domingo, dezembro 25, 2011

Irene Lisboa nasceu há 119 anos

 Irene Lisboa na Quinta dos Lacerdas (Outubro de 1933 - retirado daqui)

Irene do Céu Vieira Lisboa nasceu na Quinta da Murzinheira, freguesia de Arranho, concelho de Arruda dos Vinhos no dia 25 de dezembro de 1892. Foi escritora, professora e pedagoga portuguesa. Formou-se pela Escola Normal Primária de Lisboa, depois continuou os estudos na Suíça, França e Bélgica onde se especializou em Ciências de Educação, o que a habilitou a escrever várias obras sobre assuntos pedagógicos. Durante a estadia em Genebra, mercê de uma bolsa do Instituto de Alta Cultura, teve a oportunidade de conhecer Jean Piaget e Édouard Claparède, com quem estudou no Instituto Jean-Jacques Rousseau.
Começou a vida profissional como professora da educação infantil. Em 1932 recebeu o cargo de Inspectora Orientadora do ensino primário e infantil. Como destaca Rogério Fernandes: «o programa de tal departamento desenhado por Irene Lisboa, reformulava de alto a baixo as funções de um órgão estatal até aí consagrado exclusivamente ao controlo ideológico, administrativo e disciplinar dos docentes.». Eis a razão porque Irene Lisboa foi afastada do cargo, primeiro para funções burocráticas – foi nomeada para o Instituto de Alta Cultura – e depois, em 1940, definitivamente afastada do Ministério da Educação e de todos os cargos oficiais, por recusar um lugar em Braga. Na verdade, foi uma forma de exílio para uma pedagoga incómoda pelas suas ideias avançadas.
Irene Lisboa dedicou-se por completo à produção literária e às publicações pedagógicas. No entanto não foi livre na expressão dos seus pensamentos. «Restavam-lhe a imprensa, o livro, a conferência. Grande parte das suas intervenções tem, precisamente, esses suportes, mas convém não esquecer que o controlo censório exercido pela ditadura salazarista sobre a expressão pública do pensamento não lhe permitiu certamente a transmissão das suas opiniões com toda a claridade.»
Faleceu a 25 de novembro de 1958, a um mês de cumprir 66 anos de idade.
A escrita dominou toda a sua vida. A obra literária que produziu foi elogiada por alguns dos seus pares como José Rodrigues Miguéis, José Gomes Ferreira e João Gaspar Simões, embora nunca tenha tido grande aceitação por parte do público.


PEQUENOS POEMAS MENTAIS

Mental: nada, ou quase nada sentimental.


I

Quem não sai de sua casa,
não atravessa montes nem vales,
não vê eiras
nem mulheres de infusa,
nem homens de mangual em riste, suados,
quem vive como a aranha no seu redondel
cria mil olhos para nada.
Mil olhos!
Implacáveis.
E hoje diz: odeio.
Ontem diria: amo.
Mas odeia, odeia com indómitos ódios.
E se se aplaca, como acha o tempo pobre!
E a liberdade inútil,
inútil e vã,
riqueza de miseráveis.


II

Como sempres, há-de-chegar, desde os tempos!
Vozes, cumprimentos, ofegantes entradas.
Mas que vos reunirá, pensamentos?
Chegais a existir, pensamentos?
É provável, mas desconfiados e inválidos,
Rosnando estúpidos, com cães.

Ó inúteis, aquietai-vos!
Voltai como os cães das quintas
ao ponto da partida, decepcionados.
E enrolai-vos tristonhos, rabugentos, desinteressados.


III

Esse gesto...
Esse desânimo e essa vaidade...
A vaidade ferida comove-me,
comove-me o ser ferido!

A vaidade não é generosa, é egoísta,
Mas chega a ser bela, e curiosa!
E então assim acabrunhada...
Com franqueza, enternece-me.

Subtil
A minha mão que, julgo, ridiicularizas,
de que desconheces a suavidade,
cerra-te pacificamente os olhos
e aquieta benignamente o ar.
Paira sobre a tua cabeça, móbil, branda,
na prática de um velho rito,
feminil, piedoso, desconhecido e inconfesso.


IV

Ó luxúria brutal, perversa e felina,
dos outros, alheia,
sem pensamentos nem repouso!
retira-me da frente o venenoso cálice,
a tua peçonha adocicada.
Que a morte, o nirvana, a indiferença
dos longuíssimos anos sem sobressaltos, me retome.

Abro os braços e meço: cá, lá... cá, lá...
solidão, infinita solidão!
E neste movimento, neste balouço, adormeço,
Cá, lá... morte, vida... morte, vida...
Todas as ausências, todas as negações.


V

Os poetas cumprimentam-se, delicados.
Cada um como seu metro, o seu espírito, a sua forma;
as suas credenciais...
Mas são simpáticos os poetas!
Sensíveis, femininos, curiosos.
Envolve-os um mistério.
Não! Esta é a linguagem de toda gente: o mistério...
Que mistério?
Os poetas são apenas reservados, são apenas...
perturbados e capciosos.


VI

Cai um pássaro do ar, devagar, muito devagar.
E as árvores soturnas não se mexem.
Estio!
Não se vêem bulir as árvores, em bloco, ou aos arcos,, estampadas...
Elegante Lapa! Sol fosco, paisagem de manhã.
A gente do sítio, pobreza e riqueza, ainda recolhida.
Aqui, uma janela discreta que se abre, preta, cega.
Ali outra fechada.
E esta alternância, bastante irregular, vai-se repetindo, repete-se...

E eu, ai eu! Prisioneira, sempre prisioneira; tão enfadada!


in Revista de Portugal, n. 3, 1938

Música adequada à quadra

Embora este ano não nos apeteça muito recordar o Natal (por motivos que a gente cá sabe...) aqui fica uma belíssima canção, dos Deolinda, para recordar a data:


Quando chega o Natal - Deolinda

Diz-me lá porque é que tu só te lembras de mim quando chega o Natal
Porque é que só nesta quadra é que tu reparas se eu estou bem ou mal
Diz-me lá onde é que páras o resto do ano
Eu preciso mais de ti do que te vais lembrando

Diz-me lá porque é que tu não me envias postais durante o ano inteiro
Diz-me lá porque razão é que não me dás prendas sem ter um pretexto
Diz-me lá o que te move uma vez por ano
Eu preciso mais de ti do que te vais lembrando

Diz-me que gratidão é que esperas de mim apenas por um dia
Eu que espero o ano inteiro e que tanto anseio a tua companhia
Hoje reformulo os votos e o meu desejo:
Eu preciso de ti do que te vais lembrando

Um Feliz Natal, não hoje, mas o ano inteiro!!!

