Antecedentes
Entretanto, o tratado acabou por não satisfazer ninguém. Os estados
balcânicos haviam feito um acordo preliminar de partilha dos
territórios conquistados, especialmente no que dizia respeito à
Macedónia, e a Conferência de Londres acabou apenas por reconhecer o
status quo,
mesmo que alguns territórios tivessem migrado para as respectivas
potências ocupantes. A Bulgária sentiu que seu ganhos territoriais
concedidos depois da guerra, particularmente na Macedônia, eram
insuficientes, e passou a reclamar a importante cidade de
Salônica, onde um regimento búlgaro já estava estacionado.
Grécia e Sérvia já estavam desgostosas ao terem de evacuar a Albânia, e
responderam a isto entrando ofensivamente na conferência com o
objetivo de prevenir uma grande expansão búlgara. Os dois países
resolveram suas diferenças mútuas e assinaram um acordo para uma aliança
militar em
1 de maio de
1913, seguido por um tratado de "amizade e proteção mútuas" em
19 de maio/
1 de junho de
1913. Mais ao norte, uma outra disputa da Bulgária era com a
Roménia, principalmente com a decisão desta de reclamar pela fortaleza búlgara de
Silistra no
rio Danúbio, como o preço da neutralidade do país durante a Primeira Guerra Balcânica.
A arbitragem russa, dada para o
Tratado Sérvio-Búlgaro de
1912, progrediu muito lentamente, já que a Rússia não desejava perder nenhum dos seus aliados
eslavos nos
Bálcãs. Durante as negociações, disputas continuaram a ocorrer na
Macedónia, principalmente entre tropas sérvias e búlgaras. Em
29 de junho,
o Alto Comando búlgaro, sem notificar o governo, ordenou que as tropas
búlgaras atacassem posições sérvias e gregas, e a declaração de guerra
estava feita.
O
Reino da Bulgária esperava adquirir toda a região conhecida como "Macedónia búlgara" e assim dominar os Balcãs, como estava prescrito no
Tratado de San Stefano, enquanto a Sérvia e a Grécia esperavam tomar largas porções da Macedónia para impedir que a hegemonia búlgara se consolidasse.
Forças militares
O exército do
Reino da Bulgária tinha 500.000 combatentes divididos em cinco exércitos e que se concentravam entre quinhentos quilómetros abaixo do
rio Danúbio ao norte até o
mar Egeu ao sul.
O exército do
Reino da Sérvia
contava 230.000 combatentes divididos em três exércitos, com as
principais forças concentradas na frente Macedónia que seguia ao longo
do
rio Vardar e de
Skopje. O exército do
Reino da Grécia era composto por 120.000 soldados, com sua maioria concentrada em
Salónica. O
Reino de Montenegro enviou uma divisão de 12.000 homens para a frente da Macedónia.
O
Reino da Roménia mobilizou 500.000 combatentes, que foram alocados em cinco divisões. O
Império Otomano entrou na guerra com um exército de 255.000 homens.
Fim da Guerra
Apesar de ter conseguido estabilizar a frente na Macedónia, o governo
búlgaro aceitou um armistício ao ser levado por eventos que ocorriam bem
logo do coração dos Balcãs. A
Roménia invadiu a
Bulgária entre
27 de junho e
10 de julho, datas do calendário juliano, ocupando o sul de
Dobruja, que estava sem defesas, e marchou pelo norte da Bulgária, tendo em vista uma invasão da capital, Sofia. O
Império Otomano também tomou vantagem da situação para recuperar algumas possessões da
Trácia que havia perdido na
Primeira Guerra Balcânica, e ordenou que os seus exércitos marchassem para
Yambol e a
Trácia Ocidental.
Como os exércitos búlgaros estavam completamente ocupados com os
exércitos sérvios e gregos, as armadas dos otomanos e romenos não
sofreram nenhum dado de combate, apesar de uma epidemia de
cólera ter se espalhado entre os soldados.
As fronteiras definidas nos tratados de
Bucareste e
Constantinopla
foram apenas temporárias; dez meses depois elas começaram a mudar
novamente, e uma nova guerra foi iniciada nos Balcãs, levada pelo início
da
Primeira Guerra Mundial.