa e terrível. Após mais de dois anos de combates, as tropas romanas acabaram por sufocar a revolta. O exército romano sofreu um tal desgaste que Adriano teria, segundo Dião Cássio, eliminado dos seus despachos militares ao senado a fórmula usual de abertura: "o exército e o imperador vão bem".
Os sobreviventes foram vendidos como escravos. Roma decretou a exclusão dos judeus de Jerusalém, que foi reconstruída como cidade grega e passou a chamar-se Élia Capitolina. No lugar do antigo templo judaico ergueu-se a estátua de Zeus e junto ao Gólgota (onde, segundo a tradição bíblica, teria sido crucificado Jesus) ergueu-se um templo à deusa grega Afrodite. A antiga província da Judeia passou a chamar-se Palestina - forma de tentar apagar a memória da presença judaica na região pela recordação dos filisteus, também antigos habitantes da região nos tempos bíblicos.
Por isso, no Talmud, essa revolta ficou sendo chamada "a guerra do extermínio". De facto, por mais que a diáspora judaica tivesse-se iniciado séculos antes de Adriano, e que as narrativas sobre a guerra judaica tenham-se cedo revestido de características legendárias, é certo que a guerra eliminou definitivamente qualquer possibilidade de renascimento de um judaísmo centrado no Templo de Jerusalém e na sua casta sacerdotal, dando origem, assim, ao judaísmo como uma expressão puramente religiosa e cultural, e não mais política, situação esta que se perpetuaria até o surgimento do sionismo no século XIX.
  
Morte e sucessão 
Adriano morreu em 138, em Roma. O seu corpo foi depositado num mausoléu, que veio a ser o castelo de Santo Ângelo, em Roma. A sucessão de Adriano foi complicada: a princípio ele havia pensado em adotar como filho e sucessor um dos seus muitos antigos favoritos (tal como o adolescente grego Antínoo), Lúcio Élio Vero - e efetivamente fê-lo, mas, tendo Élio falecido prematuramente, Adriano acabou por adotar o senador T. Aurélio Fúlvio Boiônio Antonino - que tornou-se depois o imperador Antonino Pio - sob a condição, no entanto, de que este adotasse como seu filho e sucessor o parente distante de Adriano, o jovem Marco Ânio Vero, o futuro imperador Marco Aurélio, assim como o filho do falecido Lúcio Ceiônio, Lúcio Vero, que viria a ser co-imperador junto com Marco Aurélio. Entrementes, Adriano acabou por ordenar o suicídio de outro dos seus parentes, o nonagenário senador Lúcio Júlio Urso Serviano - ou Serviano Urso - de quem ele desconfiava que buscaria a sucessão imperial para seu neto (que também foi obrigado a suicidar-se). Tal decisão fez muito para confirmar a alienação mútua entre Adriano e o senado romano, que levaria, após sua morte, a uma tentativa fracassada do senado de invalidar seus atos, o que foi impedido por Antonino Pio. A hostilidade duradoura entre o senado e Adriano seria reconhecida pelo seu contemporâneo mais jovem, o senador, orador e correspondente de Marco Aurélio, Frontão, que comparava Adriano ao deus da guerra Marte e ao deus dos mortos Dis Pater - ambos deuses que se deve tentar apaziguar, mas sem poder realmente amá-los.
Como prova das políticas autoritárias de Adriano, deve ser assinalado que credita-se a ele a criação de um corpo de polícia política no Império Romano, os frumentários, cujos agentes foram destacados do corpo de funcionários imperiais dedicados à supervisão do abastecimento de trigo da cidade de Roma, daí seu nome em latim.


O texto do IPMA sobre o sismo de 1998 dos Açores

Carta de intensidades para o sismo de 9 de julho de 1998, para as ilhas do Faial e do Pico (EMS98) e respetiva localização epicentral (in Silva, 2005)

Na madrugada de 9 de julho de 1998 pelas 5 horas e 19 minutos (hora local) o Grupo Central do Arquipélago dos Açores foi atingido por um violento sismo. Este sismo teve epicentro a cerca de 15km a NE da Horta, magnitude de 5,9ML e foi sentido em quase todas ilhas, à exceção de Santa Maria, Flores e Corvo. Para além dos elevados danos materiais, causou a morte a 9 pessoas, 150 feridos e cerca de 1500 desalojados.
As ilhas Faial e Pico foram as mais afetadas, tendo-se observado uma intensidade máxima de  VIII (EMS98), na freguesia da Ribeirinha.

