segunda-feira, fevereiro 04, 2019

O paleontropólogo Raymond Dart nasceu há 126 anos

Raymond Dart (Brisbane, Queensland, 4 de fevereiro de 1893 - Joanesburgo, 22 de novembro de 1988) foi um anatomista e antropologista australiano que descreveu, em 1924 uma nova espécie de hominídeo, o Australopithecus africanus, a partir dum crânio fóssil encontrado em Taung na Bechuanalândia (antigo nome do actual Botswana).
Nascido em Toowong, Brisbane, na Austrália, ele estudou nas universidades de Queensland, Sydney e no University College de Londres. Em 1922 Dart foi nomeado chefe do novo departamento de anatomia da Universidade de Witwatersrand em Joanesburgo, na África do Sul.
Em 1924, um aluno trouxe-lhe o crânio fossilizado de um babuíno descoberto numa pedreira perto da Universidade, em Taung. Isto despertou o interesse de Dart que solicitou que novas descobertas similares lhe fossem trazidas. A primeira a chegar foi o rosto e um maxilar de um crânio fossilizado cravado na rocha. Inicialmente pensou que os ossos pertencessem a um símio mas depois concluiu que os dentes e o maxilar pareciam humanos. Dart demorou 73 dias a remover os ossos incrustados na rocha. Um exame mais minucioso levou-o a concluir que se tratava de um jovem. Dart atribuiu ao fóssil o nome Australopithecus africanus, que significa "macaco do Sul da África" e alcunhou-o de "Rapaz de Taung".
Embora o cranêo tivesse o tamanho do de um macaco, Dart estava convencido, pela forma como este assentava sobre a coluna vertebral, que a criatura deveria ter caminhado sobre duas pernas, sendo assim um hominídeo. Portanto, Dart considerou o Australopithecus africanus uma espécie nova e, possivelmente o "elo perdido" da evolução entre os símios e os seres humanos, devido ao pequeno volume do seu crânio, mas com uma dentição relativamente próxima dos humanos e por ter provavelmente uma postura vertical.
Esta revelação foi muito criticada pelos cientistas da época, entre os quais Sir Arthur Keith, que postulava que o “crânio infantil de Taung” não passava do crânio de um pequeno gorila. Como o crânio era realmente dum jovem, havia espaço para várias interpretações e, mais importante, nessa altura não se acreditava que o "berço da humanidade" pudesse estar em África.
As descobertas de Robert Broom em Swartkrans, na década de 30, corroboraram a conclusão de Dart, mas algumas das suas ideias continuam a ser contestadas, nomeadamente a de que os ossos de gazela encontrados junto com o crânio podiam ser instrumentos daquela espécie.
Raymond Dart continuou como director da Escola de Anatomia da Universide de Witwatersrand, até 1958 e, em 1959 escreveu a suas memórias, a que chamou “Aventuras com o Elo Perdido”. O Instituto para o Estudo do Homem em África foi fundado na Wits em sua honra.
Bebé de Taung
   

Adolphe Sax, o pai do saxofone, morreu há 125 anos

Antoine Joseph Sax (Dinant, 6 de novembro de 1814 - Paris, 4 de fevereiro de 1894), mais conhecido como Adolphe foi um construtor de instrumentos belga, conhecido por ter inventado o saxofone.
Biografia
Adolphe Sax nasceu em Dinant, Bélgica. O pai, Charles-Joseph Sax, também era construtor de instrumentos. Adolphe cedo começou a construir os seus instrumentos.
Quando deixou a escola, Sax começou as experiências para descobrir novos instrumentos, a sua primeira invenção importante foi um melhoramento no clarinete baixo, que patenteou, apenas com 20 anos de idade
Em 1840 inventou o saxofone e, em 1841, Sax mudou-se para Paris, onde continuou a trabalhar na construção e invenção de instrumentos.
A sua invenção mais famosa foi o saxofone, destinada a ser usado nas bandas militares. O instrumento tem o corpo metálico, com uma palheta de madeira, semelhante ao clarinete.
O compositor Hector Berlioz escreveu aprovando o novo instrumento em 1842, mas Sax apenas patenteou o instrumento em 1846, depois de desenhar e construir toda a família de saxofones (do soprano ao contrabaixo).
A partir de 1867, Sax foi professor do conservatório de Paris. Morreu em 1894 em Paris e está enterrado no cemitério de Montmartre.
  
  

domingo, fevereiro 03, 2019

João César Monteiro morreu há dezasseis anos

(imagem daqui)
   
João César Monteiro Santos (Figueira da Foz, 2 de fevereiro de 1939 - Lisboa, 3 de fevereiro de 2003) foi um cineasta português. Integrou o grupo de jovens realizadores que se lançaram no movimento do Novo Cinema. Irreverente e imprevisível, fez-se notar como crítico mordaz de cinema nos anos sessenta.
Prossegue a tradição iniciada por Manoel de Oliveira (Acto da Primavera) ao introduzir no cinema português de ficção o conceito de antropologia visual - Veredas e Silvestre -, tradição amplamente explorada no documentário por outros cineastas portugueses como António Campos, António Reis, Ricardo Costa, Noémia Delgado ou, mais tarde e noutro registo, Pedro Costa.
Segue um percurso original que lhe facilita o reconhecimento internacional. Várias das suas obras são representadas e premiadas em festivais internacionais como o Festival de Cannes e o Festival de Veneza (Leão de Prata: Recordações da Casa Amarela).
   