Nós agola ser emplesa amalela...

(imagem daqui)

ICNB perguntou à EDP porque pintou barragem da Bemposta de amarelo choque mas não obteve resposta

O presidente do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade afirmou nesta sexta-feira que tentou apurar junto da EDP os motivos que levaram a eléctrica a pintar a barragem de Bemposta de “amarelo choque” que mas não obteve resposta.


“Quando o ICNB teve conhecimento da intervenção nos paredões da barragem enviou uma missiva à EDP, no sentindo de conhecer melhor o sentido da intervenção e os seus objectivos e poder analisar em conjunto o assunto com a empresa”, disse Tito Rosa.

O responsável pelo ICNB admitiu que ao abrigo do plano de ordenamento do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI) o instituto não tem de dar pareceres à intervenção numa barragem do ponto de vista estético.

Recentemente a associação ambientalista Quercus alertou para o facto de a EDP estar a pintar partes do paredão da barragem de Bemposta de “amarelo choque” sem que para o efeito haja autorização do ICNB.

“Como gestores do PNDI, enviámos a carta à EDP informando que gostaríamos, em conjunto, de coordenar e encontrar as melhores soluções para a intervenção. No entanto, formalmente não temos de dar nenhum parecer e apenas perguntámos no início de Dezembro o que se iria fazer na barragem”, frisou o Tito Rosa.

Porém, a Quecus garante que há no processo um “claro abuso” no ato de pintar parte dos paredões da barragem de amarelo choque, tanto mais que, diz, se trata de uma paisagem internacional protegida.

“A Barragem da Bemposta, em Mogadouro, está neste momento a ser pintada de amarelo choque, numa intervenção artística de 150 mil euros, com elevadíssimo impacto em termos paisagísticos e que acentua ainda mais o descontínuo no Parque Natural do Douro Internacional, já afectado pela existência da referida Barragem”, acrescentam outras associações ambientalistas como a LPN e o GEOTA.

Para o presidente da freguesia de Bemposta, António Martins, toda a intervenção nos paredões da barragem “é uma autêntica aberração”.

“As pessoas estão habituadas a ver a barragem pintada com a sua cor natural há mais de 40 anos e não aceitam atitude de bom grado”, frisou o autarca de freguesia, frisou o autarca.

A junta de Freguesia de Bemposta em conjunto com a população de região pondera, agora, tomar medidas reivindicativas para “anular” a pintura que foi efectuada, apenas do lado português.

A central hidroeléctrica de Bemposta está na fase final de obras de reforço, cujo investimento total ronda os 130 milhões de euros para aumentar em 80% a sua potência. 

sábado, dezembro 24, 2011

Silent Night, Holy Night


Música para uma noite especial

O nosso Poema de Natal de 2011

Como desde há muito tempo, os meus pais mandam, com postal de Boas Festas, um Poema de Natal aos seus amigos.
Ora, como os amigos dos filhos também são seu amigos, aqui fica o poema deste ano, com os nossos votos de Festas Felizes:


O Nosso Menino Jesus voltou!...



.....................................- Truz-truz..
.....................................- Quem é??
.....................................- Aqui não entram desconhecidos;
.   ....................................só Amigos.
.....................................- Mas… tem piedade,
..................................... abre, por caridade!!

.....................................…e fui espreitar…
.................................{{adivinhem quem lá havia de estar!...}}
.....................................o Jesus Pequenino,
.....................................a sorrir, em carne e osso,
.....................................Menino e Moço.
  
- Ah! Desculpa! Perdão!
[[até se me deu 1 nó, no coração!!]]
   
.....................................- Sabes, fui obrigado
.....................................a vir buscar-te
.....................................e a levar-te.
.....................................- Não me digas
.....................................que foi outra vez a minha mãe!?
.....................................- Sim, sim, a tua e a Minha:
.....................................que já ‘stás a ficar esquecida,
.....................................deprimida, cansada,
.....................................velha e curvada…
..................................................… e
.....................................ficavas mais descansada.
- Nem penses!...
E, ao meu Agostinho
quem lhe fazia o caldinho??
- Faz ele, ou então,
vai à pensão.
.....................................- Ah! Sim
.....................................E quem lhe dava abraços e beijinhos?
.....................................- Ora…os netinhos.
.....................................Só a Inês
..................................... vale por 3.
- E a camisa?!...
- Lava-a na máquina
E, nem ferro precisa.
.....................................- Ai é?!... E as meias,
.....................................como é que as cose?!
- As peúgas rotas
metem-se no lixo;
cosidas e recosidas
até magoam os pés…
- Mas que rico que és!...
.....................................Tu nem sabes o que dizes
.....................................custam contos de reis,
.....................................caras como os anéis!...
E olha, não me levas,
nem a bem, nem a mal…
… E mais: eu é que Te prendo a Ti,
No meu abraço fechado;
meu e do Agostinho
e vamos os 3, mão na mão,
......bater à porta do coração
............do Irmão,
..................do Amigo,
a deixar-lhe a Tua Estrela
neste Natal sentido!

.....................................Natal de 2011
.....................................MariaAlice
.....................................Agostinho João

Ora aqui está uma boa prenda de Natal para muita gente

Independente: Licenciatura do ex-primeiro-ministro domina julgamento
José Sócrates já foi notificado

A licenciatura em Engenharia Civil de José Sócrates continua a gerar polémica

José Sócrates já foi notificado para comparecer no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, no dia 9 de Janeiro, onde decorre o julgamento da Universidade Independente (UnI).

O ex-primeiro ministro foi arrolado como testemunha do arguido Luiz Arouca, ex-reitor da UnI, que entretanto prescindiu do seu testemunho. Apesar de notificado, Sócrates poderá ainda ser desconvocado, caso a juíza Ana Peres entenda não ser necessário o seu testemunho.

