sábado, agosto 07, 2010

Caetano Veloso nasceu há 68 anos!

Caetano Veloso


Caetano Emanuel Viana Teles Veloso (Santo Amaro da Purificação, 7 de Agosto de 1942) é um músico e escritor brasileiro.


sexta-feira, agosto 06, 2010

A Lei da Rolha e a triste Rainha da Inglaterra

O Cronista Indelicado
A rainha de Inglaterra do Palácio de Palmela

Quem desce as escadas da estação do metro do Parque, em Lisboa, depara-se com uma citação de Gilles Deleuze: "A ética é estar à altura do que nos acontece."

É uma pena que uma frase tão certa esteja na estação errada. Ela fazia imensa falta a decorar as paredes do metro do Rato, para que o senhor Procurador-Geral da República, nalgum dia em que por azar o seu carro tivesse empanado ou o motorista adoecido, pudesse olhá-la de frente e meditar sobre aquilo que Deleuze quer dizer. Neste momento, na pobre Justiça do Portugal de 2010, nada nos faz mais falta do que ter gente à altura do que lhe acontece. Já se percebeu que falta muito tamanho a Pinto Monteiro para chegar lá.

A sua pequena entrevista ao ‘DN’ de terça-feira, imagina-se que bem ponderada e dada por escrito, é uma espantosa manifestação de impotência, conformismo e cinismo. Impotência, porque a tirada da Rainha de Inglaterra – o PGR "tem os poderes da Rainha de Inglaterra e os procuradores-gerais distritais são atacados sempre que pretendem impor a hierarquia" – é uma forma de dizer: "eu gostava imenso de mandar no Ministério Público, mas a lei não me deixa."

Conformismo, porque se chegou à conclusão de que não manda nada não se percebe porque continua a frequentar o Palácio Palmela – demitia-se, que a pátria agradecia. Cinismo, porque como vários juristas de renome não demoraram a explicar, os poderes do PGR não são tão pequenos como ele nos quer fazer crer. Foram, aliás, suficientemente latos para matar a investigação em torno das escutas Vara/Sócrates, através de um expediente cerzido com tal dedicação que não admite recurso nem verificação. Que o MP é um saco de gatos, já toda a gente percebeu.

Mas Pinto Monteiro podia ao menos poupar-nos ao seu triste ronronar – para o papel de virgem ofendida já nos chega o primeiro-ministro

in CM - texto de opinião de João Miguel Tavares

O primeiro bombardeamento nuclear foi há 65 anos



Enola gay, you should have stayed at home yesterday
Aha words can't describe the feeling and the way you lied

These games you play, they're gonna end it more than tears someday
Aha enola gay, it shouldn't ever have to end this way

It's 8:15, and that's the time that it's always been
We got your message on the radio, conditions normal and you're coming home

Enola gay, is mother proud of little boy today
Aha this kiss you give, it's never ever gonna fade away

Enola gay, it shouldn't ever have to end this way
Aha enola gay, it shouldn't fade in our dreams away

It's 8:15, and that's the time that it's always been
We got your message on the radio, conditions normal and you're coming home

Enola gay, is mother proud of little boy today
Aha this kiss you give, it's never ever gonna fade away

quinta-feira, agosto 05, 2010

Dia em Coimbra

Um dia em cheio - visita ao Museu Mineralógico e Geológico da Universidade de Coimbra e a partes da Universidade, para a descendência aprender espírito académico por osmose. Vimos ainda alguns funcionários e professores da Universidade, uns in situ e outros às compras, como nós, no Dolce Vita...

Umas fotos, para memória futura:

Museu - cartaz

Secção dos minerais

Ictiossáurio

Biblioteca Geral - baixo relevo (Darwin)

Torre da Universidade - em obras

D. Dinis, de costas, e as bolas...

Sobre a destruição do património paleontológico açoriano

Recebido via e-mail de amigos açorianos:

Recolha de fósseis em Santa Maria

A cada ano que passa há uma grande quantidade de fósseis que é extraída das jazidas fossilíferas da ilha de Santa Maria, algumas destas situadas em áreas da Rede Natura 2000 e do Parque Natural de Ilha de Santa Maria.