Este foi o dia em que a música morreu, faz hoje sessenta anos...

Monumento erguido no local do acidente
   
A 3 de fevereiro de 1959, um avião de pequeno porte caiu próximo de Clear Lake, Iowa, matando três músicos dos Estados Unidos de rock and roll: Buddy Holly, Ritchie Valens e J. P. "The Big Bopper" Richardson, assim como o piloto Roger Peterson. Este dia seria definido, posteriormente, por Don McLean, na sua canção "American Pie", como "o dia em que a música morreu" – The Day the Music Died.
   
Antecedentes
Os músicos estavam juntos na turnê "The Winter Dance Party", projetada para cobrir vinte e quatro cidades do centro-oeste dos Estados Unidos em apenas três semanas, de 23 de janeiro a 15 de fevereiro de 1959. Um dos problemas logísticos era o tempo gasto durante as viagens, pois a distância entre os locais dos concertos não foi considerado quando cada um deles foi agendado. Outro era o autocarro usado para transportar os músicos, não preparado para enfrentar o inverno. O seu sistema de aquecimento avariou pouco depois do início da turnê, e como consequência, o baterista de Holly, Carl Bunch, desenvolveu um caso grave de congelamento nos pés, tendo de ser internado num hospital. Enquanto ele se recuperava, Buddy Holly e Ritchie Valens revezavam-se na bateria.
O The Surf Ballroom em Clear Lake, Iowa, não estava agendado para ser a próxima parada da turnê, mas seus organizadores, esperando incluir mais datas, entraram em contato com Carroll Anderson, gerente do local, que aceitou a proposta. O show foi marcado para uma segunda-feira, 2 de fevereiro.
Ao chegar no local, Buddy Holly, frustrado com o autocarro de viagem, disse a seus colegas de banda que, terminado o show, ele tentaria fretar um avião para alcançar a próxima paragem da turnê, a cidade de Moorhead, em Minnesota. Holly também estaria incomodado por não ter mais camisolas, meias e cuecas limpas. Ele precisaria lavar as suas roupas antes do próximo concerto, mas a lavandaria local estava fechada naquele dia.
Ele conseguiu então combinar um vôo com Roger Peterson, um piloto de 21 anos que trabalhava para a Dwyer Flying Service na cidade vizinha de Mason City. Uma taxa de 36 dólares por passageiro foi acertada para que Peterson levasse Holly e mais dois acompanhantes até Fargo no seu Beechcraft Bonanza, modelo B35, fabricado em 1947.
Uma das vagas foi oferecida a Dion DiMucci, vocalista do grupo Dion and the Belmonts, mas ele decidiu que não gastaria os 36 dólares da passagem pois aquele era o mesmo valor que seus pais pagavam pelo aluguer de um apartamento, e sendo assim ele sentiu que não poderia justificar a extravagância de gastar aquele valor. Os dois assentos ficariam então com Waylon Jennings e Tommy Allsup, músicos que acompanhavam Holly na sua recém-iniciada carreira a solo.
J.P. Richardson, que contraíra gripe durante a turnê, pediu a Jennings que lhe cedesse o seu lugar no avião. Jennings concordou, e quando Holly ficou sabendo do acordo, brincou: "Bom, espero que esse seu autocarro velho congele". Jennings, também em tom de brincadeira, respondeu: "E eu espero que o seu avião velho caia". Este diálogo perseguiria Jennings pelo resto de sua vida.
Ritchie Valens, que nunca viajara de avião antes, pediu pelo lugar de Tommy Allsup, que respondeu que isso seria decidido em um jogo de cara ou coroa. Bob Hale, radialista da KRIB-AM, estava trabalhando no concerto como DJ naquela noite, e jogou a moeda pouco antes dos músicos partirem para o aeroporto. Valens venceu, ganhando o lugar no avião.
 
