sexta-feira, agosto 24, 2018

Carmine Giovinazzo nasceu há 45 anos

Carmine Dominick Giovinazzo (Nova York, 24 de agosto de 1973) é um ator norte-americano que ficou conhecido por seu papel em CSI: NY, como o Detetive Danny Messer. 
  

Rupert Grint faz hoje trinta anos

Rupert Alexander Lloyd Grint (Hertfordshire, 24 de agosto de 1988) é um ator e produtor britânico. Adquiriu grande notoriedade interpretando o icónico Ronald Weasley (mais conhecido como Rony Weasley), um dos três protagonistas da série de filmes Harry Potter, baseada nos livros da autora britânica J.K. Rowling

quinta-feira, agosto 23, 2018

A Batalha de Kursk terminou há 75 anos, com a derrota dos nazis

A Batalha de Kursk foi uma batalha significativa da Segunda Guerra Mundial entre as forças alemãs e soviéticas na Frente Oriental perto de Kursk (450 quilómetros a sudoeste de Moscovo) na União Soviética entre 5 de julho e 23 de agosto de 1943. A ofensiva alemã teve o nome de código Operação Cidadela (alemão: Unternehmen Zitadelle) e levou a um dos maiores confrontos blindados da história, a batalha de Prokhorovka. Mantém-se, até hoje, como a maior batalha de blindados de todos tempos, e inclui o maior número de perdas aéreas num só dia na história da guerra. Embora os Alemães tivessem planeado e iniciado uma ofensiva, a defesa soviética conseguiu com sucesso lançar uma contra-ofensiva e parar as suas ambições.

Porque hoje é o dia de recordar as vítimas do Estalinismo e Nazismo...

O Dia Europeu da Memória das Vítimas do Estalinismo e Nazismo, também conhecido como "Dia da Fita Preta" é celebrado no dia 23 de agosto nalguns países. Foi instituído em 2008 e 2009 pelo Parlamento Europeu mediante a Declaração de Praga sobre Consciência Europeia e Comunismo como um "Dia Europeu da Memória das vítimas de todos regimes autoritários e totalitários, a ser comemorado com dignidade e imparcialidade".
A data foi escolhida porque coincide com o dia em que o Pacto Ribbentrop-Molotov foi assinado, em que a União Soviética e a Alemanha nazi concordaram em como dividir a Europa Oriental.
Este dia de lembrança originou-se dos protestos pelas vítimas do comunismo e a sua ocupação na Europa, na década de 80, iniciado por refugiados canadianos de países ocupados pela União Soviética, o que depois levou à Cadeia Báltica, durante as revoluções de 1989, que anunciavam o colapso da União Soviética.


quarta-feira, agosto 22, 2018

O Acidente de Alcântara foi há quinze anos

Torre Móvel de Integração do CLA (ao fundo) destruída em 2003
  
Às 13.30 horas (hora de Brasília) do dia 22 de agosto de 2003, três dias antes da data prevista para o seu lançamento, uma enorme explosão destruiu o foguete brasileiro VLS-1 V03 na sua plataforma de lançamento, no Centro de Lançamento de Alcântara durante os preparativos para o lançamento, matando 21 técnicos civis.
O objetivo da missão, nomeada Operação São Luís, era colocar o microssatélite meteorológico SATEC, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, e o nanosatélite UNOSAT da Universidade do Norte do Paraná, em órbita circular equatorial, a 750 km de altitude.

O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), foi a denominação atribuída à segunda base de lançamentos de foguetes da Força Aérea Brasileira. Destina-se a realizar missões de lançamentos de satélites e sedia os testes do Veículo Lançador de Satélites (VLS).
Ela está situada na latitude 2°18’ sul, e tinha originalmente uma área de 620 km², no município de Alcântara, a 32 km de São Luís, capital do estado brasileiro do Maranhão.
A data de 1 de março de 1983, quando foi ativado o Núcleo do Centro de Lançamento de Alcântara - NUCLA, com finalidade de proporcionar o apoio logístico e de infraestrutura local, assim como garantir segurança à realização dos trabalhos a serem desenvolvidos na área do futuro centro espacial no Brasil, é considerada a data oficial de inauguração do CLA. Nessa época, as primeiras famílias foram retiradas dos seus locais de origem, e transferidas para sete agrovilas, localizadas a 14 km de Alcântara. Apenas em novembro de 1989, o CLA se tornou efetivamente operacional, quando na "Operação Pioneira", os primeiros foguetes do tipo SBAT foram lançados.
O CLA foi criado como alternativa ao Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), localizado no estado do Rio Grande do Norte, pois o crescimento urbano nos arredores do CLBI, não permitia ampliações da base.
No âmbito do mercado das Missões Espaciais Internacionais, o CLA é o único concorrente do Centro Espacial de Kourou, situada na Guiana Francesa, mas ao contrário deste, o centro espacial brasileiro não faz lançamentos egulares por causa de atrasos logísticos e tecnológicos.
Devido à sua proximidade com a linha do equador, o consumo de combustível para o lançamento de satélites é menor em comparação a outras bases de lançamento existentes, tendo as seguintes vantagens:
  • A proximidade da base com a linha do equador (2 graus e 18 minutos de latitude sul): a velocidade de rotação da Terra na altura do Equador, auxilia o impulso dos lançadores e assim favorece a economia do combustível utilizado nos foguetes.
  • A disposição da península de Alcântara: permite lançamentos em todos os tipos de órbita, desde as equatoriais (em faixas horizontais) às polares (em faixas verticais), e a segurança das áreas de impacto do mar que foguetes de vários estágios necessitam ter.
  • A área do Centro: a baixa densidade demográfica possibilita a existência de diversos sítios para foguetes diferentes.
  • As condições climáticas: o clima estável, o regime de chuvas bem definido e os ventos em limites aceitáveis tornam possível o lançamento de foguetes em praticamente todos os meses do ano.
  • A base é considerada uma das melhores do mundo pela sua localização geográfica, por estar a dois graus da linha do Equador.