Bibliografia 
O Sismo de 9 de julho de 1998 nos Açores e a crise sísmica associada- dez anos depois (M.L. Senos, P.M.Alves, D. Vales, J. Cruz, M. Silva, F. Carrilho)

in IPMA



El Cid morreu há 919 anos

Estátua de El Cid, em Burgos

Rodrigo Díaz de Vivar (Burgos, Espanha, 1043 - Valência, 10 de julho de 1099) morreu com 56 anos, chamado O Cid (do mourisco sidi, "senhor") e de Campeador (Campidoctor), foi um nobre guerreiro castelhano que viveu no século XI, época em que a Hispânia estava dividida entre reinos rivais de cristãos e mouros (muçulmanos). A sua vida e feitos tornaram-se, com as cores da lenda, sobretudo devido a uma canção de gesta (a Canción de Mio Cid), datada de 1207, transcrita no século XIV pelo copista Pedro Abád, cujo manuscrito encontra-se na Biblioteca Nacional da Espanha, um referencial para os cavaleiros da idade média.
A imagem que emerge desse manuscrito é a do cavaleiro medieval idealizado: forte, valente, leal, justo e piedoso. Mas há outras fontes que lhe pintam um retrato bem menos favorável.


O Cid

Vinha a manhã nos longes do futuro,
Mas a noite da Ibéria era cerrada;
Fiz então sol brilhante e prematuro
Do aço limpo desta minha espada.

E fui à sua luz abrasadora
O primeiro Quixote conhecido:
Uma presença heróica e redentora
A que o tempo, acordado, deu sentido.

Toda a pátria é o aberto descampado
A um abraço de amor.
Tinha o sonho de ser principiado...
Foi-o por mim,Cid Campeador.

 

in Poemas Ibéricos (1965) - Miguel Torga

O tenista Arthur Ashe nasceu há 75 anos

Arthur Robert Ashe, Jr. (Richmond, 10 de julho de 1943 - Nova York, 6 de fevereiro de 1993) foi um tenista norte-americano, que também é lembrado pelos seus esforços nas causas sociais que apoiava.
Quando jovem, Ashe era pequeno e mal coordenado. Mas quando entrou para o colegial iniciou-se no ténis, no basquetebol e no futebol americano. No ténis, ganhou o campeonato estadual, enquanto no futebol ajudou a sua equipa no campeonato da cidade como um recebedor veloz.
Em 1965, Ashe ganhou o campeonato individual da NCAA. Era também um jogador principal na UCLA, tendo ganhado o campeonato da equipe NCAA no mesmo ano. Com esta carreira bem sucedida e o apoio da faculdade, Ashe ascendeu rapidamente ao elenco superior de jogadores do ténis no mundo todo, após a sua profissionalização em 1966.
Em 1969, a maioria das pessoas consideraram Ashe o melhor jogador masculino americano de ténis. Já havia ganhado o Aberto dos Estados Unidos inaugural, em 1968, e tinha ajudado a levar a equipa à vitória da Taça Davis dos Estados Unidos, no mesmo ano. Interessado em fazer com que os profissionais do ténis recebessem os prémios proporcionais à popularidade crescente do desporto, Ashe foi uma das figuras chaves da formação da Associação de Tenistas Profissionais (ATP). Neste meio, Ashe conseguiu que a África do Sul fosse excluída do circuito profissional do ténis. Em 1970, ele adicionou um segundo título do Grand Slam, o Aberto da Austrália, ao seu já anterior US Open.
Em 1975, após diversos anos em níveis mais baixos da classificação, Ashe jogou a sua melhor temporada, ganhando o Torneio de Wimbledon, derrotando inesperadamente Jimmy Connors na final. Ashe obteria finalmente a sua melhor posição no ranking mundial, de número 2, no ano seguinte. Jogaria mais alguns anos, mas após ser prejudicado pela cirurgia ao coração em 1979, Ashe retirou-se em 1980.
Em 1975 também foi considerado o melhor do mundo pela World Tennis Magazine em 1975.
Após sua saída dos campos, Ashe tentou muitas tarefas novas, da escrita à comentador de desporto para a ABC, de fundar a liga júnior nacional do ténis, ao serviço como o capitão da equipa da Taça Davis dos Estados Unidos. Em 1983, Ashe submeteu-se à sua segunda cirurgia ao coração. Surpreendentemente, foi escolhido para o Hall de Fama do Ténis em 1985.
A história da vida de Ashe, entretanto, passou do sucesso para a tragédia em 1988, quando Ashe descobriu que tinha contraído o HIV durante as transfusões de sangue que recebeu numa de suas duas cirurgias ao coração. Ele e a sua esposa mantiveram a doença confidencial até 8 de abril de 1992, quando os boatos o forçaram a fazer um anúncio público de que tinha a doença. No último ano de sua vida, Arthur Ashe fez muito para chamar a atenção para os doentes de SIDA em todo o mundo. Dois meses antes de sua morte, fundou o Instituto Arthur Ashe para a Saúde Urbana. Gastou também muito dos últimos anos de sua vida escrevendo as suas memórias, tendo terminado o manuscrito menos de uma semana antes de sua morte.
Ashe morreu, das complicações resultante da SIDA, a 6 de fevereiro de 1993.
A cidade de Richmond, onde Ashe nasceu, homenageou-o postumamente com uma estátua. Esta decisão conduziu a alguma controvérsia numa cidade que foi a capital dos Estados Confederados durante a Guerra Civil Americana.
O estádio principal, onde os torneios do Aberto dos Estados Unidos são disputados, é denominado Estádio de Arthur Ashe em sua honra.
Em 2005, o serviço postal dos Estados Unidos da América anunciou a emissão de um selo postal comemorativo sobre Arthur Ashe. 
 

