sexta-feira, abril 26, 2013
Count Basie morreu há 29 anos
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Mário de Sá-Carneiro suicidou-se há 97 anos
(...)
Uma vez que a vida que trazia não lhe agradava, e aquela que idealizava tardava em se concretizar, Sá-Carneiro entrou numa cada vez maior angústia, que viria a conduzi-lo ao seu suicídio prematuro, perpetrado no Hôtel de Nice, no bairro de Montmartre em Paris, com o recurso a cinco frascos de arseniato de estricnina. Embora tivesse adiado por alguns dias o dramático desfecho da sua vida, numa «cart de despedida» para Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro revela as suas razões para se suicidar:
Meu querido Amigo:
A menos de um milagre na próxima segunda-feira, 3 (ou mesmo na véspera), o seu Mário de Sá-Carneiro tomará uma forte dose de estricnina e desaparecerá deste mundo. É assim tal e qual – mas custa-me tanto a escrever esta carta pelo ridículo que sempre encontrei nas «cartas de despedida»... Não vale a pena lastimar-me, meu querido Fernando: afinal tenho o que quero: o que tanto sempre quis – e eu, em verdade, já não fazia nada por aqui... Já dera o que tinha a dar. Eu não me mato por coisa nenhuma: eu mato-me porque me coloquei pelas circunstâncias – ou melhor: fui colocado por elas, numa áurea temeridade – numa situação para a qual, a meus olhos, não há outra saída. Antes assim. É a única maneira de fazer o que devo fazer. Vivo há quinze dias uma vida como sempre sonhei: tive tudo durante eles: realizada a parte sexual, enfim, da minha obra – vivido o histerismo do seu ópio, as luas zebradas, os mosqueiros roxos da sua Ilusão. Podia ser feliz mais tempo, tudo me corre, psicologicamente, às mil maravilhas, mas não tenho dinheiro. [...]Mário de Sá-Carneiro, carta para Fernando Pessoa, 31 de março de 1916
Contava tão-só vinte e cinco anos. Extravagante tanto na morte como em vida (de que o poema Fim é um dos mais belos exemplos), convidou para presenciar a sua agonia o seu amigo José de Araújo. E apesar de o grupo modernista português ter perdido um dos seus mais significativos colaboradores, nem por isso o entusiasmo dos restantes membros esmoreceu – no segundo número da revista Athena, Pessoa dedicou-lhe um belo texto, apelidando-o de «génio não só da arte como da inovação dela», e dizendo dele, retomando um aforismo das Báquides (IV, 7, 18), de Plauto, que «Morre jovem o que os Deuses amam» (tradução literal de Quem di diligunt adulescens moritur).
Ao ver escoar-se a vida humanamente
Em suas águas certas, eu hesito,
E detenho-me às vezes na torrente
Das coisas geniais em que medito.
Afronta-me um desejo de fugir
Ao mistério que é meu e me seduz.
Mas logo me triunfo. A sua luz
Não há muitos que a saibam reflectir.
A minh'alma nostálgica de além,
Cheia de orgulho, ensombra-se entretanto,
Aos meus olhos ungidos sobe um pranto
Que tenho a fôrça de sumir também.
Porque eu reajo. A vida, a natureza,
Que são para o artista? Coisa alguma.
O que devemos é saltar na bruma,
Correr no azul á busca da beleza.
É subir, é subir àlem dos céus
Que as nossas almas só acumularam,
E prostrados resar, em sonho, ao Deus
Que as nossas mãos de auréola lá douraram.
É partir sem temor contra a montanha
Cingidos de quimera e d'irreal;
Brandir a espada fulva e medieval,
A cada hora acastelando em Espanha.
É suscitar côres endoidecidas,
Ser garra imperial enclavinhada,
E numa extrema-unção d'alma ampliada,
Viajar outros sentidos, outras vidas.
Ser coluna de fumo, astro perdido,
Forçar os turbilhões aladamente,
Ser ramo de palmeira, água nascente
E arco de ouro e chama distendido...
Asa longinqua a sacudir loucura,
Nuvem precoce de subtil vapor,
Ânsia revolta de mistério e olor,
Sombra, vertigem, ascensão - Altura!
