quarta-feira, setembro 12, 2018

Johnny Cash morreu há quinze anos...

John R. Cash, mais conhecido como Johnny Cash, (Kingsland, 26 de fevereiro de 1932 - Nashville, 12 de setembro de 2003) foi um cantor e compositor norte-americano de música country, conhecido por seus fãs como "O Homem de Preto". Em uma carreira que durou quase cinco décadas ele foi para muitas pessoas a personificação do country. A sua voz sepulcral e o distintivo som "boom chicka boom" da sua banda de apoio, os "Tennessee Three", dão às canções de Johnny Cash o seu som característico.
   
 

terça-feira, setembro 11, 2018

Os ataques de 11 de setembro foram há dezassete anos

Ataques de 11 de Setembro de 2001
De cima para baixo: o World Trade Center queimando após o ataque; uma seção do Pentágono desaba; voo 175 se choca contra a Torre 2 do WTC; um bombeiro pedindo ajuda no Ground Zero; parte do voo 93 sendo recuperada; voo 77 se choca contra o Pentágono.
Local Nova Iorque, NY
Condado de Arlington, VA
Shanksville, PA
Estados Unidos
Data 11 de setembro de 2001 (12 anos)
8h46min - 10h28min (UTC-5)
Mortes 2.996 mortos (incluindo 19 terroristas)
Feridos >6.291
Responsável Al-Qaeda, planeado por Osama bin Laden
Número de participante(s) 19 terroristas
Ataques ou atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 (às vezes, referido apenas como 11 de setembro) foram uma série de ataques suicidas contra os Estados Unidos coordenados pela organização fundamentalista islâmica al-Qaeda em 11 de setembro de 2001. Na manhã daquele dia, dezanove terroristas sequestraram quatro aviões comerciais de passageiros. Os sequestradores colidiram intencionalmente dois dos aviões contra as Torres Gémeas do complexo empresarial do World Trade Center, na cidade de Nova Iorque, matando todos a bordo e muitas das pessoas que trabalhavam nos edifícios. Ambos os prédios desmoronaram duas horas após os impactos, destruindo edifícios vizinhos e causando vários outros danos. O terceiro avião de passageiros colidiu contra o Pentágono, a sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, no Condado de Arlington, Virgínia, nos arredores de Washington, D.C. O quarto avião caiu em um campo aberto próximo de Shanksville, na Pensilvânia, depois de alguns de seus passageiros e tripulantes terem tentado retomar o controle da aeronave dos sequestradores, que a tinham reencaminhado na direção da capital norte-americana. Não houve sobreviventes em qualquer um dos voos.
Quase três mil pessoas morreram durante os ataques, incluindo os 227 civis e os 19 sequestradores a bordo dos aviões. A esmagadora maioria das vítimas eram civis, incluindo cidadãos de mais de 70 países. Além disso, há pelo menos um óbito secundário - uma pessoa foi descartada da contagem por um médico legista, pois teria morrido por doença pulmonar devido à exposição à poeira do colapso do World Trade Center.

Salvador Allende suicidou-se há 45 anos

Salvador Allende Gossens (Valparaíso, 26 de junho de 1908 - Santiago do Chile, 11 de setembro de 1973) foi um médico e políticomarxistachileno. Fundador do Partido Socialista, governou o seu país de 1970 a 1973, quando foi deposto por um golpe de estado liderado por seu chefe das Forças Armadas, Augusto Pinochet.
Allende foi o primeiro presidente de república e o primeiro chefe de estado socialista marxista eleito democraticamente na América. Os seus pilares ideológicos foram o socialismo, o marxismo e a maçonaria. Allende foi um revolucionário atípico: acreditava na via eleitoral da democracia representativa, e considerava ser possível instaurar o socialismo dentro do sistema político então vigente em seu país.

Vida
Filho do advogado e notário Salvador Allende Castro e de Laura Gossens Uribe, Allende casou-se em 1940 com Hortensia Bussi Soto, com quem teve três filhas - Paz, Isabel e Beatriz.
Estudou medicina na Universidade do Chile. Em 1927, é eleito presidente do Centro de Alunos, onde aprofundou o seu interesse pelo marxismo. Entra para a maçonaria, seguindo uma tradição familiar.
Grande orador, em 1933 é um dos fundadores do Partido Socialista Chileno onde integra o grupo parlamentar entre 1937 e 1943. Ocupa o Ministério da Saúde de 1939 a 1942. Sai do partido em 1946.
Em 1945, foi eleito senador, cargo que exerceu durante 25 anos. Candidata-se e perde as eleições presidenciais de 1952, 1958 e 1964.
Foi presidente constitucional do Chile, apoiado pela Unidade Popular - que integrava comunistas, socialistas, radicais e outras correntes populares, de outubro de 1970 até 11 de setembro de 1973, quando tropas sediciosas de extrema direita, lideradas pelo general Augusto Pinochet, (com o apoio de governos exteriores, principalmente os Estados Unidos através da CIA mas também do Brasil), bombardearam o palácio presidencial de La Moneda, exigindo a sua renúncia. Allende faleceu resistindo ao ataque, às 14.15 horas desse dia. Em 1972 foi-lhe atribuído o Prémio Lenine da Paz.