Se existem os coleccionadores que delapidam estes elementos paleontológicos sem qualquer vigilância ou fiscalização, existem também as expedições científicas que recolhem fósseis com acompanhamento, mas sem qualquer critério legal sobrejacente às tipologias e técnicas utilizadas. Após a última expedição científica foi assim que ficou uma das melhores jazidas fossilíferas da ilha, a Pedra que Pica, que integra a Rede Natura 2000 e do Parque Natural de Ilha de Santa Maria: http://picasaweb.google.com/amigosdosacores/FosseisSantaMaria



Apesar da compreensão de toda a mais valia científica dos estudos paleontológicos, o representante local dos Amigos dos Açores – Associação Ecológica, José de Melo, tem apresentado ao Governo Regional, ano após ano, preocupações relativas ao modo de como os fósseis estão a desaparecer da ilha para efeitos de estudo e coleccionismo. Embora assumindo que algum tipo de análise e estudo de fósseis utiliza métodos destrutivos, e que estes se perdem irremediavelmente, existe um grande conjunto de fósseis, com valor para tal, que não retorna ao local onde eles têm realmente valor: a ilha onde ocorrem.
Para quando uma rota de fósseis para a ilha de Santa Maria que valorize socialmente e economicamente estes elementos naturais sem os extrair? Para quando a criação de produtos turísticos que tragam visitantes à ilha de Santa Maria para apreciar a singularidade destes elementos paleontológicos no contexto do Atlântico Norte? Serão valorizados os fósseis da ilha de Santa Maria apenas quando estes estiverem em vias de desaparecimento ou já sem os seus exemplares mais notáveis?
Parece muitas das vezes que os fósseis da ilha de Santa Maria não são um património geológico e biológico de interesse público, mas sim pertença apenas de algumas pessoas.
Sem regras conhecidas por todos cidadãos, a ilha de Santa Maria vê assim o seu património desaparecer em prol da importância mediática e da promoção que actividades alicerçadas na extracção desregrada de fósseis possibilitam, tal como foi referido aos Amigos dos Açores – Associação Ecológica, recentemente, por responsáveis políticos a propósito da mais recente expedição realizada na ilha.

Os Amigos dos Açores – Associação Ecológica manifestam a premência da criação de um instrumento legal que regulamente a visitação das jazidas fossilíferas, as actividades de extracção de fósseis para fins científicos e o respectivo transporte e musealização, e respectiva fiscalização. Só com estes mecanismos bem definidos e postos em prática se garantirá que as gerações futuras terão o direito de compreender in loco a singularidade geológica e paleontológica da ilha de Santa Maria.

Com os nossos cumprimentos,
Diogo Caetano

--
Amigos dos Açores - Associação Ecológica
Av. Da Paz, 14, 9600-053 Pico da Pedra
São Miguel, Açores (Portugal)

Tel/Fax (+351) 296 498 004



quarta-feira, agosto 04, 2010

O mito de El-Rei D. Sebastião começou há 432 anos


D. Sebastião I de Portugal (Lisboa, 20 de Janeiro de 1554 - Alcácer-Quibir, 4 de Agosto de 1578) foi o décimo sexto rei de Portugal, cognominado O Desejado por ser o herdeiro esperado da Dinastia de Avis, mais tarde nomeado O Encoberto ou O Adormecido. Foi o sétimo rei da Dinastia de Avis, neto do rei João III de quem herdou o trono com apenas três anos. A regência foi assegurada pela sua avó Catarina da Áustria e pelo Cardeal Henrique de Évora. Aos 14 anos assumiu a governação manifestando grande fervor religioso e militar. Solicitado a cessar as ameaças às costas portuguesas e motivado a reviver as glórias do passado, decidiu a montar um esforço militar em Marrocos, planeando uma cruzada após Mulei Mohammed ter solicitado a sua ajuda para recuperar o trono. A derrota portuguesa na batalha de Alcácer-Quibir em 1578 levou ao desaparecimento de D. Sebastião em combate e da nata da nobreza, iniciando a crise dinástica de 1580 que levou à perda da independência para a dinastia Filipina e ao nascimento do mito do Sebastianismo.

