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quinta-feira, fevereiro 08, 2024

O meteorito de Allende caiu, no México, há 55 anos...!

Fragmento do meteorito Allende

Allende é um meteorito caído no estado mexicano de Chihuahua. A sua queda ocorreu às 01.05 horas do dia 8 de fevereiro de 1969, e a bola de fogo originada pela sua entrada na atmosfera terrestre foi testemunhada por milhares de pessoas.
O meteorito Allende é o maior condrito (tipo de meteorito primitivo) já descoberto. Como resultado de uma pesquisa neste meteorito, foi descoberto um novo óxido de titânio e esse mineral foi batizado de panguite.
  

  
Panguite é um mineral constituído de óxido de titânio encontrado a partir de pesquisas feitas no meteorito Allende, caído no estado mexicano de Chihuahua em 8 de fevereiro de 1969. Acredita-se que este mineral esteja entre os mais antigos formados no sistema solar. Descoberto em 2012 por cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia, esse mineral era, até então, desconhecido pela ciência. O seu nome homenageia a antiga divindade chinesa Pan Gu, criador do yin e yang.
  
Composição
Este mineral possui a fórmula química (Ti4+,Sc,Al,Mg,Zr,Ca)1.8O3. Os elementos encontrados na panguite são titânio, escândio, alumínio, magnésio, zircónio, cálcio e oxigénio. Nas amostras retiradas do meteorito, também foram encontrados zircónio enriquecido. A panguite foi encontrada associada com um outro mineral identificado como davisite e com olivina agregada.

Origem e Propriedades
A panguite, está na classe dos minerais refratários, que se formaram sob altas temperaturas e pressões extremamente altas, o que ocorreu há mais ou menos 4.500 milhões de anos atrás, no inicio do nosso sistema solar. Isso faz com que a panguite seja um dos minerais mais antigos de nosso Sistema Solar. O zircónio é um dos elementos determinantes para se saber as condições de antes e durante a formação do nosso sistema solar.

Descoberta 
Chi Ma, diretor da Divisão de Análise Cientifica Planetária e Geológica (Geological and Planetary Sciences Division Analytical Facility) do Instituto de Tecnologia da Califórnia (California Institute of tecnology), foi o principal autor do artigo referente à panguite, publicado no American Mineralogist. Chi Ma estava liderando uma pesquisa de Nano-Mineralogia desde o ano de 2007, em meteoritos primitivos, no qual se inclui o meteoro Allende. O mineral foi primeiramente descrito e submetido à apreciação na Conferência Anual de Ciência Planetária e Lunar (Lunar and Planetary Science Conference), ocorrida em 2011.
  

quarta-feira, fevereiro 08, 2023

O meteorito de Allende caiu, no México, há 54 anos

Fragmento do meteorito Allende

Allende é um meteorito caído no estado mexicano de Chihuahua. A sua queda ocorreu às 01.05 horas do dia 8 de fevereiro de 1969, e a bola de fogo originada pela sua entrada na atmosfera terrestre foi testemunhada por milhares de pessoas.
O meteorito Allende é o maior condrito (tipo de meteorito primitivo) já descoberto. Como resultado de uma pesquisa neste meteorito, foi descoberto um novo óxido de titânio e esse mineral foi batizado de panguite.
  

  
Panguite é um mineral constituído de óxido de titânio encontrado a partir de pesquisas feitas no meteorito Allende, caído no estado mexicano de Chihuahua em 8 de fevereiro de 1969. Acredita-se que este mineral esteja entre os mais antigos formados no sistema solar. Descoberto em 2012 por cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia, esse mineral era, até então, desconhecido pela ciência. O seu nome homenageia a antiga divindade chinesa Pan Gu, criador do yin e yang.
  
Composição
Este mineral possui a fórmula química (Ti4+,Sc,Al,Mg,Zr,Ca)1.8O3. Os elementos encontrados na panguite são titânio, escândio, alumínio, magnésio, zircónio, cálcio e oxigénio. Nas amostras retiradas do meteorito, também foram encontrados zircónio enriquecido. A panguite foi encontrada associada com um outro mineral identificado como davisite e com olivina agregada.

Origem e Propriedades
A panguite, está na classe dos minerais refratários, que se formaram sob altas temperaturas e pressões extremamente altas, o que ocorreu há mais ou menos 4.500 milhões de anos atrás, no inicio do nosso sistema solar. Isso faz com que a panguite seja um dos minerais mais antigos de nosso Sistema Solar. O zircónio é um dos elementos determinantes para se saber as condições de antes e durante a formação do nosso sistema solar.

Descoberta 
Chi Ma, diretor da Divisão de Análise Cientifica Planetária e Geológica (Geological and Planetary Sciences Division Analytical Facility) do Instituto de Tecnologia da Califórnia (California Institute of tecnology), foi o principal autor do artigo referente à panguite, publicado no American Mineralogist. Chi Ma estava liderando uma pesquisa de Nano-Mineralogia desde o ano de 2007, em meteoritos primitivos, no qual se inclui o meteoro Allende. O mineral foi primeiramente descrito e submetido à apreciação na Conferência Anual de Ciência Planetária e Lunar (Lunar and Planetary Science Conference), ocorrida em 2011.
  

sexta-feira, novembro 18, 2022

Notícia interessante sobre o planeta Marte

Impacto recente de meteoroide em Marte criou uma das maiores crateras do Sistema Solar

    


   

O sismo detetado em Marte em dezembro foi causado pelo impacto de um meteoroide, estimado como um dos maiores vistos em Marte desde que a NASA começou a explorar o cosmos.