Na sessão de ontem, a licenciatura de Sócrates em Engenharia Civil voltou a concentrar as atenções. Carvalho Rodrigues, director da Faculdade de Engenharia da UnI de 1995 a 2005 (e responsável pelo primeiro satélite português), garantiu nunca ter visto qualquer documento relacionado com o curso. "Os pedidos de equivalência passavam todos por mim. Esse [de Sócrates] não passou." "Só soube mais tarde que ele tinha sido lá aluno. Foi o reitor que o disse, como um elogio à universidade." José Sócrates esteve ontem em Alijó e não quis falar sobre o julgamento.

in CM - ler notícia
NOTA: não podem prendê-lo logo pelo estado a que chegámos? É que de outra maneira volta para Paris e nunca será possível julgá-lo pela roubalheira de seis anos de (des)governo...

O fundador dos Jesuítas nasceu há 520 anos

Santo Inácio de Loyola ou Loiola, nascido Íñigo López (Azpeitia, 31 de maio de 1491 - Roma, 31 de julho de 1556) foi o fundador da Companhia de Jesus, cujos membros são conhecidos como os jesuítas, uma ordem religiosa católica romana, que teve grande importância na Reforma Católica. Atualmente a Companhia de Jesus é a maior ordem religiosa católica no mundo.

A Academia das Ciências de Lisboa faz hoje 232 anos

A Academia das Ciências de Lisboa é uma instituição portuguesa científica de utilidade pública, cujo objectivo principal é o incentivo à actividade de investigação científica e de divulgação da cultura portuguesa.
A Academia foi fundada no reinado de Dona Maria I em 24 de Dezembro de 1779 - em pleno Iluminismo - como Academia Real das Ciências (segundo a grafia da época: Academia Real das Sciências). O seu primeiro presidente e grande mentor foi o Duque de Lafões e o primeiro secretário foi Domingos Vandelli, sendo procedido do Abade Correia da Serra. Depois da implantação da república, passou designar-se "Academia das Ciências de Lisboa". Ao longo da sua história conheceu seis moradas oficiais, encontrando-se actualmente no antigo Convento de Jesus de Lisboa, na parte baixa do Bairro Alto.

A ópera Aida de Verdi foi estreada há 140 anos

 Poster para uma apresentação no ano de 1908 em Cleveland

Aida é uma ópera em quatro atos com música de Giuseppe Verdi e libreto de Antonio Ghislazoni, com estreia mundial na Casa da Ópera, Cairo, em 24 de dezembro de 1871. Esta obra foi composta por encomenda do governo egípcio para a inauguração e comemoração da abertura do canal de Suez. A obra, porém não foi acabada a tempo para a inauguração do Canal, tendo sido substituída à última hora por outra ópera de Verdi, e tendo sido "criada" no Cairo um ano mais tarde