(...)

Desaparecimento e lenda

Na batalha de Alcácer-Quibir, o campo dos três reis, os portugueses sofreram uma derrota às mãos do sultão Abd al-Malik (Mulei Moluco) e perderam uma boa parte do seu exército. Quanto a Sebastião, provavelmente morreu na batalha ou foi morto depois desta terminar. Mas para o povo português de então o rei havia apenas desaparecido. Este desastre teria as piores consequências para o país, colocando em perigo a sua independência. O resgate dos sobreviventes ainda mais agravou as dificuldades financeiras do país.

Em 1582, Filipe I de Portugal, mandou transladar para o Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa um corpo que alegava ser o do rei desaparecido, na esperança de acabar com o sebastianismo, o que não resultou, nem se pôde comprovar ser o corpo realmente o de Sebastião I. O Túmulo de Mármore que repousa sobre dois elefantes, pode ainda hoje ser observado em Lisboa. A dúvida que persiste há mais de 425 anos poderia provavelmente hoje ser resolvida com um simples teste de ADN.

Tornou-se então numa lenda do grande patriota português - o "rei dormente" (ou um Messias) que iria regressar para ajudar Portugal nas suas horas mais sombrias, uma imagem semelhante à que o Rei Artur tem em Inglaterra ou Frederico Barbarossa na Alemanha.

Durante o subsequente domínio espanhol (1580-1640) da coroa portuguesa, três pretendentes afirmaram ser o rei D. Sebastião, tendo o último deles - o italiano Marco Tullio Catizone - sido enforcado em 1619.

Já em fins do século XIX, no Brasil, lavradores sebastianistas no sertão da Baía acreditavam que o rei iria regressar para ajudá-los na luta contra a "república ateia brasileira", durante a chamada Guerra de Canudos.

Idiotias ideológicas versus critérios científicos

(imagem daqui)

Jus sanguinis



Fico preocupado quando percebo que a agenda ideológica do Governo se quer sobrepor aos critérios técnicos em temas sensíveis como a recolha de sangue.


in O Cachimbo de Magritte - post de Paulo Marcelo

terça-feira, agosto 03, 2010

Uma candidatura em banho-de-maria

Património Mundial
UNESCO: candidatura dos icnofósseis de dinossauros da Península Ibérica estava incompleta


Os sítios dos icnofósseis dos dinossauros da Península Ibérica não foram incluídos na Lista do Património Mundial em análise na 34ª Sessão do Comité do Património Mundial, que decorre até amanhã em Brasília, mas sua candidatura voltará a ser analisada numa próxima reunião do Comité da UNESCO.

A decisão, tomada há pouco no âmbito da 34ª sessão do Comité do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), foi revelada à Lusa por fonte ligada ao património da Península Ibérica.

Segundo a mesma fonte, a decisão foi bem recebida pelos representantes de Portugal e Espanha na reunião, porque ainda há possibilidade da sua inclusão na Lista do Património Mundial.

De acordo com a assessoria da Unesco, o dossier da candidatura foi considerado incompleto e será devolvido aos Estados que fizeram o pedido de registo, para adicionarem outras informações.

Três dos locais dos icnofósseis de dinossauros encontram-se em território português e cerca de uma dezena em Espanha.

Os representantes de Portugal e Espanha já tinham dito à Lusa que não consideravam fácil a inserção daqueles vestígios na Lista do Património Mundial e, portanto, a decisão do Comité da UNESCO foi aplaudida pelas delegações da Península Ibérica.

