segunda-feira, maio 07, 2018

Brahms nasceu há 185 anos

Johannes Brahms (Hamburgo, 7 de maio de 1833 - Viena, 3 de abril de 1897) foi um compositor alemão, uma das mais importantes figuras do romantismo musical europeu do século XIX.
Hans von Bülow faz referência de Brahms como um dos "três Bs da música", apelidando sua primeira sinfonia como décima, fazendo referência à sua sucessão a Beethoven.
No dia 7 de maio de 1833, em Hamburgo, nasceu Johannes Brahms. O seu pai, Johan Jacob, era contrabaixista e ganhava a vida tocando nos bares da cidade portuária. Rapidamente percebeu os dotes pouco comuns do filho e, quando completou 7 anos, contratou o excelente professor Otto Cossel para dar-lhe aulas de piano. Aos 10 anos, fez o seu primeiro concerto público, interpretando Mozart e Beethoven. Também aos 10 anos, frequentava bares com o seu pai e tocava lá durante parte da noite.
Não tardou a receber um convite para tocar nas cervejarias da noite hamburguesa, ao lado do seu pai. Enquanto trabalhava como músico profissional, Johannes tinha aulas com Eduard Marxsen, regente da Filarmónica de Hamburgo e compositor. Foi Marxsen quem lhe deu as primeiras noções de composição, para sua grande alegria.
Na noite, Brahms conhece Eduard Reményi, violinista húngaro que havia se refugiado em Hamburgo. Combinam uma tournée pela Alemanha. Nesta viagem, Brahms acaba conhecendo Joseph Joachim (famoso violinista, que se tornaria um de seus maiores amigos), Liszt e também os Schumann.
Na sua casa em Düsseldorf, no ano de 1853, Robert e Clara Schumann receberam-no como um génio. Robert logo tratou de recomendar as obras de Brahms aos seus editores e escreveu um famoso artigo na Nova Gazeta Musical, intitulado Novos Caminhos, onde era chamado de "jovem águia" e de "Eleito". Quanto à Clara, existem muitas hipóteses de que os dois teriam tido um relacionamento amoroso, mas nenhuma prova - ambos destruíram cartas e outros documentos que poderiam afirmar isso.
Brahms ficou alguns anos perambulando entre as cidades da Alemanha, fixando-se em duas residências - a de Joachim em Hanôver e a de Schumann em Düsseldorf. Esta vida errante haveria de terminar em 1856, com a trágica morte de Schumann. Foi quando conseguiu o emprego de mestre de capela do pequeno principado de Lippe-Detmold.
Em 1860, comete um grande erro: assina, junto com Joachim e outros dois músicos, um manifesto contra a chamada escola neo-alemã, de Liszt e Wagner, e sua "música do futuro". Embora Brahms nunca fosse afeito a polémicas, acabou entrando nesta, o que lhe valeu ser apelidado de reacionário, derrubada apenas no nosso século pelo famoso ensaio de Schoenberg: Brahms, o Progressista.
Três anos mais tarde, resolve morar em Viena. O seu primeiro emprego na capital austríaca foi como diretor da Singakademie, onde regia o coro e elaborava os programas. Apesar do relativo sucesso que obteve, pediu demissão em apenas um ano, para poder dedicar-se à composição. A partir daí, sempre conseguiu sustentar-se apenas com a edição das suas obras e com os seus concertos e recitais.
Em Viena, conseguiu o apoio e admiração do importante crítico Eduard Hanslick, mas isso não era suficiente para garantir-lhe fama. Foi só a partir da estreia do Requiem Alemão, em 1868, que Brahms começou a ser reconhecido como grande compositor. O reflexo disso é que, em 1872, foi convidado para dirigir a Sociedade dos Amigos da Música, a mais célebre instituição musical vienense. Ficaria lá até 1875.
Em 1876, um facto marcante: estreia a sua Primeira Sinfonia, ansiosamente aguardada. Foi um grande sucesso e Brahms ficou marcado como sucessor de Beethoven - o maestro Hans von Bülow até apelidou a sinfonia de Décima.
Como alguém já observou, a vida de Brahms vai-se acalmando em razão contrária de sua produção. Os anos que se seguem são tranquilos, marcados pela solidão (manteve-se solteiro), pelas estreias das suas obras, pelas longas temporadas de verão e pelas viagens (principalmente à Itália).
Em 1890, após concluir o Quinteto de Cordas op. 111, decide parar de compor e até prepara um testamento. Mas não ficaria muito tempo longe da atividade; no ano seguinte, encontra-se com o célebre clarinetista Richard Mülhfeld, e, encantado com o instrumento e as suas possibilidades, escreve quatro obras-primas, duas Sonatas para Clarinete e Piano, o Trio para Clarinete, Cello e Piano, e o Quinteto para Clarinete e Cordas, que está entre suas mais importantes peças de música de câmara.
A sua última obra publicada foi o ciclo Quatro Canções Sérias, onde praticamente se despede da vida. Ele deu a coletânea a si mesmo, como presente, no aniversário de 1896. Johannes Brahms viria a morrer um ano depois, em 3 de abril de 1897.
Música
Brahms dedicou-se a todas as formas, exceto ballet e ópera, que não lhe interessavam - o seu domínio era realmente a música pura, onde reinou em absoluto no seu tempo. Podemos dizer que Brahms ocupou o espaço deixado por Wagner, que se dedicava à ópera, e com ele dominou a música da segunda metade do século XIX.
A obra brahmsiniana representa a fusão da expressividade romântica com a preocupação formal clássica. Em uma época onde a vanguarda estava com a música programática de Liszt e o cromatismo wagneriano, Brahms compôs música pura e diatónica, e ainda assim conseguiu impor-se. Talvez este seja um de seus maiores méritos. Em contrapartida, um fator que faz com que Brahms seja de certa forma inovador, é o seu estilo de modulação, sendo que, muitas vezes, Brahms usa de modulações repentinas dentro do discurso harmónico de suas obras, sempre trilhando caminhos de intervalos de terça.
Porém, a contragosto, Brahms viu-se no meio da querela entre os conservadores, capitaneados pelo crítico Hanslick, e os "modernistas", principalmente Hugo Wolf, sendo adotado pelo lado "reacionário". Como os wagnerianos acabaram por dominar a maior parte da crítica na virada do século, demorou muito para que a obra de Brahms fosse colocada no lugar que merecia.
Um dos que mais contribuíram para mudar esse estado de coisas foi Arnold Schoenberg, pai do dodecafonismo, que expôs, numa conferência realizada nos Estados Unidos em 1933, o quanto Brahms era inovador e até mesmo revolucionário. Hoje, esta é a ideia predominante: Brahms é um dos compositores mais conhecidos.
Os estudiosos dividem em quatro fases a obra brahmsiniana. A primeira é a juventude, onde apresenta um romantismo exuberante e áspero, como no primeiro Concerto para Piano. Ela vai até 1855. A segunda corresponde à fase de consolidação como compositor, que culmina no triunfo do Requiem Alemão, em 1868. Aqui, ele ganha o gosto pela música de câmara e pelo estudo dos clássicos. A terceira fase é a maturidade, das obras sinfónicas e corais. Brahms atinge a perfeição formal e grande equilíbrio. O último período começa em 1890, quando, no final da vida, pensa em parar de compor. As obras tornam-se mais simples e concentradas, com destaque para a música de câmara e de piano. O Quinteto para Clarinete é exemplo típico dessa fase outonal.
  