Vasco da Gama morreu há 487 anos

Vasco da Gama (Sines, c. 1460 ou 1468 ou 1469 - Cochim, Índia, 24 de Dezembro de 1524) foi um navegador e explorador português. Na Era dos Descobrimentos, destacou-se por ter sido o comandante dos primeiros navios a navegar da Europa para a Índia, na mais longa viagem oceânica até então realizada, superior a uma volta completa ao mundo pelo Equador. No fim da vida foi, por um breve período, Vice-Rei da Índia portuguesa título que era usado em algumas monarquias da Europa, para designar os governadores e representantes do rei numa província afastada ou num território ultramarino.
Nasceu provavelmente em 1460 ou 1468 ou ainda 1469, em Sines, na costa sudoeste de Portugal, possivelmente numa casa perto da Igreja de Nossa Senhora das Salvas de Sines. Sines, um dos poucos portos da costa alentejana, era então uma pequena povoação habitada por pescadores.
Era filho ilegítimo de Estêvão da Gama, que em 1460 era cavaleiro da casa de D. Fernando de Portugal, Duque de Viseu. D. Fernando nomeara-o alcaide-mor de Sines e permitira-lhe receber uma pequena receita de impostos sobre a fabricação de sabão em Estremoz. Estêvão da Gama era casado com Dona Isabel Sodré, filha de João Sodré (também conhecido como João de Resende). Sodré, que era de ascendência Inglesa, tinha ligações à casa do príncipe Diogo, Duque de Viseu, filho de Duarte I de Portugal e governador da Ordem Militar de Cristo.
Pouco se sabe do início da vida deste navegador. Foi sugerido pelo médico e historiador português Augusto Carlos Teixeira de Aragão, que terá estudado em Évora, onde poderá ter aprendido matemática e navegação. É evidente que conhecia bem a astronomia, e é possível que tenha estudado com o astrónomo Abraão Zacuto.
Em 1492 João II de Portugal enviou-o ao porto de Setúbal, a sul de Lisboa, e ao Algarve para capturar navios franceses em retaliação por depredações feitas em tempo de paz contra a navegação portuguesa - uma tarefa que Vasco da Gama executou rápida e eficazmente.
Desde o início do século XV, impulsionados pelo Infante D. Henrique, os portugueses vinham aprofundando o conhecimento sobre o litoral Africano. A partir da década de 1460, a meta tornara-se conseguir contornar a extremidade sul do continente africano para assim aceder às riquezas da Índia - pimenta preta e outras especiarias - estabelecendo uma rota marítima de confiança. A República de Veneza dominava grande parte das rotas comerciais entre a Europa e a Ásia, e desde 1453 a tomada de Constantinopla pelos otomanos limitara o comércio e aumentara os custos. Portugal pretendia usar a rota iniciada por Bartolomeu Dias para quebrar o monopólio do comércio mediterrânico.
Quando Vasco da Gama tinha cerca de dez anos, esses planos de longo prazo estavam perto de ser concretizados: Bartolomeu Dias tinha retornado de dobrar o Cabo da Boa Esperança, depois de explorar o "Rio do Infante" (Great Fish River, na actual África do Sul) e após ter verificado que a costa desconhecida se estendia para o nordeste.
Em simultâneo foram feitas explorações por terra durante o reinado de D. João II de Portugal, suportando a teoria de que a Índia era acessível por mar a partir do Oceano Atlântico. Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva foram enviados via Barcelona, Nápoles e Rodes até Alexandria, porta para Aden, Ormuz e Índia.
Faltava apenas um navegador comprovar a ligação entre os achados de Bartolomeu Dias e os de Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva, para inaugurar uma rota de comércio potencialmente lucrativa para o Oceano Índico. A tarefa fora inicialmente atribuída por D. João II a Estevão da Gama, pai de Vasco da Gama. Contudo, dada a morte de ambos, em Julho de 1497 o comando da expedição foi delegado pelo novo rei D. Manuel I de Portugal a Vasco da Gama, possivelmente tendo em conta o seu desempenho ao proteger os interesses comerciais portugueses de depredações pelos franceses ao longo da Costa do Ouro Africana.
Manuel I de Portugal confiou a Vasco da Gama o cargo de capitão-mor da frota que, num sábado 8 de Julho de 1497, zarpou de Belém em demanda da Índia.
Era uma expedição essencialmente exploratória que levava cartas do rei D. Manuel I para os reinos a visitar, padrões para colocar, e que fora equipada por Bartolomeu Dias com alguns produtos que haviam provado ser úteis nas suas viagens, para as trocas com o comércio local. O único testemunho presencial da viagem é consta num diário de bordo anónimo, atribuído a Álvaro Velho.
Contava com cerca de cento e setenta homens, entre marinheiros, soldados e religiosos, distribuídos por quatro embarcações:
  • São Gabriel, uma carraca de 27 metros de comprimento e 178 toneladas, construída especialmente para esta viagem, comandada pelo próprio Vasco da Gama;
  • São Rafael, de dimensões semelhantes à São Gabriel, também construída especialmente para esta viagem, comandada por Paulo da Gama, seu irmão; no regresso, com a tripulação diminuída, foi abatida em Melinde, prosseguindo na Bérrio e São Gabriel.
  • Bérrio, uma caravela ligeiramente menor que as anteriores, oferecida por D. Manuel de Bérrio, seu proprietário, sob o comando de Nicolau Coelho;
  • São Miguel, uma carraca para transporte de mantimentos, sob o comando de Gonçalo Nunes, que viria a ser queimada na ida, perto da baía de São Brás, na costa oriental africana.
A expedição partiu de Lisboa, acompanhada por Bartolomeu Dias que seguia numa caravela rumo à Mina, seguindo a rota já experimentada pelos anteriores exploradores ao longo da costa de África, através de Tenerife e do Arquipélago de Cabo Verde. Após atingir a costa da atual Serra Leoa, Vasco da Gama desviou-se para o sul em mar aberto, cruzando a linha do Equador, em demanda dos ventos vindos do oeste do Atlântico Sul, que Bartolomeu Dias já havia identificado desde 1487. Esta manobra de "volta do mar" foi bem sucedida e, a 4 de Novembro de 1497, a expedição atingiu novamente o litoral Africano. Após mais de três meses, os navios tinham navegado mais de 6.000 quilómetros de mar aberto, a viagem mais longa até então realizada em alto mar.
A 16 de Dezembro, a frota já tinha ultrapassado o chamado "rio do Infante" ("Great Fish River", na atual África do Sul) - de onde Bartolomeu Dias havia retornado anteriormente - e navegou em águas até então desconhecidas para os europeus. No dia de Natal, Gama e sua tripulação batizaram a costa em que navegavam o nome de Natal (actual província KwaZulu-Natal da África do Sul).
A 2 de Março de 1498, completando o contorno da costa africana, a armada chegou à costa de Moçambique, após haver sofrido fortes temporais e de Vasco da Gama ter sufocado com mão de ferro uma revolta da marinhagem. Na costa Leste Africana, os territórios controlados por muçulmanos integravam a rede de comércio no Oceano Índico. Em Moçambique encontram os primeiros mercadores indianos. Inicialmente são bem recebidos pelo sultão, que os confunde com muçulmanos e disponibiliza dois pilotos. Temendo que a população fosse hostil aos cristãos, tentam manter o equívoco mas, após uma série de mal entendidos, foram forçados por uma multidão hostil a fugir de Moçambique, e zarparam do porto disparando os seus canhões contra a cidade.
O piloto que o sultão da ilha de Moçambique ofereceu para os conduzir à Índia havia sido secretamente incumbido de entregar os navios portugueses aos mouros em Mombaça. Um acaso fez descobrir a cilada e Vasco da Gama pôde continuar.
Na costa do actual Quénia a expedição saqueou navios mercantes árabes desarmados. Os portugueses tornaram-se conhecidos como os primeiros europeus a visitar o porto de Mombaça, mas foram recebidos com hostilidade e logo partiram.
Em Fevereiro de 1498, Vasco da Gama seguiu para norte, desembarcando no amistoso porto de Melinde - rival de Mombaça - onde foi bem recebido pelo sultão que lhe forneceu um piloto árabe, conhecedor do Oceano Índico, cujo conhecimento dos ventos de monções permitiu guiar a expedição até Calecute, na costa sudoeste da Índia. As fontes divergem quanto à identidade do piloto, identificando-o por vezes como um cristão, um muçulmano e um guzerate. Uma história tradicional descreve o piloto como o famoso navegador árabe Ibn Majid, mas relatos contemporâneos posicionam Majid lugar noutro local naquele momento.