O rapper Hussein Fatal morreu há três anos

Bruce Edward Washington Jr, mais conhecido pelo nome artístico Hussein Fatal (Montclair, 3 de abril de 1977Condado de Banks, 10 de julho de 2015), foi um rapper norte-americano, membro do grupo Outlawz.
  
Biografia
Nascido a 3 de abril de 1977, nos Estados Unidos, filho de Bruce Edward Washington, Sr. e Cheryl Perkins, mudou de Nova Jersey para Califórnia, onde foi criado e morou até aos 14 anos de idade.
Começou a carreira de rapper em 1993. Em 1995, Hussien conheceu Tupac Shakur, Yaki Kadafi e Big Syke; desde então, tornou-se membro dos Outlawz. Após a morte de Tupac e Kadafi, em 1996, Fatal saiu do grupo e do rap em 2006. Meses depois, Fatal regressou, numa carreira a solo.
Morte
Hussein Fatal morreu em 10 de julho de 2015, aos 38 anos de idade; vítima de acidente rodoviário. O rapper havia feito um show no Condado de Banks, quando, ao regressar, o seu carro foi  atingido por outro. Foi socorrido mas morreu a caminho do hospital. Hussein Fatal foi sepultado no Nova Jersey Memorial Garden Cemetery, cinco dias depois.
Após a morte de Hussein, Big Syke fez-lhe uma música de tributo chamada "Peace, Hussein". Big Syke morreu a 5 de dezembro de 2016, um ano depois da morte de Hussein Fatal.
 

Há 33 anos os Serviços Secretos franceses afundaram o Rainbow Warrior

L’affaire du Rainbow Warrior est une opération à laquelle le gouvernement et les services secrets français prennent part, en 1985, en coulant le navire amiral de l'organisation écologiste Greenpeace, le Rainbow Warrior, qui faisait route vers Mururoa pour protester contre les essais nucléaires français. Le photographe Fernando Pereira périt dans le naufrage.
 Fernando Pereira
  