O balanço dos novos sítios registados como Património da Humanidade será feito na tarde desta segunda-feira pelo presidente do Comité, o ministro brasileiro da Cultura, Juca Ferreira.

A 34ª Sessão do Comité do Património Mundial encerra no próximo dia 3.

Passeio pedestre em Rio Seco - fotos

No passado dia 11 de Julho fiz um percurso pedestre, aqui indicado, em Rio Seco (Reguengo do Fetal - Batalha), começando no início por falar da geologia da zona.

Foi excelente (só foi pena não termos subido ao topo da Maunça...). Para o comprovar, aqui ficam as fotos:
A partida...

O grupo compacto, no início

Fonte de mergulho

Água - primeiro abastecimento

Outra fonte

Escarpa da falha das Torrinhas

Meio percurso

Fósseis de ostreídeos

Segundo abastecimento - pão com chouriço

Descanso e alimentação no segundo abastecimento

Nascente do Rio Lis - o famoso poço

Junto à nascente do Rio Lis - o vale despido

Exsurgência permanente nas Fontes

O grupo na ponte das Fontes, junto ao clube da terra

Quase à chegada

Muro extremamente fossilífero - Rio Seco

segunda-feira, agosto 02, 2010

Da Gasolina à Escola Sem Chumbo

O governo da Educação Nacional diz que, de forma gradual, quer acabar com os chumbos no Ensino Básico e Secundário.

Eis mais um ensaio reformista de Sócrates que só pode ser catalogado com o nome, feio e irreprimível, de “disparate”.

Já agora, mais um pequeno empurrão, e acabe-se com os chumbos também na Universidade. Os alunos, aqueles que estudam duas semanas num ano, e emborcam cerveja e dormem o resto do ano, iriam aplaudir e engrossar as estatísticas de apoio ao governo.

Afinal para quê chumbar num dos lados se não se chumba no outro? Algum automobilista, com o juízo todo, mete gasolina sem chumbo nos primeiros quilómetros e gasolina com chumbo nos últimos? Ou pneus recauchutados atrás e nas lonas à frente?

Muito honestamente não consigo ver lógica nisto.

Porque não se propõe então a abolição de tudo o que desigualiza a sociedade?

Os salários de todos a mil e quinhentos euros por mês? Toda a gente a andar de chevrolet? À mesa, apenas vinho rosé?

Mais, acabe-se com a distinção entre profissões. Passemos todos a ser médicos, advogados, ou carpinteiros. A colocar uma prótese num serralheiro, a reparar o motor do carro no psiquiatra, e a cabeça, numa garagem.

E seja o governo ainda mais coerente: Decrete que os homens se mulherizem, ou as mulheres se “machifiquem”. Mesmo que, para tal, eles ou elas precisem de um cirurgião.

Mas, de preferência, daqueles que tenham estudado em escolas onde quem não estudava chumbava.

in Blog Paradela de Aguiar - post de cunha ribeiro

ADENDA: comemoram-se hoje os 81 anos do nascimento de Zeca Afonso...

A Rosinha dos Limões - Francisco José

A invasão do Kuwait pelo Iraque de Saddam começou há 20 anos

Geologia no Verão - mais uma actividade

No passado dia 31 de Julho à tarde (de manhã tivemos uma actividade familiar...) fui até Condeixa, para participar na actividade Maciço Calcário de Sicó e Serra da Lousã, organizada pela Liga de Amigos de Conímbriga. Fomos agradavelmente surpreendidos pela qualidade da actividade (que nos levou a conhecer o Museu, até à exsurgência de Alcabideque, a Maria Pares e às Buracas do Casmilo). O nosso cicerone, o Doutor António dos Santos Queirós, mostrou que tem excelentes conhecimentos em áreas como a Arqueologia, História, Geologia, Antropologia e Biologia...! Só foi pena não pudermos ver a Senhora do Círculo ou a Serra da Lousã, pois o programa era demasiado ambicioso.