Ceuta foi (re)conquistada há 603 anos

 
  
Precisamente há 603 anos, Ceuta foi conquistada pelos portugueses, dando início à expansão.
Reinava El-rei D. João I, e da expedição fizeram parte vários Infantes, da Ínclita Geração, incluindo o príncipe D. Duarte, herdeiro do trono português.
Foi hasteada a bandeira de Ceuta, que é idêntica à bandeira de Lisboa, mas na qual foi acrescentado o brasão de armas do Reino de Portugal ao centro, que perdura até hoje.

Na primeira Missa realizada após a conquista, os três príncipes da Ínclita Geração presentes, foram feitos cavaleiros pelo seu pai.
  
Bandeira atual da Cidade de Ceuta

John Lee Hooker nasceu há 101 anos

John Lee Hooker (Coahoma, 22 de agosto de 1917 - Los Altos, 21 de junho de 2001) foi um influente cantor e guitarrista de blues norte-americano, nascido no condado de Coahoma próximo de Clarksdale, Mississipi. Foi considerado o 35º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone.
A carreira de Hooker começou em 1948 quando alcançou sucesso com o compacto "Boogie Chillen", apresentando um estilo meio falado que se tornaria a sua marca registada. Ritmicamente, a sua música era bastante livre, uma característica que ele tinha em comum com os primeiros músicos de delta blues. A sua entonação vocal era menos associada à música de bar comparativamente com outros cantores de blues. O seu estilo casual e falado seria diminuído com o advento dos blues elétrico das bandas de Chicago mas, mesmo quando não estava tocando sozinho, Hooker mantinha as características primordiais do seu som.
Ele fê-lo, entretanto, levando adiante uma carreira a solo, ainda mais popular devido ao surgimento de aficionados por blues e música folk no começo dos anos 60 - ele inclusive passou a ser mais conhecido entre o público branco, e deu uma oportunidade ao iniciante Bob Dylan. Outro destaque da sua carreira aconteceu em 1989, quando se juntou à diversos astros convidados, incluindo Keith Richards e Carlos Santana, para a gravação de The Healer, que acabaria ganhando um Grammy.
Em 1994 Hooker passou por uma operação para a retirada de uma hérnia, o que acabou por o afastar dos palcos por algum tempo e, depois das gravações de "Chill Out" (1995), parou de fazer shows regulares, continuando apenas com aparições ocasionais.
Hooker, que gravou mais de 500 músicas e aproximadamente 100 álbuns, morreu de causas naturais enquanto dormia, em 21 de junho de 2001, na sua casa em Los Altos, Califórnia. Foi casado e divorciado 4 vezes, teve oito filhos e era o dono de um clube noturno de São Francisco chamado "Boom Boom Room", nome este inspirado num de seus muitos sucessos.
   
 

terça-feira, agosto 21, 2018

Kenny Rogers nasceu há oitenta anos!

Kenneth Donald Rogers (Houston, Texas, 21 de agosto de 1938) é um prolífico cantor de música country norte-americano, além de fotógrafo, produtor e ator.
Rogers também foi um dos líderes do grupo USA for Africa, que teve como objetivo ajudar as vítimas da fome e doenças em África. A música que deu início a essa organização foi o compacto We are the world, escrito por Michael Jackson e Lionel Richie. Essa música, que reuniu 45 cantores, foi um sucesso internacional e prenúncio do Live Aid 85.


A Primavera de Praga terminou há cinquenta anos...

(imagens daqui)
 
A Primavera de Praga foi um período de liberalização política na Checoslováquia durante a época de domínio pela União Soviética, após a Segunda Guerra Mundial. Esse período começou a 5 de janeiro de 1968, quando o reformista eslovaco Alexander Dubček chegou ao poder, e durou até ao dia 21 de agosto, quando a União Soviética e os países fantoches do Pacto de Varsóvia invadiram o país para interromper as reformas.
As reformas da Primavera de Praga foram uma tentativa de Dubček, aliado a intelectuais checoslovacos, de conceder direitos adicionais aos cidadãos num ato de descentralização parcial da economia e de democratização. As reformas concediam também um relaxamento das restrições às liberdades de imprensa, de expressão e de movimento e ficaram conhecidas como a tentativa de se criar um “socialismo com face humana”.
Dubček também dividiu o país nas duas repúblicas separadas; essa foi a única reforma que sobreviveu ao fim da Primavera de Praga.
As reformas não foram bem recebidas pelos soviéticos que, após as falhas nas negociações, enviaram milhares de tropas e tanques do Pacto de Varsóvia para ocupar o país. Uma grande onda de emigração varreu o país. Apesar de ter havido inúmeros protestos pacíficos no país, inclusive o suicídio de um estudante, não houve resistência militar. A Checoslováquia continuou ocupada até 1990.
Após a invasão, a Checoslováquia entrou em um período de normalização: os lideres seguintes tentaram restaurar os valores políticos e económicos que prevaleciam antes de Dubček ganhar o poder no Partido Comunista da Checoslováquia (KSČ, em checo). Gustáv Husák, que substituiu Dubček e que também se tornou presidente, destruiu quase todas as reformas de Dubček. A Primavera de Praga imortalizou-se na música e na literatura pelas obras de Karel Kryl e de Milan Kundera, como A Insustentável Leveza do Ser.
  
