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quarta-feira, dezembro 06, 2023

Notícia sobre descoberta paleontológica em Portugal

“Os fósseis mais antigos de Portugal” foram descobertos. Têm mais de 560 milhões de anos

 

  

Foram descobertos em Penha Garcia, no concelho de Idanha-a-Nova, os fósseis de animais mais antigos encontrados em Portugal – têm idade superior a 560 milhões de anos.

Fósseis de animais com mais de 560 milhões de anos foram descobertos em Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o município de Idanha-a-Nova, revelou que a descoberta foi feita por uma equipa de cientistas a trabalhar com o apoio da autarquia e coordenada por Carlos Neto de Carvalho, paleontólogo do Geopark Naturtejo.

Os fósseis de animais mais antigos encontrados em Portugal foram agora descobertos nas proximidades de Penha Garcia. Idades obtidas nas proximidades do local onde foram encontrados os fósseis apontam para valores superiores a 560 milhões de anos”, pode ler-se.

Penha Garcia já era reconhecida pela comunidade científica internacional pela existência de fósseis de organismos marinhos que ali viveram há quase 480 milhões de anos.

O novo sítio paleontológico foi descoberto nas proximidades da Capela de Nossa Senhora de Guadalupe.

Os fósseis foram encontrados pelo paleontólogo italiano Andrea Baucon, no âmbito de uma investigação ainda em curso.

“A descoberta foi uma emoção incrível. Procuramos esses fósseis há mais de 15 anos, mas só agora os encontrámos”, afirmou Andrea Baucon.

Até hoje, nunca tinham sido encontrados restos fossilizados de animais em rochas tão antigas.

Não longe de Penha Garcia, já tinham sido descritos os fósseis mais antigos de Portugal, bactérias com dimensões de milésimas de milímetro, pelo geólogo António Sequeira.

Os fósseis agora encontrados ocorrem em rochas ainda mais antigas do que aquelas e serão, portanto, ainda mais antigos.

“Isso implica que os fósseis recém-descobertos enfrentaram um vertiginoso abismo de tempo”, referiu o paleontólogo italiano.

O animal teria pouco menos de 10 milímetros de largura e deixou preservado nas rochas o seu trajeto, algo sinuoso, enquanto se alimentava de restos orgânicos contidos nos sedimentos.

Esta marca de atividade biológica conhecida como icnofóssil permite entender o modo como este animal se alimentava.

“Sabemos que o organismo responsável pelo icnofóssil possuía um esqueleto rígido, algo que nos é indicado pela forma como penetrou e revolveu os sedimentos à medida que se deslocava com a intenção de procurar alimento, movendo-se para cima e para baixo, para o lado e para o outro – mobilidade, evidências de reação a estímulos nervosos e presença de esqueleto são critérios que melhor definem atividade animal”, referiu Carlos Neto de Carvalho.

O Geopark Naturtejo organiza uma nova campanha de investigação em Penha Garcia, enquanto cientistas do Museu de História Natural de Piacenza e da Universidade de Génova analisam a curiosa forma das estruturas já encontradas.

 

in ZAP

sábado, setembro 16, 2023

Notícia paleontológica interessante com erro grosseiro...

Pedra encontrada há 175 anos é afinal um ovo de dinossauro com 60 milhões de anos

   

   

Uma pedra descoberta há 175 anos revelou ser um ovo de dinossauro. Segundo o museu, uma ágata formou-se dentro de um ovo de dinossauro que foi produzido há 60 milhões de anos.

A pedra foi encontrada na Índia por Charles Fraser e chegou ao Museu de História Natural de Londres em 1883, de acordo com um comunicado de imprensa, citado pelo Interesting Engineering.

O curador Robin Hansen viu a ágata invulgarmente esférica na coleção. Mais tarde, levou-a aos peritos em dinossauros do museu, Paul Barrett, e Susannah Maidment, para um exame mais aprofundado.

Descobriram que as suas características assemelhavam-se a um ovo de dinossauro na forma, no tamanho e na textura. A equipa utilizou a tomografia computorizada para procurar detalhes mais precisos de forma a determinar se se tratava de um ovo.

Um exame minucioso revelou que o ovo pertencia a um titanossauro, que vagueou na Índia durante o período do Cretáceo. Os seus ovos eram pequenos e esse espécie colocava ninhadas de dezenas de ovos, em vez de um único. O ovo também assemelha-se a outros descobertos na China e na Argentina.

A equipa acredita que o ovo adquiriu o formato de uma ágata devido à atividade vulcânica na área.

Mas como é que entrou na coleção de mineralogia? Segundo a equipa, os ovos de dinossauro não eram reconhecidos cientificamente na altura e este pode ser o primeiro ovo conhecido.

“Este espécime é um exemplo perfeito da importância das coleções dos museus. Foi identificado e catalogado corretamente como uma ágata em 1883, utilizando os conhecimentos científicos disponíveis na altura. Só agora é que reconhecemos que este tem algo especial – a ágata encheu esta estrutura esférica, que se revela ser um ovo de dinossauro”, disse Robin na declaração.

 

in ZAP

 

NOTA: como pode um ovo de dinossáurio ter 60 M.a. se estes se extinguiram há 66 milhões de anos...?

quarta-feira, agosto 30, 2023

Notícia interessante sobre paleoantropologia e icnofósseis de humanos modernos...

Descoberta a pegada de Homo sapiens mais antiga do mundo

 

  

Há pouco mais de duas décadas, quando o novo milénio começou, parecia que os rastros deixados pelos nossos antepassados humanos com mais de 50 000 anos eram excessivamente raros.

Naquela época, apenas quatro locais tinham sido relatados em toda a África. Dois eram da África Oriental: Laetoli na Tanzânia e Koobi Fora no Quénia; dois eram da África do Sul (Nahoon e Langebaan). Na verdade, o local de Nahoon, relatado em 1966, foi o primeiro local de pegada hominina a ser descrito.