D. Vicente da Câmara nasceu há noventa anos

(imagem daqui)

D. Vicente Maria do Carmo de Noronha da Câmara (Lisboa, 7 de maio de 1928 - Lisboa, 28 de maio de 2016) foi um fadista português.

Vicente da Câmara nasceu em berço aristocrata, único filho de D. João Luís Seabra da Câmara, notável locutor da Emissora Nacional portuguesa, e de sua primeira mulher, D. Maria Edite do Carmo de Noronha, e cresce sob influência de uma educação marcadamente ligada ao fado, em particular da sua tia D. Maria Teresa de Noronha e de D. João do Carmo de Noronha, seu tio-avô. Mais tarde viria a dizer:
Cquote1.svg O que é a aristocracia? A aristocracia tanto pode estar no povo como noutra coisa qualquer. (...) O aristocrata é aquele que sobressaiu. Cquote2.svg
- Vicente da Câmara
É portanto naturalmente que entra nos meandros do fado, e tendo ganho um concurso, abre as portas da Emissora Nacional com 20 anos, em 1948. Dois anos mais tarde assina o primeiro contrato discográfico com a editora Valentim de Carvalho e, a partir daí, grava êxitos como Fado das Caldas e Varina.
Progressista do fado castiço, o mais tradicional de Lisboa, era dado ao improviso e destacou-se pela sua voz timbrada, naturalidade com que interpreta as suas músicas e utilização de melismas, raridade no fado.
Durante uma entrevista, insurge-se contra as convenções políticas e afirma ser o fado uma música pobre, e que é na pobreza que reside a riqueza, grandeza, liberdade e valor.
Afincadamente contra os mais conservadores que apenas recriavam os clássicos, ficou para a posteridade o seu maior sucesso, A moda das tranças pretas, que constituiu entre os outros fados do seu reportório, um ex-líbris do fado castiço. Segundo a história, tê-lo-á composto entre 1955 e 1956 num quarto de hotel em Santarém. Em 1967 surge o contrato com a Rádio Triunfo.
Na década de 1980, já com algumas digressões internacionais na carreira, as atenções do oriente prenderam-se no fado, e tal entre uma vaga de fadistas como Amália Rodrigues, Maria Amélia Proença e outros, fez digressões no Extremo Oriente. Em 1989 assinala o quadragésimo aniversário da sua carreira no Cinema Tivoli.
Casado em Lisboa a 23 de abril de 1955 com Maria Augusta de Melo Novais e Ataíde (Évora, Sé e São Pedro, 30 de junho de 1929 - 28 de setembro de 2011), é pai do também fadista José da Câmara, é um dos poucos fadistas restantes da geração do fado aristocrata. Em 2007 o seu trabalho ficou imortalizado no filme Fados, de Carlos Saura.
Vicente da Câmara morreu no Hospital de S. José, em Lisboa, a 28 de maio de 2016, com 88 anos de idade, vítima de paragem cardiorrespiratória.
 