Acidente
O avião descolou por volta de 00.55 (hora local). Pouco depois de 01.00 da manhã, Hubert Dwyer, piloto comercial e dono da aeronave, observando de uma plataforma do lado de fora da torre de controle, viu a luz de cauda do avião descer gradualmente até desaparecer de vista.
Peterson havia dito a Dwyer que passaria o seu plano de vôo à torre de controle por rádio depois da descolagem. Como ele não se comunicou com os controladores, Dwyer pediu que eles tentassem entrar em contato com a aeronave, mas não obtiveram resposta.
Às 03.30 da manhã, quando o Aeroporto Hector em Fargo, Dakota do Norte, informou não ter recebido qualquer sinal do Bonanza, Dwyer contactou as autoridades e declarou a aeronave como desaparecida.
Por volta das 09.15 da manhã, Dwyer descolou de outro avião de pequeno porte para seguir a rota planeada por Peterson. Pouco tempo depois, ele visualizou os destroços do Bonanza numa plantação de milho pertencente a Albert Juhl, situada oito quilómetros a noroeste do aeroporto.
A aeronave estava num ângulo levemente descendente e inclinada para a direita quando atingiu o solo a 270 quilómetros por hora. Ela capotou e derrapou por mais 170 metros na terra congelada, antes de que a massa retorcida do avião batesse contra uma cerca de arame farpado, nas cercanias da propriedade de Juhl. Os corpos de Holly e Valens caíram próximos do avião, Richardson foi arremessado através da cerca e ficou dentro da plantação de milho do vizinho de Juhl, Oscar Moffett, enquanto Peterson ficou preso na cabine. Carroll Anderson, o gerente do Surf Ballroom que levara os músicos ao aeroporto da cidade vizinha e presenciara a descolagem do avião, foi o primeiro a identificar as vítimas.
Autópsias posteriores indicaram que todos os quatro morreram instantaneamente com o impacto. O relatório do médico legista detalhou os ferimentos múltiplos sofridos por Holly, demonstrando como morreu na queda:
Cquote1.svg O corpo de Charles H. Holley estava vestido em uma jaqueta amarela de material semelhante a couro, com as costuras na parte das costas rasgadas em quase toda sua extensão. O crânio foi partido no meio da testa, com o dano estendendo-se ao cérebro. Aproximadamente metade do tecido cerebral estava ausente. Havia sangue em ambos os ouvidos, e a face mostrava diversos cortes. A consistência do tórax estava mole devido a extensivo esmagamento da estrutura óssea. Ambas as pernas apresentavam fraturas múltiplas. Cquote2.svg
Investigações concluíram que o acidente foi provocado por uma combinação de mau tempo e erro humano. Peterson, operando em voo por instrumentos, ainda estava sendo testado nesta especialidade, não sendo habilitado para pilotar em condições climáticas não visuais, que requeriam que operação da aeronave fosse feita apenas por orientação dos instrumentos. O inquérito final da Civil Aeronautics Board observou que Peterson havia sido treinado em aeronaves equipadas com horizonte artificial, não tendo portanto experiência com o pouco comum giroscópio indicador de altitude Sperry F3 utilizado no Bonanza. Para piorar a situação, os dois instrumentos indicavam o eixo de uma aeronave de maneira exatamente oposta ao habitual; isso levou os investigadores a concluírem que Peterson pode ter pensado que estava subindo quando estava, de facto, descendo. Eles também descobriram que o piloto não recebeu os alertas adequados sobre as condições climáticas, o que, dado seus conhecimentos limitados, poderia tê-lo feito adiar o voo.
   
 

Há 52 anos a sonda soviética Luna 9 chegou à Lua

Réplica da Luna 9 em exibição no Museu do Ar e do Espaço de Paris, Le Bourget
   
A Luna 9, também conhecida como Luna E-6M No.1, foi a designação de uma sonda soviética do Programa Luna usando a plataforma E-6M, com o objetivo de efetuar uma alunagem suave na Lua.
Depois de um lançamento bem sucedido em 31 de janeiro de 1966, ela efetuou as correções de curso necessárias, acionou os retrofoguetes conforme o planeado e tornou-se a primeira nave espacial a efetuar uma alunagem suave na superfície da Lua, a 3 de fevereiro de 1966.
A sonda
A nave espacial era baseada na plataforma E-6M, uma versão melhorada e reforçada (desenvolvida pelo escritório Lavochkin), em relação à anterior. Pesando 1.583 kg no total, o módulo de aterragem possuía uma esfera de aço no topo, pesando 99 kg. Essa esfera era recoberta por bolsas infláveis pouco antes do pouso e libertada a cerca de cinco metros de altura, momentos antes de o módulo de aterragem/alunagem tocar o solo. Essa esfera, hermeticamente fechada, possuía no seu interior equipamento de rádio comunicação, dispositivos temporizadores, sistema de controle de temperatura, instrumentos científicos e um sistema de transmissão de imagens de televisão.
Lançamento e percurso
A Luna 9 foi lançada por um foguete Molniya-M (8K78M) as 11:45:00 UTC de 31 de janeiro de 1966, a partir da plataforma 31/6 do Cosmódromo de Baikonur. Depois de um lançamento bem sucedido e de ter atingido uma órbita de espera de 168 por 219 km e 51,8° de inclinação, a parte superior do foguete, um Bloco-L, reiniciou e ela foi colocada em trajetória de injeção translunar (uma órbita elíptica alta com 500.000 km de apogeu).
Depois disso, a sonda iniciou um processo de rotação sobre o próprio eixo a 0.67 rpm, usando jatos de azoto. Em 1 de fevereiro, às 19.29 horas UTC, uma correção de curso foi efetuada, envolvendo o acionamento de um dos motores durante 48 segundos.
 