Em 20 de Maio de 1498, a frota alcançou Kappakadavu, próxima a Calecute, no actual estado indiano de Kerala, ficando estabelecida a Rota do Cabo e aberto o caminho marítimo dos Europeus para a Índia.
No dia seguinte à chegada, entre a multidão reunida na praia, foram saudados por dois mouros de Tunes (Tunísia), um dos quais dirigiu-se em castelhano «Ao diabo que te dou; quem te trouxe cá?». E perguntaram-lhe o que vínhamos buscar tão longe; e ele respondeu: «Vimos buscar cristãos e especiaria.», conforme relatado por Álvaro Velho. Ao ver as imagens de deuses Hindus Gama e os seus homens pensaram tratar-se de santos cristãos, por contraste com os muçulmanos que não tinham imagens. A crença nos "cristãos da Índia", como então lhes chamaram, perdurou algum tempo mesmo depois do regresso.
Contudo as negociações com o governador local, Samutiri Manavikraman Rajá, Samorim de Calecute, foram difíceis. Os esforços de Vasco da Gama para obter condições comerciais favoráveis foram dificultados pela diferença de culturas e pelo baixo valor de suas mercadorias, com os representantes do samorim a escarnecerem das suas ofertas, e os mercadores árabes aí estabelecidos a resistir à possibilidade de concorrência indesejada. As mercadorias apresentadas pelos portugueses mostraram-se insuficientes para impressionar o samorim, em comparação com os bens de alto valor ali comerciados, o que gerou alguma desconfiança. Os portugueses acabariam por vender as suas mercadorias por baixo preço para poderem comprar pequenas quantidades de especiarias e jóias para levar para o reino.
Por fim o Samorim mostrou-se agradado com as cartas de D. Manuel I e Vasco da Gama conseguiu obter uma carta ambígua de concessão de direitos para comerciar, mas acabou por partir sem aviso após o Samorim e o seu chefe da Marinha Kunjali Marakkar insistirem para que deixasse todos os seus bens como garantia. Vasco da Gama manteve os seus bens, mas deixou alguns portugueses com ordens para iniciar uma feitoria.
Vasco da Gama iniciou a viagem de regresso a 29 de agosto de 1498. Na ânsia de partir, ignorou o conhecimento local sobre os padrões da monção que lhe permitiria velejar. Na Ilha de Angediva foram abordados por um homem que se afirmava cristão mas que se fingia de muçulmano ao serviço de Hidalcão, o sultão de Bijapur. Suspeitando que era um espião, açoitaram-no até que ele confessou ser um aventureiro judeu polaco no Oriente. Vasco da Gama apadrinhou-o, nomeando-o Gaspar da Gama.
Na viagem de ida, cruzar o Índico até à Índia com o auxílio dos ventos de monção demorara apenas 23 dias. A de regresso, navegando contra o vento, consumiu 132 dias, tendo as embarcações aportado em Melinde a 7 de Janeiro de 1499. Nesta viagem cerca de metade da tripulação sobrevivente pereceu, e muitos dos restantes foram severamente atingidos pelo escorbuto, por isso dos 148 homens que integravam a armada, só 55 regressaram a Portugal. Apenas duas das embarcações que partiram do Tejo conseguiram voltar a Portugal, chegando, respectivamente em Julho e Agosto de 1499. A caravela Bérrio, sendo a mais leve e rápida da frota, foi a primeira a regressar a Lisboa, onde aportou a 10 de Julho de 1499, sob o comando de Nicolau Coelho e tendo como piloto Pêro Escobar, que mais tarde acompanhariam a frota de Pedro Álvares Cabral na viagem em que se registou o descobrimento do Brasil em Abril de 1500.
Vasco da Gama regressou a Portugal em Setembro de 1499, um mês depois de seus companheiros, pois teve de sepultar o irmão mais velho Paulo da Gama, que adoecera e acabara por falecer na ilha Terceira, nos Açores. Em seu regresso, foi recompensado como o homem que finalizara um plano que levara oitenta anos a cumprir. Recebeu o título de "almirante-mor dos Mares das Índia", sendo lhe concedida uma renda de trezentos mil réis anuais, que passaria para os filhos que tivesse. Recebeu ainda, conjuntamente com os irmãos, o título perpétuo de Dom e duas vilas, Sines e Vila Nova de Milfontes.
A 12 de Fevereiro de 1502, Vasco da Gama comandou nova expedição com uma frota de vinte navios de guerra, com o objetivo de fazer cumprir os interesses portugueses no oriente. Fora convidado após a recusa de Pedro Álvares Cabral, que se desentendera com o monarca acerca do comando da expedição. Esta viagem ocorreu depois da segunda armada à Índia, comandada por Pedro Álvares Cabral em 1500, que ao desviar-se da rota descobrira o Brasil. Quando chegou à Índia, Cabral soube que os portugueses que haviam sido aí deixados por Vasco da Gama na primeira viagem para estabelecer um posto comercial haviam sido mortos. Após bombardear Calecute, rumou para o sul até Cochim, um pequeno reino rival, onde foi calorosamente recebido pelo Rajá, regressando à Europa com seda e ouro.
Gama tomou e exigiu um tributo à ilha de Quíloa na África Oriental, um dos portos de domínio árabe que haviam combatido os portugueses, tornando-a tributária de Portugal. Com ouro proveniente de 500 moedas trazidas por Vasco da Gama do régulo de Quíloa (actual Kilwa Kisiwani, na Tanzânia), como tributo de vassalagem ao rei de Portugal, foi mandada criar, pelo rei D. Manuel I para o Mosteiro dos Jerónimos, a Custódia de Belém.
Nesta viagem ocorreu o primeiro registo europeu conhecido do avistamento das ilhas Seychelles, que Vasco da Gama nomeou Ilhas Amirante (ilhas do Almirante) em sua própria honra.
Vasco da Gama partira com o objectivo de instalar o centro português e uma feitoria em Cochim, após esforços consecutivos de Pedro Álvares Cabral e João da Nova. Bombardeou Calecute e destruiu postos de comércio árabes.
Depois de chegar ao norte do Oceano Índico, Vasco da Gama aguardou até capturar um navio que retornava de Meca, o Mîrî, com importantes mercadores muçulmanos, apreendendo todas as mercadorias e incendiando-o. Ao chegar a Calecute a 30 de Outubro 1502 o samorim estava disposto a assinar um tratado, num acto de ferocidade que chocou até os cronistas contemporâneos, que o consideraram um acto e vingança pelos portugueses mortos em Calecute da sua primeira viagem.
Em 1 de março de 1503 inicia-se a guerra entre o samorim de Calecute e o rajá de Cochim. Os seus navios assaltaram navios mercantes árabes, destruindo também uma frota de 29 navios de Calecute. Após essa batalha, obteve então concessões comerciais favoráveis do Samorim. Vasco da Gama fundou a colónia portuguesa de Cochim, na Índia, regressando a Portugal em Setembro de 1503. Vasco da Gama voltou a pátria em 1513 e levou vida retirada, em Évora, apesar de consideração de que gozava junto do rei.
Em 1519 foi feito primeiro Conde da Vidigueira pelo rei D. Manuel I, com sede num terreno comprado a D. Jaime I, Duque de Bragança, que a 4 de Novembro cedera as vilas da Vidigueira e Vila de Frades a Vasco da Gama, seus herdeiros e sucessores, bem como todos os rendimentos e privilégios relacionados, sendo o primeiro Conde português sem sangue real.
Tendo adquirido uma reputação de temível "solucionador" de problemas na Índia, Vasco da Gama foi enviado de novo para o subcontinente indiano em 1524. O objectivo era o de que ele substituísse o vice-rei Duarte de Meneses, cujo governo se revelava desastroso, mas Vasco da Gama contraiu malária pouco depois de chegar a Goa. Como governador e segundo vice-rei actuou com rigidez e conseguiu impor a ordem, mas veio a falecer na cidade de Cochim, na véspera de Natal em 1524
Foi sepultado na Igreja de São Francisco (Cochim). Em 1539 os seus restos mortais foram transladados para Portugal, mais concretamente para a Igreja de um convento carmelita, conhecido actualmente como Quinta do Carmo (hoje propriedade privada), próximo da vila alentejana da Vidigueira, como conde da Vidigueira de juro e herdade (ou seja a si e aos seus descendentes) desde 1519.
Aqui estiveram até 1880, data em que ocorreu a trasladação para o Mosteiro dos Jerónimos, que foram construídos logo após a sua viagem, com os primeiros lucros do comércio de especiarias, ficando ao lado do túmulo de Luís Vaz de Camões. Há quem defenda, porém, que os ossos de Vasco da Gama ainda se encontram na vila alentejana. Como testemunho da trasladação das ossadas, em frente à estátua do navegador na Vidigueira, existe a antiga Escola Primária Vasco da Gama (cuja construção serviu de moeda de troca para obter permissão para efectuar a trasladação à época), onde se encontra instalado o Museu Municipal de Vidigueira.