  

domingo, maio 06, 2018

Andreas Baader nasceu há 75 anos

Andreas Bernd Baader (Munique, 6 de maio de 1943 - Estugarda, 18 de outubro de 1977) foi um dos fundadores e líderes do grupo guerrilheiro de esquerda alemão Fração do Exército Vermelho, denominado pelo governo e pela imprensa de Baader-Meinhof. O grupo foi responsável por uma série de ações armadas - assaltos a bancos, seqüestros e mortes - na Alemanha, na década de 1970.
O seu pai era o historiador Berndt Phillip Baader, que, em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, servia o exército alemão quando foi feito prisioneiro pelas forças russas, e que posteriormente foi dado como desaparecido. A sua mãe, Anneliese Baader, não voltou a se casar. Andreas foi criado com carinho pela mãe, juntamente com a avó e uma tia. Na opinião dos seus professores, era uma criança inteligente, mas também voluntariosa, um tanto imprevisível e não se empenhava nos estudos quando a matéria não o atraía. Ao mesmo tempo que era generoso, capaz de tirar a sua própria roupa e dá-la a alguém que estivesse com frio, também era capaz de furtar, se estivesse precisando de dinheiro. Também se envolvia frequentemente em lutas, nem sempre em defesa dos próprios interesses.
Na adolescência considerado como um jovem desajustado, na conservadora sociedade alemã de após guerra; no final dos anos sessenta Baader gravitou para o movimento estudantil de esquerda e para os protestos contra o capitalismo, a pobreza no Terceiro Mundo, o nuclear e  a ocupação norteamericana do país, que agitavam a Alemanha Ocidental na altura, embora ele próprio não fosse estudante universitário.
No dia 2 de abril de 1968, Baader e a sua namorada, Gudrun Ensslin, incendiaram dois estabelecimentos comerciais em Frankfurt, mas não provocaram nenhuma morte. De acordo com Gudrun, o acto seria uma forma de protesto contra a Guerra no Vietname. No mesmo ano, Baader foi condenado a quatro anos de prisão.
Na manhã de 14 de maio de 1970 Baader escapou da prisão graças a um plano elaborado pela sua namorada, que contou com a participação da conhecida jornalista Ulrike Meinhof. Sob o pretexto de estar a trabalhar num livro sobre a juventude alemã, Ulrike Meinhof conseguiu que Andreas Baader fosse conduzido para a biblioteca do Instituto de Estudos Sociais em Berlim Ocidental onde seria entrevistado pela jornalista. Embora o plano não tenha sido executado exactamente como se pretendia, Baader conseguiria escapar pela janela da biblioteca. No dia seguinte a fuga foi noticiada pelos meios de comunicação social e o grupo passou a ser conhecido como o Grupo Baader-Meinhof, em função das duas figuras mais conhecidas do grupo, Andreas Baader e Ulrike Meinhof.
Nos dois anos seguintes Baader dedicou-se a acções de guerrilha urbana até que foi capturado pela polícia, a 1 de junho de 1972, em Frankfurt, juntamente com outros militantes da Fração do Exército Vermelho, Jan-Carl Raspe e Holger Meins.
Baader foi depois julgado e condenado, naquele que foi um dos julgamentos mais caros da história da justiça alemã.
Na noite de 8 para 9 de maio de 1976, a jornalista Ulrike Meinhof foi executada, na sua cela, presumivelmente por membros do serviço secreto alemão, que procuraram disfarçar o assassinato como suicídio. Uma comissão internacional de investigação invalidou a tese de suicídio, o que acirrou as tentativas de libertarem os demais presos. Em 5 de setembro, membros da Fração do Exército Vermelho sequestraram o presidente da confederação da indústria alemã e, a seguir, militantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina sequestraram um avião da Lufthansa, com passageiros a bordo, e levaram-no para Mogadíscio, na Somália. As autoridades alemãs não aceitaram a troca e, a 18 de outubro, uma operação da GSG 9 libertou os passageiros e executou os militantes palestinianos. A seguir, Andreas Baader, Jan-Carl Raspe e Gudrun Ensslin foram igualmente executados, a sangue frio, nas suas celas de máxima segurança - os dois primeiros com tiros na nuca, à distância, com pistolas de uso exclusivo das forças armadas da Alemanha. Até hoje o estado alemão não reconhece o assassinato dos prisioneiros.

sábado, maio 05, 2018

Marx nasceu há dois séculos

O pensamento de Marx influencia várias áreas, tais como Filosofia, Geografia, História, Direito, Sociologia, Literatura, Pedagogia, Ciência Política, Antropologia, Biologia, Psicologia, Economia, Teologia, Comunicação, Administração, Design, Arquitetura, entre outras. Numa pesquisa realizada pela Radio 4, da BBC, em 2005, foi eleito o maior filósofo de todos os tempos.
  
Juventude
Marx foi o segundo de nove filhos, de uma família de origem judaica de classe média da cidade de Tréveris, na época no Reino da Prússia. A sua mãe, Henriette Pressburg (1771–1840), era judia holandesa e seu pai, Herschel Marx (1759–1834), um advogado e conselheiro de Justiça. Herschel descendia de uma família de rabinos que se converteu ao cristianismo luterano em função das restrições impostas à presença de membros de etnia judaica no serviço público, quando Marx ainda tinha seis anos. Os seus irmãos eram Sophie (f. 1883), Hermann (1819-1842), Henriette (1820-1856), Louise (1821-1893), Emilie (adotado por seus pais), Caroline (1824-1847) e Eduard (1834-1837).
Em 1830, Marx iniciou os seus estudos no Liceu Friedrich Wilhelm, em Tréveris, ano em que eclodiram revoluções em diversos países europeus. Ingressou mais tarde na Universidade de Bona para estudar Direito, transferindo-se no ano seguinte para a Universidade de Berlim, onde o filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel, cuja obra exerceu grande influência sobre Marx, foi professor e reitor. Em Berlim, Marx ingressou no Clube dos Doutores, que era liderado por Bruno Bauer. Ali perdeu o interesse pelo Direito e voltou-se para a Filosofia, tendo participado ativamente do movimento dos Jovens Hegelianos. O seu pai faleceu neste mesmo ano. Em 1841, obteve o título de doutor em Filosofia com uma tese sobre as "Diferenças da filosofia da natureza em Demócrito e Epicuro". Impedido de seguir uma carreira académica, tornou-se, em 1842, redator-chefe da Gazeta Renana (Rheinische Zeitung), um jornal da província de Colónia; conheceu Friedrich Engels neste mesmo ano, durante visita deste a redação do jornal.
  