É difícil encontrar alguém com o espírito de luta, a coragem e a história de Allende. Ele foi um homem que, na verdade, teve o nome marcado na história: democraticamente a esquerda chegou ao poder, e pelas bombas foi apeada do governo.

Mais importante do que encontrar equívocos nos acontecimentos que culminaram nas quedas dos governos de João Goulart, no Brasil, e de Salvador Allende, no Chile, é reconhecer que havia forças imperialistas com interesses nesses países, com democracias frágeis.

Eleições
Em 1964, perdeu as eleições presidenciais para Eduardo Frei, o candidato do partido de direita Democrata Cristão, graças a uma maciça intervenção publicitária da CIA que apoiou Frei, provendo mais da metade das verbas da sua campanha política, e promovendo uma maciça campanha publicitária em seu favor. Na terceira semana de junho de 1964 a agência publicitária encarregada pela CIA produziu nada menos que 20 spots radiofónicos por dia em Santiago, e em 44 estações provinciais e cinco "noticiários" radiofónicos de doze minutos ao dia em três rádios de Santiago, e em 22 rádios provinciais. No final de junho de 1964 a CIA produzia 26 programas radiofónicos semanais de "comentários políticos".
Nas eleições presidenciais de 1970 concorre como candidato da coligação de esquerda Unidade Popular (UP) contra mais dois candidatos. Embora sem maioria absoluta, conquista o primeiro lugar com 36,2% dos votos, contra 34.9% de Jorge Alessandri, o candidato da direita, e 27.8% do terceiro candidato, Radomiro Tomic, cuja plataforma era similar à de Allende.
Altos funcionários norte-americanos discutiram o desejo de impedir a posse do então recém-eleito presidente chileno, o esquerdista Salvador Allende, em 1970.
Associated Press
Como a Constituição chilena previa a necessidade de "maioria dupla" (no voto popular e no Congresso), difíceis negociações foram entabuladas para a aprovação do nome de Allende no Parlamento. Após o brutal assassinato do Comandante-em-Chefe das Forças Armadas chilenas, o general constitucionalista René Schneider, perpetrado por elementos ligados à Patria y Libertad, Allende teve, finalmente, o seu nome confirmado pelo Congresso chileno.
O partido Democrata Cristão do Chile, uma grande confederação interclassista, com sua base popular baseado no proletariado da grande indústria moderna, da industria moderna pequena e dos pequenos proprietários rurais, aliada ao Partido Nacional, de extrema-direita, controlava o Congresso chileno. A Unidade Popular, representando o proletariado formado pelos operários menos favorecidos, pelo proletariado agrícola, e pela baixa classe média urbana, controlava o Poder Executivo. A oposição a Allende controlava 82 cadeias de radiodifusão contra 36 da esquerda, a maior parte dos canais de televisão, e possuía 64 jornais contra 10 de esquerda, sendo 10 diários contra 2. O presidente Nixon autorizou pessoalmente uma doação do governo norte-americano de US$ 700.000 para o jornal oposicionista El Mercurio, que depois foi seguida de várias outras. 
  
Presidência
Allende assume a presidência e tenta socializar a economia chilena, com base num projeto de reforma agrária e nacionalização das indústrias. A sua política, a chamada "via chilena para o socialismo", pretendia, segundo ele, uma transição pacífica, com respeito às normas constitucionais chilenas e sem o emprego de força, para uma sociedade de paradigma socializante. Nacionaliza os bancos, a parte das minas de cobre que restou em mãos privadas após as nacionalizações promovidas por Frei, e várias grandes empresas - o Estado chileno chega a controlar 60% da economia - e passa a sofrer pesadas pressões políticas norte-americanas e de grupos de pressão criados no Chile pela CIA, como a organização terrorista Patria y Libertad, de orientação nacionalista-neofascista.
Em seu discurso de 21 de maio de 1971, falando sobre a meta e não apenas sobre a etapa, definiu o socialismo chileno como libertário, democrático e pluripartidário.
A adoção dessa linha socialista por Allende, implementada durante seus três anos de permanência no poder, além de gerar a oposição dos democrata-cristãos direitistas, de causar um verdadeiro pânico na maioria da classe média chilena, que passou a sabotar sua economia, paralisando-a, quase totalmente, em 1973, provocou sua indisposição com a esquerda radical chilena, como o MIR, que pugnava pela tomada do poder pela força, e criou antipatia com uma parte importante do efetivo militar chileno, cujos chefes sempre foram treinados e doutrinados nas academias militares dos Estados Unidos. As sucessivas intervenções dos Estados Unidos na política interna chilena, iniciadas com do Projeto Fubelt - Track II) e seguintes, acabaram por aprofundar sensivelmente os problemas da sua já frágil economia. Em 1973, a inflação chegou a cifras de 381,1%, os produtos básicos de consumo desapareceram das prateleiras, o desemprego crescia assustadoramente e a produção e o valor da moeda de então, o Escudo Chileno, em proporção inversa, caíam de forma vertiginosa.