O “lander” InSight da NASA registou um sismo marciano de magnitude 4 no passado dia 24 de dezembro, mas os cientistas só mais tarde descobriram a causa desse sismo: o impacto de um meteoroide — um dos maiores vistos em Marte desde que a NASA começou a explorar o cosmos. 

Além disso, a colisão com a superfície escavou pedaços de gelo do tamanho de pedregulhos mais perto do equador marciano do que alguma vez foi encontrado – uma descoberta com implicações para os planos futuros da NASA de enviar astronautas para o Planeta Vermelho.

Os cientistas determinaram que o sismo resultou do impacto de um meteoroide quando olharam para o antes e depois em imagens da MRO (Mars Reconnaissance Orbiter) da NASA e avistaram uma nova cratera, explica a agência espacial norte-americana em comunicado. 

Fornecendo uma rara oportunidade de ver como um grande impacto abalou o chão em Marte, o evento e os seus efeitos foram detalhados em dois artigos científicos [artigo 1, artigo 2] publicados dia 27 de outubro na revista Science. 


Blocos de gelo do tamanho de pedregulhos podem ser vistos em torno da orla de uma cratera de impacto em Marte, nesta imagem capturada pela câmara HiRISE a bordo da sonda MRO da NASA - a cratera foi formada no dia 24 de dezembro de 2021 pelo impacto de um meteoroide na região chamada Amazonis Planitia

   

Estima-se que o meteoroide tenha tido entre 5 a 12 metros – suficientemente pequeno para ter ardido na atmosfera terrestre, mas não na fina atmosfera de Marte, que tem apenas 1% da sua densidade.

O impacto, numa região chamada Amazonis Planitia, escavou uma cratera com cerca de 150 metros de diâmetro e 21 metros de profundidade. Alguns dos detritos ejetados pelo impacto voaram até 37 quilómetros de distância.

Com imagens e dados sísmicos documentando o evento, pensa-se que esta é uma das maiores crateras cuja formação foi já testemunhada no Sistema Solar.

Existem muitas crateras maiores no Planeta Vermelho, mas são significativamente mais velhas e são anteriores a qualquer missão marciana.

“A descoberta de um impacto fresco deste tamanho não tem precedentes“, disse Ingrid Daubar, da Universidade Brown, que lidera o Grupo de Trabalho de Ciência de Impacto do InSight. “É um momento emocionante na história geológica – e conseguimos testemunhá-lo”.

O módulo InSight tem visto a sua energia diminuir drasticamente nos últimos meses devido à acumulação de poeira nos seus painéis solares. Espera-se agora que o “lander” seja desligado nas próximas seis semanas, pondo fim à ciência da missão.

O InSight está a estudar a crosta, o manto e o núcleo do planeta. As ondas sísmicas são fundamentais para a missão e revelaram o tamanho, profundidade e composição das camadas interiores de Marte.

Desde que pousou em Marte, em novembro de 2018, o InSight detetou 1.318 sismos marcianos, incluindo vários provocados por impactos de meteoroides mais pequenos.

Mas o sismo resultante do impacto de dezembro passado foi o primeiro observado a ter ondas superficiais – uma espécie de onda sísmica que ondula ao longo do topo da crosta de um planeta.

O segundo dos dois artigos científicos relacionados com o grande impacto descreve como os cientistas utilizam estas ondas para estudar a estrutura da crosta de Marte.

 

Caçadores de crateras

No final de 2021, os cientistas da missão InSight informaram o resto da equipa que tinham detetado um grande sismo marciano no dia 24 de dezembro.

A cratera foi descoberta pela primeira vez no dia 11 de fevereiro de 2022 por cientistas que trabalhavam no MSSS (Malin Space Science Systems), que construiu e opera duas câmaras a bordo da MRO.

A CTX (Context Camera) fornece imagens a preto e branco, de média resolução, enquanto a MARCI (Mars Color Imager) produz diariamente mapas de todo o planeta, permitindo aos cientistas seguir as mudanças climáticas em grande escala, como a recente tempestade regional de poeira que diminuiu ainda mais a energia solar do InSight.

    

    

A zona do impacto era visível nos dados MARCI e isso permitiu à equipa fixar um período de 24 horas dentro do qual este ocorreu. Estas observações correlacionaram-se com o epicentro sísmico, demonstrando conclusivamente que o impacto de um meteoroide provocou o grande sismo de dia 24 de dezembro.

“A imagem do impacto era diferente de qualquer outra que já tinha visto antes, com a cratera massiva, o gelo exposto e a dramática zona de explosão preservada na poeira marciana”, disse Liliya Posiolova, que lidera o Grupo de Ciência e Operações Orbitais no MSSS.