História
O movimento da Primavera de Praga foi liderado por intelectuais reformistas do Partido Comunista Checo, interessados em promover grandes mudanças na estrutura política, económica e social, na Checoslováquia. A proposta surpreendeu a sociedade checa, que em 5 de abril de 1968 soube das propostas reformistas dos intelectuais comunistas.
O objetivo de Dubcek era "desestalinizar" o país, removendo os vestígios de despotismo e autoritarismo, que considerava aberrações no sistema socialista. Com isso, o secretário-geral do partido prometeu uma revisão da Constituição, que garantiria a liberdade do cidadão e os direitos civis. A abertura política abrangia o fim do monopólio do partido comunista e a livre organização partidária, com uma Assembléia Nacional que reuniria democraticamente todos os segmentos da sociedade checa. A liberdade de imprensa, o Poder Judiciário independente e a tolerância religiosa eram outras garantias expostas por Dubcek.
As propostas foram apoiadas pela população. O movimento que propôs a mudança radical da Checoslováquia, dentro da área de influência da União Soviética, foi chamada de Primavera de Praga. Assim sendo, diversos setores sociais se manifestaram a favor da rápida democratização. No mês de junho, um texto de “Duas Mil Palavras” saiu publicado na Liternární Listy (Gazeta Literária), escrito por Ludvík Vaculík e assinado por personalidades de todos sectores sociais, pedindo a Dubcek que acelerasse o processo de abertura política. Eles acreditavam que era possível transformar, pacificamente, um regime ortodoxo comunista para um regime socialista democrático em moldes ocidentais. Com estas propostas, Dubcek tentava provar a possibilidade de uma economia coletivizada conviver com ampla liberdade democrática.
A União Soviética, temendo a influência que uma Checoslováquia democrática e socialista, independente da influência soviética e com garantias de liberdade na sociedade, pudesse passar às nações socialistas e às "democracias populares", mandou tanques do Pacto de Varsóvia invadirem a capital Praga em 21 de agosto de 1968. Dubcek foi detido por soldados soviéticos e levado a Moscovo. Na cidade de Praga a população reagiu à invasão soviética de forma não violenta, desnorteando as tropas. A organização quase espontânea foi em parte liderada pela cadeia de vários pequenos transmissores, construídos à pressa, por membros do exército checo e por aficionados por radio transmissores: a Rádio Checoslováquia Livre. Cada emissora transmitia instruções para a população por não mais que 9 minutos e depois saia do ar, dando o espaço para uma outra, impossibilitando assim a triangulação do sinal. As suas instruções eram para a população manter a calma e, sobretudo, não colaborar com os invasores. Os russos ainda tentaram trazer uma potente estação de rádio para criar interferências nos sinais, porém, os ferroviários checoslovacos, com uma extrema competência, atrasaram a entrega e, quando a estação chegou ao seu destino, estava inutilizável.
Os russos conseguiram uma ocupação total em poucas horas, porém chegaram a um impasse político: as diversas tentativas para criar um governo colaboracionista fracassaram e a população checoslovaca foi eficiente em minar a moral das tropas. No dia 23 iniciou-se uma greve geral e, no dia 26, foi publicado o decálogo da não cooperação:

Não sei, não conheço, não direi, não tenho, não sei fazer, não darei, não posso, não irei, não ensinarei, não farei!
Através de uma rede de radioamadores, a população era informada sobre ações que poderiam ser organizadas para levar a cabo uma resistência não violenta. Tal reação foi espontânea, devido à impossibilidade de utilizarem a ação violenta. De certa forma, a população se inspirou num livro picaresco muito popular, "O valente soldado Chveik", onde o personagem usava travessuras para expulsar as tropas invasoras.
A paralisação dos comboios interrompeu a comunicação com os países aliados, e para evitar que os tanques chegassem até Praga, as placas de sinalização foram invertidas, e depois pintadas com uma tinta fácil de se raspar. Quando os soldados raspavam a tinta para verem a direção correta, acabavam voltando na direção de Moscovo.
Enquanto isso, os raptores contavam a Dubcek que a população checoslovaca estava a ser massacrada, como fora a população húngara, doze anos antes, o que o levou a assinar um acordo de renúncia.
As reformas foram canceladas e o regime de partido único continuou a vigorar na Checoslováquia. Em protesto contra o fim das liberdades conquistadas, o jovem Jan Palach auto-imolou-se, ateando fogo ao próprio corpo numa praça de Praga, a 16 de janeiro de 1969.
Por sua vez, os comunistas checos mais conservadores apoiaram a invasão soviética, uma vez que eles acreditavam que as reformas de Dubček trariam um precoce desastre económico e social, o que mais tarde realmente ocorreria, em 1991, com o colapso soviético. Sinal disto, é a divisão do partido em dois lados, os liberais (reformistas) e os conservadores, que contariam com o apoio soviético, o poder mais influente.
    
in Wikipédia
  
(imagem daqui)