En juillet 1985, le Rainbow Warrior (le «Guerrier Arc-en-ciel» en anglais), bateau de l'organisation écologiste Greenpeace, est amarré à Auckland en Nouvelle-Zélande. Son but est d’emmener d’autres bateaux vers l’atoll de Mururoa pour protester contre les essais nucléaires français et les gêner dans la mesure du possible.
L'opération se déroule le 10 juillet 1985. Le matériel est transféré d'une camionnette de location, utilisée par deux agents appelés les faux époux Turenge dans un canot pneumatique piloté par trois nageurs de combat. Le pilote, identifié comme l'homme au bonnet rouge et surnommé Pierre le Marin, serait Gérard Royal (frère de la socialiste Ségolène Royal). Il quittera le service avec le grade de lieutenant-colonel. À 23 h 50, le navire est coulé, mais le photographe néerlandais, d'origine portugaise, Fernando Pereira, parti récupérer, après une première explosion, ses équipements photographiques, se trouve piégé à l'intérieur du navire et meurt lors d'une seconde explosion.
Les faux époux Turenge sont facilement arrêtés par la police néo-zélandaise d'Auckland à cause de la camionnette qu'ils ont louée pour récupérer les plongeurs chargés de placer les explosifs. Un concours de circonstances fait que, un certain nombre de cambriolages ayant précédemment eu lieu sur le port, un vigile placé là en surveillance, voyant cette camionnette attendant dans un coin discret, note son numéro d’immatriculation, ce qui permet à la police de réagir rapidement.
Dès le 12 juillet à 9 h du matin, la police néo-zélandaise interpelle deux touristes suisses munis de faux papiers, les «faux époux Turenge», qui sont en fait deux agents de la DGSE, le chef de bataillon Alain Mafart et le capitaine Dominique Maire, épouse Prieur. Méfiant, le surintendant Alan Galbraith, chef de la Criminal Investigation Branch envoie deux télex, l'un à Londres, l'autre à Berne. La réponse arrive le 14 juillet : ces passeports sont des faux. La presse néo-zélandaise commence à mettre en cause les services spéciaux français.
Les protagonistes sont définitivement identifiés comme étant les poseurs de bombe grâce à leurs empreintes digitales retrouvées sous le canot pneumatique qui avait servi à poser la bombe. À cette époque la technique pour relever des empreintes sur un objet ayant séjourné dans l'eau (comme ce fut le cas pour le dessous du canot) était très peu répandue. Cependant, une équipe d'experts internationaux, qui se trouvait sur place à cette époque, mit à disposition son savoir-faire, tout nouveau, et releva les empreintes qui, quelques mois auparavant, seraient restées inexploitables.
Ils sont inculpés de meurtre le 23 juillet. Le Premier ministre néo-zélandais, David Lange, accuse des «éléments étrangers» d'avoir pris part à l'attentat, visant implicitement la France. Le 26 juillet, la justice néo-zélandaise lance un mandat d'arrêt international contre les passagers d'un voilier Ouvéa, qui a levé l'ancre d'Auckland la veille du sabotage et contre l'agent de la DGSE qui avait infiltré l'organisation avant l'opération pour faire des repérages.
Du côté français, Pierre Joxe, alors ministre de l'Intérieur, décide de lancer une enquête de police et organise la fuite des informations vers la presse. Ces fuites permettent à l'enquête néo-zélandaise de progresser très rapidement et déclenchent un important scandale médiatique. Selon les participants de l'opération, le but de Pierre Joxe aurait été de se débarrasser de Charles Hernu, ministre de la Défense, alors proche de Mitterrand, et rival politique au sein du gouvernement.
Alors que Charles Hernu nie toujours toute implication de la DGSE, l'imminence de la publication de documents compromettants décide François Mitterrand à commander le 6 août un rapport au conseiller d'État Bernard Tricot, remis le 26 août et qui blanchit la DGSE, suscitant même les doutes du Premier ministre Laurent Fabius. Après la révélation le 17 septembre par le quotidien le Monde de l’existence d’une troisième équipe alors que la défense de la France s'appuyait sur l'impossibilité pour les faux époux Turenge et les hommes de l'Ouvéa d'avoir commis l'attentat, le scandale rebondit. Le surlendemain, le Président réclame à son Premier ministre des sanctions. Le 20 septembre, le ministre de la Défense Charles Hernu démissionne et l’amiral Pierre Lacoste, patron de la DGSE, est limogé. Le 22 septembre, Laurent Fabius finit par admettre à la télévision que les services secrets français avaient mené l’attaque du Rainbow Warrior.
Le 4 novembre 1985, Alain Mafart et Dominique Prieur comparaissent devant la cour d'Auckland pour les premières auditions; ils plaident coupable d’homicide involontaire. Le 22 novembre, ils sont condamnés à 10 ans de prison. Ils sont transférés en juillet 1986 sur l'atoll de Hao en Polynésie et affectés au 5e régiment étranger pour administration. Ils seront rapatriés en métropole séparément.
Le procès a été filmé malgré l'opposition des Français, puis a été diffusé sur une chaîne nationale à partir du 26 septembre 2006. Les agents français ont été déboutés par les juridictions néo-zélandaises de leur opposition à la diffusion de la vidéo du procès.
Il avait été envisagé par les services français de dégrader le gazole du navire en déversant des bactéries dans les réservoirs, avant de retenir l'option de la bombe.
Le 29 septembre 2006, Antoine Royal déclare à la presse que son frère Gérard Royal se serait vanté d'avoir lui-même posé la bombe, ce que l'intéressé a refusé de confirmer. Le premier ministre néo-zélandais a exclu toute nouvelle action concernant le Rainbow Warrior compte tenu des engagements internationaux pris entre la France et la Nouvelle Zélande.
L’affaire entraîne une crise dans les relations entre la France et la Nouvelle-Zélande. Suite à l’abandon par la France de sa déclaration de juridiction obligatoire en 1974, l’affaire n’est pas traitée par la Cour internationale de justice. Les deux parties font appel au Secrétaire général de l'Organisation des Nations unies (à ce moment Javier Pérez de Cuéllar) en lui demandant de rendre un règlement obligatoire pour les deux parties, ce qu’il fait en juillet 1986.
La décision accorde une double réparation à la Nouvelle-Zélande: d'abord, une satisfaction sous la forme d'excuses officielles de la France, ensuite, une réparation de sept millions de dollars de dommages et intérêts. Le 9 juillet, trois accords sous forme d’échanges de lettres sont signés pour régler le problème. Conformément à ces accords, les deux agents français sont transférés sur l’île d’Hao en Polynésie française avec interdiction de revenir en métropole pendant trois ans. Mais le 14 décembre 1987, le chef de bataillon Mafart est rapatrié pour raisons médicales, suivi le 6 mai 1988 du capitaine Maire, son père mourant. La Nouvelle-Zélande porte alors l’affaire devant un tribunal arbitral. Les relations entre les deux pays resteront tendues de nombreuses années. En 1987, la France versera 8,16 millions de dollars d’indemnités à Greenpeace.
La France s'est abstenue de s'opposer à l'entrée sur le territoire européen de la viande d'agneau et de mouton en provenance de Nouvelle Zélande, ce qui tranche avec son habitude de défendre les intérêts de l'agriculture, ce que certains imputent à un accord tacite faisant partie du volet des réparations de la France à la Nouvelle Zélande.
  