“Não pude deixar de imaginar como devia ter sido testemunhar o impacto, a explosão atmosférica e os detritos ejetados a quilómetros de distância“.

A determinação do ritmo a que as crateras são formadas em Marte é crucial para refinar a linha temporal geológica do planeta. Em superfícies mais antigas, como em Marte ou na Lua, existem mais crateras do que na Terra; no nosso planeta, os processos tectónicos e de erosão apagam características mais antigas da superfície.

As novas crateras também expõem materiais situados abaixo da superfície. Neste caso, grandes pedaços de gelo espalhados pelo impacto foram vistos pela câmara a cores HiRISE (High-Resolution Imaging Science Experiment) da MRO.

O gelo subterrâneo será um recurso vital para os astronautas, que poderão utilizá-lo para uma variedade de necessidades, incluindo água potável, agricultura e combustível para foguetões.

O gelo enterrado nunca tinha sido visto tão perto do equador marciano que, como a parte mais quente de Marte, é um local apelativo para os astronautas.

 

in ZAP

terça-feira, agosto 09, 2022

Notícia interessante sobre asteroides...

NASA estava “completamente errada” sobre o asteroide Bennu

   

   

Em 2020, a NASA enviou uma nave para recolher amostras da superfície do asteroide Bennu. Ao aterrar, causou uma explosão e abriu uma cratera de 8 metros de largura.

Um cientista da NASA observou que “as partículas que compõem o exterior do Bennu são tão soltas, que agem mais como um fluido do que como um sólido”.

A NASA surpreendeu-se a ela própria quando aterrou uma nave espacial no asteroide Bennu em 2020 e causou uma explosão que criou uma enorme cratera no corpo rochoso — mas a experiência de aprendizagem pode ajudar a salvar a Terra, se um asteroide alguma vez ameaçar aniquilar-nos.

Em 2016, a NASA lançou a nave espacial OSIRIS-REx para dar uma vista de olhos ao asteroide Bennu. Dois anos depois, a nave chegou ao seu destino e começou a vigiar Bennu, a cerca de 6 quilómetros acima da sua superfície.

Em 2020, a NASA levou a missão um passo mais longe, enviando a OSIRIS-REx à superfície do asteroide para recolher uma amostra — algo que nenhuma nave espacial da NASA tinha feito antes, segundo a Big Think.

Para essa parte da missão, o OSIRIS-REx aterrou na superfície do asteroide e mandou um sopro de gás. Em seguida, captou um pouco do material deslocado pelo gás antes de disparar os seus propulsores para se afastar de Bennu.

O plano funcionou, mas nas simulações do asteroide feitas pela NASA, o processo deveria ter deixado o mais pequeno desnível na superfície. A missão real criou uma explosão de destroços e uma cratera de 8 metros de largura no local de aterragem.

“Esperávamos que a superfície fosse bastante rígida”, contou Dante Lauretta, investigador principal do OSIRIS-REx, ao Space.com.

“Vimos uma parede gigante de detritos a voar para longe do local da amostra. Para os operadores de naves espaciais, foi realmente assustador“, acrescentou Lauretta.

Com base nos dados da missão e de uma análise do local de aterragem, os investigadores determinaram que a superfície do asteroide Bennu está tão solta, que o OSIRIS-REx teria continuado a afundar-se nele se não tivesse disparado os seus propulsores dentro do prazo previsto.

A NASA descreve o asteroide como sendo semelhante às piscinas de bolas em que as crianças brincam — coloca-se qualquer tensão nas rochas e pedaços de pó na superfície de Bennu, e elas deslizam facilmente umas para as outras.

“As nossas expectativas sobre a superfície do asteroide estavam completamente erradas”, sublinhou o investigador principal da missão.

“Acontece que as partículas que compõem o exterior do Bennu são tão soltas, que agem mais como um fluido do que como um sólido”, concluiu Lauretta.

Os investigadores utilizaram agora os dados da missão OSIRIS-REx para recalcular as propriedades de Bennu, detalhando o que aprenderam em dois estudos, publicados em julho na revista Science e na Science Advances.

   

    

Esta experiência pode ajudar os cientistas a interpretar com precisão dados remotos sobre outros asteroides - algo extremamente importante se alguma vez nos virmos confrontados com um impacto de asteroides e precisarmos de lançar uma missão para desviar ou destruir a ameaçadora rocha espacial.

 

in ZAP

terça-feira, fevereiro 08, 2022

O famoso meteorito de Allende caiu no México há 52 anos

Fragmento do meteorito Allende

Allende é um meteorito caído no estado mexicano de Chihuahua. A sua queda ocorreu às 01.05 horas do dia 8 de fevereiro de 1969, e a bola de fogo originada pela sua entrada na atmosfera terrestre foi testemunhada por milhares de pessoas.
O meteorito Allende é o maior condrito (tipo de meteorito primitivo) já descoberto. Como resultado de uma pesquisa neste meteorito, foi descoberto um novo óxido de titânio e esse mineral foi batizado de panguite.
  