Envolvimento político
Em 1843, a Gazeta Renana foi fechada após publicar uma série de ataques ao governo prussiano. Tendo perdido o seu emprego de redator-chefe, Marx mudou-se para Paris. Lá assumiu a direção da publicação Anais Franco-Alemães e foi apresentado a diversas sociedades secretas de socialistas. Antes ainda da sua mudança para Paris, Marx casou-se, no dia 19 de junho de 1843, com Jenny von Westphalen, a filha de um barão da Prússia com a qual mantinha noivado desde o início dos seus estudos universitários (noivado que foi mantido em sigilo durante anos, pois as famílias Marx e Westphalen não concordavam com a união).
Do casamento de Marx com Jenny von Westphalen, nasceram cinco filhos: Franziska, Edgar, Eleanor, Laura, Jenny Longuet e Guido, além de um natimorto. Ao que consta, Franziska, Edgar e Guido morreram na infância, provavelmente pelas péssimas condições materiais a que a família estava submetida. Marx também teve um filho nascido da sua relação amorosa com a militante socialista e empregada da família Marx, Helena Demuth. Solicitado por Marx, Engels assumiu a paternidade da criança, Frederick Delemuth, e, pagando uma pensão, entregou-o a uma família de um bairro proletário de Londres.
No tratamento pessoal — Leandro Konder ressalta — Marx foi produto de seu tempo: "Antes de poder contestar a sociedade capitalista Marx pertencia a ela, estava espiritualmente mais enraizado no solo da sua cultura do que admitiria", e que diante dos padrões da Inglaterra vitoriana mostrou: "traços típicos das limitações de seu tempo". Como meninas aristocráticas, as suas filhas tinham aulas de piano, canto e desenho, mesmo que não tivessem desenvoltura para tais atividades artísticas.
Também em 1843, Marx conheceu a Liga dos Justos (que mais tarde tornar-se-ia Liga dos Comunistas). Em 1844, Friedrich Engels visitou Marx em Paris por alguns dias. A amizade e o trabalho conjunto entre ambos, que se iniciou nesse período, só seria interrompido com a morte de Marx. Na mesma época, Marx também se encontrou com Proudhon, com quem teve discussões polémicas e muitas divergências, e conheceu fugazmente Bakunin, então refugiado do czarismo russo e militante socialista. No seu período em Paris, Marx intensificou os seus estudos sobre economia política, os socialistas utópicos franceses e a história da França, produzindo reflexões que resultaram nos Manuscritos de Paris, mais conhecidos como Manuscritos Económico-Filosóficos. De acordo com Engels, foi nesse período que Marx aderiu às ideias socialistas.
De Paris, Marx ajudou a editar uma publicação de pequena circulação chamada Vorwärts!, que contestava o regime político alemão da época. Por conta disto, Marx foi expulso da França em 1845 a pedido do governo prussiano. Migrou então para Bruxelas, para onde Engels também viajou. Entre outros escritos, a dupla redigiu na Bélgica o Manifesto comunista. Em 1848, Marx foi expulso de Bruxelas pelo governo belga. Juntamente com Engels, mudou-se para Colónia, onde fundam o jornal Nova Gazeta Renana. Após ataques às autoridades locais publicados no jornal, Marx foi expulso de Colónia em 1849. Até 1848, Marx viveu confortavelmente com os rendimentos provenientes dos seus trabalhos, o seu salário e presentes de amigos e aliados, além da herança legada pelo seu pai. Entretanto, em 1849 Marx e a sua família enfrentaram grave crise financeira; após superarem dificuldades conseguiram chegar a Paris, mas o governo francês proibiu-os de fixar residência no seu território. Graças, então, a uma campanha de arrecadação de donativos promovida por Ferdinand Lassalle na Alemanha, Marx e família conseguem migrar para Londres, onde fixaram residência definitiva.
  
Morte
Encontrando-se deprimido por conta da morte de sua esposa, ocorrida em dezembro de 1881, Marx desenvolveu, em consequência dos problemas de saúde que suportou ao longo de toda a vida, bronquite e pleuresia, que causaram o seu falecimento em 1883. Foi enterrado como apátrida no Cemitério de Highgate, em Londres.
Muitos dos amigos mais próximos de Marx prestaram homenagem ao seu funeral, incluindo Wilhelm Liebknecht e Friedrich Engels. O último disse as seguintes palavras:
Marx era, antes de tudo, um revolucionário. A sua verdadeira missão na vida era contribuir, de um modo ou de outro, para o derrube da sociedade capitalista e das instituições estatais por esta suscitadas, contribuir para a libertação do proletariado moderno, que ele foi o primeiro a tornar consciente da sua posição e de suas necessidades, consciente das condições de sua emancipação. A luta era seu elemento. E ele lutou com uma tenacidade e um sucesso com quem poucos puderam rivalizar. (…) Como consequência, Marx foi o homem mais odiado e mais caluniado do seu tempo. Governos, tanto absolutistas como republicanos, deportaram-no dos seus territórios. Burgueses, quer conservadores ou ultrademocráticos, porfiavam entre si para lançar difamações contra ele. Tudo isso punha de lado, como se fossem teias de aranha, não tomando conhecimento, só respondendo quando a necessidade extrema o compelia a tal. E morreu amado, reverenciado e chorado por milhões de colegas trabalhadores revolucionários - das minas da Sibéria até à Califórnia, de todas as partes da Europa e da América - e atrevo-me a dizer que, embora, muito embora, possa ter tido muitos adversários, não teve nenhum inimigo pessoal.
Em 1954, o Partido Comunista Britânico construiu uma lápide com o busto de Marx sobre seu túmulo, até então de decoração muito simples. Na lápide encontram-se inscritos o parágrafo final do Manifesto Comunista ("Proletários de todos os países, uni-vos!") e um trecho extraído das Teses sobre Feuerbach: "Os filósofos apenas interpretaram o mundo de várias maneiras, enquanto que o objetivo é mudá-lo.
   