sexta-feira, dezembro 23, 2011

Almost blue


Almost Blue - Chet Baker

Almost doing things we used to do
There's a girl here and she's almost you
Almost all the things that your eyes once promised
I see in hers too
Now your eyes are red from crying
Almost blue
Flirting with this disaster became me
It named me as the fool who only aimed to be
Almost blue
It's almost touching it will almost do
There's a part of me that's always true...always
Not all good things come to an end now it is only a chosen few
I've seen such an unhappy couple
ALMOST Me/You/Blue

O melhor filme de Natal deste ano...!


NOTA: esta História do Natal (2010), dita por crianças da Igreja Anglicana de São Paulo, de Auckland, Nova Zelândia, é um pouco (histórico e teologicamente...) incorreta mas é impossível resistir-lhe!

Humor vermelho - parte III

(imagem daqui)

Parlamento
PCP contra voto de pesar por Havel
por Hugo Filipe Coelho - 22.12.2011

O PCP ficou isolado na oposição a um voto de pesar pela morte de Vaclav Havel, herói da revolução de Veludo na antiga Checoslováquia. Os deputados comunistas levantaram-se quando a presidente da mesa perguntou quem vota contra e foram vaiados pelas bancada à direita.

A mensagem de pesar foi apresentada em conjunto por BE, CDS, PS e PSD. Os deputados dos quatro partidos - com excepção de alguns bloquistas - levantaram-se e bateram palmas quando o voto foi aprovado. Os Verdes, partido que corre coligado com o PCP, abstiveram-se.

Depois do aplauso o socialista José Lello lançou uma farpa aos comunistas perguntando à mesa se não teria dado entrada "nenhum voto de pesar para o Querido Líder", o líder da Coreia Norte Kim-Jong Il, que morreu esta semana.

Enquanto dramaturgo, Havel destacou-se pelas peças que satirizavam o antigo regime comunista da Checoslováquia, que integrava o Pacto de Varsóvia. Reconhecido como líder da resistência pacífica, Havel tornou-se presidente em 1989 e liderou a transição para a democracia que antecedeu a cisão do país na República Checa e Eslováquia.

in DN - ler notícia

NOTA: que o voto de pesar pela morte de Vaclav Havel seja recusado PCP, é natural. Afinal antes os checos e os eslovacos é que estavam bem - isto de poderem decidir tudo sem que o Comité Central de um partido comunista decida primeiro é que está errado. E Vaclav Havel era execrável - escrevia peças de teatro a falar mal do paraíso na terra que era a Checoslováquia e a cortina de ferro que a apertava. Agora parece-me mal que Os Verdes se abstivessem - se é para isso que o PCP os lá pôs, melhor teria sido colocar mais bernardinos, agostinhos, brunos, lopes, honórios e afins. E ouvir o lello mandar aquela piada foi de matar um homem do coração...

Humor vermelho - parte II

(imagem daqui)
Conferência de Imprensa, Vasco Cardoso, Comissão Política do CC do PCP , Lisboa
Privatização da EDP: um golpe na soberania nacional
Quinta 22 de Dezembro de 2011

1. O anúncio da entrega dos 21,35% que o Estado detinha no capital social da EDP à empresa chinesa Three Gorges constitui um acto de gestão danosa, por parte do Governo, contrário aos interesses nacionais, que dá um passo significativo no criminoso processo de privatização da EDP iniciado na década de 90 pelo Governo PSD de Cavaco Silva, e que terá de ser revertido tão cedo quanto possível.

2. Trata-se de uma privatização que, há semelhança de outras, se insere na transferência de empresas estratégicas para a economia e para a soberania nacional, para mãos estrangeiras. Uma lógica que – inserindo-se no Pacto de Agressão que PS, PSD e CDS assumiram com o FMI e a UE - acentua o carácter dependente e subalterno do país. Com esta privatização, a EDP, que já hoje é, em larga medida, detida e gerida a partir do estrangeiro, deixará de ser na prática, uma empresa nacional.

3. A EDP – Energias de Portugal, SA, é uma empresa estratégica de valor incalculável. Embora não sendo já a única empresa a actuar no sector eléctrico, tem um papel central na produção – mais de 10 mil MW de potência instalada – e na distribuição e venda – quase 6,5 milhões de clientes – de energia eléctrica em Portugal, actuando enquanto Comercializador de Último Recurso (CUR), ou seja, enquanto entidade que unifica a venda de electricidade aos consumidores finais, mesmo quando produzida por outros produtores.

Para além disto, a EDP detém no estrangeiro significativos activos no domínio da produção de electricidade, designadamente em Espanha, EUA, Brasil, França, Roménia, Polónia, Bélgica, Itália e China (Macau). Ao longo dos últimos dez anos o grupo EDP gerou lucros líquidos no valor de 9,3 mil milhões de euros, ou seja, cerca de 140 % daquilo que o Estado encaixou até ao momento em todas as sete fases de privatização da empresa. Acresce que, dos 4551 milhões de euros de dividendos distribuídos aos accionistas nesse período, mais de mil milhões entraram entretanto nos cofres do Estado.