  
Panguite é um mineral constituído de óxido de titânio encontrado a partir de pesquisas feitas no meteorito Allende, caído no estado mexicano de Chihuahua em 8 de fevereiro de 1969. Acredita-se que este mineral esteja entre os mais antigos formados no sistema solar. Descoberto em 2012 por cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia, esse mineral era, até então, desconhecido pela ciência. O seu nome homenageia a antiga divindade chinesa Pan Gu, criador do yin e yang.
  
Composição
Este mineral possui a fórmula química (Ti4+,Sc,Al,Mg,Zr,Ca)1.8O3. Os elementos encontrados na panguite são titânio, escândio, alumínio, magnésio, zircónio, cálcio e oxigénio. Nas amostras retiradas do meteorito, também foram encontrados zircónio enriquecido. A panguite foi encontrada associada com um outro mineral identificado como davisite e com olivina agregada.

Origem e Propriedades
A panguite, está na classe dos minerais refratários, que se formaram sob altas temperaturas e pressões extremamente altas, o que ocorreu há mais ou menos 4.500 milhões de anos atrás, no inicio do nosso sistema solar. Isso faz com que a panguite seja um dos minerais mais antigos de nosso Sistema Solar. O zircónio é um dos elementos determinantes para se saber as condições de antes e durante a formação do nosso sistema solar.

Descoberta 
Chi Ma, diretor da Divisão de Análise Cientifica Planetária e Geológica (Geological and Planetary Sciences Division Analytical Facility) do Instituto de Tecnologia da Califórnia (California Institute of tecnology), foi o principal autor do artigo referente à panguite, publicado no American Mineralogist. Chi Ma estava liderando uma pesquisa de Nano-Mineralogia desde o ano de 2007, em meteoritos primitivos, no qual se inclui o meteoro Allende. O mineral foi primeiramente descrito e submetido á apreciação na Conferência Anual de Ciência Planetária e Lunar (Lunar and Planetary Science Conference), ocorrida em 2011.
  
  
Allende meteorite - image by Matteo Chinellato; cube = 1 cm 
 
The Allende meteorite is the largest carbonaceous chondrite ever found on Earth. The fireball was witnessed at 01:05 on February 8, 1969, falling over the Mexican state of Chihuahua. After breaking up in the atmosphere, an extensive search for pieces was conducted and it is often described as "the best-studied meteorite in history". The Allende meteorite is notable for possessing abundant, large calcium-aluminium-rich inclusions, which are among the oldest objects formed in the Solar System.
Carbonaceous chondrites comprise about 4 percent of all meteorites observed to fall from space. Prior to 1969, the carbonaceous chondrite class was known from a small number of uncommon meteorites such as Orgueil, which fell in France in 1864. Meteorites similar to Allende were known, but many were small and poorly studied.
  
Fall
The original stone is believed to have been approximately the size of an automobile traveling towards the Earth at more than 10 miles per second. The fall occurred in the early morning hours of February 8, 1969. At 01:05 a huge, brilliant fireball approached from the southwest and lit the sky and ground for hundreds of miles. It exploded and broke up to produce thousands of fusion crusted individuals. This is typical of falls of large stones through the atmosphere and is due to the sudden braking effect of air resistance. The fall took place in northern Mexico, near the village of Pueblito de Allende in the state of Chihuahua. Allende stones became one of the most widely distributed meteorites and provided a large amount of material to study, far more than all of the previously known carbonaceous chondrite falls combined.

Path of the fireball and the area in northern Mexico where the meteorite pieces landed (the strewnfield)

Strewnfield
Stones were scattered over a huge area – one of the largest meteorite strewnfields known. This strewnfield measures approximately 8 by 50 kilometers. The region is desert, mostly flat, with sparse to moderate low vegetation. Hundreds of meteorites were collected shortly after the fall. Approximately 2 or 3 tonnes of specimens were collected over a period of more than 25 years. Some sources guess that an even larger amount was recovered (estimates as high as 5 tonnes can be found), but there is no way to make an accurate estimate. Even today, over 40 years later, specimens are still occasionally found. Fusion crusted individual Allende specimens ranged from 1 gram to 110 kilograms.
   
Study
Allende is often called "the best-studied meteorite in history." There are several reasons for this: Allende fell in early 1969, just months before the Apollo program was to return the first moon rocks. This was a time of great excitement and energy among planetary scientists. The field was attracting many new workers and laboratories were being improved. As a result, the scientific community was immediately ready to study the new meteorite. A number of museums launched expeditions to Mexico to collect samples, including the Smithsonian Institution and together they collected hundreds of kilograms of material with CAls. The CAls are billions of years old, and help to determine the age of the solar system. The CAls had very unusual isotopic compositions, with many being distinct from the Earth, Moon and other meteorites for a wide variety of isotopes. These "isotope anomalies" contain evidence for processes that occurred in other stars before the solar system formed.
Allende contains chondrules and CAls that are estimated to be 4.567 billion years old, the oldest known matter (other carbonaceous chondrites also contain these). This material is 30 million years older than the Earth and 287 million years older than the oldest rock known on Earth, Thus, the Allende meteorite has revealed information about conditions prevailing during the early formation of our solar system. Carbonaceous chondrites, including Allende, are the most primitive meteorites, and contain the most primitive known matter. They have undergone the least mixing and remelting since the early stages of solar system formation. Because of this, their age is frequently taken as the "age of the solar system."