Em 2023 a situação é bem diferente. Parece que as pessoas não estavam à procura com atenção suficiente ou não estavam à procura nos lugares certos. Hoje, a contagem africana de icnossítios hominídeos datados com mais de 50.000 anos é de 14. Podem ser convenientemente divididos num aglomerado da África Oriental (cinco locais) e um aglomerado sul-africano da costa do Cabo (nove lugares). Existem mais dez locais noutras partes do mundo, incluindo o Reino Unido e a Península Arábica.

Dado que relativamente poucos restos de esqueletos de hominídeos foram encontrados na costa do Cabo, os vestígios deixados pelos nossos antepassados humanos enquanto se moviam pelas paisagens antigas são uma maneira útil de complementar e aprimorar a nossa compreensão dos antigos hominídeos na África.

Num artigo publicado recentemente no Ichnos, os cientistas forneceram as idades de sete icnossítios hominídeos recém-datados que foram identificados nos últimos cinco anos na costa sul do Cabo da África do Sul. Esses locais agora fazem parte do “cluster sul-africano” de nove locais.

Os sítios variam em idade; o mais recente data de há cerca de 71 000 anos. A mais antiga, com 153 mil anos, é um dos achados mais notáveis ​​registados neste estudo: é a pegada mais antiga atribuída à nossa espécie, o Homo sapiens.

As novas datas corroboram o registo arqueológico. Juntamente com outras evidências da área e do período de tempo, incluindo o desenvolvimento de sofisticadas ferramentas de pedra, arte, joalharia e colheita de frutos do mar, confirma que a costa sul do Cabo foi uma área na qual os primeiros humanos anatomicamente modernos sobreviveram, evoluíram e prosperaram, antes de se espalhar da África para outros continentes.

 

Sítios muito diferentes

Existem diferenças significativas entre os grupos de pistas da África Oriental e da África do Sul. Os sítios da África Oriental são muito mais antigos: Laetoli, o mais antigo, tem 3,66 milhões de anos e o mais novo tem 0,7 milhão de anos. As pegadas não foram feitas pelo Homo sapiens, mas por espécies anteriores, como os australopitecíneos, o Homo heidelbergensis e o Homo erectus. Na maior parte, as superfícies em que ocorrem as pegadas da África Oriental tiveram que ser escavadas e expostas laboriosa e meticulosamente.

Os sítios sul-africanos na costa do Cabo, ao contrário, são substancialmente mais jovens. Todos foram atribuídos ao Homo sapiens. E os rastros tendem a ficar totalmente expostos quando descobertos, em rochas conhecidas como eolianitos, versões cimentadas de antigas dunas.

A escavação, portanto, geralmente não é considerada – e devido à exposição dos locais aos elementos e à natureza relativamente grosseira da areia das dunas, eles geralmente não são tão bem preservados quanto os locais da África Oriental. Também são vulneráveis ​​à erosão, por isso muitas vezes é preciso trabalhar rápido para registá-los e analisá-los antes que sejam destruídos pelo oceano e pelo vento.

Embora isso limite o potencial para uma interpretação detalhada, podemos ter os depósitos datados. É aí que entra a luminescência oticamente estimulada

 

Um método iluminador

Um dos principais desafios ao estudar o registo paleo – trilhos, fósseis ou qualquer outro tipo de sedimento antigo – é determinar a idade dos materiais.

Sem isso, é difícil avaliar o significado mais amplo de uma descoberta ou interpretar as alterações climáticas que criam o registo geológico. No caso dos eolianitos da costa sul do Cabo, o método de datação escolhido é muitas vezes a luminescência oticamente estimulada.

Este método de datação mostra há quanto tempo um grão de areia foi exposto à luz solar; por outras palavras, há quanto tempo essa secção de sedimento está enterrada. Dada a forma como as pegadas neste estudo foram formadas – impressões feitas em areia molhada, seguidas de enterro com nova areia soprada – é um bom método, pois podemos estar razoavelmente confiantes de que o “relógio” de datação começou mais ou menos ao mesmo tempo em que o trilho foi criado.

A costa sul do Cabo é um ótimo lugar para aplicar luminescência oticamente estimulada. Em primeiro lugar, os sedimentos são ricos em grãos de quartzo, que produzem muita luminescência. Em segundo lugar, o sol abundante, as praias amplas e o pronto transporte de areia pelo vento para formar as dunas costeiras significam que quaisquer sinais de luminescência pré-existentes são totalmente removidos antes do evento de enterro de interesse, tornando as estimativas de idade confiáveis. Este método sustentou grande parte da datação de achados anteriores na área.

O intervalo geral de datas das descobertas para os icnossítios hominídeos – cerca de 15.000 a 71.000 anos de idade – é consistente com as idades em estudos relatados anteriormente de depósitos geológicos semelhantes na região.

O trilho de 153.000 anos foi encontrada no Garden Route National Park, a oeste da cidade costeira de Knysna, na costa sul do Cabo. Os dois sítios sul-africanos previamente datados, Nahoon e Langebaan, revelaram idades de cerca de 124.000 anos e 117.000 anos, respetivamente.

 

Corrigido e adaptado de ZAP

quinta-feira, maio 05, 2022

Notícia sobre a vergonha nacional do trilho de pegadas de dinossáurio abandonado...

 “Revoltante”. 25 anos depois, pegadas de dinossauro de Pego Longo continuam ao abandono

Monumento Natural de Carenque

As pegadas de dinossauro de Pego Longo, em Sintra, estão votadas ao abandono, afogadas num mar de vegetação, depois de há 25 anos terem sido declaradas Monumento Natural. Nem a Câmara, nem o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) querem tratar da sua conservação.