A versão mais conhecida do golpe militar
Uma das razões diretas do fracasso da "via chilena para o socialismo" deveu-se a situação geopolítica mundial de então, de plena Guerra Fria, com os Estados Unidos envolvidos na Guerra do Vietname, não podendo admitir o nascimento de um segundo regime socialista na sua área de influência, após Cuba. Nos anos de 1970, na América do Sul inteira, apenas o Chile, a Colômbia e a Venezuela mantinham Estados de Direito, com governantes eleitos pelo povo. O Brasil, a Argentina, o Paraguai, a Bolívia, o Peru, o Equador e o Uruguai, estavam tomados por regimes militares, muitos instalados, e todos apoiados, por Washington. Além disso as nacionalizações e estatizações adotadas pela Unidade Popular feriram diretamente os interesses de grandes corporações americanas, dentre elas a então poderosa ITT, que passou a pressionar o governo Nixon "a tomar providências". Um memorando interno da ITT detalhava os planos americanos: "A esperança mais realista dentre aqueles que desejam destituir Allende é que uma rápida deterioração da economia provoque uma onda de violência que provoque um golpe militar". Em 1970 a CIA criara o Projeto Fubelt (também chamado Track II, ou "política dos dois trilhos"), com o objetivo de impedir a ascensão de Allende ao governo. Com a posse de Allende o Projeto Fubelt fracassou, e acabou sendo desativado e substituído por outros, não sem antes ter contribuído para o assassinato do Comandante em Chefe das Forças Armadas chilenas, o general constitucionalista René Schneider. Nisso também o Projeto Fubelt não obteve grande sucesso porque o general assassinado foi substituído pelo não menos constitucionalista general Carlos Prats. Esse projeto abarcou um amplo espectro de atividades que iam do apoio a assassinatos seletivos ao fomento greves desestabilizadoras, bem como à contratação de políticos e militares direitistas para articular um golpe de estado.
Rapidamente o governo americano submeteu o Chile a um bloqueio económico informal, que impedia o Chile de obter empréstimos internacionais ou bons preços para o cobre, o seu principal produto de exportação. Isso foi denunciado por Allende num dramático discurso na ONU. Os Estados Unidos adotaram a estratégia de sufocar gradualmente a economia chilena até que um levantamento das Forças Armadas pusesse fim à "via chilena para ao socialismo". Edward Korry, o embaixador americano em Santiago, dizia: "não permitiremos que nenhuma porca e nenhum parafuso (americanos) cheguem ao Chile de Allende". O Chile, tradicionalmente dependente de importações dos Estados Unidos, passou a ver suas indústrias e suas frotas de camiões, tratores, autocarros e táxis serem progressivamente paralisadas por falta de peças de reposição. Richard Nixon num seu despacho ao Departamento de Defesa fora enfático: "Há uma hipótese em dez, mas salvem o Chile, façam a economia estancar !"
Uma greve de proprietários de camiões, financiada pela CIA, começou na primavera, em 9 de setembro de 1972, e foi declarada pela Confederación Nacional del Transporte, então presidida por León Vilarín, um dos líderes do grupo paramilitar neofascista Patria y Libertad. Essa greve, por prazo indeterminado, impediu o plantio da safra agrícola 1972/73 no Chile.
A asfixia económica do Chile, preconizada pelo governo dos Estados Unidos logo começou a dar seus frutos venenosos. Os Estados Unidos sabotaram os empréstimos ao Chile, "convidaram" as empresas americanas a abandonar os países que mantivessem relações comerciais com o Chile, subvencionaram vários conspiradores (por exemplo, a central da CIA no Paraguai financiou boa parte da greve dos proprietários de camiões, e também deu apoio financeiro ao líder neofascista da Frentre Nacional Pátria y Libertad, Roberto Thieme, que se escondia em Mendoza). Até 1973 os industriais chilenos mantiveram o Sistema de Asociaciones Civiles Organizadas, cujo objetivo era provocar a falta de géneros de primeira necessidade no país.
Criou-se um clima de enfrentamento, provocado tanto pela esquerda extremista do MIR, como pela extrema direita neofascista do Patria y Libertad, entidade criada com o apoio da CIA, e cujos membros recebiam treinamento de guerrilha e bombardeio em Los Fresnos, no estado norte americano do Texas. Os integrantes do MIR fizeram chegar ao Chile armas soviéticas, vindas de Cuba, enquanto os direitistas articulavam-se com a CIA (a agência dos Estados Unidos gastou 12 milhões de dólares financiando greves, especialmente a dos proprietários de camiões - que paralisou o país, impedindo a plantação da uma colheita e provocando a falta de géneros de primeira necessidade), e com setores militares. Multiplicavam-se os atentados e assassinatos, e as greves gerais patronais.
Essa situação acabou por provocar o almejado "descalabro económico" - que foi, em sua maior parte, provocado por sabotagens dos opositores de Allende contra a economia chilena - e que atingiu em cheio o governo da Unidade Popular, fazendo com que a inflação saltasse para patamares até então desconhecidos. A inflação passou de 22,1% em 1971 para 163,4% em 1972 e 381,1% no ano do golpe, o que fez com que o crescimento do PIB chileno passasse de 9% positivos em 1971 para 4,2% negativos em 1973.
 