E agora umas fotos da actividade:
Museu Etnográfico de Conímbriga - canalizações romanas de chumbo

Museu Etnográfico de Conímbriga - tesouro e admiração


Exsurgência e torre romana - Alcabideque

Autocarro da LAC

Maria Pares - caçando fósseis

Dolina exumada no Casmilo

Lapiás no Casmilo - os mais bonitos em Portugal?

Observando o campo de lapiás do Casmilo

Vale das Buracas do Casmilo

Imponente buraca no vale das mesmas, no Casmilo

Escalada no Vale das Buracas do Casmilo

Corte geológico importante no Vale das Buracas do Casmilo

Escavação arqueológica no Vale das Buracas do Casmilo

O Grupo no Vale das Buracas do Casmilo e os seus cajados de Sant'Iago

Exterior do Museu Etnográfico de Conímbriga

domingo, agosto 01, 2010

Música dedicada a uma senhora e um senhor que querem facilitar a vida aos estudantes


É tão fácil
É tão fácil
É tão fácil

Deixarmo-nos arrastar
É tão fácil
Deixar que as coisas apareçam
E é tão fácil
Haver alguém que nos puxe
E nós sempre de olhos fechados
Pela ganza
Deixarmo-nos ir

É tão fácil
Ir pela carneirada fora
É tão fácil
Deixar os outros ir primeiro
É tão fácil
Haver alguém que nos puxe
E nós sempre da mesma maneira
Acabamos por…
Ficar parados

É tão fácil
É tão fácil
É tão fácil
É tão

É tão triste
É tão triste
É tão triste

Ser tudo tão fácil
É tão triste
As pessoas fáceis
É tão triste
Ser tudo tão fácil
E é tão difícil
Conquistarmos
Coisas por nossa própria vontade

É tão fácil
É tão fácil
É tão fácil
É tão fácil
É tão fácil
É tão fácil
É tão fácil
É tão fácil

Férias!




É amanha dia um de Agosto
E tudo em mim é um fogo posto
Sacola às costas, cantante na mão
Enterro os pés no calor do chão
É tanto o sol pelo caminho
Que vendo um, não me sinto sozinho
Todos os anos, em praias diferentes
Se buscam corpos sedosos e quentes

Adoro ver a praia dourada
O estranho brilho da areia molhada
Mergulho verde nas ondas do mar
Procuro o fundo p'ra lhe tocar
Estendido ao sol, sem nada dizer
Sorriso aberto de puro prazer

sábado, julho 31, 2010

A falha geológica do Alqueva


LI HÁ DIAS que a barragem de Alqueva estava cheia até mais não. Sempre me interessei por este empreendimento e, nessa medida, acompanhei, com toda a atenção, a polémica em torno da existência de uma falha geológica mesmo sob o paredão da represa. Na opinião de muito boa gente, esta obra imensa representa o mais recente e talvez o mais grandioso e esperançoso abraço entre o Alentejo e o grande rio. Esperemos que os inconfessáveis interesses de alguns não estraguem as esperanças dos que aqui vivem e dos que, por todo o Portugal, esperam que este empreendimento contribua para levantar a economia do País.

Segundo um estudo encomendado, em 1996, pela Empresa de Desenvolvimento da Infra-Estrutura de Alqueva (EDIA) e levado a efeito por investigadores do Instituto de Ciência Aplicada e Tecnologia, de Évora, a barragem do Alqueva assenta numa falha sísmica com indícios de actividade, correndo o risco de ser destruída se ocorrer um sismo de magnitude máxima, de 6,1 na escala de Richter, prevista para esta falha. O estudo admite, ainda, que, na ocorrência de um abalo desta magnitude, a rotura à superfície do terreno originaria um deslocamento na ordem dos 20 a 30 centímetros, ao longo de sete quilómetros de extensão, o que seria suficiente para destruir a barragem.