O Monumento Natural de Carenque, assim designado pela proximidade da jazida de pegadas de dinossauro à localidade da Amadora com este nome, continua abandonado.

As pegadas foram descobertas em 1986 no âmbito das obras da Circular Regional Exterior de Lisboa (CREL). O achado levou à construção de dois túneis sob a jazida, com o intuito de proteger as pegadas, numa obra que custou 8 milhões de euros.

Em 1997, o trilho de pegadas que é um dos mais longos do mundo referente ao período do Cretácico Superior, foi classificado como Monumento Natural.

Quatro anos depois, em 2001, a Câmara de Sintra aprovou um projeto para a construção do Museu e Centro de Interpretação de Pego Longo. Mas a obra continua por nascer por falta de verbas.

Assim, as pegadas de Pego Longo estão, atualmente, tapadas pela vegetação e em profunda degradação.

O desmazelo e o desinteresse da autarquia e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) em protegerem o Monumento Natural levou à “degradação com destruição parcial da jazida”, lamenta o geólogo António Galopim de Carvalho, professor da Universidade de Lisboa que, desde 1986, tem tentado proteger este património.

Num artigo de opinião no Público, Galopim de Carvalho critica “o total abandono e negligência das entidades que tinham, por lei, obrigação de vigiar e proteger” este património, apontando o dedo às “duas últimas vereações da autarquia” e ao ICNF.

“É revoltante”, considera, por seu turno, o paleontólogo Octávio Mateus em declarações ao jornal I.

Em 2020, noticiou-se que a jazida com as pegadas estava a ser usada como uma lixeira clandestina.

Um Tribunal já determinou que cabe ao ICNF, que integra o Ministério do Ambiente, bem como à autarquia, conservar pelo trilho jurássico. Mas as duas entidades enjeitam responsabilidades e recorreram da decisão para o Tribunal da Relação.

Entretanto, Galopim de Carvalho apela a que, “pelo menos, se tente travar a degradação em curso, protegendo eficazmente a jazida, na espera de melhores dias”.

 

in ZAP

sexta-feira, maio 21, 2021

A paleontóloga Mary Anning nasceu há 222 anos

Mary Anning e seu cão Tray, pintados antes de 1842; o afloramento de Golden Cap pode ser visto ao fundo
   
Mary Anning, nascida em (Lyme Regis, Dorset, 21 de maio de 1799 - Lyme Regis, 9 de março de 1847), foi uma paleontóga inglesa, conhecida pela descoberta do primeiro fóssil de ictiossauro, aos 12 anos de idade, na costa de Dorset, num íngreme penhasco, com 5 metros de comprimento.
   
Mary Anning foi uma colecionadora, negociante e paleontóloga britânica que se tornou conhecida mundialmente pelo grande número de importantes achados paleontológicos que fez nos afloramentos marinhos de idade jurássica na cidade de Lyme Regis, no condado de Dorset onde viveu. O seu trabalho contribuiu para mudanças fundamentais no pensamento científico sobre a vida pré-histórica e sobre a história da Terra que ocorreram no início do século XIX.
Anning procurava por fósseis na área dos penhascos de Blue Lies, particularmente durante os meses de inverno, quando deslizamentos expunham novos fósseis que precisavam de ser extraídos rapidamente, antes que fossem levados pelo mar. Era um trabalho perigoso e quase perdeu a sua vida, em 1833, durante um deslizamento que vitimou o seu cão Tray.
    
Carta e desenho de Mary Anning anunciando a descoberta de um animal fóssil hoje conhecido como Plesiosaurus dolichodeirus, 26 de dezembro de 1823
      

segunda-feira, junho 08, 2020

Notícia interessante sobre Paleontologia...

Estômago de dinossauro preservou a sua última refeição durante 110 milhões de anos

Borealopelta

Cientistas canadianos analisaram a última refeição de um anquilossauro nodossóide, com 110 milhões de anos, ainda na sua barriga fossilizada.
De acordo com o site Science Alert, este dinossauro herbívoro de 1300 quilos – Borealopelta markmitchelli – descoberto em 2011, poderá ter o estômago de dinossauro mais bem preservado já encontrado pela comunidade científica.
Depois de cinco anos de trabalho, investigadores conseguiram analisar a massa, do tamanho de uma bola de futebol, na sua barriga fossilizada, composta essencialmente por folhas mastigadas.
“Quando examinámos o conteúdo do estômago através de um microscópio, ficámos chocados por ver material vegetal tão bem preservado e concentrado”, declarou o biólogo David Greenwood, da Universidade de Brandon, no Canadá.
No total, a equipa encontrou 50 tipos de microfósseis de plantas, incluindo seis tipos de musgo ou hepáticas, uma grande variedade de fetos, vários tipos de coníferas e duas plantas com flores.
Pelo meio, os cientistas também encontraram gastrólitos – pedras deliberadamente ingeridas pelos animais para os ajudar a fazer a digestão de materiais mais duros – e, talvez o mais intrigante, vegetação queimada, que pode ter sido devorada por acidente ou de propósito.
“Há carvão considerável no estômago, a partir de fragmentos de plantas queimadas, que indica que o animal estava a procurar numa área recentemente queimada e que estava a tirar partido disso e dos fetos, que frequentemente emergem nestas circunstâncias. Esta adaptação à ecologia do fogo é informação nova para nós”, explica Greenwood.
Os investigadores têm quase a certeza de que o dinossauro morreu logo após a sua última refeição, mas se esta é, ou não, indicativa do que outros dinossauros herbívoros do seu tempo comiam, é ainda uma incerteza.
O estudo foi publicado, esta quarta-feira, na revista científica Royal Society Open Science. O estômago fossilizado, por sua vez, encontra-se exposto, juntamente com o esqueleto do dinossauro, no Museu Royal Tyrrell, em Alberta.

quinta-feira, maio 21, 2020

A paleontóloga Mary Anning nasceu há 221 anos

   
Mary Anning, nascida em (Lyme Regis, Dorset, 21 de maio de 1799 - Lyme Regis, 9 de março de 1847), foi uma paleontóga inglesa, conhecida pela descoberta do primeiro fóssil de ictiossauro, aos 12 anos de idade, na costa de Dorset, num íngreme penhasco, com 5 metros de comprimento.
   