Adele faz hoje trinta anos!

Adele Laurie Blue Adkins (Londres, 5 de maio de 1988), mais conhecida como Adele, é uma cantora e compositora britânica, nascida no norte de Londres e criada no sul da cidade. Ela foi a primeira artista a receber o prémio Critics' Choice do BRIT Awards e foi nomeada a "Artista Revelação", em 2008, pelos críticos da BBC. Vencedora de nove Grammy Awards, quatro BRIT Awards, um Golden Globe Award e um Óscar, ela alcançou o auge da carreira ao lançar o álbum 21, com o qual bateu vários recordes e dominou as paradas de sucesso dos Estados Unidos e Reino Unido, com o single "Rolling In The Deep". 21 já vendeu mais de 25 milhões de cópias no mundo todo. O sucesso fez Adele receber várias menções no Guiness Book, por ser a primeira mulher a ter ao mesmo tempo, dois singles ("Rolling in the Deep" e "Someone Like You") e dois álbuns (19 e 21) simultaneamente no top 5 das paradas britânicas, facto esse, que só a banda The Beatles tinha alcançado em 1964. Ela sendo a primeira artista a vender mais de 3 milhões de cópias de um álbum em um ano no Reino Unido e depois com o terceiro lançamento do álbum, "Set Fire to the Rain", Adele se tornou a primeira artista da história a liderar a Billboard 200 consecutivamente 3 vezes no n° #1. Ela também superou recordes de cantores como Michael Jackson, Whitney Houston, Madonna e Beyoncé.
Em 28 de outubro de 2011, a Columbia Records anunciou que Adele passaria por uma cirurgia nas cordas vocais e ficaria um longo período em repouso. Ela voltou a apresentar-se somente em fevereiro de 2012. Adele teve uma hemorragia nas cordas vocais (motivo da sua cirurgia), durante uma apresentação numa rádio francesa. Contudo, lançou o seu DVD Live at The Royal Albert Hall em 29 de novembro de 2011. Em fevereiro de 2012, Adele canta a capella a música "Rolling In The Deep" num programa da rede de TV americana CBS e disse que a cirurgia foi um sucesso e que não poderia ser melhor.
A revista Billboard nomeou Adele Artista do Ano de 2011. Em 2012, ela foi colocada na quinta posição da lista das "100 Grandes Mulheres da Música" pelo VH1. Já pela revista americana Time, ela foi eleita uma das pessoas mais influentes do mundo. A cantora foi listada na sexta posição da lista das celebridades com menos de trinta anos mais bem pagas e bem sucedidas de 2011, pela Forbes. Em 2013, Adele foi listada como a décima quinta artista mais sexy da VH1.No dia 3 de julho, foi exposta a sua estátua de cera no Museu Madame Tussauds, em Londres.
Segundo o Sunday Times, em 2015 pelo quarto ano consecutivo Adele foi apontada como a artista britânica com menos de 30 anos mais rica do Reino Unido. Em 2017 a sua fortuna foi estimada em 147 milhões de euros. Em dezembro de 2015 foi estimado que, entre singles e álbuns, Adele tenha mais de 100 milhões de vendas, fazendo assim dela uma das artistas musicais recordistas de vendas no mundo.
 

sexta-feira, maio 04, 2018

Carl von Ossietzky morreu há oitenta anos...

Carl von Ossietzky (Hamburgo, 3 de outubro de 1889 - Berlim, 4 de maio de 1938) foi um jornalista, escritor e pacifista alemão.
Foi agraciado com o Nobel da Paz em 1935. Morreu de tuberculose, num campo de concentração nazi, por ser pacifista e ser contra os interesses do regime.


À morte de um lutador pela paz
(in memoriam de Carl von Ossietzky)
 
O que não se rendeu
Foi abatido
O que foi abatido
Não se rendeu.
 
A boca que admoestava
Foi tapada por terra.
A aventura sangrenta
Começa.
Sobre a cova do amigo da paz
Calcam os batalhões.
 
Foi então vã a luta?
 
Se aquele que não lutou sozinho, foi abatido,
O inimigo
Inda não venceu.

 
 
in Poemas (2007) - Bertold Brecht (tradução de Paulo Quintela)

Começou a Queima das Fitas 2018...!

Começou a Queima das Fitas 2018 - e a Serenata Monumental, ouvida via Internet, foi excelente! Saudades, que saudades... Coimbra, quem, como nós, em ti viveu e estudou, nunca te esquece, mesmo longe! Aos que têm a sorte de viver estes momentos únicos, lembrem-se que a Cidade, o Fado e Canção, a Academia e a nossa Queima são únicas - tudo o resto são reles imitações...!

May the Fourth be with you - hoje é o Dia de Star Wars!