Structure
The meteorite was formed from nebular dust and gas during the early formation of the solar system. It is a "stone" meteorite, as opposed to an "iron," or "stony iron," the other two general classes of meteorite. Most Allende stones are covered, in part or in whole, by a black, shiny crust created as the stone descended at great speed through the atmosphere as it was falling towards the earth from space. This causes the exterior of the stone to become very hot, melting it, and forming a glassy "fusion crust."
When an Allende stone is sawed into two pieces and the surface is polished, the structure in the interior can be examined. This reveals a dark matrix embedded throughout with mm-sized, lighter-colored chondrules, tiny stony spherules found only in meteorites and not in earth rock (thus it is a chondritic meteorite). Also seen are white inclusions, up to several cm in size, ranging in shape from spherical to highly irregular or "amoeboidal." These are known as calcium-aluminum-rich inclusions or "CAls", so named because they are dominantly composed of calcium- and aluminum-rich silicate and oxide minerals. Like many chondrites, Allende is a breccia, and contains many dark-colored clasts or "dark inclusions" which have a chondritic structure that is distinct from the rest of the meteorite. Unlike many other chondrites, Allende is almost completely lacking in Fe-Ni metal.
  
Chondrules of Allende
     
Composition
The matrix and the chondrules consist of many different minerals, predominantly olivine and pyroxene. Allende is classified as a CV3 carbonaceous chondrite: the chemical composition, which is rich in refractory elements like calcium, aluminum, and titanium, and poor in relatively volatile elements like sodium and potassium, places it in the CV group, and the lack of secondary heating effects is consistent with petrologic type 3 (see meteorites classification). Like most carbonaceous chondrites and all CV chondrites, Allende is enriched in the oxygen isotope O-16 relative to the less abundant isotopes, O-17 and O-18. In June 2012, researchers announced the discovery of another inclusion dubbed panguite, a hitherto unknown type of titanium dioxide mineral.
There was found to be a small amount of carbon (including graphite and diamond), and many organic compounds, including amino acids, some not known on Earth. Iron, mostly combined, makes up about 24% of the meteorite.
  
Subsequent reserch
Close examination of the chondrules in 1971, by a team from Case Western Reserve University, revealed tiny black markings, up to 10 trillion per square centimeter, which were absent from the matrix and interpreted as evidence of radiation damage. Similar structures have turned up in lunar basalts but not in their terrestrial equivalent which would have been screened from cosmic radiation by the Earth's atmosphere and geomagnetic field. Thus it appears that the irradiation of the chondrules happened after they had solidified but before the cold accretion of matter that took place during the early stages of formation of the solar system, when the parent meteorite came together.
The discovery at California Institute of Technology in 1977 of new forms of the elements calcium, barium and neodymium in the meteorite was believed to show that those elements came from some source outside the early clouds of gas and dust that formed the solar system. This supports the theory that shockwaves from a supernova - the explosion of an aging star - may have triggered the formation of, or contributed to the formation of our solar system. As further evidence, the Caltech group said the meteorite contained Aluminum 26, a rare form of aluminum. This acts as a "clock" on the meteorite, dating the explosion of the supernova to within less than 2 million years before the solar system was formed. Subsequent studies have found isotopic ratios of krypton, xenon, nitrogen and other elements that are also unknown in our solar system. The conclusion, from many studies with similar findings, is that there were a lot of substances in the presolar disc that were introduced as fine "dust" from nearby stars, including novas, supernovas, and red giants. These specks persist to this day in meteorites like Allende, and are known as presolar grains.
  

segunda-feira, fevereiro 08, 2021

Há 51 anos caiu um famoso meteorito no México

Fragmento do meteorito Allende

Allende é um meteorito caído no estado mexicano de Chihuahua. A sua queda ocorreu às 01.05 horas do dia 8 de fevereiro de 1969, e a bola de fogo originada pela sua entrada na atmosfera terrestre foi testemunhada por milhares de pessoas.
O meteorito Allende é o maior condrito (tipo de meteorito primitivo) já descoberto. Como resultado de uma pesquisa neste meteorito, foi descoberto um novo óxido de titânio e esse mineral foi batizado de Panguite.


Panguite é um mineral constituído de óxido de titânio encontrado a partir de pesquisas feitas no meteorito Allende, caído no estado mexicano de Chihuahua em 8 de fevereiro de 1969. Acredita-se que este mineral esteja entre os mais antigos formados no sistema solar. Descoberto em 2012 por cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia, esse mineral era, até então, desconhecido pela ciência. O seu nome homenageia a antiga divindade chinesa Pan Gu, criador do yin e yang.
  
Composição
Este mineral possui a fórmula química (Ti4+,Sc,Al,Mg,Zr,Ca)1.8O3. Os elementos encontrados na panguite são titânio, escândio, alumínio, magnésio, zircónio, cálcio e oxigénio. Nas amostras retiradas do meteorito, também foram encontrados zircónio enriquecido. A panguite foi encontrada associada com um outro mineral identificado como davisite e com olivina agregada.