Mary Anning foi uma colecionadora, negociante e paleontóloga britânica que se tornou conhecida mundialmente pelo grande número de importantes achados paleontológicos que fez nos afloramentos marinhos de idade jurássica na cidade de Lyme Regis, no condado de Dorset onde viveu. O seu trabalho contribuiu para mudanças fundamentais no pensamento científico sobre a vida pré-histórica e sobre a história da Terra que ocorreram no início do século XIX.
Anning procurava por fósseis na área dos penhascos de Blue Lies, particularmente durante os meses de inverno, quando deslizamentos expunham novos fósseis que precisavam de ser extraídos rapidamente, antes que fossem levados pelo mar. Era um trabalho perigoso e quase perdeu a sua vida, em 1833, durante um deslizamento que vitimou o seu cão Tray.
   
Carta e desenho de Mary Anning anunciando a descoberta de um animal fóssil hoje conhecido como Plesiosaurus dolichodeirus, 26 de dezembro de 1823
    

sábado, abril 28, 2018

Notícia sobre icnofósseis, extinções e humanos

Pegadas revelam que os humanos caçaram preguiças gigantes

Equipa de cientistas analisou rasto de pegadas encontradas no estado do Novo México, nos EUA, que permitem perceber como o homem caçava o enorme animal com mais de dois metros de altura que acabou por ser extinto.
 
Ilustração que mostra como os humanos tentavam distrair a presa para depois a atacar com lanças
  
Uma equipa de cientistas do Reino Unido descobriu provas de humanos antigos envolvidos num confronto mortal com uma preguiça gigante, mostrando pela primeira vez como os nossos antepassados enfrentaram esta impressionante presa. Com mais de dois metros de altura, com garras nas patas dianteiras, as preguiças gigantes viveram até há cerca de 11.000 anos. A maioria dos cientistas acredita que foi a caça excessiva que acabou por levar à sua extinção.
Pegadas fossilizadas nas salinas do Monumento Nacional de White Sands, no estado do Novo México, no Sudoeste dos Estados Unidos, revelaram que os humanos perseguiram uma preguiça gigante e que depois a terão confrontado, possivelmente com o recurso a lanças que atiraram sobre ela. “A história que podemos ler das pegadas é que os humanos estavam a seguir as pegadas, precisamente no encalce da preguiça”, disse Matthew Bennett, um dos cientistas que participou na descoberta que é publicada na edição desta semana da revista Science Advances.

Pegada humana dentro do trilho de uma preguiça gigante, que mostra como os humanos a perseguiram 
 



“Enquanto alguém se ocupava por distrair a presa com algumas manobras, outra pessoa enfrentava o animal e tentava dar o golpe fatal. É uma história interessante e está tudo escrito nas pegadas” , disse Matthew Bennett, professor de ciências ambientais e geográficas da Universidade de Bournemouth, no Sul de Inglaterra. No Monumento Nacional de White Sands, os investigadores identificaram o que é conhecido como “círculos de agitação” que mostram que a preguiça se terá levantando e apoiado apenas nas suas patas traseiras, equilibrando-se com o balanço das patas dianteiras, provavelmente numa atitude defensiva.
Além de rastos de humanos perseguindo a preguiça, há mais pistas encontradas em lugares mais distantes. A partir disso, os cientistas concluem que os humanos trabalharam em grupo, com uma equipa separada distraindo e desorientando a preguiça para a enganar. Os círculos agitados estão sempre associados à presença de pegadas humanas. Onde não há pegadas humanas, as preguiças andam em linhas rectas, mas onde as pegadas humanas estão presentes, as pistas de preguiça mostram evasão, com mudanças súbitas de direcção.

Pegadas foram descobertas por arqueólogos no Monumento Nacional de White Sands, nos EUA  
   
Graças às novas técnicas de modelação tridimensional, as pegadas fossilizadas foram preservadas usando um sistema desenvolvido por Matthew Bennett. O processo consiste em recorrer a uma câmara digital para fotografar a pegada de 22 ângulos diferentes, permitindo depois que o um algoritmo de computador construa uma renderização 3D ultra-precisa da pegada.
“Esta prova mostra-nos, pela primeira vez, como eles podem ter lidado com uma destas grandes feras e o facto de isto estar a ser feito de forma rotineira é importante”, disse Matthew Bennett, acrescentando que “obter dois conjuntos de pegadas fósseis que interagem e que, assim, mostram a ecologia comportamental é muito, muito raro”.
 
in Público - ler notícia

sábado, janeiro 16, 2016

Notícia no Público sobre icnofósseis

Os dinossauros também se cortejavam em danças nupciais
 
Investigadores ao lado de duas grandes marcas de raspagem no chão deixadas por dinossauros no Colorado


Recriação de dinossauros terópodes a raspar o chão em rituais de acasalamento

A descoberta de um certo tipo de marcas de patas de dinossauros permitiu perceber que estes animais se terão exibido em rituais de acasalamento, como fazem actualmente algumas aves.