A esfera de recolha de dados e imagens da Luna 9
 
Descida e alunagem
A uma distância de 8.300 km da Lua, a sonda foi orientada para acionar os seus retrofoguetes e a sua rotação parou, para preparação para o pouso. A 25 km da superfície lunar, o radioaltímetro comandou o abandono dos módulos laterais, o enchimento das bolsas de ar, e um novo acionamento dos retrofoguetes. A 250 m da superfície, o retrofoguete principal foi desligado e os quatro retrofoguetes auxiliares foram usados para diminuir a velocidade. A aproximadamente 5 m acima da superfície lunar, um sensor de contacto tocou o solo e comandou o desligar dos motores e a ejeção da cápsula de pouso. A nave "pousou" a 22 km/h de velocidade.
A esfera de pouso, bateu e rolou algumas vezes antes de parar a oeste das crateras Reiner e Marius, num lugar com as coordenadas aproximadas de 7.08 N, 64.37 W, da região conhecida como Oceanus Procellarum (Oceano das Tormentas, em português), às 18.45.30 UTC do dia 3 de fevereiro de 1966, 3 dias, 8 horas, 3 minutos e 15 segundos após o seu lançamento.
A Luna 9, foi o primeiro objeto feito pelo homem a pousar num outro corpo celeste. Foi a décima segunda tentativa da União Soviética em efetuar um pouso suave na Lua; também foi a primeira sonda espacial bem sucedida produzida pelo escritório de projetos Lavochkin, que passou a ser o responsável por praticamente todas as sondas lunares e interplanetárias soviéticas (depois russas). Todas as operações antes da alunagem, correram sem falhas. Aproximadamente cinco minutos depois do alunagem, a Luna 9 começou a transmitir dados para a Terra, mas somente depois de 7 horas, quando o Sol atingiu 7° de elevação, a sonda começou a enviar a primeira de nove imagens (incluindo cinco panorâmicas) da superfície da Lua. Essas foram as primeiras imagens transmitidas da superfície de um outro corpo celeste.
 
Operação na superfície 
Aproximadamente 250 segundos depois do pouso, as quatro "pétalas" que cobriam a parte superior da sonda esférica abriram e estabilizaram-na na superfície lunar. As antenas assumiram sua posições operacionais e o sistema de espelhos rotativos da câmara de televisão iniciaram o varrimento do ambiente lunar. Sete sessões de rádio, totalizando 8 horas e 5 minutos, foram transmitidas, assim como três séries de imagens de TV. Depois de editadas, as fotografias forneceram uma visão panorâmica da superfície lunar nas vizinhanças do local de pouso, incluindo rochas e o horizonte, a cerca de 1,4 km.
As imagens da Luna 9, não foram mostradas imediatamente pelas autoridades soviéticas. No meio tempo, os cientistas do observatório Jodrell Bank,  na Inglaterra, que estava monitorizando a nave espacial, notaram que o formato dos sinais utilizados por ela era o mesmo usado internacionalmente pelos jornais da época para transmitir fotografias. O Daily Express apressou-se a obter um receptor para o observatório, e as fotografias da Luna 9 foram descodificadas e publicadas em todo o Mundo. A BBC News especulou que os projetistas da nave deliberadamente equiparam a sonda com equipamentos de acordo com o padrão comercial da época, para permitir a recepção das imagens pelo observatório Jodrell Bank.
O detector de radiação, o único instrumento a bordo, mediu uma dosagem de 30 milirads (0,3 miligrays), por dia. A missão também constatou que um foguetão não iria afundar no solo lunar; que o solo podia suportar um módulo de aterragem pesado. A última transmissão da sonda foi recebida no dia 6 de fevereiro de 1966, às 22.55 horas UTC, quando se perdeu contacto com a superfície lunar.
    

Mendelssohn nasceu há 210 anos

Jakob Ludwig Felix Mendelssohn Bartholdy conhecido como Felix Mendelssohn (Hamburgo, 3 de fevereiro de 1809 - Leipzig, 4 de novembro de 1847) foi um compositor, pianista e maestro alemão do início do período romântico. Algumas das suas mais conhecidas obras são a suíte Sonho de uma Noite de Verão (que inclui a famosa marcha nupcial), dois concertos para piano, o concerto para violino, cerca de 100 lieder, e os oratórios São Paulo e Elijah entre outros.
  