Origem e Propriedades
A panguite, está na classe dos minerais refratários, que se formaram sob altas temperaturas e pressões extremamente altas, o que ocorreu há mais ou menos 4500 milhões de anos atrás, no inicio do nosso sistema solar. Isso faz com que a panguite seja um dos minerais mais antigos de nosso Sistema Solar. O zircónio é um dos elementos determinantes para se saber as condições de antes e durante a formação do nosso sistema solar.

Descoberta 
Chi Ma, diretor da Divisão de Análise Cientifica Planetária e Geológica (Geological and Planetary Sciences Division Analytical Facility) do Instituto de Tecnologia da Califórnia (California Institute of tecnology), foi o principal autor do artigo referente à panguite, publicado no American Mineralogist. Chi Ma estava liderando uma pesquisa de Nano-Mineralogia desde o ano de 2007, em meteoritos primitivos, no qual se inclui o meteoro Allende. O mineral foi primeiramente descrito e submetido á apreciação na Conferência Anual de Ciência Planetária e Lunar (Lunar and Planetary Science Conference), ocorrida em 2011.

 
Allende meteorite - image by Matteo Chinellato; cube = 1 cm 
 
The Allende meteorite is the largest carbonaceous chondrite ever found on Earth. The fireball was witnessed at 01:05 on February 8, 1969, falling over the Mexican state of Chihuahua. After breaking up in the atmosphere, an extensive search for pieces was conducted and it is often described as "the best-studied meteorite in history". The Allende meteorite is notable for possessing abundant, large calcium-aluminium-rich inclusions, which are among the oldest objects formed in the Solar System.
Carbonaceous chondrites comprise about 4 percent of all meteorites observed to fall from space. Prior to 1969, the carbonaceous chondrite class was known from a small number of uncommon meteorites such as Orgueil, which fell in France in 1864. Meteorites similar to Allende were known, but many were small and poorly studied.
  
Fall
The original stone is believed to have been approximately the size of an automobile traveling towards the Earth at more than 10 miles per second. The fall occurred in the early morning hours of February 8, 1969. At 01:05 a huge, brilliant fireball approached from the southwest and lit the sky and ground for hundreds of miles. It exploded and broke up to produce thousands of fusion crusted individuals. This is typical of falls of large stones through the atmosphere and is due to the sudden braking effect of air resistance. The fall took place in northern Mexico, near the village of Pueblito de Allende in the state of Chihuahua. Allende stones became one of the most widely distributed meteorites and provided a large amount of material to study, far more than all of the previously known carbonaceous chondrite falls combined.

Path of the fireball and the area in northern Mexico where the meteorite pieces landed (the strewnfield)

Strewnfield
Stones were scattered over a huge area – one of the largest meteorite strewnfields known. This strewnfield measures approximately 8 by 50 kilometers. The region is desert, mostly flat, with sparse to moderate low vegetation. Hundreds of meteorites were collected shortly after the fall. Approximately 2 or 3 tonnes of specimens were collected over a period of more than 25 years. Some sources guess that an even larger amount was recovered (estimates as high as 5 tonnes can be found), but there is no way to make an accurate estimate. Even today, over 40 years later, specimens are still occasionally found. Fusion crusted individual Allende specimens ranged from 1 gram to 110 kilograms.
   
Study
Allende is often called "the best-studied meteorite in history." There are several reasons for this: Allende fell in early 1969, just months before the Apollo program was to return the first moon rocks. This was a time of great excitement and energy among planetary scientists. The field was attracting many new workers and laboratories were being improved. As a result, the scientific community was immediately ready to study the new meteorite. A number of museums launched expeditions to Mexico to collect samples, including the Smithsonian Institution and together they collected hundreds of kilograms of material with CAls. The CAls are billions of years old, and help to determine the age of the solar system. The CAls had very unusual isotopic compositions, with many being distinct from the Earth, Moon and other meteorites for a wide variety of isotopes. These "isotope anomalies" contain evidence for processes that occurred in other stars before the solar system formed.
Allende contains chondrules and CAls that are estimated to be 4.567 billion years old, the oldest known matter (other carbonaceous chondrites also contain these). This material is 30 million years older than the Earth and 287 million years older than the oldest rock known on Earth, Thus, the Allende meteorite has revealed information about conditions prevailing during the early formation of our solar system. Carbonaceous chondrites, including Allende, are the most primitive meteorites, and contain the most primitive known matter. They have undergone the least mixing and remelting since the early stages of solar system formation. Because of this, their age is frequently taken as the "age of the solar system."