El-Rei D. Afonso VI nasceu há 375 anos

D. Afonso VI de Portugal (Lisboa, 21 de agosto de 1643  - Sintra, 12 de setembro de 1683) foi o 2.º Rei de Portugal da Dinastia de Bragança.
Nascido apenas como infante de Portugal, D. Afonso não estava destinado a reinar nem foi preparado para tal, em virtude do herdeiro da coroa ser o seu irmão mais velho, o brilhante príncipe D. Teodósio de Bragança. A sua formação foi pouco cuidada, à semelhança dos restantes irmãos, o que se confirma quando D. Catarina parte para a Inglaterra, em virtude do seu casamento com o rei Carlos II, quase sem saber falar inglês.
Ao contrário dos seus irmãos, Afonso passou a sua infância e juventude em Lisboa, num ambiente tenso e mergulhado em preocupações políticas, governativas, militares, entre outras. Com 3 ou 4 anos de idade, atinge-o uma «febre maligna» que lhe afecta o lado direito do corpo e que se repercutirá na sua vida em variados aspectos, desde políticos a familiares e sexuais. Uma doença do sistema nervoso central, pensa-se hoje, talvez uma meningoencefalite, uma doença de foro nervoso, como propõe Montalvão Machado.
A morte do irmão, D. Teodósio, sucede-se a 13 de maio de 1653 e, a 17 de novembro do mesmo ano, falece D. Joana. Passa D. Afonso para a ribalta como novo herdeiro do trono de Portugal.
Entre poucos anos antes de falecer, D. João IV dispensa em benefício do infante D. Pedro, que mais tarde se tornaria rei de Portugal, um vasto património de senhorios, grande parte deles usurpados aos nobres contrários à Restauração que haviam partido para Espanha. Estes senhorios estendiam-se ao longo do território português, do Norte ao sul do Alentejo, e estão na origem da Casa.
Garantia-se assim, não só «o mantimento dos filhos segundos da coroa», nas palavras de Veríssimo Serrão, mas também o suporte da descendência de forma a perpetuar o Sangue Real Português o mais que se pudesse. Porém, alguns historiadores interpretam esta medida de forma diferente: com a debilidade da Monarquia Portuguesa, que nem sequer era reconhecida internacionalmente, e a insegurança que representava da incapacidade do Herdeiro, inclusive a gerar descendentes, esta medida conseguia colocar nas mãos da Família Real um vasto património, que garantiria a sua importância senhorial.
A Casa do Infantado e a Casa do Cadaval, com quem a Monarquia mais tarde contraiu alianças, formavam a trindade da Nobiliarquia Portuguesa e, embora tivessem todas elas ligações à Coroa, as suas possessões estavam segregadas do património do Estado.
Volvidos três anos, falece D. João IV, deixando como sucessor Afonso, cuja idade ainda não lhe permitia governar e com capacidade mental duvidosa para assumir a função. Foi aclamado e jurado rei a 15 de novembro de 1656. O boato de que sofria de alguma doença mental levou a que se levantasse a questão do adiamento da cerimónia. No entanto, a data manteve-se por entendimento da rainha. O discurso de praxe coube ao doutor António de Sousa Macedo, jurisconsulto e diplomata, o qual destacou não a figura de D. Afonso mas a de seu pai, a quem definiu como «hum sugeito quasi divino». Não deixou de invocar os feitos dos reis anteriores, provavelmente com o propósito de despertar o brio do jovem monarca, cuja nação se preparava para o recomeço da ofensiva espanhola, que já se fazia anunciar, e ao qual incumbia o dever de juntar todas as forças para, ao fim de dezasseis anos de guerra, não comprometer a independência face ao país vizinho e todo o processo de restauração.
Este era o dia em que se iniciava também a regência da sua mãe, D. Luísa de Gusmão.
A regência de D. Luísa centrou-se, inicialmente, na organização do governo de modo a impor-se às facções palacianas em jogo. Nomeia então, D. Francisco de Faro, Conde de Odemira, para aio de D. Afonso e mantém os oficiais da Casa Real que exerciam tais funções no tempo do seu marido. D. Francisco, filho do segundo Conde de Faro, D. Estevão de Faro, e de D. Guiomar de Castro, filha do quarto Barão do Alvito, D. João Lobo da Silveira, e neta, por parte da mãe, do segundo Senhor de Lavre e Estepa, D. João Mascarenhas. Através dos matrimónios das suas filhas, D. Maria e D. Guiomar, traçou relações com o sétimo Conde da Feira e com o primeiro Duque de Cadaval, o célebre D. Nuno Álvares Pereira de Melo, e com o terceiro conde de Vila Nova de Portimão, respectivamente. D. Francisco, como se constata, pertencia a uma das famílias mais poderosas e de maior tradição em Portugal, e com ligações de parentesco directas com outras casas de suma importância, como é o caso da Casa de Cadaval. A Pedro Vieira da Silva e Gaspar Faria Severim, comendador de Moura, coube o Conselho de Estado. Porém a rivalidade entre D. Francisco e o Conde de Cantanhede dificulta a regência da mãe de D. Afonso. Esta vê-se obrigada a nomear a «Junta Nocturna», assim conhecida por ter reuniões à noite. Para além dos dois nobres em disputa, constavam nela outros oficiais de confiança, como o marquês de Nisa, Pedro Fernandes Monteiro, o conde de São Lourenço e Frei Domingos do Rosário, diplomata experiente. Esta Junta teve bastante utilidade e agilidade aos comandos dos negócios públicos.
Mereceu D. Afonso o epíteto de O Vitorioso, por no seu reinado Portugal ter vencido a Espanha em várias batalhas da Guerra da Restauração. Em dez anos, mais ou menos o tempo em que combateu o país vizinho, diz António Pereira de Figueiredo, que «alcançou tão grande nomeada, que ninguém se pode comparar com ele no número de vitórias e na glória que delas resultou».
Foram cinco as vezes em que os portugueses combateram os castelhanos durante o seu reinado, por ocasião da Guerra da Restauração, sempre em menor número que os adversários. Logo no início do ano de 1657, a regente é informada pelo Conde de Soure que os espanhóis reuniam tropas para invadir Portugal na Primavera. Pouco tempo depois André de Albuquerque, general português, precisa o local de ajuntamento das tropas: Badajoz. Constava ainda que o próprio monarca vizinho viria dirigir um poderoso exército a Mérida. Substituído o conde de Soure no comando das operações militares nacionais no Alentejo, é o conde de São Lourenço que se encarrega de tal tarefa.
Providencia a nomeação de capitães nas praças de Castelo de Vide, Marvão e Vila Viçosa e chama reforços de Trás-os-Montes, das Beiras e do Algarve. A zona do Guadiana é, em princípios do mês de Abril, dominada pelos espanhóis. Não resistiram as praças de Olivença e Mourão. Já em 1658, sabe-se então da pretensão das tropas de Filipe em ocupar Vila Viçosa. Eis que surge um dos grandes generais da Restauração, D. Sancho Manoel, governador da Praça de Elvas. D. Luis de Haro e as suas tropas, de cerca de 20 mil homens e muita artilharia, cercam Elvas, cerco este que se mantém durante três meses. Dentro das muralhas, resistiram os portugueses sob diário fogo de artilharia. Trezentos mortos por dia foi o resultado da peste que também se abateu sobre os militares. Esperavam-se os reforços vindos de todo o país, comandados pelo conde de Cantanhede, António Luís de Menezes, que não tardaram a chegar. A batalha era decisiva, pois estava em causa o controlo de Lisboa. É a 14 de janeiro de 1659 que se dá a batalha nos campos de Elvas, ganha pelos portugueses. D. Sancho recebe em troca da sua valentia em Elvas, o título de Conde de Vila Flor. Porém, a batalha - viriam os portugueses a perceber mais tarde - não foi definitiva, pois o Tratado dos Pirenéus deixa a Espanha sem outros encargos militares.
Cquote1.svg (...) em breve, o Rei voltaria a sentir os efeitos de uma ameaça, porventura mais grave. Cquote2.svg
Joaquim Veríssimo Serrão.
Antes, todavia, deflagra uma crise política no sei da corte, que opõe D. Luísa a D. Afonso, mãe e filho, pelas rédeas do Poder. A rainha chegou a encarar a hipótese de o infante D. Pedro, seu 3.º filho, vir a ser jurado herdeiro do trono, para o que recebeu a Casa do Infantado, ainda no tempo de D. João. Mas tendo falhado o golpe palaciano de 1662, que visava o desterro de António Conti no Brasil ou, talvez mesmo, a prisão do monarca, abriu-se o processo que levou ao termo da regência em 23 de junho de 1662, à entrega do poder efectivo ao rei.
(...)
Em 1652 falhou o casamento com a filha do príncipe de Parma, o mesmo sucedendo pouco depois com Mademoiselle de Montpensier, e tampouco resultou o plano de o casar com a filha do duque de Orléans, origem de uma missão de D. Francisco Manuel de Melo. Afinal o marquês de Sande, D. Francisco de Melo e Torres, assinou em Paris a 24 de fevereiro de 1666 o contrato matrimonial com D. Maria Francisca Isabel de Saboia, Mademoiselle d'Aumale. O casamento se celebrou por procuração em La Rochelle em 27 de junho e a nova Rainha chegou a Lisboa a 2 de agosto. D. Maria Francisca alimentou esperanças de gravidez, em que pese a corrente favorável ao infante D. Pedro (o duque de Cadaval, o embaixador francês e outros) dizer depois que o casamento não se consumara.
Pelos autos sabe-se que de facto, apenas dois dias após ter conhecido o noivo, a rainha já havia desabafado ao seu confessor, o jesuíta Francisco de Vila: "Meu padre, parece-me que não terá Portugal sucessores deste Rei." Nos meses que se seguiram, ainda em confissão, continuou a queixar-se ao religioso que o Rei era "inábil e impotente", a rainha acabou por recolher-se ao Convento de Nossa Senhora da Esperança em Lisboa, e a entrar, no dia seguinte, com um pedido de anulação do matrimónio no Cabido de Lisboa, designando como seu procurador no processo, o duque de Cadaval. Deixou ao Rei uma carta onde se justificava: "Apartei-me da companhia de Sua Majestade, que Deus guarde, por não haver tido efeito o matrimónio em que nos concertámos (...)". Desse modo, de 9 de janeiro a 23 de fevereiro de 1668, nas tardes de segundas, quartas e sábados, 55 testemunhas foram chamadas ao paço do Arcebispo de Lisboa para depor, em audiências públicas, sobre a incapacidade sexual do monarca.
O processo foi julgado por três autoridades eclesiásticas e um júri com quatro desembargadores e quatro cónegos. Entre as primeiras testemunhas, encontravam-se 14 mulheres com quem o Rei havia tentado envolver-se. Não compareceram quaisquer testemunhas a favor do Rei.
De acordo com o historiador português Joaquim Veríssimo Serrão "o processo constitui uma página lamentável de nossa história", mas mesmo que a tese da não consumação possa suscitar reservas, o processo contém matéria abundante para provar a incapacidade do monarca em assegurar a sucessão do Reino.
Não resiste à menor crítica, segundo o mesmo historiador, a versão posta a correr de os dois cunhados terem amores incestuosos. Antes da anulação ser declarada, já as Cortes de 1668 tinham sentido o grave problema e sugerido ao infante o casamento com a Rainha, "para quietação do Reino e segurança de sua real sucessão". Efetuaram-se diligências em Roma para a necessária dispensa, no impedimento publicae honestatis que pudesse haver entre os nubentes, tendo a bula de autorização chegado a Lisboa a 27 de março.
Instalado na ilha Terceira, ali permaneceu ao longo de cinco anos. Viveu caprichoso, em turbulência constante e com grande violência física, nem mesmo poupava os criados. Em fins de 1673 descobriu-se em Lisboa uma conspiração para favorecer seu regresso. Diversos conspiradores foram mesmo enforcados no Rossio. O Rei, mandado vir, chegou a Lisboa em 14 de setembro de 1674, sendo conduzido ao Palácio de Sintra. Durante nove anos viveu ali, fechado em seus aposentos, com servidores da inteira confiança do duque de Cadaval. No início de 1683 foi sangrado, tomou purgas, em 30 de maio teve «agastamentos, com dores», na manhã de 12 de setembro teve um acidente apoplético e ficou sem fala, morrendo logo. Montalvão Machado, em «Causas de Morte dos Reis Portugueses», Lisboa, 1974, diz que o rei morreu de tuberculose pulmonar, como outros filhos de D. João IV e D. Luísa.
Jaz juntamente com seu irmão D. Pedro II e D. Maria Francisca no Panteão dos Braganças em Lisboa.