Star Wars Day, May 4, celebrates George Lucas' Star Wars. It is observed by fans of the media franchise. Observance of the commemorative day spread quickly through media and grassroots celebrations.
The date was chosen for the pun on the catchphrase "May the Force be with you" as "May the Fourth be with you". Even though the holiday was not actually created or declared by Lucasfilm, many Star Wars fans across the world have chosen to celebrate the holiday. It has since been embraced by Lucasfilm as an annual celebration of Star Wars.

quinta-feira, maio 03, 2018

James Brown nasceu há 85 anos

James Joseph Brown Jr. (Barnwell, 3 de maio de 1933 - Atlanta, 25 de dezembro de 2006), mais conhecido simplesmente como James Brown, foi um cantor, dançarino, compositor e produtor musical norte-americano reconhecido como uma das figuras mais influentes do século XX na música. Em vida, vendeu mais de 100 milhões de álbuns e é reconhecido como um dos maiores artistas de todos os tempos.
Como um prolífico cantor, compositor, dançarino e bandleader, Brown foi uma força fundamental na indústria da música. Deixou a sua marca na música de diversos artistas de todo o mundo, incluindo o Rei do Pop, Michael Jackson, influenciando até mesmo os ritmos da música popular africana, como o afrobeat, juju e mbalax e forneceu o modelo para todo um subgénero do funk, o go-go.
Brown começou a sua carreira profissional em 1956 e ganhou fama no fim da década de 50 e começo da década de 60 com a força das suas apresentações ao vivo e várias canções de sucesso. Apesar de vários problemas pessoais, continuou a ter sucesso durante os anos 80. Além de sucesso como músico, Brown também teve presença nas questões políticas do seu país durante os anos 60 e 70.
Brown foi conhecido por inúmeras alcunhas, incluindo Soul Brother Number One, Sex Machine, Mr. Dynamite, The Hardest Working Man in Show Business, The King of Funk, Minister of The New New Super Heavy Funk, Mr. Please Please Please Please Himself, I Feel Good, The Original Disco Man e principalmente The Godfather of Soul ("O Padrinho do Soul"). No livro "Sweet Soul Music" de Arthur Conley, ele é descrito como King of Soul ("Rei do Soul").

O físico Steven Weinberg faz hoje 85 anos

Steven Weinberg (Nova Iorque, 3 de maio de 1933) é um físico norte-americano. Recebeu, em 1979 o Nobel de Física, pelo seu trabalho de unificação de duas forças fundamentais da natureza (o electromagnetismo e a força fraca, através da formulação da teoria da força electrofraca), em conjunto com os seus colegas Abdus Salam e Sheldon Glashow.
Em 1991 foi agraciado com a Medalha Nacional de Ciências. O seu livro "Os primeiros três minutos" é um relato clássico do big-bang. É membro da Royal Society of London, da Academia Nacional de Ciências e recebeu numerosos títulos honorários, mais recentemente nas universidades de Columbia, Salamanca e Pádua.
  

O cantor Agnaldo Rayol faz hoje oitenta anos

Agnaldo Coniglio Rayol (Rio de Janeiro, 3 de maio de 1938) é um ator e cantor brasileiro com mais de 70 anos de carreira, conhecido pela voz afinada e o reportório romântico, em que despontam, nos anos mais recentes, canções italianas.
Em 1970 fez a novela As Pupilas do Senhor Reitor como Daniel das Dornas, ao lado de Geórgia Gomide e Dionísio Azevedo.
  
Biografia
Agnaldo Rayol iniciou a carreira de cantor aos cinco anos na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, no programa Papel carbono, de Renato Murce, e aos doze anos estreia no cinema, no filme Também Somos Irmãos. Depois de morar algum tempo em Natal, voltou em 1951 ao Rio de Janeiro e participou do filme Maior Que o Ódio. Foi obrigado a parar de cantar entre 1952 e 1954, por causa de mudanças hormonais próprias da adolescência, que afetaram a voz.
A partir do fim dos anos 50, quando a sua voz potente de adulto estabiliza, firma-se na carreira levando adiante o estilo impostado e operístico comum aos cantores da geração anterior, como Vicente Celestino e Francisco Alves. Como exemplo dessa peculiar forma de cantar, a magistral interpretação da Ave Maria emocionou noivas de várias gerações, que não hesitavam em pagar o caro cachê para tê-lo cantando em cerimónias de casamento. Em 1956 foi contratado pela Rádio Tupi e dois anos depois gravou o primeiro disco pela gravadora Copacabana.
O auge da carreira acontece na década de 60, com programas próprios na Rede Record, entre eles Agnaldo RayoI Show e Corte RayoI Show, ao lado do humorista Renato Corte Real, um sucesso sem precedentes. Foi uma das atrações da edição de estreia do programa Jovem Guarda. No cinema, protagonizou Agnaldo, Perigo à Vista em 1969 e, ainda como ator, esteve no elenco das telenovelas Mãe (1964), O Caminho das Estrelas (1965), A Última Testemunha (1968), As Pupilas do Senhor Reitor (1970) e "Os Imigrantes" (1981).
Nos anos 80, comandou por oito anos o grande sucesso Festa Baile, programa musical produzido pela TV Cultura. Em 1981, no Uruguai, ganhou o Festival Internacional da Canção, onde participaram cantores de todo o mundo. Agnaldo cantou também na Argentina, México, Estados Unidos, Portugal e Itália.
Sempre fiel ao reportório romântico, nos anos 90 faz sucesso interpretando canções italianas, língua que domina perfeitamente, por a mãe ter nascido na Itália. Duas entraram para o repertório de telenovelas da Rede Globo e subiram nas paradas: Mia Gioconda na novela O Rei do Gado e Tormento d'Amore, tema de abertura da novela Terra Nostra gravada em Londres em dueto com a soprano Charlotte Church.
No dia 30 de abril de 2006, Agnaldo acabara de vir de um concerto e estava pronto para embarcar no aeroporto de Porto Alegre quando tropeçou e caiu no chão, fraturando o fémur da perna direita, por osteoporose. Levado para o Hospital Mãe de Deus, na capital gaúcha, esteve internado uma semana e comemorou ali o 68º aniversário, numa festa organizada pelas freiras que comandam o serviço de enfermagem do hospital.
No dia 11 de maio de 2007 cantou durante a missa de canonização de Frei Galvão pelo então Papa Bento XVI na pista de aviação do Aeroporto Campo de Marte, no bairro paulistano de Santana.
Em novembro de 2009, Agnaldo participou do Livro/CD Mensagens Positivas nas vozes dos grandes nomes do rádio brasileiro cantando a música Esperança que é a faixa 1 desse CD. Esta obra é de autoria do escritor Antônio Marcos Pires e foi lançado pela Editora Santuário e amplamente divulgado pela Rádio Globo.
 