Structure
The meteorite was formed from nebular dust and gas during the early formation of the solar system. It is a "stone" meteorite, as opposed to an "iron," or "stony iron," the other two general classes of meteorite. Most Allende stones are covered, in part or in whole, by a black, shiny crust created as the stone descended at great speed through the atmosphere as it was falling towards the earth from space. This causes the exterior of the stone to become very hot, melting it, and forming a glassy "fusion crust."
When an Allende stone is sawed into two pieces and the surface is polished, the structure in the interior can be examined. This reveals a dark matrix embedded throughout with mm-sized, lighter-colored chondrules, tiny stony spherules found only in meteorites and not in earth rock (thus it is a chondritic meteorite). Also seen are white inclusions, up to several cm in size, ranging in shape from spherical to highly irregular or "amoeboidal." These are known as calcium-aluminum-rich inclusions or "CAls", so named because they are dominantly composed of calcium- and aluminum-rich silicate and oxide minerals. Like many chondrites, Allende is a breccia, and contains many dark-colored clasts or "dark inclusions" which have a chondritic structure that is distinct from the rest of the meteorite. Unlike many other chondrites, Allende is almost completely lacking in Fe-Ni metal.
  
Chondrules of Allende
   
Composition
The matrix and the chondrules consist of many different minerals, predominantly olivine and pyroxene. Allende is classified as a CV3 carbonaceous chondrite: the chemical composition, which is rich in refractory elements like calcium, aluminum, and titanium, and poor in relatively volatile elements like sodium and potassium, places it in the CV group, and the lack of secondary heating effects is consistent with petrologic type 3 (see meteorites classification). Like most carbonaceous chondrites and all CV chondrites, Allende is enriched in the oxygen isotope O-16 relative to the less abundant isotopes, O-17 and O-18. In June 2012, researchers announced the discovery of another inclusion dubbed panguite, a hitherto unknown type of titanium dioxide mineral.
There was found to be a small amount of carbon (including graphite and diamond), and many organic compounds, including amino acids, some not known on Earth. Iron, mostly combined, makes up about 24% of the meteorite.

Subsequent reserch
Close examination of the chondrules in 1971, by a team from Case Western Reserve University, revealed tiny black markings, up to 10 trillion per square centimeter, which were absent from the matrix and interpreted as evidence of radiation damage. Similar structures have turned up in lunar basalts but not in their terrestrial equivalent which would have been screened from cosmic radiation by the Earth's atmosphere and geomagnetic field. Thus it appears that the irradiation of the chondrules happened after they had solidified but before the cold accretion of matter that took place during the early stages of formation of the solar system, when the parent meteorite came together.
The discovery at California Institute of Technology in 1977 of new forms of the elements calcium, barium and neodymium in the meteorite was believed to show that those elements came from some source outside the early clouds of gas and dust that formed the solar system. This supports the theory that shockwaves from a supernova - the explosion of an aging star - may have triggered the formation of, or contributed to the formation of our solar system. As further evidence, the Caltech group said the meteorite contained Aluminum 26, a rare form of aluminum. This acts as a "clock" on the meteorite, dating the explosion of the supernova to within less than 2 million years before the solar system was formed. Subsequent studies have found isotopic ratios of krypton, xenon, nitrogen and other elements that are also unknown in our solar system. The conclusion, from many studies with similar findings, is that there were a lot of substances in the presolar disc that were introduced as fine "dust" from nearby stars, including novas, supernovas, and red giants. These specks persist to this day in meteorites like Allende, and are known as presolar grains.

sexta-feira, fevereiro 08, 2019

O meteorito Allende caiu há 50 anos

Fragmento do meteorito Allende

Allende é um meteorito caído no estado mexicano de Chihuahua. A sua queda ocorreu às 01.05 horsas do dia 8 de fevereiro de 1969, e a bola de fogo originada pela sua entrada na atmosfera terrestre foi testemunhada por milhares de pessoas.
O meteorito Allende é o maior condrito (tipo de meteorito primitivo) já descoberto. Como resultado de uma pesquisa neste meteorito, foi descoberto um novo óxido de titânio e esse mineral foi batizado de Panguite.


Panguite é um mineral constituído de óxido de titânio encontrado a partir de pesquisas feitas no meteorito Allende, caído no estado mexicano de Chihuahua em 8 de fevereiro de 1969. Acredita-se que este mineral esteja entre os mais antigos formados no sistema solar. Descoberto em 2012 por cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia, esse mineral era, até então, desconhecido pela ciência. O seu nome homenageia a antiga divindade chinesa Pan Gu, criador do yin e yang.
  
Composição
Este mineral possui a fórmula química (Ti4+,Sc,Al,Mg,Zr,Ca)1.8O3. Os elementos encontrados na panguite são titânio, escândio, alumínio, magnésio, zircónio, cálcio e oxigénio. Nas amostras retiradas do meteorito, também foram encontrados zircónio enriquecido. A panguite foi encontrada associada com um outro mineral identificado como davisite e com olivina agregada.

Origem e Propriedades
A panguite, está na classe dos minerais refratários, que se formaram sob altas temperaturas e pressões extremamente altas, o que ocorreu há mais ou menos 4500 milhões de anos atrás, no inicio do nosso sistema solar. Isso faz com que a panguite seja um dos minerais mais antigos de nosso Sistema Solar. O zircónio é um dos elementos determinantes para se saber as condições de antes e durante a formação do nosso sistema solar.