4. O povo português e os trabalhadores da empresa conhecem bem as consequências da privatização. Se com o sector nacionalizado, após o 25 de Abril, se alcançou, designadamente, a completa electrificação do país e o desenvolvimento de um plano de importantes aproveitamentos hidroeléctricos, após a privatização e a segmentação da EDP, que levou à criação da REN e outras empresas e da liberalização do sector energético, assistiu-se a um desinvestimento e desaproveitamento de recursos nacionais em contraste com investimentos de carácter duvidoso no estrangeiro, a despedimentos e o ataque aos direitos a milhares de trabalhadores, a uma persistente subida das tarifas energéticas que sufocam a vida das famílias e estrangulam a economia nacional. Com a perda do controlo nacional, o país perderá soberania, o Estado perderá receitas (impostos e dividendos), os trabalhadores perderão emprego e direitos, os riscos de segurança e fiabilidade do abastecimento aumentarão, a fuga de capitais acentuar-se-à, a competitividade da economia será reduzida, o povo português e as PME's pagarão uma energia mais cara.

Não há por isso razões de interesse nacional que justifiquem esta privatização.

5. O PCP reafirma que o programa de privatizações que está em curso constitui um verdadeiro saque ao país. A somar à destruição do nosso aparelho produtivo, à dimensão colossal dos juros cobrados em função da dívida pública, à permanente fuga de capitais, está a entrega de empresas e sectores estratégicos como a energia, mas também os transportes, a água, o serviço postal, os seguros, ou importantes infraestruturas nacionais. Aquilo que chamam de “ajuda externa” é na verdade um roubo organizado que conta com a colaboração activa – tal como no passado - de PS, PSD e CDS, que tem de ser derrotado.

6. O PCP assume, no quadro de uma política patriótica e de esquerda que propõe para o país, a necessidade de recuperar o controlo público dos sectores básicos e estratégicos da economia, incluindo na energia, colocando-os ao serviço dos trabalhadores, do povo e do país, e não dos interesses dos grupos económicos e financeiros. Nesse sentido, ao mesmo tempo que não deixará de requerer a apreciação parlamentar desta privatização, apela à intensificação da luta pela pela rejeição do Pacto de Agressão, por um Portugal com futuro.


NOTA: caros camaradas, não se esqueceram de qualquer coisinha neste comunicado - tipo a compra foi feita por uma empresa que é dos membros de um partido comunista (um dos raros ainda no poder...)? Deviam estar contentes - o marxismo venceu o capitalismo com as suas próprias armas!

Humor vermelho...

(imagem daqui)

Nota do Gabinete de Imprensa do PCP
Sobre o falecimento de Kim Jong-II
Segunda 19 de Dezembro de 2011

Face a várias solicitações de diferentes órgãos de comunicação social sobre o falecimento de Kim Jong-Il, o PCP divulga a seguinte informação:

O PCP reafirma nesta ocasião a sua posição de respeito e solidariedade para com a soberania da República Popular Democrática da Coreia – RPDC, o direito que lhe assiste a determinar o seu rumo próprio de desenvolvimento em condições de paz e não ingerência nos seus assuntos internos, e o objectivo da reunificação pacífica da nação coreana.

Lembrando a posição há muito expressa face a fenómenos e práticas da realidade política coreana com as quais não se identifica, o PCP reafirma a solidariedade para com o povo coreano perante as pressões, agressões e tentativas de desestabilização do imperialismo, a que, desde a Guerra da Coreia no início dos anos 50, o povo coreano e a RPDC têm estado permanentemente sujeitos e, ao mesmo tempo, a mais firme rejeição da agenda intervencionista do imperialismo, designadamente dos EUA, na península coreana e região da Ásia-Pacífico.

O PCP expressou as suas condolências ao povo coreano e à direcção do Partido do Trabalho da Coreia pelo falecimento do seu dirigente Kim Jong-Il.


1. "O PCP reafirma nesta ocasião a sua posição de respeito e solidariedade para com a soberania da República Popular Democrática da Coreia"  - soberania? Um homem, o seu filho e o seu neto decidirem tudo, matarem um povo à fome e tentarem conquistar os vizinhos do lado é soberania?
2. "Lembrando a posição há muito expressa face a fenómenos e práticas da realidade política coreana com as quais não se identifica" Ai sim?!? E quais são as "práticas da realidade política coreana com as quais não se identifica"? Ou, por exclusão de partes, podemos saber quais são as práticas da realidade política coreana com as quais se identifica o PCP?
3. "O PCP expressou as suas condolências ao povo coreano" - CONDOLÊNCIAS?!? Morre um assassino confesso, um genocida, um maluco egocêntrico, um patético ditador que matou à fome milhões e fez sofrer ainda muitos mais e dão condolências ao povo coreano? E, já agora, a que povo coreano - o do sul ou o do norte?
4. "O PCP expressou as suas condolências (...) à direcção do Partido do Trabalho da Coreia" - e eu a pensar que a direção do Partido do Trabalho da Coreia (seja lá o que isso seja) morreu...
5. Já se sabe quem vai representar o PCP no funeral do Líder Supremo da Coreia do Norte? Poderia ser o camarada Bernardino Soares? E já se sabe quais são os ditadores que conseguem ir ao funeral? É que comunistas já há poucos e, dos outros, houve uma série deles que marchou recentemente...

Um casamento ibérico (musical...) excelente - flamenco com cheirinho a fado!


NOTA: quero dedicar esta música à minha mãe, apreciadora de fado e, curiosamente, desde a sua infância, de flamenco (reminescências da infância, quando, na sua terra - o lugar de Frechão, freguesia de Torres, nas cercanias de Trancoso, sede do concelho - os ciganos acampavam, em agosto, durante a famosa Feira de S. Bartolomeu e cantavam e dançavam este tipo de músico). Mas mesmo a grande Amália Rodrigues, que adorava cantar em castelhano - cantava fantasticamente flamenco e música ranchera - tenho a certeza que gostaria desta bonita canção...

