A Crise de Reféns do Irão foi uma crise diplomática entre o Irão e os Estados Unidos, em que 52 norte-americanos foram mantidos reféns durante 444 dias (de 4 de novembro de 1979 a 20 de janeiro de 1981), após um grupo de estudantes e militantes islâmicos tomarem a embaixada norte-americana em Teerão, em apoio da Revolução Iraniana.
O episódio chegou ao auge quando, após tentativas fracassadas de negociar uma libertação, os militares dos Estados Unidos tentarem uma operação de resgate, a Operação Eagle Claw, em 24 de abril de 1980,
que resultou numa missão fracassada, a destruição de duas aeronaves e
a morte de oito soldados americanos e um civil iraniano. Ela terminou
com a assinatura dos Acordos de Argel, na Argélia, a 19 de janeiro de 1981.
Os reféns foram formalmente libertados sob custódia dos Estados Unidos
no dia seguinte, poucos minutos após o novo presidente americano Ronald Reagan ser empossado.
A crise tem sido descrita como um emaranhado de "vingança e
incompreensão mútua". No Irão, a tomada de reféns foi amplamente vista
como um golpe contra os Estados Unidos e sua influência no Irão, as suas
percebidas tentativas de minar a Revolução Iraniana, e seu apoio de
longa data ao Xá do Irão, recentemente derrubado pela revolução. O Xá havia voltado ao poder num golpe de estado no ano de 1953, organizado pela CIA,
a partir da embaixada americana, contra um governo nacionalista
iraniano democraticamente eleito, e que recentemente havia sido
autorizado a viajar aos Estados Unidos para tratamento médico. Nos
Estados Unidos, a tomada de reféns foi vista como uma afronta, violando
um princípio secular do direito internacional, que concede aos diplomatas a imunidade de prisão e aos compostos diplomáticos a sua total inviolabilidade.
A crise também tem sido descrita como o "episódio crucial" na história das relações entre o Irão e os Estados Unidos. Nos Estados Unidos, alguns analistas políticos acreditam que a crise foi um dos principais motivos para a derrota do Presidente Jimmy Carter nas eleições presidenciais de 1980. No Irão, a crise reforçou o prestígio do Aiatolá Khomeini e do poder político daqueles que apoiaram a teocracia e se opuseram a qualquer normalização das relações com o Ocidente.
A crise também marcou o início das sanções económicas contra o Irão, o
que enfraqueceu ainda mais os laços económicos entre os dois países.
A tomada da embaixada americana foi inicialmente planeada em setembro de 1979 por Ebrahim Asgharzadeh, estudante na época. Ele consultou os líderes das associações islâmicas das principais universidades de Teerão, incluindo a Universidade de Teerão, Universidade de Tecnologia Sharif, Universidade de Tecnologia Amirkabir (Politécnico de Teerão) e Universidade de Ciência e Tecnologia do Irão. O grupo recebeu o nome de Estudantes Muçulmanos Seguidores da Linha do Imã.
Sem comentários:
Enviar um comentário