 

Há 210 anos houve um medonho fuzilamento coletivo em Madrid

Três de maio de 1808 em Madrid: os fuzilamentos na montanha do Príncipe Pío, de Francisco de Goya - Museu do Prado

Golda Meir nasceu há 120 anos

Golda Meir, nascida Golda Mabovitch, (Kiev, 3 de maio de 1898 - Jerusalém, 8 de dezembro de 1978) foi uma fundadora do Estado de Israel. Emigrou para a Palestina no ano de 1921, onde militou no sindicato Histadrut e no partido trabalhista Mapai. Além de primeira embaixadora israelita na extinta URSS em 1948, foi ministra do Bem-Estar Social, ministra do Exterior, secretária-geral do Mapai e foi o quarto primeiro-ministro de Israel, entre 1969 e 1974. Conhecida pela firmeza de suas convicções, estava à frente do Estado de Israel no seu momento mais dramático: a Guerra do Yom Kippur, na qual tropas egípcias e sírias atacaram Israel, cuja população estava ocupada com as comemorações do Dia do Perdão judaico.
David Ben-Gurion certa vez disse dela: "Golda Meir é o único homem do meu gabinete".
Proveniente duma humilde família judaica, em 1906, emigra com a família para Milwaukee, Wisconsin nos EUA. Após a conclusão dos seus estudos, Golda foi, durante algum tempo, professora primária em Milwaukee e delegada da secção americana do Congresso Judaico Mundial.
Em 1917, casou com Morris Myerson, tendo emigrado em 1921 para a Palestina. Golda Meir tornou-se então membro do Kibbutz de Marnavia e, três anos mais tarde, aderiu ao Histadruth (Confederação Geral do Trabalho), passando entre 1932 e 1934 a ser a sua representante no estrangeiro, nomeadamente nos Estados Unidos da América.
Nos anos que antecederam e durante a Segunda Guerra Mundial, Golda Meir ocupou lugares fulcrais na hierarquia política, foi chefe do departamento político da Agência Judaica (a maior autoridade na Palestina, sob administração britânica) e da Organização Mundial Sionista.
Após a Declaração de Independência do Estado de Israel em 1948, Golda Meir foi nomeada pelo primeiro-ministro, David Ben-Gurion, para o cargo de embaixadora de Israel na União Soviética, por quatro anos. Posteriormente à nomeação, entre 1949 e 1956, Golda exerceu a função de ministra do Trabalho e, na década seguinte (1956-1966), foi ministra dos Negócios Estrangeiros, bem como representante máxima da delegação israelita enviada aos Estados Unidos da América. Foi secretária-geral do movimento socialista entre 1966 e 1968.
Desde a sua fundação, o novo Estado dotou-se de instituições democráticas, tinha uma câmara única - o Knesset - e foram fundados vários partidos políticos. O partido mais representativo de todos era o Mapai (movimento socialista). Sob o impulso de Golda Meir, o Mapai, o Ahduth Haavoda (União do Trabalho) e o Rafi (Movimento de Esquerda) fundiram-se em julho de 1968, com o objectivo de formarem o Partido Trabalhista. No ano seguinte, esse novo partido uniu-se ao Mapam (Partido Operário Unificado) constituindo uma aliança eleitoral - a Maarakh (Frente Operária).
Em 1969, após a morte do Presidente Levi Eshkol, Golda Meir forma Governo sendo primeira-ministra de Israel durante cinco anos (1969-1974). Na sua primeira conferência de imprensa como primeira-ministra, bradou aos vizinhos árabes que estaria disposta a qualquer coisa pela paz, exceto o suicídio nacional. E convidou explicitamente o então presidente do Egito, Nasser, para a mesa de negociações, dizendo que iria até mesmo ao Cairo, caso necessário, para negociar devoluções de território pacificamente. Embora este tenha recusado, o seu sucessor Sadat atendeu ao seu pedido.
Durante esse período não acatou as resoluções da Organização das Nações Unidas, que invalidavam a anexação israelita de Jerusalém oriental e que ordenavam a retirada de Israel dos territórios árabes ocupados em 1967 na guerra dos seis dias, por entender que, como não haveria contrapartida para impedir ataques dos palestinianos e de nações árabes, tais medidas colocariam em risco a existência do Estado de Israel.
Golda Meir aplicou uma política de medidas extremas contra membros de organizações que realizavam atentados, chegando a ordenar o assassinato dos seus lideres.
Em 6 de outubro de 1973 deu-se a quarta guerra do conflito árabe-israelita, chamada "Guerra do Yom Kippur" (os israelitas celebram nesse dia a grande data religiosa de "Yom Kippur", onde se faz jejum completo por 24 horas, daí o nome atribuído ao conflito).
No início da guerra, os israelitas foram apanhados completamente de surpresa, por acreditarem que seriam respeitados no dia mais importante do seu calendário religioso, por invasões pelo Egipto e Síria.
A Síria atacou pelas Colinas do Golan, ao norte de Israel e o Egito encarregou-se da península do Sinai e do canal de Suez, ao sul do país, desencadeando assim uma guerra com duas frentes. Os ataques árabes causaram enormes perdas às forças de defesa de Israel. Porém, após três semanas, as tropas de Israel obrigaram as tropas agressoras a recuarem. Penetraram com tanques e artilharia no território sírio a precisamente 32 km da capital Damasco (que teve os seus subúrbios bombardeados) e a 100 km do Cairo, capital egípcia.
Como consequência do conflito, os países árabes, decidiram parar de exportar petróleo para os Estados Unidos e para países que apoiavam a sobrevivência de Israel, o que levou à crise do petróleo.
Em abril de 1974, Golda Meir apresenta a sua demissão dadas as críticas à sua actuação e à do seu Ministro da Defesa, Moshe Dayan (herói da guerra dos seis dias), na Guerra do Yom Kippur, e pelos baixos resultados alcançados nas eleições pelo Partido Trabalhista. Meir foi substituída pelo General Yitzhak Rabin.
A 5 de março de 1976, Golda Meir regressou ainda à cena política como dirigente do seu Partido, em virtude da demissão de Meir Zarmi de Secretário-Geral, tendo publicado nesse mesmo ano um livro de carácter autobiográfico: A minha vida.
A 8 de dezembro de 1978, Golda Meir morreu de cancro em Jerusalém, com 80 anos de idade. Encontra-se sepultada no Cemitério Nacional do Monte Herzl no Monte Herzl, Jerusalém em Israel.
  