Reagindo à divulgação deste estudo, a EDIA insistia na segurança da barragem, reafirmando que a referida falha não tem actividade sísmica, no que era corroborada por outros dois estudos elaborados na mesma altura, um pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil e outro por Lloyd Cluff, investigador norte-americano da Universidade da Califórnia. Nestes termos, a EDIA decidiu manter a construção da barragem no local para onde fora projectada. Como resposta a esta decisão, o Prof. Alexandre Araújo, da Universidade de Évora, defendia que a prudência aconselhava a deslocação da barragem, entre 100 a 200 metros para jusante do local onde estava e acabou por ser construída. Tal deslocação não aconteceu porque, na altura, as obras já tinham sido iniciadas. Segundo este investigador a referida deslocação seria suficiente porque, assim, a falha não passaria debaixo do respectivo paredão. Perante a eventualidade de um sismo da referida magnitude, a estrutura poderia abanar, mas não seria destruída. Alexandre Araújo lembrou, ainda, que o facto de se criar ali uma grande albufeira, esta poderá desencadear um efeito catalizador, uma vez que o peso da coluna de água irá aumentar a pressão sobre o terreno, e que a presença de tanta água poderá lubrificar as fracturas, provocando aquilo a que se dá o nome de sismicidade induzida.

Ao que indicam os estudos realizados, o intervalo de recorrência entre dois sismos máximos desencadeados por esta falha parece ser muito largo, na ordem dos 10 mil anos, mas a realidade é que se desconhece quando ocorreu o último abalo. O próximo, argumentava-se na altura, tanto pode ser amanhã, como daqui a mil anos.

A falha geológica do Alqueva foi descoberta na década de 70, no decorrer de um estudo geológico efectuado aquando do projecto inicial da barragem. Mas, ao que parece, não mereceu qualquer atenção por parte de quem tinha capacidade para decidir. Como resultado, houve uma significativa derrapagem nos custos da construção deste empreendimento - falava-se em 3 000 000 de contos, 15 000 000 de euros, na moeda actual - uma vez que foi necessário consolidar a referida falha com muito mais trabalho e muitos milhares de metros cúbicos de betão.

in Sopas de Pedra - post de A. M. Galopim de Carvalho

NOTA: publicamos este post nesta data apenas para recordar que existe um excelente blog de Geologia, do Doutor Galopim de Carvalho, que merece mais visitas - é o Sopas de Pedra...

O cantor Francisco José morreu há 22 anos


Francisco José Galopim de Carvalho (Évora, 16 de Agosto de 1924 - Lisboa, 31 de Julho de 1988), foi um cantor português.

Francisco José ficou conhecido com a sua balada romântica Olhos Castanhos, lançada em 1951, e Guitarra Toca Baixinho, em 1973.

in Wikipédia





NOTA: para quem não sabe, Francisco José era irmão do Doutor Galopim de Carvalho, um eminente geólogo...

sexta-feira, julho 30, 2010

Ora aqui está um gajo que dava um bom professor de engenheiros na Universidade da Farinha Amparo

Higiene i Sigurança i Saude no trabalho


Não há neçeçidade de cursos e certificaçõis a malta sabem bem como desenrascar a coisa....

in anårca cønštipadö - post de José Manuel Fonseca

Roteiro geológico na região de Leiria


Estamos a ultimar um Roteiro Geológico, em hipertexto, sobre rochas magmáticas da região de Leiria, que queremos partilhar com os nossos leitores. Podem começar a vê-lo aqui:

NOTA: este trabalho foi feito no âmbito de uma Acção de Formação (História Geológica e Geologia na História – Roteiros Geológicos) organizada pela CFAE Alcobaça e Nazaré e dada pelo Professor Doutor Jorge Manuel Leitão Dinis do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra.