Plumagens coloridas, danças, canções, cheiros e outros rituais de exibição são algumas das formas usadas pelos animais para atrair o sexo oposto. As primeiras provas de que os dinossauros também tinham comportamentos em que se cortejavam foram agora reveladas. Nos Estados Unidos, descobriram-se marcas de raspagem no chão feitas há cerca de 100 milhões de anos por dinossauros terópodes – grupo de bípedes carnívoros que incluí o famoso Tyrannosaurus rex –, cujas características indicam que esgaravatavam durante os rituais de exibição para cortejar o sexo oposto.

“Estes são os primeiros locais alguma vez descobertos com provas de que os dinossauros exibiam rituais de acasalamento, constituindo as primeiras provas físicas do comportamento de cortejar”, diz Martin Lockley, da Universidade do Colorado e coordenador da equipa internacional que fez a descoberta. “Estas arranhadelas enormes preenchem uma lacuna na nossa compreensão do comportamento de dinossauros”, continua o paleontólogo, citado num comunicado da Universidade do Colorado.

Como as aves descendem de uma linhagem de dinossauros que sobreviveu à colisão de um grande meteorito com a Terra há cerca de 65 milhões de anos, exterminando então muitas formas de vida, especulava-se até agora se os dinossauros não teriam rituais de acasalamento como as aves.

Podemos imaginá-los em rituais idênticos aos de aves, mas em ponto grande: animais de várias toneladas exibindo-se em arenas próprias para esses comportamentos, emitindo sons, dançando, abanando o corpo, a cauda, mexendo as pequenas patas dianteiras e raspando o chão com as fortes patas posteriores e tudo a tremer. Um espectáculo terrífico para nós, mas certamente muito atraente para os seus parceiros sexuais.

A equipa descobriu cerca de 80 vestígios fósseis de patas de terópodes esgaravatadas em quatro locais distintos do estado do Colorado. Estes vestígios misturam a pegada com as marcas das arranhadelas das garras, chegando algumas aos dois metros de comprimento — a dimensão de uma banheira. Como no mesmo local se encontram marcas de tamanhos e profundidades diferentes, isso indica que várias espécies de terópodes terão sido os seus autores.

Todas as marcas foram encontradas numa formação geológica de rochas sedimentares do período Cretácico, que tem entre 103 e 97 milhões de anos. No maior dos quatro locais – uma área de cerca de 750 metros quadrados, numa rocha exposta de aproximadamente 50 metros por 15 metros –, encontraram-se 60 marcas de arranhadelas.

“Apesar da abundância de pegadas nesta região, estas marcas de exibição são uma nova categoria de vestígios fósseis de vertebrados nunca antes reconhecida”, lê-se no artigo publicado na revista Scientific Reports. Os investigadores baptizaram este novo tipo de atividade biológica fossilizada (um icnofóssíl) como Ostendichnus bilobatus.

Para estudar as marcas, os investigadores mapearam-nas detalhadamente e analisaram-nas por fotogrametria – uma técnica que permite extrair de fotografias informação sobre a forma, as dimensões e a posição de objectos. Foram também feitas réplicas das marcas em látex e fibra de vidro, que se encontram depositadas no Museu da Natureza e da Ciência de Denver.

Para interpretar estes novos vestígios, os cientistas analisaram a possibilidade de representarem um de vários comportamentos que impliquem escavar: fazer ninhos, procurar água, comida ou abrigo, marcar o território e a exibição nupcial. Porém, apenas o comportamento de exibição durante a corte era consistente com todas as características apresentadas por estas marcas (abundância, espaçamento e densidade).

Resultado: a equipa considerou que as marcas foram feitas durante os rituais de acasalamento em locais específicos, tal como acontece com algumas espécies de aves, como o papagaio-do-mar. No entanto, os investigadores salientam que, embora este comportamento ritualizado de corte esteja descrito de forma pormenorizada para muitas aves, as marcas em si estão pouco descritas na literatura científica.

Estas primeiras pistas sobre o comportamento de corte em dinossauros abrem agora o debate sobre o seu significado. Timothy Isles, paleontólogo da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, pensa que as marcas podem ter outra justificação e considera que o facto de apenas se observar este comportamento nalgumas aves actuais torna pouco provável que tivesse sido comum nos seus antepassados, afirma o investigador numa notícia no site da revista Science.

Por outro lado, o paleontólogo Darren Naish, da Universidade de Southampton, também no Reino Unido, comenta que, se estas marcas foram feitas durante a corte, então corroboram fortemente a ideia de que a maioria dos comportamentos das aves, ou mesmo todos, tiveram origem nos dinossauros não-avianos (que se extinguiram).

Seja como for, o debate científico foi agora alimentado com a descrição de um comportamento novo para os dinossauros: talvez nos próximos filmes de animação com dinossauros vejamos o T-rex a raspar o chão, como uma galinha gigante e, sem dúvida, um tanto assustadora.

in Público - ler notícia

quarta-feira, setembro 04, 2013

Mais um dinossáurio descoberto na Lourinhã

Descoberto dinossauro carnívoro na Lourinhã
Teresa Firmino
03.09.2013

Análise preliminar indica que fóssil pertenceria a um grupo de dinossauros de pequeno porte e que teria à volta de dois metros de comprimento.