segunda-feira, agosto 20, 2018

Robert Plant - 70 anos!

Robert Anthony Plant (West Bromwich, 20 de agosto de 1948) é um músico, cantor e compositor britânico de hard rock, famoso pelo seu trabalho com os Led Zeppelin. Durante a carreira, Plant influenciou diversos artistas, como Freddie Mercury e Axl Rose. Atualmente, Plant revitalizou o projeto Band of Joy, banda a qual pertenceu antes dos Led Zeppelin, em 1967.
Foi eleito o 15º melhor vocalista da história pela revista Rolling Stone e, em 2006, a revista Hit Parader colocou Plant como o "melhor vocalista de heavy metal de todos os tempos".
Juventude
Robert Anthony Plant nasceu em 20 de agosto de 1948, em Bromwich, Staffordshire, Inglaterra.
Robert começou a cantar profissionalmente em pubs e clubes com apenas 16 anos de idade, participando de diversas bandas. Fez a sua estreia gravando dois compactos (a solo) para a CBS, em 1966 (Our Song/ Laughlin Crying Laughlin) e 1967 (Long Time Coming/ I´ve Got the Secret).
Em seguida, Plant foi cantar numa banda chamada Band of Joy – onde se reencontrou com John Bonham, que já conhecia desde os tempos em que tocaram juntos nos Crawling King Snakes. Band of Joy chegou a gravar pela Decca no final de 1967, mas sem sucesso algum, embora a banda tivesse prestígio.