Bing Crosby nasceu há 115 anos

Bing Crosby (Tacoma, Washington, 3 de maio de 1903 - Madrid, Espanha, 14 de outubro de 1977) foi um cantor e ator norte-americano. Considerado um dos maiores cantores populares do século XX, morreu vítima de um ataque cardíaco enquanto jogava golfe.
  
Nascido Harry Lillis Crosby, o nome Bing foi decidido por ele mesmo, inspirado na personagem Bingo. Abandonou a carreira de Direito para tocar bateria e cantar. Montou um trio e percorreu os Estados Unidos, de uma costa a outra, no final da década de 20.
Em 1930 apareceu pela primeira vez no cinema participando no filme "King of Jazz". A sua primeira gravação a solo foi logo depois, em 1931, com "I Surrender Dear". A partir daí assinou contrato com rádios e gravou mais de 300 músicas até ao final da década de 50, transformando-se no cantor mais popular dos Estados Unidos nas décadas de 30 e 40.
No cinema, Bing Crosby formou uma famosa dupla cómica com Bob Hope nos anos 40. Brilhou em "O Bom Pastor", que lhe deu o Óscar de melhor ator em 1944, "Os Sinos de Santa Maria", "A Caminho do Rio", "Anjos e Piratas", "Natal Branco", "Amar é Sofrer", que lhe valeu outras nomeações para o prémio em 1954, "High Society", "Dizem que é Amor", "Robin Hood de Chicago" e "A Última Diligência".
Bing imortalizou a canção "White Christmas" e a sua voz transformou-se em sinónimo de Natal. Casou duas vezes e teve sete filhos, três deles com a também atriz Kathryn Grant, a sua segunda esposa.
   
 

quarta-feira, maio 02, 2018

Jeff Hanneman, dos Slayer, morreu há cinco anos

Jeffrey John Hanneman (Oakland, Califórnia, 31 de janeiro de 1964 - Los Angeles, California, 2 de maio de 2013), foi um músico norte-americano, um dos guitarristas da banda de thrash metal, Slayer. Quando conheceu o também guitarrista Kerry King, criaram os Slayer.

Equipamento
Durante as turnês, Hanneman levava seis guitarras, devido a diferentes afinações que eram requeridas. Nos primeiros álbuns, como "Haunting the Chapel" - "Divine Intervention", usava afinação em Mi bemol, enquanto nos álbuns posteriores, tais como "Diabolus in Musica" - Christ Illusion, usava afinações alternativas. O primeiro álbum, Show No Mercy, foi gravado usando afinação comum, enquanto que nas performances ao vivo das canções respectivas eram tocadas em Mi bemol, desde de 1984. Guitarras extras eram sempre levadas, para o caso das originais sofrerem algum dano.
  
Doença e morte
No início de 2011, Hanneman contraiu uma fasciite necrosante, após ser picado por uma aranha. A doença, que é uma rara infecção no tecido subcutâneo, quase o levou à morte e fez com que perdesse parte do músculo do braço. Desde então, ele se afastou de alguns shows da banda para que pudesse recuperar. Em 2012, o colega de banda Tom Araya tinha anunciado a sua recuperação da doença, porém depois, em fevereiro de 2013, Hanneman demonstrou problemas de saúde contínuos que o impediam de trabalhar nos Slayer. Hanneman morreu a 2 de maio de 2013, perto de sua casa, em Island Empire, Califórnia. Ele estava num hospital local e sofreu insuficiência hepática. Não se sabia então se a doença de pele estava ligada à sua insuficiência hepática. Mais tarde, resultados revelam que a causa da morte se deveu a uma cirrose hepática por causa de alcoolismo. Hanneman morreu aos 49 anos.