Primeira tentativa 
A primeira tentativa de golpe resultou de uma aliança entre o Patria y Libertad e militares chilenos, quando essa organização se aliou a um setor do exército que ocupava altos postos através do Chile, num projeto - fracassado - que pretendia tomar de assalto o Palácio de La Moneda e derrubar o governo. A operação ficou conhecida como El Tanquetazo e foi realizada a 29 de junho de 1973. Os serviços secretos do exército, então comandado pelo general constitucionalista Carlos Prats, detectou a tentativa de golpe e ele teve que ser abortado, não sem antes alguns tanques terem saído às ruas e se dirigido a La Moneda.

O Estado de sítio
Logo após ter debelado El Tanquetazo, ainda envergando capacete e uniforme de combate, o Comandante em Chefe das Forças Armadas chilenas, o general Carlos Prats, dirigiu-se pessoalmente a Allende para dizer que era imperiosa a instauração imediata do estado de sítio no Chile, sem o que ele considerava ser impossível às forças armadas sufocar os atentados terroristas de direita e de esquerda, que já se multiplicavam, e assegurar a ordem constitucional no Chile. Em 2 de junho de 1973 a requisição de Allende, solicitando a instauração do estado de sítio, fora negada pelo Congresso Nacional, por 51 votos a 82.
O Povo, revoltado, clamava em uníssono nas ruas de Santiago do Chile pelo encerramento do Congresso Nacional, aos gritos de: "a cerrar, a cerrar, el Congresso Nacional…". Diante disso, Allende fez um discurso, no qual chegou até a ser vaiado pela multidão:
Cquote1.svg Faremos as mudanças revolucionárias em pluralismo, democracia e liberdade. Mas isso não significa, tolerância com antidemocratas, nem tolerância com os subversivos, nem tolerância com os fascistas, camaradas! Mas vocês devem entender qual é a real posição deste governo. Não vou, porque seria absurdo, fechar o Congresso. Não o farei. Já disse eu repito. Mas caso necessário, enviarei um projeto de lei de plebiscito para que o povo resolva esta questão. Cquote2.svg
 Salvador Allende

O cerco fecha-se
Em setembro o cerco fechou-se. O general Prats, de fortes tendências constitucionalistas, e que se recusava a participar em qualquer golpe militar, repudiado publicamente por uma manifestação de esposas de oficiais golpistas diante da sua residência, viu-se obrigado a renunciar ao seu posto de Comandante em Chefe das Forças Armadas, e, em 11 de setembro, o seu sucessor, o general Pinochet, um antigo homem de confiança de Allende, terminou com o que restava da democracia chilena, encerrando com a sua ditadura o chamado período presidencialista do Chile (1925-1973). O general Prats foi assassinado pela DINA - a polícia secreta de Pinochet - no seu exílio, em Buenos Aires, num atentado à bomba.
 
Última foto de Salvador Allende vivo, em La Moneda
  
Causa da morte
Os restos mortais do ex-presidente do Chile Salvador Allende foram exumados a 23 de maio de 2011 para determinar a causa da morte. A exumação foi ordenada pelo juiz Mário Carroza, na sequência de um pedido feito em representação dos familiares pela senadora Isabel Allende, filha do ex-presidente chileno, para determinar com "certeza jurídica as causas da sua morte". No dia 19 de julho de 2011, a perícia realizada aos restos mortais do ex-presidente confirmou que a sua morte fora ocasionada "por ferimento de projétil" e que a "forma corresponde a suicídio".
  

A ditadura de Pinochet no Chile começou há 45 anos

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(imagem daqui)
  
Em 11 de setembro de 1973, o presidente democraticamente eleito em 1970, Allende, sofreu um golpe de estado e o general Augusto Pinochet assumiu o governo, instaurando uma ditadura que iria perdurar por dezassete anos.

segunda-feira, setembro 10, 2018

Stephen Jay Gould nasceu há 77 anos

Stephen Jay Gould (Nova Iorque, 10 de setembro de 1941 - Nova Iorque, 20 de maio de 2002) foi um paleontólogo e biólogo evolucionista dos Estados Unidos. Foi também um autor importante no que diz respeito à história da ciência. É reconhecido como o mais lido e conhecido divulgador científico da sua geração.
Nascido numa família judia, não praticou nenhuma religião organizada. Ainda que tenha sido educado num meio ideologicamente marcado pelo socialismo, nunca assumiu qualquer militância política. Como escritor, lutou contra a opressão cultural, principalmente contra a pseudociência legitimadora do racismo.
Começou a leccionar como membro da faculdade da Universidade de Harvard, em 1967, onde se tornou professor na cadeira de Alexander Agassiz, de zoologia. Ajudou Niles Eldredge a desenvolver a teoria do equilíbrio pontuado (1972), segundo a qual as mudanças evolucionárias ocorreriam de forma acelerada em períodos relativamente curtos, em populações isoladas, intercalados de períodos mais longos, caracterizados pela estabilidade evolutiva.
Na perspectiva do próprio Gould, esta teoria derrubava um princípio-chave do neodarwinismo (o gradualismo das mudanças evolucionárias) - perspectiva não partilhada por grande parte da comunidade dos biólogos evolucionários que a consideram apenas como uma retificação importante, sem dúvida, mas que não punha em causa o que já era conhecido e defendido como certo pelos cientistas até ao momento.
  

