Nicolau Tolentino de Almeida (Lisboa, 10 de setembro de 1740 - 23 de junho de 1811) foi um poeta português.
Aos vinte anos ingressou em Leis na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, mas ao invés dos estudos tinha vida boémia e de poeta. No ano de 1765 tornou-se professor de retórica, numa das cátedras criadas pelo Marquês de Pombal, após a expulsão dos jesuítas.
Os seus versos continham sempre pedidos, lutando por um cargo na
secretaria de estado, até que este foi satisfeito, com a nomeação como
oficial de secretaria.
Foi um professor
durante quinze anos, mas esta vida não lhe agradava, era inadaptado e
descontente até conseguir o posto na Secretaria dos Negócios do Reino.
Obteve tudo quanto pretendeu, o que não o fez deixar de deplorar uma
suposta miséria.
Bom metrificador, compôs sátiras descritivas e caricatural, sonetos e odes, que reuniu em 1801 num volume chamado Obras Poéticas.
Ficando pela superfície, mostrava bem os erros e ridículos da época, a
sua visão cómica consistia no agravamento das proporções, hipertrofiando os
exageros que encontrava.
in Wikipédia
Em curto josezinho rebuçado,
Loiro peralta a rua passeava;
Seus votos pela adufa lhe aceitava
Com brando riso um rosto delicado;
O pai da moça, que era ginja honrado,
E o caso havia dias espreitava,
De membrudo caixeiro se escoltava,
Com bengala na mão, chambre traçado:
Fugira o moço, qual ligeira pela,
Se as fivelas, de marca agigantada,
Deixassem navegar a nau à vela;
Mas viu uma entre esquinas encalhada;
E, se ninguém comprou maior fivela,
Também ninguém levou maior maçada.
Loiro peralta a rua passeava;
Seus votos pela adufa lhe aceitava
Com brando riso um rosto delicado;
O pai da moça, que era ginja honrado,
E o caso havia dias espreitava,
De membrudo caixeiro se escoltava,
Com bengala na mão, chambre traçado:
Fugira o moço, qual ligeira pela,
Se as fivelas, de marca agigantada,
Deixassem navegar a nau à vela;
Mas viu uma entre esquinas encalhada;
E, se ninguém comprou maior fivela,
Também ninguém levou maior maçada.
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