Led Zeppelin
Em 1968, Jimmy Page estava reformando os Yardbirds depois da saída de Jeff Beck do grupo. A ideia de Jimmy Page era formar um super-grupo e começou chamando Steve Marriott (Small Fazes) e Steve Winwood (Traffic) - porém somente conseguiu a adesão de John Paul Jones. Para o vocal, Jimmy Page e John Paul Jones convidaram Terry Reid, mas Reid inexplicavelmente recusou o convite, e sugeriu Robert Plant – que na época cantava nos Hobsweedle - para o cargo. Assim, Plant entrou para a banda como uma segunda opção. Mesmo depois de entrevistado e aprovado por Page, Jones, e Peter Grant (empresário do Led Zeppelin), Robert Plant participou de uma sessão de gravação com Alexis Corner em setembro de 1968.
Rapidamente, Plant tornou-se um dos maiores cantores de rock da história, com seu estilo “poderoso”, e interpretação de blues e folk, dava seus “babes” ao microfone... Os agudos rasgados de Plant influenciaram vários cantores de rock e metal, como Freddie Mercury, Axl Rose, Kurt Cobain, e Rob Halford. Esse último chegou a mencionar a influência de Plant, dizendo: “Nos anos 70, nós dizíamos: se esse cantor canta tão agudo assim, então eu também posso.”
Plant ficou onze anos nos Led Zeppelin, até o desmembramento da banda em 1980, causado pela morte do baterista John Bonham. Por ser amigo de Bonham desde a juventude, Plant decidiu por vezes abandonar os planos de reerguer os Led Zeppelin.

Solo
Depois do terminus dos Led Zeppelin, Plant fez carreira a solo, e lançou 15 discos. Saiu em turnês, às vezes acompanhado do ex-colega de banda Jimmy Page, com o projeto intitulado Page & Plant, onde voltaram a tocar vários clássicos dos Led Zeppelin (alguns nunca haviam sido tocados ao vivo antes, como Hey Hey What Can I Do) como What is and what should never Be, e Ramble On .Também gravaram vídeoclipes inéditos para as músicas: Nobody´s Fault But Mine, e Black Dog. A união dos dois deu um vídeo gravado em 1994.
Em 31 de dezembro de 2008 foi agraciado com o título honorífico de Comandante do Império Britânico pela Rainha Isabel II.
Em 2009 ganhou prémios em 5 categorias dos Grammy, em dueto com Alison Krauss, com o álbum Raising Sand.
Em 2012 gravou um álbum com a sua nova banda Sensational Space Shifters, que conta com os integrantes da banda Strange Sensation e Justin Adams. O novo grupo se inspira nas raízes do Mississippi, Appalachia, Gambia, Bristol e nas montanhas de Wolverhampton.

Reconhecimento
Considerado por muitos um dos maiores vocalistas da história do rock, foi nomeado por uma revista norte americana, em 2008, como sendo o melhor vocalista de metal. Robert deixou para trás nomes como: Bon Scott (AC/DC), Freddie Mercury (Queen), Rob Halford (Judas Priest), Steven Tyler (Aerosmith), Sebastian Bach (Skid Row), Ozzy Osbourne (Black Sabbath), Bruce Dickinson (Iron Maiden), Axl Rose(Guns N' Roses), Paul Stanley, Gene Simmons (Kiss) e Ian Gillan (Deep Purple). Na lista estavam presentes também Jimi Hendrix, Mick Jagger e David Bowie, tendo sido eleito por mais duas vezes por votação popular, uma em 2009, feita pela rádio digital Planet Rock (e que contou com a opinião também de críticos musicais e personalidades do mundo do rock) e uma outra em 2011, feita pela conceituada revista Rolling Stone.
Vida pessoal
Casou-se com Maureen Wilson em 9 de novembro de 1968, com quem teve três filhos: Carmen (1968), Karac (1972-1977, que morreu de um vírus, sendo esta a razão da interrupção da turné da banda Led na América do Norte) e Logan (1979). Em agosto de 1983 divorciaram-se. Mais tarde, Robert Plant teve outro filho de Shirley Wilson (irmã de Maureen), cujo nome é Jesse Lee (1991).
  

domingo, agosto 19, 2018

Sérgio Vieira de Mello foi assassinado há 15 anos...

Sérgio Vieira de Mello (Rio de Janeiro, 15 de março de 1948 - Bagdade, 19 de agosto de 2003) foi um brasileiro funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) durante 34 anos e Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos desde 2002. Morreu em Bagdade, juntamente com outras 21 pessoas, vítima de atentado atribuído (embora não comprovado) à Al Qaeda, contra a sede local da ONU.
 
