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sexta-feira, agosto 06, 2010
A Lei da Rolha e a triste Rainha da Inglaterra
O Cronista Indelicado
A rainha de Inglaterra do Palácio de Palmela
Quem desce as escadas da estação do metro do Parque, em Lisboa, depara-se com uma citação de Gilles Deleuze: "A ética é estar à altura do que nos acontece."
É uma pena que uma frase tão certa esteja na estação errada. Ela fazia imensa falta a decorar as paredes do metro do Rato, para que o senhor Procurador-Geral da República, nalgum dia em que por azar o seu carro tivesse empanado ou o motorista adoecido, pudesse olhá-la de frente e meditar sobre aquilo que Deleuze quer dizer. Neste momento, na pobre Justiça do Portugal de 2010, nada nos faz mais falta do que ter gente à altura do que lhe acontece. Já se percebeu que falta muito tamanho a Pinto Monteiro para chegar lá.
A sua pequena entrevista ao ‘DN’ de terça-feira, imagina-se que bem ponderada e dada por escrito, é uma espantosa manifestação de impotência, conformismo e cinismo. Impotência, porque a tirada da Rainha de Inglaterra – o PGR "tem os poderes da Rainha de Inglaterra e os procuradores-gerais distritais são atacados sempre que pretendem impor a hierarquia" – é uma forma de dizer: "eu gostava imenso de mandar no Ministério Público, mas a lei não me deixa."
Conformismo, porque se chegou à conclusão de que não manda nada não se percebe porque continua a frequentar o Palácio Palmela – demitia-se, que a pátria agradecia. Cinismo, porque como vários juristas de renome não demoraram a explicar, os poderes do PGR não são tão pequenos como ele nos quer fazer crer. Foram, aliás, suficientemente latos para matar a investigação em torno das escutas Vara/Sócrates, através de um expediente cerzido com tal dedicação que não admite recurso nem verificação. Que o MP é um saco de gatos, já toda a gente percebeu.
Mas Pinto Monteiro podia ao menos poupar-nos ao seu triste ronronar – para o papel de virgem ofendida já nos chega o primeiro-ministro.
in CM - texto de opinião de João Miguel Tavares
Postado por Fernando Martins às 10:16 0 bocas
Marcadores: ética, PGR, Pinto Monteiro, Rainha de Inglaterra
sexta-feira, julho 30, 2010
O País do faz-de-conta
Freeport: sindicato fala na «maior crise de sempre» do MPPrazos impostos pela hierarquia para o fim do processo não permitiram que Sócrates fosse interrogado
Freeport: Procuradores quiseram ouvir Sócrates mas não tiveram tempo
Afinal, José Sócrates não pode afirmar “finalmente”, como fez anteontem, numa declaração à imprensa a propósito de uma nota difundida pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal sobre o despacho final do inquérito ao licenciamento do centro comercial Freeport, em Alcochete. O seu papel no processo está longe de estar esclarecido, entendem os procuradores do Ministério Público (MP) que dirigiram o inquérito, e foram apenas os prazos impostos pela Procuradoria-Geral da República para o fim do processo que impediram que ele fosse interrogado.
Investigação perdeu o rasto a muitos milhões de euros no caso Freeport
Se dúvidas havia, dúvidas há. O despacho final do Ministério Público no inquérito ao licenciamento do Freeport manda arquivar os autos no que toca a eventuais crimes de corrupção e tráfico de influência, mas deixa claro que não foi encontrado o destino de avultadas verbas que passaram pelas mãos de alguns arguidos.
Três comentários apenas sobre isto tudo:
- Como é possível que, ao fim deste tempo todo, qualquer cidadão médio fique com a sensação de que nada foi verdadeiramente esclarecido?
- Como é possível que, ao fim deste tempo todo, qualquer cidadão médio fique com a sensação de que houve mais do que tempo para ouvir a população portuguesa sobre este assunto, menos…
- Entre nós, mesmo na melhor das hipóteses, o rasto dos milhões, mesmo quando brilha no escuro, raramente é achado.
in Blog A Educação do meu Umbigo - post de Paulo Guinote
Postado por Pedro Luna às 11:49 1 bocas
Marcadores: aldrabices, aldrabões, Cândida Almeida, corrupção, Freeport, José Sócrates, Pinóquio, Pinto Monteiro
terça-feira, abril 13, 2010
Seja feita a vontade de Pinto Monteiro e Noronha do Nascimento
É uma pena que os nossos políticos e seus amigos juízes apliquem o 7º mandamento d'O Triunfo dos Porcos em seu proveito: Todos os animais são iguais mas alguns são mais que outros. Mas cá estaremos para no futuro acertar contas...
Postado por Fernando Martins às 12:55 0 bocas
Marcadores: José Sócrates, justiça, Noronha do Nascimento, Pinto Monteiro
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