O País do faz-de-conta

Caruncho



Freeport: sindicato fala na «maior crise de sempre» do MP

Prazos impostos pela hierarquia para o fim do processo não permitiram que Sócrates fosse interrogado

Freeport: Procuradores quiseram ouvir Sócrates mas não tiveram tempo

Afinal, José Sócrates não pode afirmar “finalmente”, como fez anteontem, numa declaração à imprensa a propósito de uma nota difundida pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal sobre o despacho final do inquérito ao licenciamento do centro comercial Freeport, em Alcochete. O seu papel no processo está longe de estar esclarecido, entendem os procuradores do Ministério Público (MP) que dirigiram o inquérito, e foram apenas os prazos impostos pela Procuradoria-Geral da República para o fim do processo que impediram que ele fosse interrogado.

Investigação perdeu o rasto a muitos milhões de euros no caso Freeport

Se dúvidas havia, dúvidas há. O despacho final do Ministério Público no inquérito ao licenciamento do Freeport manda arquivar os autos no que toca a eventuais crimes de corrupção e tráfico de influência, mas deixa claro que não foi encontrado o destino de avultadas verbas que passaram pelas mãos de alguns arguidos.

Três comentários apenas sobre isto tudo:

  • Como é possível que, ao fim deste tempo todo, qualquer cidadão médio fique com a sensação de que nada foi verdadeiramente esclarecido?
  • Como é possível que, ao fim deste tempo todo, qualquer cidadão médio fique com a sensação de que houve mais do que tempo para ouvir a população portuguesa sobre este assunto, menos…
  • Entre nós, mesmo na melhor das hipóteses, o rasto dos milhões, mesmo quando brilha no escuro, raramente é achado.

in Blog A Educação do meu Umbigo - post de Paulo Guinote

Situação da petição pela redução do número de alunos por turma‏

Recebido por e-mail:

O Movimento Escola Pública agradece a tua contribuição para o sucesso da petição lançada no final do mês de Abril, cujo objectivo é reduzir o número de alunos/as por turma e por professor/a e a colocação de uma auxiliar em cada sala de Jardim de Infância. Tudo isto para ajudar a combater o insucesso e o abandono escolares.

A petição recolheu perto de 19 mil assinaturas (mais de 17.500 on-line e cerca de 1.300 em papel) e foi entregue ao Presidente da Assembleia da República no dia 8 de Junho (vê o vídeo da notícia da SIC).

No dia 30 de Junho os subscritores da petição foram recebidos pela Comissão Parlamentar de Educação, tendo apresentado os motivos e os argumentos que tornam urgente a aplicação destas medidas (lê os relatos da reunião aqui e aqui). O relatório da petição já foi aprovado nesta Comissão, e nos primeiros meses do próximo ano lectivo a petição será discutida em plenário da Assembleia da República, juntamente com os projectos de lei que os partidos entendam apresentar sobre esta matéria.

Durante os meses de Maio, Junho e Julho, reunimos com todos os grupos parlamentares

(PS, PSD, CDS/PP, BE, PCP e PEV). Apenas o PS assumiu uma posição contrária às medidas que se propõem. Bloco de Esquerda e PCP anunciaram que apresentarão projectos de lei que vão no sentido de responder positivamente a esta petição. Os votos do PSD e do CDS/PP serão decisivos para o desfecho da votação destes projectos de lei, sendo que estes partidos não apresentaram ainda posições definitivas.

O objectivo inicialmente colocado (4 mil assinaturas) foi largamente ultrapassado, sinal claro do apoio que esta causa mereceu dos mais diversos quadrantes profissionais, sociais e políticos. Prova disso é também a qualidade dos comentários de quem assinou a petição, e que nos levou a publicar uma selecção desses testemunhos (aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).

Esta petição tem feito o eu caminho e já teve o mérito de levantar a discussão a nível nacional, tendo tido eco em muitos meios de comunicação social. Esperemos agora que os/as deputados/as não virem a cara ao combate ao insucesso escolar e respondam positivamente aos anseios de milhares de cidadãos e a uma necessidade de toda a sociedade.