Música adequada à data

Tim Hardin nasceu há 70 anos


Tim Hardin (23 de Dezembro de 1941 - 29 de Dezembro de 1980) foi um compositor e cantor de música folk que fez parte da cena musical de Greenwich Village nos anos 60.
Hardin nasceu em Eugene, Oregon. Aos 18 anos de idade saiu da escola para se alistar na marinha norte-americana. Depois de dispensado, mudou-se para Nova Iorque em 1961, aonde fez parte brevemente da Academia Americana de Artes Dramáticas. Ele foi recusado por actuar mal e passou a focar sua carreira musical ao começar a apresentar-se em Greenwich Village tocando blues.
Depois de se mudar para Massachusetts, Boston, em 1962, Hardin foi descoberto pelo produtor Erik Jacobson, que arranjou uma reunião com a Columbia Records. Em 1964 ele volta à Greenwich para gravar seu primeiro disco. A Columbia não gostou do resultado final, e só lançaria o disco depois da aparição de Hardin no Festival de Woodstock em 1969.
Seu primeiro álbum, Tim Hardin 1, foi lançado em 1966 pela Verve Records. Mostrava uma transformação de seu estilo tradicional de blues para o folk, que definiria o restante de sua carreira. Este LP continha a canção "Reason to Believe", que seria sucesso na voz Rod Stewart anos depois. Tim Hardin 2 foi lançado em 1967 e apresentava sua música mais famosa, "If I Were a Carpenter". Hardin não fez tournée para divulgar o disco; seu vício em heroína e o medo dos palcos fazia com que seus shows fossem deveras erráticos. Tim Hardin 3, lançado em 1968 apresentava gravações ao vivo assim como novas versões de suas músicas antigas.
Nos anos seguintes Hardin revezou-se entre a Inglaterra e os EUA. O vício em heroína já havia tomado controle de sua vida na época do lançamento de seu último álbum, Tim Hardin 9 em 1973. Ele morreu em 29 de Dezembro de 1980 em Los Angeles, Califórnia, de uma overdose de heroína e morfina.


O Imperador do Japão faz hoje 78 anos

 

Akihito (Tóquio, 23 de dezembro de 1933) é o 125.° e o atual Imperador do Japão.
Ele ascendeu ao trono em 1989, ocupando a 17° posição na lista de monarcas e líderes que reinam ou que governam há mais tempo. Akihito é o único monarca reinante do mundo que detém o título de Imperador.
Apesar de não possuir poderes diretos sobre a política japonesa, Akihito diferenciou-se de seu pai por demonstrar uma atitude pacífica e conciliadora para com os antigos rivais do Japão, tais como a Rússia e a China.

A Rainha da Suécia, com raízes luso-brasileiras, nasceu há 68 anos

Rainha Sílvia da Suécia (nascida Silvia Renate Sommerlath; Heidelberg, 23 de dezembro de 1943) é a rainha consorte do rei Carlos XVI Gustavo da Suécia. Chamada de Sua Majestade A Rainha, Silvia é a mãe da herdeira ao trono da Suécia, Princesa Herdeira, Vitória.
Silvia Renate Sommerlath nasceu em Heidelberg, Alemanha, dia 23 de dezembro de 1943. É a mais nova de três crianças, filha do empresário alemão Walther Sommerlath (que tornou-se presidente da subsidiária brasileira da metalúrgica Uddeholm) e de Alice Soares de Toledo, uma brasileira. Seu avô paterno foi Artur Floriano de Toledo (1873-1935), um descendente do Rei Afonso III de Portugal e sua amante, Maria Peres de Enxara. A rainha tem dois irmãos: Ralf e Walther Sommerlath. Seu terceiro, Jörg Sommerlath faleceu em 2006. A família Sommerlath viveu em São Paulo, Brasil, entre 1947 e 1957, onde Silvia estudou no tradicional colégio alemão Colégio Visconde de Porto Seguro. A família retornou para a Alemanha Ocidental em 1957.
Em 1963, ela termina seus estudos secundários em Düsseldorf. Em 1969, graduou-se em Interpretação em Munich, especializando em Língua Espanhola.
No início dos anos 1970, Silvia Sommerlath trabalhou junto ao consulado argentino em Munique, durante os Jogos Olímpicos de Verão de 1972. Trabalhou como diretora do Protocolo dos Jogos de Inverno em Innsbruck, na Áustria, e, brevemente, como comissária de bordo.
Intérprete, Sílvia fala seis línguas: sueco, alemão, francês, espanhol, português e inglês. Alem disso, a Rainha é muito fluente na língua de sinais para deficientes auditivos.
Durante os Jogos Olímpicos de Munique em 1972, Sílvia Sommerlath conheceu o então Príncipe Herdeiro Carlos Gustavo da Suécia. Numa entrevista seguinte, o futuro rei lhe disse que eles combinavam bem.
Com a morte do rei Gustavo VI Adolfo da Suécia em 14 de setembro de 1973, Carlos Gustavo foi coroado rei, cinco dias depois. Ele e Sílvia anunciaram seu noivado em 12 de março de 1976 e casaram-se três meses mais tarde, em 19 de junho, na Catedral Storkyrkan, Estocolmo. Foi o primeiro casamento de um monarca sueco reinante desde 1797. Se eles tivessem casado durante o reinado do Rei Gustavo VI Adolfo da Suécia, ele perderia o direito ao trono sueco.
Em celebração ao casamento, foi realizado um baile de gala no dia 18 de junho de 1976, com a presença do rei Carlos XVI Gustavo da Suécia, a futura rainha Sílvia e seus pais, Walther e Alice. O famoso grupo pop ABBA executou a música Dancing Queen na televisão sueca uma noite antes da cerimónia. A música não foi composta em homenagem à futura rainha, segundo os integrantes, mas foi um dos pontos altos da festa.
O Rei e a Rainha da Suécia tem três filhos:
O Príncipe Carlos Filipe nasceu Príncipe herdeiro. Entretanto, com a reforma constitucional, sua irmã mais velha passou a ser a primeira na linha de sucessão.
Segundo Sílvia, os filhos foram educados como crianças comuns, apesar dos títulos de Alteza Real e dos compromissos com o trono sueco. Até a educação secundária, os príncipes estudaram em escolas públicas. A educação da Princesa Victoria foi mais intensa, em função da responsabilidade que terá como futura monarca, mas a base psicológica repassada por Sílvia a todos os filhos foi fundamental para a princesa herdeira.
Por ter morado aproximadamente dez anos no interior de São Paulo, Brasil, a Rainha Sílvia e o Rei Carlos Gustavo promoveram aos filhos uma vida mais próxima ao campo. Assim, deram-lhes o respeito à natureza e à vida simples.
Culta, elegante, educada e reconhecida pela simplicidade e simpatia muito demasiada, a Rainha Sílvia é admirada não apenas pelo cumprimento de suas atribuições, mas também pelo engajamento em projetos sociais importantes. Em 1999, Sílvia da Suécia fundou a World Childhood Foundation, com o objetivo de promover melhores condições de vida e de defesa do direito das crianças contra a pobreza e o abuso sexual. A instituição está presente em quatorze países e realiza mais de cem programas.