Omar Sharif morreu há três anos

Omar Sharif (Alexandria, 10 de abril de 1932 - Cairo, 10 de julho de 2015) foi um ator egípcio.
Nascido Michel Demitri Shalhoub, mudou o seu nome quando se converteu ao islamismo, para se casar. Trabalhou em muitos filmes produzidos em Hollywood e o seu papel mais conhecido é o de protagonista em "Doutor Jivago" (Doctor Zhivago) (1965). Foi nomeado para o Óscar de melhor coadjuvante por "Lawrence da Arábia" (1962)
Morreu aos 83 anos num hospital no Cairo, após um ataque cardíaco.
 

segunda-feira, julho 09, 2018

O último sismo que provocou mortos em Portugal foi há vinte anos

(imagem daqui)
 
1998 — Sismo de 9 de Julho, Faial, Pico e São Jorge - Pelas 05.19 da madrugada um sismo de magnitude 5,6 na escala de Richter com epicentro a NNE da ilha do Faial provocou a destruição generalizada das freguesias de Ribeirinha, Pedro Miguel, Salão e Cedros na ilha do Faial e fortes danos em Castelo Branco (Lombega), Flamengos e Praia do Almoxarife, também do Faial. Também atingidas foram várias localidades da ilha do Pico. No extremo oeste da ilha de São Jorge (Rosais) o sismo provocou grandes desabamentos de falésias costeiras. Morreram 8 pessoas, todas no Faial. Ficaram desalojadas 1.700 pessoas.
  


O pintor Adolf Schreyer nasceu há 190 anos

Christian Adolf Schreyer (Frankfurt am Main, 9 de julho de 1828 - Kronberg im Taunus, 29 de julho de 1899) foi um pintor alemão.