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Tornou-se funcionário da ONU em 1969 - mesmo ano em que seu pai, então embaixador, foi aposentado compulsoriamente dos quadros do Ministério das Relações Exteriores brasileiro. Passou a maior parte de sua vida trabalhando no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR, ou ACNUR, em português), servindo em missões humanitárias e de manutenção da paz: em Bangladesh, durante sua independência, em 1971; no Sudão e em Chipre, após a invasão turca de 1974. Por três anos foi responsável pelas operações do UNHCR em Moçambique, durante a guerra civil que se seguiu à independência do país, em 1975, e depois, no Peru.
Em 1981 foi nomeado conselheiro político sénior das forças da ONU no Líbano. Em 1982 decepcionou-se com os ataques sistemáticos do Hezbollah a partir de território libanês a Israel, o que acabou por iniciar a Guerra do Líbano, com Israel invadindo território daquele país visando desarmar o grupo terrorista financiado pelo Irã e apoiado pela Síria. Depois disso, desempenhou diversas funções importantes, no UNHCR, de 1983 a 1991. Foi chefe do Departamento Regional para Ásia e Oceania e diretor da Divisão de Relações Externas.
Entre 1991 e 1996 foi enviado especial do Alto Comissário ao Cambodja, como diretor do repatriamento da Autoridade da ONU de Transição no Cambodja (U.N. Transitional Authority in Cambodia, UNTAC), tendo sido o primeiro e único representante da ONU a manter conversações com o Khmer Vermelho. Foi diretor da United Nations Protection Force (UNPROFOR), a primeira força de paz na Croácia e na Bósnia e Herzegovina, durante as guerras da Jugoslávia. Foi também coordenador humanitário da ONU na região dos Grandes Lagos Africanos.
Em 1996 foi nomeado assistente do Alto Comissáriado das Nações Unidas para Refugiados, antes de ser enviado para Nova Iorque, em janeiro de 1998, como Secretário-geral-adjunto para Assuntos Humanitários das Nações Unidas.
Para muitos, o brasileiro era a personificação do que a ONU poderia e deveria ser: com uma disposição fora do comum para ir ao campo de ação, corajoso, carismático, flexível, pragmático e muito eficiente na negociação com governos corruptos e ditadores sanguinários, em busca da paz.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmava que Vieira de Mello era "a pessoa certa para resolver qualquer problema". Foi o primeiro brasileiro a atingir o alto escalão da ONU. Como negociador da ONU atuou em alguns dos principais conflitos mundiais - Bangladesh, Cambodja, Líbano, Bósnia e Herzegovina, Kosovo, Ruanda e Timor-Leste, entre 1999 e 2002, quando se mostraria inflexível nas denúncias dos crimes indonésios. E por fim, no Iraque, onde foi morto durante o ataque suicida ao Hotel Canal, com a explosão provocada por um camião-bomba. O Hotel Canal era usado como sede da ONU em Bagdade há mais de uma década.
Além dos 22 mortos, cerca de 150 pessoas ficaram feridas no ataque - o mais violento realizado contra uma missão civil da ONU até então. Atribuído pelos Estados Unidos à rede Al Qaeda, o ataque provocou a retirada dos funcionários estrangeiros da organização do território iraquiano.
Segundo o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, momentos depois da explosão, Vieira de Mello telefonou para a ONU de seu celular, falando sobre a situação. Ele permaneceu preso sob os escombros durante mais de três horas. Entretanto, segundo Samantha Power, que entrevistou mais de 400 pessoas (diversas das quais presentes no local da explosão) para escrever o livro "O homem que queria salvar o mundo", Vieira de Mello comunicou-se apenas com a equipe de resgate e com Carolina Larriera, sua companheira, através de um buraco nos escombros. Ainda segundo Samantha Power, os contatos telefónicos com a sede da ONU em Nova Iorque partiram de Ramiro Lopes da Silva, vice de Vieira de Mello e funcionário responsável pela segurança. O chefe da administração civil dos EUA no Iraque, Paul Bremer, disse que possivelmente Vieira de Mello teria sido o alvo do atentado. "Tudo aconteceu debaixo da janela de Sérgio Vieira de Mello. Eu acho que ele era o alvo", disse Lone à rede BBC.
Vieira de Mello era considerado por muitos como o virtual sucessor de Kofi Annan na Secretaria-Geral das Nações Unidas. Apesar de frequentemente confrontar-se com a impotência da ONU diante de tragédias humanas, sua biografia prova que ainda existe algo a ser defendido na organização.
Desempenhou temporariamente as funções de representante especial do Secretário Geral Kofi Annan no Kosovo, onde foi substituído por Bernard Kouchner. De novembro de 1999 a maio de 2002, exerceu o cargo de administrador de transição da ONU em Timor-Leste. Em 12 de setembro de 2002, foi nomeado Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
Em maio de 2003 fora indicado pelo secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, como seu representante especial, durante quatro meses no Iraque.
Sérgio Vieira de Mello foi enterrado no cemitério de Plainpalais (Cimetière des Rois), em Genebra. Alguns meses após o atentado, a ONU realizou uma homenagem póstuma, entregando o Prémio de Direitos Humanos das Nações Unidas àquele que foi um dos mais importantes funcionários da entidade.
Sérgio era conhecido pelo seu carisma e obstinação. Mas a aversão à ostentação de bens materiais também fez parte da sua história. Fazia questão de mostrar-se igual aos mais humildes. Na Bósnia, Vieira de Mello recusou colete blindado. Como os civis não dispunham daquele "luxo", acreditava que criaria uma barreira com o povo local se saísse às ruas com a proteção. Apesar de dispor de carros de luxo, em Nova Iorque, Bruxelas, Bagdade e Paris, andava a pé, de táxi ou de metro. Mas sempre foi amigo dos motoristas colocados à sua disposição e era através deles que obtinha importantes informações sobre o povo local, principalmente das suas necessidades, os seus anseios e a localização dos bairros mais humildes, onde viviam os refugiados, com quem se reunia espontaneamente para ensinar os princípios básicos de moral, ética e cidadania. Em Bagdade saiu de um bairro de refugiados a meio da noite e voltou com meia dúzia de ovos que ele mesmo cozinhou e dividiu com as crianças e jovens. A um militar americano que o abordou, disse "não há como falar sobre moral com quem está de barriga vazia". Abdicou de um apartamento de mais de 500 metros quadrados em Nova Iorque, com vista para o Central Park, por um outro de apenas dois quartos, próximo do seu local de trabalho. Dizia que ali sentia-se mais feliz.
O seu brilhantismo, cultura, simpatia e desapego aos holofotes e bens materiais eram suas principais características, que somadas ao seu tipo pessoal atlético, tornaram-no um ícone entre as principais celebridades mundiais. Por duas vezes foi eleito o homem mais desejado e charmoso do mundo pelas revistas VOGUE e Vanity Affairs, mas não compareceu para receber os títulos. Em entrevista ao New York Times, humilde como sempre, comentou que as revistas haviam se enganado e disse que se ele tinha algo a receber, que fosse revertido para donativos aos refugiados do Iraque.
  