Biografia
Mendelssohn era filho do banqueiro Abraham Mendelssohn e de Lea Salomon, e neto do filósofo judaico-alemão Moses Mendelssohn, membro de uma família judia notável, mais tarde convertida ao cristianismo. Começou a compor aos nove anos (mais tarde mudou o seu sobrenome para Mendelssohn Bartholdy).
Felix cresceu num ambiente de intensa efervescência intelectual. As maiores mentes da Alemanha foram visitas frequentes da sua família, na casa em Berlim, incluindo a Wilhelm von Humboldt e Alexander von Humboldt. A sua irmã Rebecca casou com um grande matemático belga, Lejeune Dirichlet.
O seu pai, Abraham, renunciou à religião judaica e a família mudou-se para Berlim em 1811. Abraham e Lea tentaram dar a Felix Mendelssohn, ao seu irmão Paul e às suas irmãs Fanny e Rebeca, a melhor educação possível. A sua irmã, Fanny Mendelssohn (mais tarde, Fanny Hensel), tornou-se uma reconhecida pianista e compositora.
Mendelssohn era considerado uma criança prodígio. Começou a ter lições de piano com a sua mãe aos seis anos, acompanhados por Marie Bigot. A partir de 1817, estudou composição com Carl Friedrich Zelter em Berlim. Escreveu e publicou o seu primeiro trabalho, um quarteto com piano, aos treze anos. Mais tarde teve aulas de piano do compositor e virtuoso Ignaz Moscheles, que confessou em seu diário que ele tinha muito a ensinar-lhe. Moscheles foi grande colega e amigo ao longo da vida.
Charles Rosen, no seu livro A Geração Romântica, deprecia Mendelssohn como "kitsch religioso", opinião essa que  reflete um contínuo desprezo pela sua estética musical por parte de Richard Wagner e os seu seguidores.
Na Inglaterra, a reputação de Mendelssohn manteve-se elevada durante muito tempo. A Rainha Victoria demonstrou o seu entusiasmo, quando no Crystal Palace foi construída em 1854, uma estátua de Mendelssohn.
  
Morte
Uma paixão, não correspondida, pela soprano sueca Jenny Lind, pode ter contribuído para a morte de Mendelssohn. Essa é a tese levantada por uma jornalista do The Independent, Jessica Duchen. A tese tem por base um documento depositado nos arquivos da Royal Academy of Music, em Londres: uma declaração do marido de Jenny Lind, Otto Goldschmidt, confessando ter destruído uma carta de Mendelssohn para Jenny, que poderia macular profundamente as reputações da sua mulher e de Mendelssohn. Na carta o compositor teria declarado um amor ardente por ela, implorando que ela fugisse com ele para os Estados Unidos e ameaçando suicídio caso ela recusasse. Supõe-se que Jenny, de facto, recusou. Meses depois, Mendelssohn estava morto.

A música do Hino dos Açores faz hoje 125 anos!

Brasão de Armas dos Açores
  
A música do Hino dos Açores foi composta por Joaquim Lima, um músico filarmónico de renome e regente de banda, que então residia em Rabo de Peixe, durante as campanhas autonomistas da década de 1890, o Primeiro Movimento Autonomista Açoriano. Terá sido tocado em público, pela primeira vez, pela Filarmónica Progresso do Norte em Rabo de Peixe, na ilha de São Miguel, a 3 de fevereiro de 1894. Intitulava-se então Hino Popular da Autonomia dos Açores.
Atual bandeira autonómica dos Açores
   
Letra atual
O texto do Hino dos Açores, da autoria de Natália Correia, oficialmente adoptado pelo Decreto Regulamentar Regional n.º 49/80/A, de 21 de outubro, é o seguinte:
Deram frutos a fé e a firmeza
no esplendor de um cântico novo:
os Açores são a nossa certeza
de traçar a glória de um povo.
Para a frente! Em comunhão,
pela nossa autonomia.
Liberdade, justiça e razão
estão acesas no alto clarão
da bandeira que nos guia.
Para a frente! Lutar, batalhar
pelo passado imortal.
No futuro a luz semear,
de um povo triunfal.
De um destino com brio alcançado
colheremos mais frutos e flores;
porque é esse o sentido sagrado
das estrelas que coroam os Açores.
Para a frente, Açorianos!
Pela paz à terra unida.
Largos voos, com ardor, firmamos,
para que mais floresçam os ramos
da vitória merecida.
Para a frente! Lutar, batalhar
pelo passado imortal.
No futuro a luz semear,
de um povo triunfal.
   
História
O Hino dos Açores terá sido tocado em público pela primeira vez pela Filarmónica Progresso do Norte em Rabo de Peixe, na ilha de São Miguel, a 3 de fevereiro de 1894. Nesse mesmo dia, António Tavares Torres, então presidente da Comissão Executiva da Câmara Municipal da Ribeira Grande, acompanhado de um grupo de amigos e da Filarmónica Progresso do Norte, foi a Ponta Delgada apresentar o hino. Depois da Filarmónica o ter executado em frente das residências dos membros da Comissão Eleitoral Autonómica, ao anoitecer, reuniu-se no Campo de São Francisco um largo grupo de apoiantes da autonomia, que depois percorreu as ruas da cidade em direcção ao Centro Autonomista frente ao qual se realizou um comício autonomista da campanha para as eleições gerais daquele ano. No comício discursaram, entre outros, Caetano de Andrade, Pereira Ataíde, Gil Mont'Alverne de Sequeira e Duarte de Almeida.
A 14 de abril de 1894, dia das eleições gerais em que foram eleitos deputados autonomistas Gil Mont'Alverne de Sequeira, Pereira Ataíde e Duarte de Andrade Albuquerque, realizou-se um cortejo pelas ruas de Ponta Delgada, integrando filarmónicas que tocavam o Hino da Autonomia, que os acompanhantes cantavam.
A 9 de março de 1895, as filarmónicas também tocaram o Hino da Autonomia na Praça do Município de Ponta Delgada, numa festa organizada para assinalar a promulgação do Decreto de 2 de março de 1895, que concedia, embora mitigada, a tão desejada autonomia.
Ao longo dos anos, e em função da evolução política, o hino terá tido várias letras. A primeira que se conhece é a do Hino Autonomista, na realidade o hino do Partido Progressista Autonomista, liderado por José Maria Raposo de Amaral, então maioritário em São Miguel. Essa composição era da autoria do poeta António Tavares Torres, natural de Rabo de Peixe e militante daquele partido.
Com o advento do Estado Novo e do nacionalismo, o Hino dos Açores foi votado ao ostracismo. Com a autonomia constitucional, o Hino dos Açores foi oficialmente adotado pelo parlamento açoriano e a sua música, com arranjo de Teófilo Frazão sobre o original, oficialmente aprovada pelo Decreto Regulamentar Regional n.º 13/79/A, de 18 de maio. Face à inexistência de uma letra com aceitação generalizada, foi encomendada uma nova à poetisa açoriana Natália Correia. A versão oficial do Hino dos Açores foi cantada pela primeira vez em público a 27 de junho de 1984, por alunos do Colégio de São Francisco Xavier.
    