Vida
Schreyer estudou Arte primeiramente no Instituto Städel, na sua cidade natal, e depois em Stuttgart e Munique. Pintou muitos dos seus temas favoritos nas suas viagens ao Oriente. Inicialmente acompanhou o príncipe Thurn und Taxis pela Hungria, Valáquia, Rússia e Turquia; em seguida, em 1854, seguiu o exército austríaco através da fronteira valaquiana. Em 1856 foi para o Egito e Síria, e em 1861 para a Argélia. Em 1862 estabeleceu-se em Paris, mas regressou à Alemanha em 1870, e foi morar em Kronberg im Taunus, perto de Frankfurt, onde morreu.
Schreyer foi, e ainda é, especialmente apreciado como pintor de cavalos, da vida camponesa na Valáquia e Moldávia, e de incidentes de batalhas. A sua obra é notável por seus excelentes desenhos de cavalos, e pela força de observação e da afirmação contundente do artista, e detém um apreço particular entre os colecionadores franceses e americanos. Das suas cenas de batalha, há dois quadros no Staatliches Museum Schwerin, e outros na coleção do conde Mensdorff-Pouilly e na Raven Gallery, Berlim. A sua pintura do Avanço da Artilharia da Guarda Imperial pertenceu anteriormente ao Musée du Luxembourg. O Metropolitan Museum of Art em Nova Iorque possui três pinturas de cenas orientais de Schreyer: Abandonado, Os árabes em marcha e Os árabes fazendo um desvio; e muitos dos seus melhores quadros pertencem às coleções da família Rockefeller, família Vanderbilt, John Jacob Astor, William Backhouse Astor, Sr., August Belmont, e William Walters. No Kunsthalle em Hamburgo está em exposição o seu Comboio de Transporte da Valáquia, e no Instituto Städel, Frankfurt am Main, estão duas de suas cenas valaquianas.

domingo, julho 08, 2018

Louis Jordan nasceu há 110 anos

Louis Jordan (Brinkley, Arkansas, 8 de julho de 1908 - Los Angeles, 4 de fevereiro de 1975) foi um pioneiro americano de jazz, blues e rhythm & blues. Músico, compositor e líder de banda que teve uma enorme popularidade desde o final dos anos 30 ao início dos anos 50. Conhecido como "O Rei das Jukebox", vendeu mais de 4 milhões de singles. A revista Rolling Stone classificou-o no lugar 59º na sua lista dos 100 maiores artistas de todos os tempos, entrando em 21 janeiro de 1987 no Rock n’ Roll Hall of Fame e, em 2005, no Arkansas Black Hall Fame.


sábado, julho 07, 2018

Syd Barrett morreu há doze anos...

Roger Keith Barrett, mais conhecido como Syd Barrett (Cambridge, 6 de janeiro de 1946 - Cambridge, 7 de julho de 2006) foi um cantor, produtor, guitarrista e pintor inglês, mais lembrado como um dos fundadores do Pink Floyd. Vieram de Barrett as principais ideias musicais e estilísticas daquela que, então, era uma banda de rock psicadélico, assim como o nome do grupo. Todavia, especulações sobre sua deterioração mental, agravada pelo exagerado uso de drogas, levaram à sua saída da banda, em 1968.
Além de ser um dos pioneiros do rock psicadélico, com as suas expressivas linhas de guitarra e composições imaginativas, Barrett também foi um dos pioneiros do space rock e do folk psicadélico. Esteve ativo enquanto músico por apenas sete anos, gravando, com o Pink Floyd, quatro singles, dois álbuns e diversas músicas não lançadas; como artista a solo, lançou um single e três álbuns, até entrar em reclusão autoimposta, que durou mais de trinta anos.
Em sua vida pós-música, continuou pintando e dedicou-se à jardinagem. Nunca mais voltou a atuar em público. Barrett morreu em 2006, por complicações associadas aos diabetes. Diversas biografias foram escritas sobre ele desde os anos 80, e o Pink Floyd escreveu e gravou inúmeros tributos a ele após sua saída do grupo, sendo o mais conhecido deles o álbum Wish You Were Here, de 1975. Em 1996, ele foi colocado no Hall da Fama do Rock and Roll, como membro dos Pink Floyd.
 
 

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Guerra Junqueiro morreu há 95 anos

Abílio Manuel Guerra Junqueiro (Freixo de Espada à Cinta, 15 de setembro de 1850 - Lisboa, 7 de julho de 1923) foi alto funcionário administrativo, político, deputado, jornalista, escritor e poeta. Foi o poeta mais popular da sua época e o mais típico representante da chamada "Escola Nova". Poeta panfletário, a sua poesia ajudou a criar o ambiente revolucionário que conduziu à implantação da República. Foi entre 1911 e 1914 o embaixador de Portugal na Suíça (o título era "ministro de Portugal na Suíça"). Guerra Junqueiro formou-se em direito na Universidade de Coimbra.
  