Fóssil do novo dinossauro ainda agarrado a parte da rocha

O Museu da Lourinhã anunciou esta terça-feira a descoberta do fóssil de um dinossauro carnívoro, acompanhado de uma mão-cheia de achados de dinossauros encontrados durante a campanha de escavações deste ano nos afloramentos do Jurássico Superior daquela região, com cerca de 150 milhões de anos.
“Este ano, os resultados incluíram pegadas e ossos, com destaque para um dinossauro carnívoro de pequeno porte, com menos de dois metros de comprimento. Este esqueleto de dinossauro não está completo, mas está muito bem conservado e articulado (com os ossos na posição anatómica, tal como em vida), o que é muito raro”, refere o comunicado do museu. “A análise preliminar indica que poderá tratar-se de um representante de um grupo de dinossauros carnívoros raros em Portugal, os celurossauros.”
Na campanha, coordenada pelo paleontólogo Octávio Mateus, do Museu da Lourinhã e da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, foram ainda recolhidas pegadas de dinossauros saurópodes, ornitópodes e de pterossauros. “Uma das pegadas de saurópode, com 120 centímetros de comprimento, é uma das maiores que se conhecem”, frisa o comunicado. “Também se descobriram pequenos fósseis, destacando-se a mandíbula de um mamífero, o que é igualmente raro.”
Todo este material recolhido está agora no laboratório de paleontologia do Museu da Lourinhã, onde terá de ser preparado para poder ser estudado. Só com esses estudos se poderá perceber exactamente as espécies de dinossauros a que pertencem os fósseis recolhidos e a sua importância.
O Museu da Lourinhã ficou mundialmente conhecido em 1997, quando foi revelada a descoberta de os ovos com embriões de dinossauros carnívoros bípedes, com 150 milhões de anos. Tinham sido encontrados em 1993. Já em 2013, voltaram a descobrir-se na zona da Lourinhã centenas de fragmentos de cascas de ovos, com ossos de embriões e dentes com 150 milhões de anos. Estes dois achados são os ovos de dinossauros carnívoros mais antigos do mundo. Ovos ainda mais antigos, só os de dois dinossauros herbívoros, encontrados na África do Sul e na China, ambos com cerca de 190 milhões de anos.

in Público - ler notícia

domingo, novembro 27, 2011

Programas Educativos do Geopark Naturtejo do Ano Lectivo 2011/2012


O Geopark Naturtejo, pelo quinto Ano Lectivo consecutivo, apresenta aos professores, educadores e animadores os seus Programas Educativos destinados a Instituições de Ensino. Nestes quatro anos participaram, neles, no total, 15 312 alunos e professores das escolas do Geopark, de outras Portuguesas e de 4 países estrangeiros.

O Guia que aqui divulgamos leva as propostas do Ano Lectivo 2011/2012 até aos docentes portugueses (e não só...).

Pretende-se contribuir para a divulgação, valorização e conservação do Património Natural e Cultural do Geopark Naturtejo, bem como para o desenvolvimento sustentável do seu território, em particular e do Planeta Terra, em geral.

Ao longo destes anos o Geopark tem contribuído para a optimização do processo ensino-aprendizagem em temáticas de disciplinas tais como Geociências, Ciências Naturais, Conservação da Natureza, Marketing, Geografia, Turismo de Natureza, Desenvolvimento Rural, História, Educação Física, Áreas Protegidas, Ordenamento do Território, Geoconservação, entre outras.

As actividades propostas consistem na dinamização de aulas na escola (aulas pré-campo), aulas de campo com visita a geomonumentos (por vezes integrados em percursos pedestres) e a espaços museológicos, workshops, ateliês, exposições e concursos. Algumas destas actividades integram-se na comemoração de dias temáticos, na Semana dos Geoparques Europeus e em Projectos anuais concebidos em conjunto com as escolas.

As grandes novidades do Ano Lectivo 2011/2012 são as actividades criadas no âmbito da exposição “Quando a gente andava ao menério e duas novas saídas de campo, designadamente, “As andanças do granito talhado p’los Canteiros de Alcains” e “Conservação da Natureza no PNTI – o caso do Monte Barata”.

As informações detalhadas sobre cada uma das actividades dos Programas Educativos podem ainda ser consultadas no website da “GEONATURescola” (www.geonaturescola.com), dedicado aos Programas Educativos e Geodivertidos do Geopark Naturtejo. Este website criado em Fevereiro de 2011 conta já com mais de 5000 visitantes. Nele se encontram disponíveis Guiões do Professor, materiais bibliográficos de apoio, e serão adicionados ao longo do ano lectivo novos recursos didácticos.

A equipa do Geopark aguarda o vosso contacto e participação activa nos Programas Educativos, para juntos contribuirmos para uma Terra melhor! Desafiem-os...!


Ficheiro de Apoio: Programas Educativos 2012/2012 (pdf)

terça-feira, outubro 04, 2011

Notícia sobre paleontologia no Público

Investigadores querem tornar áreas visitáveis
Três jazidas de dinossauros descobertas em Torres Vedras

Trabalhos de escavação na jazida de Cambelas

Três jazidas com dinossauros e trilhos com pegadas destes animais, de tartarugas e de répteis voadores foram descobertos durante o mês de Setembro em Torres Vedras. Os investigadores destacam a "enorme extensão" do achado, que gostariam que pudesse ser dado a conhecer através de visitas guiadas.

A descoberta foi anunciada nesta segunda-feira em comunicado pela Associação Leonel Trindade (ALT)-Sociedade de História Natural, entidade responsável pela campanha paleontológica desenvolvida entre 10 e 30 de Setembro. Os trabalhos de campo decorreram na localidade de Cambelas, no concelho de Torres Vedras.

No mesmo local já tinham sido descobertos, em 2003, "restos de um grande dinossauro saurópode (vértebras, fémur), a par de ossos pertencentes a outros dinossauros de menor porte". Os investigadores acreditam, como explicam em comunicado, que esses achados terão sido enterrados num leito de um rio, mas "um episódio de grande energia hídrica (como uma grande cheia)" tê-los-á deslocado para o local onde vieram a ser encontrados.

Na campanha que agora terminou, os trabalhos de prospecção paleontológica resultaram na descoberta de "três novas jazidas com dinossauros, trilhos com pegadas destes animais e outros compostos exclusivamente por pegadas de tartarugas e répteis voadores".