Agostinho Neto morreu há 39 anos

António Agostinho Neto (Catete, Ícolo e Bengo, 17 de setembro de 1922 - Moscovo, 10 de setembro de 1979) foi um médico angolano, formado nas Universidades de Coimbra e de Lisboa, que em 1975 se tornou o primeiro presidente de Angola, até 1979. Em 1975-1976 foi-lhe atribuído o "Prémio Lenine da Paz". Fez parte da geração de estudantes africanos que viria a desempenhar um papel decisivo na independência dos seus países naquela que ficou designada como a Guerra Colonial Portuguesa. Foi preso pela PIDE, a polícia política do regime Salazarista então vigente em Portugal, e deportado para o Tarrafal, uma prisão política em Cabo Verde; sendo-lhe depois fixada residência em Portugal, de onde fugiu para o exílio. Aí assumiu a direcção do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), do qual já era presidente honorário desde 1962. Em paralelo, desenvolveu uma actividade literária, escrevendo nomeadamente poesia.
Agostinho Neto dirigiu a partir de Argel e de Brazzaville as actividades políticas e de guerrilha do MPLA durante a Guerra de Independência de Angola, entre 1961 e 1974, e durante o processo de descolonização, 1974/75, que opôs o MPLA aos dois outros movimentos nacionalistas, a FNLA e a UNITA Tendo o MPLA saído deste último processo como vencedor, declarou a independência do país em 11 de novembro de 1975, assumindo as funções de Presidente da República, mantendo as de Presidente do MPLA, e estabelecendo um regime mono-partidário, inspirado no modelo então praticado nos países do Leste europeu.
Durante este período, houve graves conflitos internos no MPLA que puseram em causa a liderança de Agostinho Neto. Entre estes, o mais grave consistiu no surgimento, no início dos anos 1970, de duas tendências opostas à direcção do movimento, a "Revolta Activa" constituída no essencial por elementos intelectuais, e a "Revolta do Leste", formada pelas forças de guerrilha localizadas no Leste de Angola; estas divisões foram superadas num intrincado processo de discussão e negociação que terminou com a reafirmação da autoridade de Agostinho Neto. Já depois da independência, em 1977, houve um levantamento, visando a sua liderança e a linha ideológica por ele defendida; este movimento, oficialmente designado como fracionismo, foi reprimido de forma sangrenta, por suas ordens.
Agostinho Neto, que era casado com a portuguesa Eugénia Neto, morreu num hospital em Moscovo no decorrer de complicações ocorridas durante uma operação a um cancro hepático de que sofria, poucos dias antes de fazer 57 anos de idade. Foi substituído na presidência do país e do MPLA por José Eduardo dos Santos, presidente de Angola há 34 anos.
Ao falecer em Moscovo, a 10 de setembro de 1979, Agostinho Neto deixou atrás de si um país em chamas. Não era só Angola que vivia uma guerra civil. O MPLA também. Na cadeia de São Paulo, em Luanda, e em campos de concentração espalhados por diversos pontos do território angolano, antigos militantes e dirigentes do MPLA, que se haviam oposto à liderança de Agostinho Neto - dos simpatizantes de Nito Alves aos intelectuais da Revolta Activa -, partilhavam celas e desditas com os jovens da Organização Comunista de Angola, OCA, com mercenários portugueses, ingleses e americanos, militares congoleses e sul-africanos, e gente da UNITA e da FNLA.
José Eduardo Agualusa - Público (Lisboa), 26.08.2012

Sobre o sangue ainda quente do meu irmão

Sobre o sangue ainda quente do meu irmão
Sacrificado pela pátria
Construo o meu sonho de união


Sobre o sangue ainda quente da minha irmã
Assassinada pelos carrascos
Construo o meu sonho de unidade


Unidade cimentada pelo sangue
União plantada sobre a terra
Germinando no meu gesto
Crescendo na minha voz
Gritando no teu olhar