Cronologia
  • 1850: Nasce no lugar de Ligares, Freixo de Espada à Cinta;
  • 1864: «Duas páginas dos quatorze anos»;
  • 1866: Frequenta o curso de Teologia na Universidade de Coimbra;
  • 1867: «Vozes Sem Eco»;
  • 1868: «Baptismo de Amor». Matricula-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra;
  • 1873: «Espanha Livre». Colaboração de Guerra Junqueiro em «A Folha» de João Penha. É bacharel em Direito;
  • 1874: «A Morte de D. João»;
  • 1875: Primeiro número de «A Lanterna Mágica» em que colabora;
  • 1878: É nomeado Secretário Geral do Governo Civil em Angra do Heroísmo;
  • 1879: «A Musa em Férias» e «O Melro». Adere ao Partido Progressista. É transferido de Angra do Heroísmo para Viana do Castelo e eleito para a Câmara dos Deputados;
  • 1880: Casa a 10 de fevereiro com Filomena Augusta da Silva Neves. A 11 de novembro nasce a filha Maria Isabel;
  • 1881: Nasce a filha Júlia. Interditada por demência vem a ser internada no Porto;
  • 1885: «A Velhice do Padre Eterno». Criação do movimento «Vida Nova» do qual Guerra Junqueiro é simpatizante;
  • 1887: Segunda viagem de Guerra Junqueiro a Paris;
  • 1888: Constitui-se o grupo «Vencidos da Vida». «A Legítima»;
  • 1889: Falece a sua esposa, Filomena Augusta Neves, facto que lamentará até ao fim dos seus dias.
  • 1890: «Finis Patriae». Guerra Junqueiro é eleito deputado pelo círculo de Quelimane;
  • 1895: Vende a maior parte das coleções artísticas que acumulara;
  • 1896: «A Pátria». Parte para Paris;
  • 1902: «Oração ao Pão»;
  • 1903: Reside em Vila do Conde;
  • 1904: «Oração à Luz»;
  • 1905: Visita a Academia Politécnica do Porto e instala-se nesta cidade;
  • 1908: É candidato do Partido Republicano pelo Porto;
  • 1910: É nomeado Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário da República Portuguesa junto da Confederação Suíça, em Berna;
  • 1911: Homenagem a Guerra Junqueiro no Porto;
  • 1914: Exonera-se das funções de Ministro Plenipotenciário;
  • 1920: «Prosas Dispersas»;
  • 1923: Morre a 7 de julho em Lisboa.
  • 1966: O seu corpo é solenemente trasladado para o Panteão Nacional da Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa, numa cerimónia ocorrida para homenagear também outras ilustres figuras portuguesas entre os dias 1 e 5 de dezembro. Antes disso, encontrava-se no Mosteiro dos Jerónimos.
   

REGRESSO AO LAR
 
Ai, há quantos anos que eu parti chorando
deste meu saudoso, carinhoso lar!...
Foi há vinte?... Há trinta?... Nem eu sei já quando!...
Minha velha ama, que me estás fitando,
canta-me cantigas para me eu lembrar!...
 
Dei a volta ao mundo, dei a volta à vida...
Só achei enganos, decepções, pesar...
Oh, a ingénua alma tão desiludida!...
Minha velha ama, com a voz dorida.
canta-me cantigas de me adormentar!...
 
Trago de amargura o coração desfeito...
Vê que fundas mágoas no embaciado olhar!
Nunca eu saíra do meu ninho estreito!...
Minha velha ama, que me deste o peito,
canta-me cantigas para me embalar!...
 
Pôs-me Deus outrora no frouxel do ninho
pedrarias de astros, gemas de luar...
Tudo me roubaram, vê, pelo caminho!...
Minha velha ama, sou um pobrezinho...
Canta-me cantigas de fazer chorar!...
 
Como antigamente, no regaço amado
(Venho morto, morto!...), deixa-me deitar!
Ai o teu menino como está mudado!
Minha velha ama, como está mudado!
Canta-lhe cantigas de dormir, sonhar!...
 
Canta-me cantigas manso, muito manso...
tristes, muito tristes, como à noite o mar...
Canta-me cantigas para ver se alcanço
que a minha alma durma, tenha paz, descanso,
quando a morte, em breve, ma vier buscar!