Finalmente, deixamos-te vários links pertinentes sobre esta matéria:

Os Mega Agrupamentos e o Ministério da Anarquia


Lei ainda não saiu e já há escolas a transferir alunos


As confederações de pais garantem que há comissões administrativas próvisórias (órgãos directivos dos novos agrupamentos) que antes de tomarem posse estão a decidir a transferência de alunos de escola. O início do ano lectivo ameaça ser caótico, alertam.

O agrupamento de Escolas da Senhora da Hora, em Matosinhos, enviou a pais de alunos uma circular a informar que, devido à fusão com a escola Básica Integrada da Barranha, "decidiu" que no próximo ano lectivo "as turmas do 7º ano funcionarão" nessa escola "e as do 8º e 9º na da Senhora da Hora". No documento, assinado pelo presidente da Comissão Administrativa Provisória (CAP), a que o JN teve acesso, é pedido aos pais "que, caso estejam interessados noutras opções de escola", comuniquem "no prazo de cinco dias úteis, pois as listas dos alunos admitidos terá de ser afixada a 31 de Julho".

O caso não é único, garante ao JN o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), mas a maioria dos casos tem sido comunicada "oralmente". Albino Almeida afirma que o director regional de Educação do Norte o informou, ontem, de que a decisão do agrupamento da Senhora da Hora "já foi resolvida". No entanto, considera, situações idênticas "vão proliferar". As CAP "estão, manifestamente, a dar passos à revelia dos pais", atitude "inqualificável", até porque só tomam posse a 1 de Agosto e contradizem a garantia dada pela ministra, Isabel Alçada, sobre a não transferência de alunos.

A Confap está a aconselhar os pais a "munirem-se de toda a documentação possível" para o caso de as associações decidirem avançar com providências cautelares contra o processo de fusão dos agrupamentos. A confederação, assegura Albino Almeida, vai apoiar essas acções.

O dirigente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação, Rui Martins, também confirmou ao JN que tem recebido queixas de pais sobre a transferência de alunos, por "não saberem sequer onde os filhos vão estudar em Setembro". Na inauguração do centro escolar de Sátão, por exemplo, "nem presidente da câmara, nem secretário de Estado" souberam informar os pais sobre o fecho da escola EB1 de Pedrosas. A confirmação foi dada pelo autarca, dias depois, em reunião promovida pela associação.

"Muitas escolas vão ser encerradas e os pais ainda não sabem". O início do ano lectivo adivinha-se, por isso, "caótico". "Espero que, se a anterior legislatura ficou marcada pelas manifestações de professores, esta possa sê-lo pelos protestos dos pais", sustenta Rui Martins. O JN tentou, sem êxito, obter um comentário do ME sobre a questão. 

in JN - ler notícia

Coisas tristes



NOTA: quando eu morrer quero ser recebido por este ajudante do S. Pedro:

quinta-feira, julho 29, 2010

Um merecido prémio para um Poeta



A velhice é um vento que nos toma

A velhice é um vento que nos toma
no seu halo feliz de ensombramento.
E em nós depõe do que se deu à obra
somente o modo de não sentir o tempo,
senão no ritmo interior de a sombra
passar à transparência do momento.
Mas um momento de que baniram horas
o hábito e o jeito de estar vendo
para muito mais longe. Para de onde a obra
surde. E a velhice nos ilumina o vento.

in Figuras - Fernando Echevarría

Declaramos aberta a silly season

   
NOTA: em verdade, em verdade vos digo, que não fomos nós que declarámos aberta a silly season - foi O Cachimbo de Magritte, a Procuradora Cândida Almeida e o PM Sócrates.

ADENDA: vejam o filme, que vale a pena. E reparem na fina ironia, elaborada há mais de 30 anos mas, curiosamente, tão actual, do Sócrates (o legítimo...!) marcar o golo de cabeça...