Agostinho Neto

domingo, setembro 09, 2018

Mao Tsé-Tung morreu há 42 anos

Mao Tsé-Tung (Mao Tse-tung pela transliteração Wade-Giles, ou Máo Zédōng, pela pinyin; Shaoshan, 26 de dezembro de 1893 - Pequim, 9 de setembro de 1976) foi um político, teórico, líder comunista e revolucionário chinês. Liderou a Revolução Chinesa e foi o arquiteto e fundador da República Popular da China, governando o país desde a sua criação em 1949 até sua morte em 1976 . A sua contribuição teórica para o marxismo-leninismo, estratégias militares, e suas políticas comunistas são conhecidas coletivamente como maoísmo.
Mao chegou ao poder comandando a Longa Marcha, formando uma frente unida com Kuomintang (KMT) durante a Guerra Sino-Japonesa para repelir uma invasão japonesa, e posteriormente conduzindo o Partido Comunista Chinês até à vitória contra o generalíssimo Chiang Kai-shek do KMT na Guerra Civil Chinesa. Mao restabeleceu o controle central sobre os territórios divididos da China, com exceção do Taiwan, e com sucesso suprimiu os opositores da nova ordem. Ele promulgou uma reforma agrária radical, usando a violência e o terror para derrubar latifundiários antes de tomar as suas grandes propriedades e dividir as terras em comunas populares. O triunfo definitivo do Partido Comunista aconteceu depois décadas de turbulência na China, que incluiu uma invasão brutal pelo Japão e uma prolongada guerra civil. O Partido Comunista de Mao finalmente atingiu um grau de estabilidade na China, apesar do reinado de Mao ser marcado pela crise de eventos como o Grande Salto em Frente e a Revolução Cultural, e os seus esforços para fechar China ao comércio de mercado, e erradicar a cultura tradicional chinesa, que tem sido amplamente rejeitado pelos seus sucessores.
Mao intitulava-se "O Grande Timoneiro" e os seus partidários continuam a sustentar que ele foi responsável por uma série de mudanças positivas que vieram à China durante seu governo de três décadas. Estas incluíram a duplicação da população escolar, proporcionando a habitação universal, abolindo o desemprego e a inflação, aumentando o acesso dos cuidados a saúde, e elevando drasticamente a expectativa de vida. O Partido Comunista, que domina a China continental (e Hong Kong e Macau) detém o controle dos meios de comunicação e da educação e oficialmente celebra o seu legado. Como resultado desses fatores, Mao ainda é tido em alta consideração por muitos chineses como um grande estratega político, mentor militar e "salvador da nação". Os maoístas também divulgam o seu papel como um teórico, estadista, poeta e visionário, e os anti-revisionistas continuam a defender a maioria de suas políticas. Em 1950, ele enviou o Exército de Libertação Popular para o Tibete para impor a reivindicação da China na região do Himalaia; esmagou uma revolta ali em 1959; e em 1962, Mao lançou a Guerra sino-indiana. Na política externa, Mao apoiou "revolução mundial" e, inicialmente, procurou alinhar a China com a União Soviética de Estaline, o envio de forças para a Guerra da Coreia e a Primeira Guerra da Indochina, bem como auxiliando movimentos comunistas na Birmânia, Camboja, e em outros países. A China e União Soviética divergiram após a morte de Estaline, e pouco antes da morte de Mao, a China começou a sua abertura comercial com o Ocidente.
Mao continua sendo uma figura controversa na atualidade, com um legado importante e igualmente controverso e constante. Muitos chineses acreditam também que, através de suas políticas, ele lançou os fundamentos económicos, tecnológicos e culturais da China moderna, transformando o país de uma ultrapassada sociedade agrária em uma grande potência mundial. Além disso, Mao é visto por muitos como um poeta, filósofo e visionário. Como consequência, seu retrato continua a ser caracterizado na Praça Tiananmen e em todos as notas Renminbi.
Inversamente, no Ocidente, Mao é acusado de com seus programas sociais e políticos, como o Grande Salto em Frente (ou o Grande Salto) e a Revolução Cultural, causar grave fome e danos à cultura, sociedade e economia da China. Embora Mao tenha incentivado o crescimento populacional e a população chinesa quase tenha duplicado durante o período de sua liderança (de cerca de 550 a mais de 900 milhões), as suas políticas e as purgas políticas do seu governo entre 1949 a 1975, provocaram a morte de 50 a 70 milhões de pessoas. A fome severa, durante a Grande Fome Chinesa, o suicídio em massa, como resultado das Campanhas Três-Anti e Cinco-Anti, e a perseguição política durante a Campanha Antidireitista, expurgos e sessões de luta, todos resultaram destes programas. As suas campanhas e suas variadas consequências catastróficas foram posteriormente consideradas culpadas por danificar património da cultura chinesa e da sociedade, como as relíquias históricas que foram destruídas e os locais religiosos que foram saqueados. Apesar dos objetivos declarados de Mao de combater a burocracia, incentivar a participação popular e sublinhar na China a auto-confiança serem geralmente vistos como louváveis e a rápida industrialização, que começou durante o reinado de Mao, é reconhecida por estabelecer bases para o desenvolvimento da China no final do século XX, os duros métodos que ele usou para consegui-los, incluindo tortura e execuções, têm sido amplamente criticados como sendo cruéis e auto-destrutivos. Desde que Deng Xiaoping assumiu o poder em 1978, muitas políticas maoístas foram abandonadas em favor de reformas económicas.
Mao é visto como uma das figuras mais influentes na história do mundo moderno, e foi nomeado pela revista Time como uma dos cem personalidades mais influentes do século XX.
  

El-Rei D. Duarte I morreu há 580 anos

Estátua de D. Duarte em Viseu

D. Duarte I de Portugal (Viseu, 31 de outubro de 1391Tomar, 9 de setembro de 1438) foi o décimo-primeiro Rei de Portugal, cognominado o Eloquente pelo seu interesse pela cultura e pelas obras que escreveu. Filho de D. João I de Portugal e D. Filipa de Lencastre, desde cedo foi preparado para reinar como primogénito da ínclita geração. Em 1433 sucedeu a seu pai. Num curto reinado de cinco anos deu continuidade à política exploração marítima e de conquistas em África. O seu irmão, o Infante D. Henrique estabeleceu-se em Sagres, de onde dirigiu as primeiras navegações e, em 1434, Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador. Numa campanha mal sucedida a Tânger o seu irmão D. Fernando foi capturado e morreu em cativeiro. D. Duarte interessou-se pela cultura e escreveu várias obras, como o Leal Conselheiro e o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela. Preparava uma revisão da legislação portuguesa quando morreu, vitimado pela peste.