E eu dou-me todo neste fim de tarde
À espira aérea que me eleva aos cumes.
Doido de esfinges o horizonte arde,
Mas fico ileso entre clarões e gumes!...
Miragem roxa de nimbado encanto -
Sinto os meus olhos a volver-se em espaço!
Alastro, venço, chego e ultrapasso;
Sou labirinto, sou licorne e acanto.
Sei a distância, compreendo o Ar;
Sou chuva de ouro e sou espasmo de luz;
Sou taça de cristal lançada ao mar,
Diadema e timbre, elmo real e cruz...
. . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . .
O bando das quimeras longe assoma...
Que apoteose imensa pelos céus!
A cor já não é cor - é som e aroma!
Vem-me saudades de ter sido Deus...
* * *
Ao triunfo maior, avante pois!
O meu destino é outro - é alto e é raro.
Unicamente custa muito caro:
A tristeza de nunca sermos dois...
in Dispersão (1914) - Mário de Sá-Carneiro
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Eugène Delacroix nasceu há 215 anos
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O sismólogo Charles Richter nasceu há 113 anos
Nascido em Hamilton, Ohio, Richter estudou na Universidade Stanford e Instituto de Tecnologia da Califórnia, onde obteve seu PhD em física teórica em 1928. Trabalhou no Instituto Carnegie de Washington (1927-1936) antes de ser nomeado para o Instituto de Tecnologia da Califórnia, onde se tornou professor de sismologia em 1952.
Richter desenvolveu sua escala para medir a força dos terremotos em 1935. Escalas anteriores tinham sido desenvolvidas por De Rossi em 1880 e por Giuseppe Mercalli em 1902, mas ambos usavam uma escala descritiva, definida em termos de danos em edifícios bem como o comportamento e a resposta da população. Isso restringia o seu uso para a medição de terremotos em áreas povoadas, e fez escalas em relação ao tipo de técnicas de construção e materiais utilizados.
A escala de Richter é absoluta, com base na amplitude das ondas produzidas pelo terremoto. Ele definiu a magnitude de um terremoto como o logaritmo na base 10 da amplitude máxima das ondas, medido em microns. Isto significa que as ondas cujas amplitudes diferem por um fator de 100 diferem por 2 pontos na escala Richter. Com Beno Gutenberg tentou converter os pontos em sua escala em energia liberada. Em 1956, eles mostraram que a magnitude 0 corresponde a cerca de 1011 ergs (104 joules), enquanto a magnitude 9 é igual a 1024 ergs (1017 joules). Um aumento de uma unidade de energia significa cerca de 30 vezes mais do que está sendo liberado. O maior terremoto registrado até agora tinha um valor na escala Richter, de 8,9. Em 1954, Richter e Gutenberg produziu um dos textos básicos sobre sismologia, sismicidade da Terra.
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O acidente nuclear de Chernobil foi há 27 anos
Boa tarde, camaradas. Todos vocês sabem que houve um inacreditável erro – o acidente na central nuclear de Chernobil. Ele afetou duramente o povo soviético, e chocou a comunidade internacional. Pela primeira vez, nós nos confrontámos com a força real da energia nuclear, fora de controle. |
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quinta-feira, abril 25, 2013
Recordar Ella Fitzgerald
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Marcos, o autor de um dos Evangelhos canónicos, morreu há 1945 anos
São Marcos Evangelista (circa 10 a.c. - Alexandria, 25 de abril de 68) é o nome tradicional do autor de um dos Evangelhos. Ele é também um dos Setenta Discípulos e é considerado o fundador da Igreja de Alexandria, uma das principais sedes do Cristianismo primitivo.