 

Santa Joana Princesa nasceu há 567 anos

Joana de Portugal, O.P., também chamada Santa Joana Princesa embora oficialmente apenas seja reconhecida pela Igreja Católica como Beata (Lisboa, 6 de fevereiro de 1452 - Aveiro, 12 de maio de 1490) foi uma princesa portuguesa da Casa de Avis, filha do rei D. Afonso V e de sua primeira mulher, a rainha D. Isabel.
Chegou a ser jurada Princesa herdeira da Coroa de Portugal, título que manteve até ao nascimento do seu irmão, o futuro rei D. João II.
Foi regente do reino em 1471, por altura da expedição de D. Afonso V a Arzila.
Após recusar veementemente várias propostas de casamento, Joana nunca chegou a professar votos de freira dominicana por ser princesa real e potencial herdeira do trono. No entanto viveu a maior parte da sua vida no Convento de Jesus de Aveiro, desde 1475 até à sua morte, seguindo em tudo a regra de vida e estilo das monjas.
Foi também uma grande apoiante do irmão, o rei João II de Portugal.
A princesa Joana foi beatificada em 1693 pelo Papa Inocêncio XII, tendo festa a 12 de maio. O Papa Paulo VI, a 5 de janeiro de 1965, declarou-a especial protectora da cidade de Aveiro.
  

Eduardo Mondlane, o primeiro líder da FRELIMO, foi assassinado há cinquenta anos

Eduardo Chivambo Mondlane (Manjacaze, Gaza, 20 de junho de 1920 - Dar es Salaam, 3 de fevereiro de 1969) foi um dos fundadores e primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), a organização que lutou pela independência de Moçambique do domínio colonial português. O dia da sua morte, assassinado por uma encomenda-bomba, é celebrado em Moçambique como o Dia dos Heróis Moçambicanos.