Brasão de El-Rei D. Duarte I (daqui)
D. Duarte recebeu o seu nome em homenagem ao avô de sua mãe, o rei Eduardo III da Inglaterra. Desde muito jovem, D. Duarte acompanhou o seu pai nos assuntos do reino, sendo portanto um herdeiro preparado para reinar; em 1412 foi formalmente associado à governação pelo pai, tornando-se o seu braço direito.
Ao contrário de D. João I, D. Duarte foi um monarca preocupado em gerar consenso e ao longo do curto reinado de cinco anos convocou as Cortes cerca de cinco vezes, para discutir assuntos de estado. Várias vezes as Cortes tinham pedido a D. João I a organização de uma colectânea em que se coordenasse e actualizasse o direito (lei) vigente, para a boa fé e fácil administração na justiça. Para levar a cabo essa obra D. Duarte designou o doutor Rui Fernandes, que concluiu o trabalho após a sua morte em 1446, e que revisto por ordem do infante D. Pedro resultou nas chamadas Ordenações Afonsinas.
D. Duarte deu continuidade à política de incentivo à exploração marítima e de conquistas em África. Durante o seu reinado, o seu irmão Henrique estabeleceu-se em Sagres, a partir de onde dirigiu as navegações: assim, em 1434 Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador, um ponto lendário da época, cuja travessia causava terror aos marinheiros; daí avançou-se para Angra dos Ruivos em 1435, e Afonso Gonçalves Baldaia atingiu o Rio do Ouro e Pedra da Galé em 1436.
Em 1437, os seus irmãos Henrique e Fernando convenceram-no a lançar um ataque a Marrocos, de forma a consolidar a presença portuguesa no norte de África, que se pretendia uma base para a exploração do Oceano Atlântico. A ideia não foi consensual: D. Pedro, Duque de Coimbra e D. João, Infante de Portugal estavam contra a iniciativa de atacar directamente o rei de Marrocos.
A campanha foi mal sucedida e a cidade de Tânger não foi conquistada, custando a derrota grandes perdas em batalha. O próprio príncipe Fernando foi capturado e morreu em cativeiro, por recusar-se a ser libertado em troca da devolução de Ceuta, o que lhe valeu o cognome de "Infante Santo". O próprio D. Duarte morreu pouco tempo depois, de peste.
Fora da esfera política, Duarte foi um homem interessado em cultura e conhecimento. Escreveu vários livros de poesia e prosa. Destes últimos destaca-se o Leal Conselheiro (um ensaio sobre variados temas onde a moral e religião têm especial enfoque) e a Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela (em forma de manual para cavaleiros). Estava a preparar uma revisão do código civil português quando a doença o vitimou.
Jaz nas Capelas Imperfeitas do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha.

Túmulo de D. Duarte e de D. Leonor de Aragão no Mosteiro da Batalha (daqui)

O cantor Lucio Battisti morreu há vinte anos

Lucio Battisti (Poggio Bustone, 5 de março de 1943 - Milão, 9 de setembro de 1998) foi um músico e cantor italiano. É considerado um dos mais importantes autores e intérpretes da história da musica leggera (música popular italiana).
 
 

sábado, setembro 08, 2018

Há 75 anos, o Reino de Itália rendeu-se oficialmente aos Aliados

The Badoglio Proclamation was a speech read on Ente Italiano per le Audizioni Radiofoniche (EIAR) at 19:42 on 8 September 1943 by marshal Pietro Badoglio, Italian head of government, announcing that the Cassibile armistice between Italy and the Allies signed on 3 September had come into force. It followed a speech on Radio Algiers by U.S. General Dwight D. Eisenhower at 18:30 (17:30 Algerian time) also announcing the armistice.