Descoberta 
Chi Ma, diretor da Divisão de Análise Cientifica Planetária e Geológica (Geological and Planetary Sciences Division Analytical Facility) do Instituto de Tecnologia da Califórnia (California Institute of tecnology), foi o principal autor do artigo referente à panguite, publicado no American Mineralogist. Chi Ma estava liderando uma pesquisa de Nano-Mineralogia desde o ano de 2007, em meteoritos primitivos, no qual se inclui o meteoro Allende. O mineral foi primeiramente descrito e submetido á apreciação na Conferência Anual de Ciência Planetária e Lunar (Lunar and Planetary Science Conference), ocorrida em 2011.

sábado, junho 30, 2018

O Evento de Tunguska foi há 110 anos

Árvores caídas após a explosão (foto tirada durante a expedição de Kulik, em 1927)
  
O Evento de Tunguska foi uma queda de um objeto celeste que aconteceu em uma região da Sibéria próxima ao rio Podkamennaya Tunguska em 30 de junho de 1908. A queda provocou uma grande explosão, devastando uma área de milhares de quilómetros quadrados. A ausência de uma cratera e de evidências diretas do objeto que teria causado a explosão levou a uma grande quantidade de teorias especulativas sobre a causa do evento. Apesar de ainda ser assunto de debate, segundo os estudos mais recentes a destruição provavelmente foi causada pelo deslocamento de ar subsequente a uma explosão de um meteorito ou fragmento de cometa a uma altitude de 5 a 10 km na atmosfera, devido ao atrito da reentrada. Diferentes estudos resultaram em estimativas para o tamanho do objeto variando em torno de algumas dezenas de metros.
Estima-se que a energia da explosão está entre 5 megatons e 30 megatons de TNT, com 10–15 megatons sendo o valor mais provável. Isso é aproximadamente igual a 1000 vezes a bomba lançada em Hiroshima na segunda guerra mundial e aproximadamente um terço da Bomba Csar, a mais poderosa arma nuclear já detonada. A explosão teria sido suficiente para destruir uma grande área metropolitana. A explosão derrubou cerca de 80 milhões de árvores em uma área e 2150 quilómetros quadrados e estima-se que tenha provocado um terramoto 5,0 na escala de Richter.
Apesar de ser considerado o maior impacto terrestre na história recente da Terra, impactos de intensidade similar em regiões remotas teriam passado despercebidos antes do advento do monitorização global por satélite nas décadas de 60 e 70.
Localização aproximada do evento de Tunguska, na Sibéria

  
A natureza do objeto que se chocou com a terra, meteoróide ou cometária, foi objeto de pesquisa ao longo do século XX e ainda é assunto de debate. Em 1930, o astrónomo F. J. W. Whipple sugeriu que o impacto teria sido com um pequeno cometa, um objeto composto primariamente de poeira e gelo, que teria sido completamente vaporizado na atmosfera, não deixando traços óbvios. Essa hipótese recebeu suporte a partir da observação de brilhos noturnos no céu da Europa por muitas noites após o evento, que poderiam ser explicados pela luz do sol refletida no gelo e poeira dispersada pela cauda do cometa na alta atmosfera.
Em 1978, o astrónomo Lubor Kresák sugeriu que o corpo fosse um fragmento do cometa Encke, responsável pela chuva de meteoros anual conhecida como beta taurídeos. O evento coincidiu com um pico de atividade dessa chuva de meteoros e a trajetória estimada para o objeto que causou a explosão de Tunguska é consistente com o que seria esperado de um fragmento desse cometa. Sabe-se que objetos dessa natureza explodem com frequência na alta atmosfera. Tais explosões são observadas por satélites militares há décadas.
Em 1983, o astrónomo Zdeněk Sekanina publicou artigos criticando a hipótese cometária. Ele apontou que um corpo composto de material cometário seguindo a trajetória observada teria sido desintegrado em grandes altitudes, enquanto é sabido que o objeto de Tunguska atingiu a baixa atmosfera antes de desintegrar. Sekanina argumentou que as evidências conhecidas apontavam para um objeto denso, feito de rocha, provavelmente um fragmento de asteroide. Essa hipótese foi ainda suportada em 2001, quando Farinella, Foschini, et al. divulgaram seu estudo sugerindo que a trajetória do objeto é consistente com uma origem no cinturão de asteroides.
Proponentes da teoria cometária sugeriram que o objeto poderia ser um cometa extinto com um manto rochoso que o teria protegido até atingir a baixa atmosfera.
A principal dificuldade com a hipótese do asteroide é que um objeto rochoso teria produzido uma grande cratera num impacto tão energético, e nenhuma cratera foi encontrada. Hipóteses foram feitas, e posteriormente corroboradas por modelos de Christopher Chyba e outros pesquisadores, de que é possível que a passagem do asteroide pela atmosfera teria provocado pressões e temperaturas tão altas que ele tenha sido completamente desintegrado, a energia do impacto toda liberada na atmosfera e o material espalhado na alta atmosfera explicaria a luminosidade noturna observada na Europa.
Durante os anos 90, pesquisadores italianos extraíram resina das árvores recolhidas na área do impacto e encontraram altas taxas de materiais commumente encontrados em asteroides e raramente encontrados em cometas.