Ainda de acordo com a Igreja Copta, São Marcos nasceu em Cirene na Pentápolis, na antiga Líbia. Esta tradição acrescenta ainda que ele para lá retornou mais tarde, após ter sido enviado por São Paulo para Colossos (Colossenses 4:10 e Filemon 24:1 - passagens que tratam de Marcos, primo de Barnabé) e de ter servido com ele em Roma (2 Timóteo 4:11). Da Pentápolis ele seguiu para Alexandria. Quando Marcos retornou a Alexandria, os pagãos da cidade ficaram ressentidos com os seus esforços para tentar afastar os alexandrinos da religião tradicional helénica. Conta esta tradição que eles colocaram uma corda à volta de seu pescoço e o arrataram pelas ruas até que estivesse morto.
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Marcadores: cristianismo, Egipto, Igreja Copta, mártir, São Marcos
Rogério Flausino, o vocalista da banda brasileira Jota Quest, faz hoje 41 anos
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Ella Fitzgerald nasceu há 96 anos
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Mário Laginha - 53 anos
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A Revolução dos Cravos foi há 39 anos
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Hoje é Dia da Liberdade...
Quem a tem...
Não hei-de morrer sem saber
Qual a cor da liberdade.
Eu não posso senão ser
Desta terra em que nasci.
Embora ao mundo pertença
E sempre a verdade vença,
Qual será ser livre aqui,
Não hei-de morrer sem saber.
Trocaram tudo em maldade,
É quase um crime viver.
Mas embora escondam tudo
E me queiram cego e mudo,
Não hei-de morrer sem saber
Qual a cor da liberdade.
in Fidelidade (1958) - Jorge de Sena
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quarta-feira, abril 24, 2013
Música atual para geopedrados...
Right from the start
You were a thief, you stole my heart
And I, your willing victim
I let you see the parts of me
That weren't all that pretty
And with every touch
You fixed them
Now you've been talking in your sleep oh oh
Things you never say to me oh oh
Tell me that you've had enough
Of our love
Our love
Just give me a reason
Just a little bit's enough
Just a second we're not broken just bent
And we can learn to love again
It's in the stars
It's been written in the scars on our hearts
We're not broken just bent
And we can learn to love again
I'm sorry I don't understand
Where all of this is coming from
I thought that we were fine (oh we had everything)
Your head is running wild again
My dear we still have everythin'
And it's all in your mind (Yeah, but this is happenin')
You've been havin' real bad dreams oh oh
You used to lie so close to me oh oh
There's nothing more than empty sheets
Between our love, our love
Oh, our love, our love...
Just give me a reason
Just a little bit's enough
Just a second we're not broken just bent
And we can learn to love again
I never stopped
You're still written in the scars on my heart
You're not broken just bent
And we can learn to love again
Oh tear ducts and rust
I'll fix it for us
We're collecting dust
But our love's enough
You're holding it in
You're pouring a drink
No nothing is as bad as it seems
We'll come clean
Just give me a reason
Just a little bit's enough
Just a second we're not broken just bent
And we can learn to love again
It's in the stars
It's been written in the scars on our hearts
We're not broken just bent
And we can learn to love again
Just give me a reason
Just a little bit's enough
Just a second we're not broken just bent
And we can learn to love again
It's in the stars
It's been written in the scars on our hearts
We're not broken just bent
And we can learn to love again
Oh, we can learn to love again
Oh, we can learn to love again
Oh, that we're not broken just bent
And we can learn to love again
Postado por Pedro Luna às 23:45 0 bocas
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O Telescópio Espacial Hubble foi lançado para o espaço há 23 anos
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Marcadores: astronomia, HST, Hubble, NASA, satélites, Telescópio Espacial Hubble
Barbra Streisand - 71 anos
O Genocídio Arménio começou há 98 anos
O Genocídio Arménio, holocausto arménio ou ainda o massacre dos arménios é como é chamada a matança e deportação forçada de centenas de milhares ou até mais de um milhão de pessoas de origem arménia que viviam no Império Otomano, com a intenção de exterminar a sua presença cultural, sua vida económica e o seu ambiente familiar, durante o governo dos chamados Jovens Turcos, de 1915 a 1917.
Adota-se a data de 24 de abril de 1915 como início do massacre, por ser a data em que dezenas de líderes arménios foram presos e massacrados em Istambul.