Pink faz hoje 39 anos

Alecia Beth Moore (Doylestown, 8 de setembro de 1979), mais conhecida pelo seu nome artístico Pink (estilizado como P!nk) é uma cantora e compositora americana de pop-rock, vencedora de 3 Grammys. Lançou o seu primeiro single "There You Go" e o seu primeiro álbum, Can't take Me Home em 2000 pela LaFace Records. O seu segundo álbum, mais pop-rock, Missundaztood, foi o marco de uma mudança radical no som de sua música. Lançado em 2001, o álbum fez um enorme sucesso no mundo inteiro.
Pink lançou o seu terceiro álbum, Try This, em novembro de 2003, que, apesar de não tão bem sucedido comercialmente como o seu álbum anterior, ainda conseguiu vender cerca de 3 milhões de cópias e que lhe rendeu um Grammy de Melhor Performance Vocal de Rock Feminino. O seu 4º álbum, chamado "I'm Not Dead", foi lançado em abril de 2006. O álbum gerou vários singles, como "Stupid Girls", "U + Ur Hand" e "Who Knew". As canções "U + Ur Hand" e "Who Knew" alcançaram o primeiro lugar nas paradas pop. O seu quinto álbum, Funhouse, lançado no final de outubro de 2008 e foi precedido por seu single, "So What" que alcançou o topo das paradas. O álbum marcou outros três hits Top 20: Sober, Please Don't Leave Me e Glitter in the Air. No dia 12 de novembro de 2010, ela lançou a sua primeira compilação, Greatest Hits...So Far!!!, com os singles Raise Your Glass e Fuckin' Perfect. Em 2012, a cantora lançou os singles "Blow Me (One Last Kiss)" e "Try", presentes no seu sexto álbum de estúdio intitulado, The Truth About Love, lançado em 18 de setembro de 2012.
Pink foi eleita pela Billboard a 13ª artista da década na Música e em primeiro lugar, no género pop (2000-2009). Ela também obteve um total de 12 canções no top 10 da Billboard Hot 100, dos quais oito como um artista solo, e ganhou três Grammy Awards, 5 MTV Video Music Awards e dois Brit Awards. O People's Chart, anunciou através da BBC Radio 1, que Pink foi a Artista que teve 11 canções no Top das mais tocadas nas rádios do Reino Unido da década de 2000 a 2009. Ela já vendeu mais de 50 milhões de álbuns mundialmente. A Forbes Magazine em 2010, a nomeou como a 27ª celebridade mais poderosa, com 44 milhões de dólares arrecadados entre junho de 2009 e junho de 2010. P!nk também participou da campanha We Are the World for Haiti. Em 2013, Pink foi eleita a mulher do ano, pela revista Billboard.

sexta-feira, setembro 07, 2018

A Rainha Isabel I de Inglaterra nasceu há 485 anos

Isabel I (Greenwich, 7 de setembro de 1533 - Richmond, 24 de março de 1603), também conhecida sob a variante Elisabete I ou Elizabeth I, foi Rainha da Inglaterra e da Irlanda desde 1558 até à sua morte. Também ficou conhecida pelos nomes de A Rainha Virgem, Gloriana e Boa Rainha Bess. Filha de Henrique VIII, Isabel nasceu como princesa, mas a sua mãe, Ana Bolena, foi executada dois anos e meio depois do seu nascimento e Isabel foi declarada bastarda. Mais tarde o seu meio-irmão, Eduardo VI, deixou a coroa a Lady Jane Grey, excluindo as suas irmãs da linha de sucessão. No entanto, o seu testamento foi rejeitado, Lady Jane Grey foi executada e, em 1558, Isabel sucedeu à sua meia-irmã católica, Maria I, depois de passar quase um ano presa por suspeita de apoiar os rebeldes protestantes.
Isabel decidiu que reinaria com bons conselheiros, dependendo fortemente de um grupo de intelectuais de confiança liderado por William Cecil, barão Burghley. Uma das suas primeiras iniciativas como rainha foi apoiar o estabelecimento da igreja protestante inglesa, da qual se tornou governadora suprema. Este Acordo Religioso Isabelino manteve-se firmemente durante o seu reinado e desenvolveu-se, tornando-se naquela que é conhecida hoje como a Igreja de Inglaterra. Era esperado que Isabel se casasse, mas apesar de vários pedidos do parlamento e de numerosas cortes feitas por vários membros de casas reais por toda a Europa, ela nunca o fez. As razões para esta decisão já foram muito debatidas. À medida que envelhecia, Isabel tornou-se famosa pela sua virgindade, criando um culto à sua volta que foi celebrado nos retratos, festas e literatura da época.
O seu reinado é conhecido por Período Elisabetano (ou Isabelino) ou ainda Era Dourada. Foi um período de ascensão, marcado pelos primeiros passos na fundação daquilo que seria o Império Britânico, e pela produção artística crescente, principalmente na dramaturgia, que rendeu nomes como Christopher Marlowe e William Shakespeare. No campo da navegação, o capitão Francis Drake foi o primeiro inglês a dar a volta ao mundo, enquanto na área do pensamento Francis Bacon pregou suas ideias políticas e filosóficas. As mudanças estendiam-se à América do Norte, onde se deram as primeiras tentativas de colonização, que resultaram em geral em fracassos.
Isabel era uma monarca temperamental e muito decidida. Esta última característica, vista com impaciência por seus conselheiros, frequentemente a manteve longe de desavenças políticas. Assim como seu pai Henrique VIII, Isabel gostava de escrever, tanto prosa quanto poesia.
O seu reinado foi marcado pela prudência na concessão de honrarias e títulos. Somente oito títulos maiores: um de conde e sete de barão no reino da Inglaterra, mais um baronato na Irlanda, foram criados durante o reinado de Isabel. Isabel também reduziu substancialmente o número de conselheiros privados, de 39 para 19. Mais tarde, passaram a ser apenas 14 conselheiros.
A colónia inglesa da Virgínia (futuro estado americano, após a independência dos Estados Unidos), recebeu esse nome em homenagem a Isabel I.