Era filho de Aretha Williams, que trabalhava numa serração, e Bailey
Robinson, um reparador de ferrovias, mecânico e biscateiro. Os dois
nunca casaram. A família mudou-se para
Greenville,
Flórida, quando Ray era um bebé. Bailey teve mais três famílias e Aretha cuidava da família sozinha.
Ray Charles não nasceu cego mas ficou assim (totalmente cego) aos sete
anos de idade. Charles nunca soube exatamente por que perdeu a visão,
apesar de existirem fontes que sugerem que sua cegueira era devido a
glaucoma,
enquanto outras fontes sugerem que Ray começou a perder a sua visão
devido a uma infecção provocada por água com sabão nos seus olhos, que
foi deixado sem tratamento. Frequentou a Escola para Cegos e Surdos
de Santo Agostinho, em St. Augustine, Flórida. Aprendeu também a
escrever música e tocar vários instrumentos musicais, mas o melhor e
mais conhecido era o piano. Enquanto estava lá, a mãe morreu, seguido
pelo seu pai, dois anos depois.
Órfão na adolescência, Ray Charles iniciou a sua carreira tocando piano e cantando em grupos de
gospel, no final dos
anos 40. A princípio influenciado por
Nat King Cole, trocou o gospel por baladas profanas e, após assinar com a Atlantic Records em
1952, enveredou pelo R&B. Quando o
rock & roll estourou com
Elvis Presley em
1955, e cantores negros como
Chuck Berry e
Little Richard foram promovidos, Ray Charles aproveitou o espaço aberto nos
media e
lançou sucessos como "I Got a Woman" (gravada depois por Elvis),
"Talkin about You", "What I'd Say", "Litle girl of Mine", "Hit the Road
Jack", entre outros, reunindo elementos de R&B e gospel nas suas
músicas de uma forma que abriram caminho para a
soul music dos
anos 60, e tornando-o um astro reverenciado do pop negro.
A partir de então, embora sempre ligado ao soul, não se ateve a nenhum género musical negro específico: conviveu com o
jazz, gravou baladas românticas chorosas e
standards da canção americana. Entre seus sucessos históricos desta fase estão canções como "Unchain My Heart", "Ruby", "
Cry Me a River", "
Georgia On My Mind" e baladas
country tais como "Sweet Memories", e seu maior sucesso comercial, "I Can't Stop Loving You", de
1962.
Apesar de ter problemas com drogas que lhe prejudicaram a carreira,
as interpretações de Ray Charles sempre foram apreciadas, não
importando as músicas que cantasse. Uma "aura" de genialidade
reconhecida acompanhou-o até o fim da vida e mais do que nos últimos
álbuns que gravou, era nas suas apresentações ao vivo que o seu
talento único podia ser apreciado.
Um notório
mulherengo, Ray Charles casou-se duas vezes e foi pai
de doze filhos com sete diferentes mulheres. A sua primeira esposa foi
Eileen Williams (casado em
1951,
divorciado
em 1952) deu-lhe um filho. Outros três filhos foram do seu segundo
casamento, em 1955, com Della Beatrice Howard (divorciaram-se em
1977).
A sua namorada longo prazo e parceira no momento da sua morte era
Norma Pinella. Charles deu, a cada um dos seus 12 filhos, um milhão de
dólares, sem impostos, em 2004, pouco antes de morrer.
Faleceu aos 73 anos, às 11.35 horas, no dia 10 de junho de 2004, na sua
casa de Beverly Hills, onde estava com os seus familiares, vítima de
uma doença no fígado. Foi enterrado no Cemitério Inglewood Park,
localizado em
Los Angeles na
Califórnia.