Registo para o futuro

Questionado sobre a relevância dessa descoberta, o director do laboratório paleontológico da ALT-Sociedade de História Natural salientou que o trabalho só agora começou. "A importância por género e espécie não conseguimos ainda definir porque ainda não escavámos", explicou Bruno Silva, revelando que isso só será feito numa próxima campanha, até à qual as jazidas ficarão isoladas "com uma estrutura de protecção para que o mar não as destrua".

Ainda assim, o investigador destaca que os animais "parecem estar relativamente bem conservados", contando que de um deles já tinha sido, no passado, detectada "uma costela com quase dois metros de comprimento". Além disso, acrescenta Bruno Silva, "todas as descobertas de dinossauros são extremamente importantes para compreender o ecossistema de há 150 milhões de anos atrás". Nas prospecções que decorreram no mês passado foram também encontradas "várias jazidas contendo espécimes pertencentes à famosa tartaruga fóssil de Torres Vedras, Selenemys lusitanica".

O director do laboratório paleontológico da ALT-Sociedade de História Natural destaca que este ano houve uma "grande inovação": o facto de pela primeira vez se ter procedido ao registo tridimensional de alguns dos achados, nomeadamente de grandes blocos com ossos de dinossauro que, por estarem na linha de influência das marés ou localizadas no fundo das arribas, são praticamente impossíveis de remover. Uma metodologia que, como se lê no site desta entidade, é útil "para efeitos de salvaguarda e memória futura, estudo científico em laboratório e aplicação em futuros processos museológicos".

Estes trabalhos tiveram o apoio da Câmara de Torres Vedras e da Junta de Freguesia de São Pedro da Cadeira. Neles participaram também estudantes de Geologia da Universidade de Lisboa e investigadores do Grupo de Biologia Evolutiva de Madrid.

quarta-feira, agosto 24, 2011

Mais uma interessante descoberta de icnofósseis e ossos de vertebrados em Angola

Expedição internacional ocorreu entre Julho e Agosto
Português descobre primeiras pegadas de dinossauro encontradas em Angola

O paleontólogo Octávio Mateus, responsável pelo achado

O paleontólogo Octávio Mateus descobriu as primeiras pegadas de dinossauro encontradas em Angola, durante uma expedição internacional ocorrida entre Julho e este mês.

O cientista português disse à Lusa que se trata das "primeiras pegadas  que se conhece em Angola", que se presume pertencerem a um dinossauro saurópode  que terá vivido no Cretácico Inferior, há cerca de 128 milhões de anos. 
Ao todo, a descoberta é composta por 70 pegadas de mamíferos e por dois  trilhos de dinossauros, um deles ainda com "impressões de pele".  
Os achados de pegadas de mamíferos levam a equipa de cientistas internacionais,  composta ainda por dois americanos e por um holandês e com colaboração angolana,  a admitir a descoberta de "mamíferos muito maiores do que aqueles que se  pensavam existirem à época no resto do mundo", dada a dimensão de pegadas  com cerca de cinco centímetros.  
Durante a expedição, foram ainda feitos achados de plesiossauros, pterossauros e mosassauros, de mamíferos marinhos e de baleias e crocodilos.  
Duas novas espécies de mosassauros (répteis marinhos), que até agora  se desconheciam existirem em Angola, foram descobertas: "Carnodeus belgicus"  e "Mosasaurus hoffmani" (este com um crânio enorme de 1,5 metros).  
A expedição foi realizada nas províncias de Cabinda, Bengo, Kwanza Sul,  Benguela, Namibe, Huila e Lunda Sul. Os achados seguem agora para estudo, ficando mais tarde expostos no  Museu de Geologia da Universidade Agostinho Neto, em Luanda.  

in CM - ler notícia

quarta-feira, outubro 13, 2010

sexta-feira, outubro 01, 2010

Pegadas de pterossauro em Portugal



É conhecido que Portugal é rico em pegadas e ossos de dinossauros. Contudo, de répteis voadores, os pterossauros, apenas se conhecem alguns ossos e dentes isolados em Portugal e até há pouco tempo não se conheciam pegadas.



Um novo artigo científico, assinado por Octávio Mateus e Jesper Milàn, dão a conhecer pegadas de pterossauro do Jurássico Superior de Portugal, nomeadamente da Lourinhã e Zambujal de Baixo, Sesimbra (Cabo Espichel). Esta segunda jazida já era conhecida por ter pegadas de dinossauro.


O artigo está disponível aqui
Mateus, O & J Milàn (2010) First records of crocodyle and pterosaur tracks in the Upper Jurassic of Portugal. New Mexico Museum of Natural History and Science Bulletin 51: 83-87.

in Lusodinos - post de Octávio Mateus

terça-feira, agosto 31, 2010

Conferência em Sesimbra


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terça-feira, agosto 03, 2010

Uma candidatura em banho-de-maria

Património Mundial
UNESCO: candidatura dos icnofósseis de dinossauros da Península Ibérica estava incompleta


Os sítios dos icnofósseis dos dinossauros da Península Ibérica não foram incluídos na Lista do Património Mundial em análise na 34ª Sessão do Comité do Património Mundial, que decorre até amanhã em Brasília, mas sua candidatura voltará a ser analisada numa próxima reunião do Comité da UNESCO.

A decisão, tomada há pouco no âmbito da 34ª sessão do Comité do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), foi revelada à Lusa por fonte ligada ao património da Península Ibérica.

Segundo a mesma fonte, a decisão foi bem recebida pelos representantes de Portugal e Espanha na reunião, porque ainda há possibilidade da sua inclusão na Lista do Património Mundial.

De acordo com a assessoria da Unesco, o dossier da candidatura foi considerado incompleto e será devolvido aos Estados que fizeram o pedido de registo, para adicionarem outras informações.

Três dos locais dos icnofósseis de dinossauros encontram-se em território português e cerca de uma dezena em Espanha.