Vida e obra
Filho de um chefe tradicional, Mondlane estudou inicialmente numa missão presbiteriana suíça próxima de Manjacaze, mas viria a terminar os seus estudos secundários numa escola da mesma igreja na África do Sul. Após ter sido expulso, na sequência da subida ao poder do Partido Nacional, da Universidade de Witwatersrand, onde cursava Antropologia e Sociologia, seguiu estudos, usufruindo de uma bolsa, na Universidade de Lisboa. Aí conheceu outros estudantes que viriam a ser os líderes dos movimentos nacionalistas e anticoloniais de vários países africanos, como Amílcar Cabral e Agostinho Neto. Terminaria os estudos nos Estados Unidos, frequentando o Oberlin College (Ohio) e a Northwestem University (Evaston, Illinois) e vindo a obter o doutoramento em Sociologia.
Trabalhou para as Nações Unidas, no Departamento de Curadoria, como investigador dos acontecimentos que levavam à independência dos países africanos e foi também professor de história e sociologia na Universidade de Syracuse, em Nova Iorque. Nessa altura (década de 50), Mondlane teve contactos com Adriano Moreira, um ministro português que queria recrutá-lo para trabalhar na administração colonial; Mondlane, por seu turno, tentou convencê-lo da necessidade de Portugal seguir o caminho dos restantes países, que estavam a dar independência às suas colónias africanas.
Em 1961, visitou Moçambique, a convite da Missão Suíça, e teve contactos com vários nacionalistas, onde se convenceu de que as condições estavam criadas para o estabelecimento de um movimento de libertação. Por essa altura e independentemente, formaram-se três organizações com o mesmo objectivo: a UDENAMO (União Democrática Nacional de Moçambique), a MANU (Mozambique African National Union, à maneira da KANU do Quénia e de tantas outras) e a UNAMI (União Nacional Africana para Moçambique Independente). Estas organizações tinham sede em países diferentes e uma base social e étnica também diferentes, mas Mondlane tentou uni-las, o que conseguiu, com o apoio do presidente da Tanzânia, Julius Nyerere – a FRELIMO foi de facto criada na Tanzânia, com base naqueles três movimentos, em 25 de junho de 1962, e Mondlane foi eleito seu primeiro presidente, com Uria Simango como Vice-Presidente.
Nessa altura, Mondlane já tinha chegado à conclusão de que não seria possível conseguir a independência de Moçambique sem uma guerra de libertação, mas era necessário desenhar uma estratégia e obter apoios para a levar a cabo, o que Mondlane começou a fazer. Os primeiros guerrilheiros foram treinados na Argélia e, entre eles, contava-se Samora Machel que o substituiria após a sua morte. Os seguintes foram já treinados na Tanzânia, onde a FRELIMO organizou ainda uma escola secundária, o Instituto de Moçambique.
A luta armada foi desencadeada em 25 de setembro de 1964, com o ataque de um pequeno número de guerrilheiros ao posto administrativo de Chai, na província de Cabo Delgado, a cerca de 100 km da fronteira com a Tanzânia. Para além das acções militares, a FRELIMO organizou um sistema de comércio para apoiar as acções de guerrilha e Lázaro Nkavandame, que tinha sido nomeado Secretário Provincial do movimento para aquela província, foi quem organizou esse sistema; mais tarde, verificou-se que ele guardava os lucros para si e seus colaboradores e acabou por desertar, em 1969, pouco depois da morte de Mondlane.
Este não foi o único incidente que ensombrou os primeiros anos da FRELIMO: Mateus Gwengere, um padre católico que tinha aliciado muitos jovens da sua província (Tete) e era professor do Instituto de Moçambique, insurgiu-se contra a política do movimento de enviar a maior parte dos jovens para a luta armada, em vez de os incentivar a continuar os estudos. Em março de 1968, verificou-se um motim, seguido pelo abandono quase maciço dos estudantes que, mais tarde, se descobriu ter sido despoletado por Gwengere. Em maio, uma multidão de macondes invadiu os escritórios do movimento e assassinou um dos membros do Comité Central, Mateus Sansão Muthemba - exigiam a independência imediata de Cabo Delgado. Entretanto, Nkavandame tentou forçar a realização de um congresso do movimento na Tanzânia, mas o Comité Central decidiu realizá-lo em Matchedje, nas zonas libertadas do Niassa, em julho de 1968.
Nesse congresso - o II Congresso da FRELIMO -, Mondlane foi reeleito como presidente e Uria Simango como vice-presidente, mas foi ainda criado um conselho executivo, que incluía a presidência e os chefes dos departamentos. O mais importante foi que o congresso reafirmou a política definida de lutar pela “independência total e completa” de Moçambique e não apenas de parte dela.
Eduardo Mondlane morreu a 3 de fevereiro de 1969, ao abrir uma encomenda que continha uma bomba, na casa de uma ex-secretária sua, Betty King. Suspeita-se que a encomenda teria sido preparada em Lourenço Marques, pela PIDE/DGS, a polícia secreta portuguesa, mas como chegou às suas mãos e por que foi ele a abri-la nunca ficou esclarecido.
Mondlane deixou viúva, Janet Mondlane, que foi a primeira Directora Nacional de Acção Social de Moçambique independente e a primeira presidente do Conselho Nacional contra a SIDA, já nos anos 2000-2004, e três filhos. Mais importante, deixou um livro, "Lutar por Moçambique", que só foi publicado alguns meses depois da sua morte, onde detalha como funcionava o sistema colonial em Moçambique e o que seria necessário para desenvolver o país.

sábado, fevereiro 02, 2019

Chico Science morreu há 22 anos

Francisco de Assis França, mais conhecido pela alcunha de Chico Science (Olinda, 13 de março de 1966 - Recife, 2 de fevereiro de 1997) foi um cantor e compositor brasileiro, um dos principais colaboradores do movimento manguebeat em meados da década de 90. Líder da banda Chico Science & Nação Zumbi, deixou dois discos gravados: Da Lama ao Caos e Afrociberdelia, tendo a sua carreira sido precocemente encerrada por um acidente de carro, numa das vias que ligam Olinda ao Recife. Os seus dois álbuns foram incluídos na lista dos 100 melhores discos da música brasileira da revista Rolling Stone, elaborada a partir de uma votação com 60 jornalistas, produtores e estudiosos de música brasileira: Da Lama ao Caos na 13ª posição e Afrociberdelia em 18° lugar. Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone promoveu a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, cujo resultado colocou Chico Science em 16ª lugar.
  
  

Notícia sobre meteorito

Meteorito cai em Cuba. Bola de fogo foi observada durante 10 minutos até explodir em pequenos fragmentos

O fenómeno pouco comum aconteceu na zona oeste da ilha, na sexta-feira. O meteorito desintegrou-se em numerosos fragmentos, o maior com 11 centímetros. Não há registo de feridos ou danos materiais.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Cuba confirmou a queda de um meteorito na zona oeste da ilha, na sexta-feira, que se desintegrou em numerosos fragmentos dispersos pela província de Pinar del Río.
A queda do meteorito foi observada por sete estações meteorológicas em Pinar del Río, durante dez minutos.