Esse conflito resultou trágico, pois deu oportunidade ao movimento político dos Jovens Turcos de realizar seu premeditado projeto de aniquilação do povo arménio. Na noite de 24 de abril de 1915 foram aprisionados em Constantinopla mais de seiscentos intelectuais, políticos, escritores, religiosos e profissionais arménios, que foram levados a força ao interior do país e selvaticamente assassinados.
Depois de privar o povo de seus dirigentes, começou a deportação e o massacre dos arménios que habitavam os territórios asiáticos do Império.
(...)
A cidade de Alepo caiu na mão dos britânicos e foram encontrados muitos documentos que confirmavam que o extermínio dos arménios teria sido organizado pelos turcos. Um destes documentos é um telegrama circular dirigido a todos os governadores:
À Prefeitura de Alepo: Já foi comunicado que o governo decidiu exterminar totalmente os arménios habitantes da Turquia. Os que se opuserem a esta ordem não poderão pertencer então à administração. Sem considerações pelas mulheres, as crianças e os enfermos, por mais trágicos que possam ser os meios de extermínio, sem executar os sentimentos da consequência, é necessário por fim à sua existência. 13 de setembro de 1915. |
O ministro do Interior, Talat
|
Testemunhos
“ | Em geral, as caravanas de arménios deportados não chegavam muito
longe. À medida que avançavam, o seu número diminuía com consequência
da ação das armas de fogo, dos sabres, da fome e do esgotamento... Os
mais repulsivos instintos animais eram despertados nos soldados por
essas desgraçadas criaturas. Torturavam e matavam. Se alguns chegavam a
Mesopotâmia,
eram abandonados sem defesa, sem víveres, em lugares pantanosos do
deserto: o calor, a humidade e as enfermidades acabavam, sem dúvida, com
a vida deles.
René Pineau
| ” |
Uma viajante alemã escutou o seguinte de uma arménia, em uma das estações do padecimento de um grupo de montanheses arménios:
“ | Por que não nos matam logo? De dia não temos água e nossos filhos choram de sede; e pela noite os maometanos vêm a nossos leitos e roubam roupas nossas, violam nossas filhas e mulheres. Quando já não podemos mais caminhar, os soldados nos espancam. Para não serem violentadas, as mulheres se lançam à água, muitas abraçando a crianças de peito. | ” |
Jacques de Morgan assim se refere às deportações, aos massacres e aos sofrimento padecidos pelos arménios:
Não há no mundo um idioma tão rico, tão colorido, que possa descrever os horrores arménios, para expressar os padecimentos físicos e morais de tão inocentes mártires. Os sobreviventes dos terríveis massacres, todos testemunhas da morte seus entes queridos, foram concentrados em determinados lugares e submetidos a torturas indescritíveis e a humilhações que os faziam preferir a morte.
Jacques de Morgan
|
(...)
Acredita-se que cerca de 1,5 milhão de arménios foram mortos durante o que ficou conhecido como o Genocídio Arménio. De entre eles, vários morreram assassinados por tropas turcas, em campos de concentração, queimados, enforcados e até mesmo atirados amarrados ao Rio Eufrates, mas a maior parte dos arménios morreu por inanição, ou seja, falta de água e alimento.
Postado por Fernando Martins às 00:09 0 bocas
Marcadores: genocídio, Genocídio arménio, Império Otomano, Turquia
terça-feira, abril 23, 2013
Este rio é minha rua
Este rio é minha rua
Música de Paulo André Barata e letra de Ruy Barata
Este rio é minha rua
Minha e tua mururé
Piso no peito da lua
Deito no chão da maré
Poi é. Pois é
Eu não sou de Ígarapé
Quem montou na cobra grande
Não se escancha em puraqué
Rio abaixo rio acima
minha sina cana é
Só em falar na mardita
Me alembrei de abaeté
Pois é, pois é
Eu não sou de igarapé
Quem montou na cobra grande
Não se escancha em puraqué
Me arresponda boto preto
Quem te deu esse pixé
Foi limo de maresia
Ou inhaca de mulher
Pois é, pois é
Eu não sou de Ígarapé
Quem montou na cobra grande
Não se escancha em puraqué
Postado por Pedro Luna às 23:45 0 bocas
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