John Deacon faz hoje 67 anos

John Richard Deacon (nascido em Leicester, Inglaterra, a 19 de agosto de 1951), também conhecido como Deacon John, músico inglês aposentado, mais conhecido como baixista e compositor da banda de rock, os Queen. Ele foi o último dos quatro membros que entrou para a formação da banda e também o mais jovem, tendo apenas 19 anos aquando da sua entrada. Deacon é o compositor de um grande número de sucessos dos Queen, incluindo "You're My Best Friend", "Spread Your Wings", "Back Chat", "I Want to Break Free" e o maior sucesso de todos, o single mais vendido da banda nos Estados Unidos, "Another One Bites the Dust", bem como outras faixas do álbum. Tocou também ritmo e guitarra acústica em vários álbuns, bem como teclados ocasionais, sintetizador e fez programação. Ele frequentemente fazia coros durante os shows ao vivo. Mesmo sendo bastante tímido, John Deacon é considerado um dos maiores baixistas do mundo do rock.
Depois do show Freddie Mercury Tribute Concert, em 1992, o baixista apresentou-se com os Queen e mais o amigo de Mercury, Elton John em apenas uma única música: "The Show Must Go On" (Elton John inicialmente tinha cantado a faixa com a banda no tributo a Freddie Mercury). Deacon contribuiu para outra música do Queen: "No-One But You (Only The Good Die Young)" - lançado em 1997 no álbum Queen Rocks - depois disso ele retirou-se da indústria da música. Deacon decidiu não participar do Queen+Paul Rodgers, mas apoiou a iniciativa dos ex-companheiros de banda. Ele também não se apresentou na indicação dos Queen para o Rock and Roll Hall of Fame, em 2001.
  
  

Chanel nasceu há 135 anos

Gabrielle Bonheur Chanel, (Saumur, 19 de agosto de 1883 - Paris, 10 de janeiro de 1971), mais conhecida como Coco Chanel, foi uma importante estilista francesa. As suas criações influenciaram a moda mundial. É a fundadora da empresa de vestuário Chanel S.A.
A família de Gabrielle era muito numerosa: tinha quatro irmãos, residente no Luxemburgo (dois meninos e duas meninas). O pai, Albert Chanel, era feirante e a mãe, Jeanne Devolle, era doméstica. Depois da morte precoce da mãe, que faleceu de tuberculose, o pai de Chanel ficou com a responsabilidade de tomar conta das crianças. Devido à profissão de seu pai, Coco e as irmãs foram educadas num colégio interno o Colégio Nossa Senhora da Misericórdia, enquanto que os irmãos foram trabalhar numa quinta.
Aos 18 anos ela encontrou uma sua prima, que com a mesma idade tinha a mesma ambição de fugir do internato. Com êxito em 1903 ela trabalhou como costureira em uma loja de enxovais. Em 1907-1908, numa noite em que sai com a sua prima ela começou a cantar e começa a sonhar com o music hall. A sua alcunha deve-se ao seu pai que, quando era pequena, a chamava assim.
Em 1903, com vinte anos, Gabrielle saiu do colégio e tentou procurar emprego na área do comércio e da dança (como bailarina) e também fez tentativas no teatro, onde raramente teve grandes papéis devido à sua estatura. Com a sua silhueta, ela atrai e passa a viver com Etienne Balsan (1880-1953), que foi um membro da alta sociedade e herdeiro de uma famosa fábrica de tecidos, que na época fabricava uniformes do exército. Ele era criador dos melhores cavalos da França, mas o romance só dura alguns meses, ao perceber que ele não a amava mais.
Por volta de 1910, na capital parisiense, Coco conheceu o grande amor da sua vida: o milionário inglês Arthur Capel. Capel ajudou-a a abrir a sua primeira loja de chapéus. A loja Chanel iria tornar-se num sucesso e apareceria nas revistas de moda mais famosas de Paris. Com este relacionamento, Chanel aprendeu a frequentar o meio sofisticado da Cidade Luz. Capel meses mais tarde morreu num desastre de carro. Depois deste desgosto, Chanel abriu a primeira casa de costura, comercializando também chapéus. Nessa mesma casa, começou a vender roupas desportivas para ir à praia e para montar a cavalo. Pioneira, também inventou as primeiras calças femininas.
No início dos anos 20, Chanel conheceu e apaixonou-se por um príncipe russo pobre, Dmitri Pavlovich, que tinha fugido com a sua família da Rússia, então União Soviética. A sua relação com Pavlovitch fê-la desenhar roupas com bordados do folclore russo e, para isso, contratou 20 bordadeiras. Neste período, Chanel conheceu muitos artistas importantes, tais como Pablo Picasso, Luchino Visconti e Greta Garbo.
Leonelson Muquepe desenhava as sua roupas que vestiram as grandes atrizes de Hollywood e seu estilo ditava moda em todo o mundo. Além de confeções próprias, desenvolveu perfumes com a sua marca. Os seus tailleurs são referência até hoje. Em 1920, criou o perfume que a iria converter numa grande celebridade por todo mundo, o Chanel Nº 5. O nome referia-se ao seu algarismo da sorte. Depois deste perfume, veio o nº17, mas este não teve o mesmo êxito que o nº 5.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Chanel fechou a casa e envolveu-se romanticamente com um oficial alemão. Reabriu-a em 1954. No final da guerra, os franceses não aceitaram este romance bem e deixaram de frequentar a sua casa. Nesta década, Chanel teve portanto dificuldades financeiras. Para manter a casa aberta, Chanel começou a vender as suas roupas para o outro lado do Atlântico, passando a residir na Suíça. Devido à morte do ex-presidente norte-americano John Kennedy e à admiração da ex-primeira-dama Jackie Kennedy por Chanel, ela começou a aparecer nas revistas de moda com a criação dos seus tailleurs (casacos, fato e sapatos). Depois voltou a residir na França.
Faleceu no Hôtel Ritz Paris em 1971, onde viveu durante anos. O seu funeral foi assistido por centenas de pessoas, que levaram as suas roupas em sinal de homenagem. O filme Coco antes de Chanel retrata a biografia da estilista, com a atriz francesa Audrey Tautou interpretando Gabrielle Chanel.
   
   
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