O meteorito deixou um rasto, uma espécie de uma bola de fogo que sulcou o céu, registando-se posteriormente uma forte explosão, de acordo com um comunicado das autoridades. O fenómeno foi registado em vários vídeos amadores, publicados na Internet e replicados por várias televisões locais.
O episódio ocorreu no município de Vinales, de acordo com a análise realizada por especialistas do Ministério, do Instituto de Geofísica e Astronomia e de outras instituições científicas.
O meteorito julga-se ser do tipo pétreo, com uma liga de ferro e níquel, possuindo também uma grande quantidade de silicato de magnésio.
 
Os fragmentos atingiram as cidades de Los Jazmines, Dos Hermanas, El Guajaní, perto da cidade turística de Vinales e El Palmarito, onde se encontrou o maior fragmento, com cerca de 11 centímetros de comprimento, que deixou uma pequena cratera no solo. Nas redes sociais, várias pessoas partilharam fotos desses pequenos pedaços. As que vê abaixo foram publicadas pelo correspondente da CNN em Cuba.
Os especialistas recolheram amostras que vão ser submetidas a testes químicos, para se perceber maior precisão este fenómeno que, apesar de ser incomum, não é a primeira vez que acontece na ilha.



João César Monteiro nasceu há oitenta anos

(imagem daqui)

João César Monteiro Santos (Figueira da Foz, 2 de fevereiro de 1939 - Lisboa, 3 de fevereiro de 2003) foi um cineasta português. Integrou o grupo de jovens realizadores que se lançaram no movimento do Novo Cinema. Irreverente e imprevisível, fez-se notar como crítico mordaz de cinema nos anos sessenta.
Prossegue a tradição iniciada por Manoel de Oliveira (Acto da Primavera) ao introduzir no cinema português de ficção o conceito de antropologia visual - Veredas e Silvestre -, tradição amplamente explorada no documentário por outros cineastas portugueses como António Campos, António Reis, Ricardo Costa, Noémia Delgado ou, mais tarde e noutro registo, Pedro Costa.
Segue um percurso original que lhe facilita o reconhecimento internacional. Várias das suas obras são representadas e premiadas em festivais internacionais como o Festival de Cannes e o Festival de Veneza (Leão de Prata: Recordações da Casa Amarela).

Biografia
Pertencia a uma família da burguesia rural, anticlerical e anti-salazarista. Aos quinze anos, para prosseguir os estudos liceais, transfere-se com a família para Lisboa, a capital do Império, tendo estudado no Colégio Moderno, de onde seria expulso.
É dos poucos cineastas associados ao movimento do novo cinema que não prossegue estudos universitários. A propósito, o seu alter-ego, no filme Fragmentos de um Filme Esmola (1973), explica-se assim: A escola é a retrete cultural do opressor.
Começa a trabalhar como assistente de realização de Perdigão Queiroga. Em 1963, graças a uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, vai para a Grã-Bretanha estudar na London School of Film Technique. De volta a Portugal, em 1965, inicia a rodagem do que viria a ser a sua primeira obra: Quem espera por sapatos de defunto morre descalço. O filme só será concluído cinco anos depois, como média-metragem.
A sua obra, polémica e dificilmente classificável, caracteriza-se pelo lirismo, em forma de filmes-poema. A sua veia satírica como realizador tem sido objecto de estudo para portugueses e estrangeiros, críticos e académicos. João César Monteiro, que tem sérios detractores, é conhecido como um dos mais importantes realizadores portugueses.
Morreu de cancro em 2003.
  
Filmografia
 
Curtas e médias-metragens  
Como produtor  
Como actor
  • Vai e Vem (2003)
  • As Bodas de Deus (1999)
  • Le Bassin de J.W. (1997)
  • A Comédia de Deus (1995)
  • O Bestiário ou o Cortejo de Orpheu (1995)
  • Lettera Amorosa (1995)
  • Passeio com Johnny Guitar (1995)
  • Rosa Negra, de Margarida Gil (1992)
  • Paroles, de Anne Benhaïem (1992)
  • Conserva Acabada (1990)
  • Recordações da Casa Amarela (1989)
  • Relação Fiel e Verdadeira, de Margarida Gil (1989)
  • Doc's Kingdom, de Robert Kramer (1987)
  • À Flor do Mar (1986)
  • A Estrangeira, de João Mário Grilo (1983)
  • Amor de Perdição, de Manoel de Oliveira (1979) 
Escritos 
Livros
  • Corpo Submerso (ed. Autor, 1959)
  • Morituri te Salutant (& etc, 1974)
  • Le Bassin de John Wayne/As Bodas de Deus (& etc, 1998)
  • Uma Semana Noutra Cidade (& etc, 1999)
 
Revistas e jornais
  • Imagem
  • O Tempo e o Modo
  • A República
  • Diário de Notícias
  • Trafic
  • Les Cahiers du Cinéma
  • O Cinéfilo
  • & ETC.