L'homme à la pipe (Auto-retrato), 1848–49, Musée Fabre
Gustave Courbet (Ornans, 10 de junho de 1819 - La Tour-de-Peilz, 31 de dezembro de 1877) foi um pintor anarquista francês pertencente à escola realista. Foi acima de tudo um pintor de paisagens campestres e marítimas onde o romantismo e idealização da altura são substituídos por uma representação da realidade fruto de observação directa. Esta busca da verdade é transposta para a tela em pinceladas espontâneas que não deixam de lado os aspectos menos estéticos do que é observado.
Courbet nasceu numa família de milionários na França. Depois de
frequentar um colégio na mesma cidade, começou a ter aulas de pintura e
iniciou seus estudos de direito em Paris. Finalmente decidiu estudar desenho e pintura por iniciativa própria, copiando os grandes mestres no Louvre, principalmente Hals e Velázquez. Suas primeiras obras foram uma série de auto-retratos. Em 1844 expôs pela primeira vez no Salão de Paris e dois anos mais tarde apresentou os quadros Enterro em Ornans e O Ateliê do Artista,
que lhe custaram críticas severas e a recusa do Salão de Paris devido
aos seus temas demasiadamente prosaicos. Courbet não se deu por vencido e
construiu um pavilhão perto do Salão, onde expôs quarenta e quatro de
suas obras, que chamou de realista, fundando assim esse movimento.
O público não viu com satisfação essa nova estética das classes
trabalhadoras. Courbet, enquanto isso, se reunia para compartilhar
opiniões com seus amigos, entre eles o pintor e notável teórico
anarquista Proudhon, o escritor Baudelaire e o irónico caricaturista Daumier.
Já se discutiu muito sobre os motivos que teriam levado Courbet a
escolher os trabalhadores como tema. De facto, os homens de seus quadros
não expressam nenhuma emoção e mais parecem parte de uma paisagem do que
seus personagens. Courbet se manteve, nesta etapa realista, muito longe
do colorismo romântico, aproximando-se, em compensação, do realismo
tenebroso espanhol do barroco, com uma profusão de pretos, ocres e castanhos, banhados por uma pátina cinza. Comprova-se isto no seu quadro mais importante, O Ateliê do Artista (1855), em que manifestou sua desaprovação em relação à sociedade.
Por volta de 1850, o realismo de Courbet foi se apagando e deu lugar a uma pintura de formas voluptuosas e conteúdo erótico, de figuras femininas no estilo de Ingres,
mas mais descarnadas. A elas seguiu-se uma série de naturezas-mortas,
quadros de caça e paisagens marinhas que confirmaram sua capacidade
criativa e técnica impecável. Por volta de 1870, Courbet foi acusado de
ter destruído uma coluna da praça Vendôme, o que levou o pintor a se mudar para Viena. Em Paris, suas obras foram rejeitadas, e o ateliê do artista foi leiloado para pagar a restauração da coluna.
O Ateliê do Artista (1855)
in Wikipédia
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