Os representantes de Portugal e Espanha já tinham dito à Lusa que não consideravam fácil a inserção daqueles vestígios na Lista do Património Mundial e, portanto, a decisão do Comité da UNESCO foi aplaudida pelas delegações da Península Ibérica.

O balanço dos novos sítios registados como Património da Humanidade será feito na tarde desta segunda-feira pelo presidente do Comité, o ministro brasileiro da Cultura, Juca Ferreira.

A 34ª Sessão do Comité do Património Mundial encerra no próximo dia 3.

sábado, julho 24, 2010

Notícia no Público sobre icnofosséis ibéricos

Especialistas acreditam na aprovação da candidatura ibérica das pistas de pegadas de dinossauro



Pista de pegadas na Pedreira do Galinha, na Serra d'Aire Pista de pegadas na Pedreira do Galinha, na Serra d'Aire

Os professor Galopim de Carvalho, ex-director do Museu de História Natural, e o investigador do Museu da Lourinhã, Octávio Mateus, afirmaram-se hoje confiantes na aprovação da candidatura ibérica para reconhecimento, pela UNESCO, das jazidas portuguesas de dinossauros.


Os dois especialistas acreditam que a candidatura ibérica tem boas possibilidades de ter êxito, porque consideram ambos que as jazidas de Portugal e Espanha “são suficientemente importantes”.

“Portugal está entre os países mais ricos em espécies de dinossauros, depois de países com os Estados Unidos, a Argentina, Canadá, Mongólia e China, tudo países gigantescos. À nossa escala, Portugal é o país com mais vestígios de dinossauros em todo o mundo”, disse à Lusa Octávio Mateus, que é também investigador da Universidade Nova.

O Comité do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, reúne-se em Brasília, no Brasil, de 25 de Julho a 3 de Agosto, para analisar diversas candidaturas, entre as quais a candidatura ibérica, a integrarem a lista do Património Mundial da UNESCO.

“Esta candidatura é uma forma de garantir que não se perde esse conhecimento científico para todo o sempre”, acrescentou Octávio Mateus, lembrando que Portugal não é apenas “um país rico em ossos de dinossauros, mas também em ovos e em pegadas, área em que também tem um dos melhores registos mundiais”.

Na mesma linha, o ex-director do Museu de História Natural, Galopim de Carvalho, acredita que se trata de “uma candidatura com boas possibilidades de êxito”.

“Penso que as três jazidas portuguesas - uma na Serra d´Aire, outra em Vale de Meios, no distrito de Santarém, e outra no Cabo Espichel, em Sesimbra, no distrito de Setúbal - são suficientemente importantes”, disse à Lusa Galopim de Carvalho.

“Associadas às jazidas espanholas, que também considero suficientemente importantes, estou convencido de que esta proposta ibérica vai ser aprovada”, acrescentou.

As jazidas portuguesas com pegadas de dinossauros, como reconheceu, em 2008, a Comissão Nacional da UNESCO de Portugal, são “locais de excepcional interesse geológico e paleontológico e têm valor universal do ponto de vista científico, didáctico e patrimonial, pois constituem relevantes vestígios de locomoção de dinossauros”.

Carenque fora da lista

O professor Galopim de Carvalho lamenta, no entanto, que as autoridades portuguesas se tivessem `esquecido´ de incluir na candidatura ibérica a jazida de Carenque, no concelho de Sintra.

“Esqueceram-se de indicar a jazida de Carenque, que deu toda aquela celeuma, que levou à construção dos túneis da CREL (Cintura Regional Exterior de Lisboa). Na altura conseguimos, com a ajuda da comunicação social, demover o governo liderado pelo professor Cavaco Silva, que não queria gastar dinheiro”, recordou.

“Acabaram por mandar abrir os túneis - gastou-se qualquer coisa como 1,6 milhões de contos, fez-se a CREL, protegeu-se a jazida, a câmara de Sintra aprovou um projecto de musealização do sítio - ainda eu era o director do Museu de História Natural -, mas nunca houve verbas para o executar”, lembrou Galopim de Carvalho.

quarta-feira, maio 12, 2010

Dia aberto do PNSAC 2010 - visita às Pegadas de Dinossáurios de Vale de Meios

Na semana passada, em 4 de Maio de 2010, fomos (eu, Fernando Martins, mais a Adelaide Martins e a Céu Machado) ao Dia Aberto do PNSAC. Começou tudo mal, pois a actividade que íamos fazer de manhã foi anulada (o Percurso Pedestre De Chãos à Gruta) por só haver três inscritos (isto de fazer um Dia Aberto de um Parque Natural a uma terça-feira se calhar não foi grande ideia - mas o facto de o Director do Parque ser o mesmo de bastantes mais, numa enorme dispersão geográfica, dá escolhas por vezes bizarras...).

Mas a tarde compensou - a visita ao futuro Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios de Vale de Meios foi excelente (os dois funcionários do Parque, como habitualmente, foram excelentes a explicar, simpáticos e merecem nota 20...). O local está bem preparado para visitas (só não se vê bem a placa de entrada) e as pedreiras em laboração (visitámos uma, onde tirámos fotos a alguns fósseis) ajudam a conservar e preservar o local. As pegadas, de terópodes, são excelentes (vimos contramoldes, noutro local, melhores do que as pegadas similares do Cabo Mondego, que já aqui publicámos) e há ainda um trilho de saurópodes.

É um local que, em contexto de visitas escolares em pequenos grupos, tem bastante potencial - esperemos que candidatura dos “Icnitos de Dinossáurios da Península Ibérica”, apresentada conjuntamente por Portugal e Espanha com vista à sua inclusão na Lista de Património Mundial, a permita divulgar e preservar...

E agora algumas fotos, de autoria de Céu Machado: