Filho de
Manco Inca (também conhecido como
Manco Capac II), foi feito sacerdote e guardião do corpo do seu pai.
Túpac Amaru assumiu o
título de
supa inca, na época em que o
Império Inca já havia perdido a sua capital,
Cusco, e se resumia apenas à região de
Vilcabamba, dezenas de quilómetros a norte de Cusco.
(...)
A Captura de Túpac Amaru
Enquanto isso ocorria
Túpac Amaru, acompanhado por seus guerreiros, havia deixado
Vilcabamba no dia anterior e rumado a oeste, pelas matas das
várzeas.
O seu séquito, que incluía os seus generais e membros da sua família,
foram divididos em pequenos grupos, numa tentativa de evitar que fossem
presos todos juntos na perseguição.
Grupos de soldados espanhóis e guerreiros indígenas foram enviados para
caçá-los, ocorrendo escaramuças sangrentas com a escolta do Inca. Um
dos grupos espanhóis enviados capturou a esposa e filho de
Wayna Cusi. Um segundo voltou sem encontrar nada. Um terceiro ao regressar voltou com dois irmãos de
Tupac Amaru, outros parentes e os seus generais. Mas o
Inca e o seu comandante permaneciam soltos.
A perseguição continuou, um grupo de quarenta soldados escolhidos a dedo saiu atrás de
Tupac Amaru e
Curi Paucar. O grupo seguiu o
Rio Masahuay por 275 quilómetros, onde encontraram um
tambo com ouro e pratos. Os espanhóis capturaram um grupo de
antis e os forçaram a contar o que tinham visto, e eles relataram que ele tinham visto o
Inca rio abaixo num barco. Os espanhóis construíram 20 balsas e continuaram a perseguição.
Ao chegarem às terras
Momorí os espanhóis descobriram que
Tupac Amaru
tinha ancorado e continuou a sua fuga por terra. Eles continuaram com a
ajuda de indígenas da região, que mostraram a rota pela qual os incas
seguiram e avisaram que
Tupac estava seguindo lentamente porque
a sua esposa estava prestes a dar à luz. Após uma marcha de cerca de 80
quilómetros, os espanhóis viram uma fogueira, por volta das nove horas
da noite. Encontraram
Tupac Amaru e a sua esposa, aprisionando-os.
Os cativos foram trazidos de volta para as ruínas de
Vilcabamba e de lá entraram foram conduzidos para Cusco. Os vencedores também trouxeram os restos mumificados de
Manco Capac e
Titu Cusi e a estátua de ouro de
Punchao,
a mais preciosa relíquia da linhagem inca que continha os restos
mortais dos corações dos incas falecidos. Estes objetos sagrados foram
destruídos de seguida.
Execução
Os cinco generais incas capturados foram acusados das mortes de Frei Diego Ortiz, de Pedro Pando e do embaixador Atilano de Anaya, receberam um julgamento sumário em que nada foi dito em sua defesa sendo condenados a serem enforcados por Gabriel de Loarte, magistrado da corte, e então governador da cidade de Cusco.
Os generais foram conduzidos pelas ruas até ao local de execução,
depois de serem torturados na prisão. Três não aguentaram até chegar ao
cadafalso, morrendo no caminho, e tendo o seu corpo colocado ao pé da
forca, os dois restantes, Curi Paucar e um índio chamado Huanca, foram pendurados ainda vivos.
Já o julgamento de
Tupac Amaru começou dois dias depois.
Condenado à decapitação pelo assassinato de sacerdotes em Urcos, dos
quais provavelmente era inocente. Muitos clérigos, convencidos dessa
inocência, imploraram de joelhos ao vice-rei para que o líder Inca fosse
enviado à Espanha, para ser julgado em vez de ser executado. No dia
24 de setembro de
1572,
Tupac Amaru foi conduzido pelas ruas de
Cusco entre o padre
Alonso de Baranza e o padre
Molina
tendo as suas mãos atadas. Uma multidão aguardava na praça, que era
guarnecida por cerca de 400 guardas com lanças. Em frente à catedral, na
praça central de Cuzco, uma plataforma havia sido erguida.
Tupac Amaru subiu ao cadafalso. Os índios lamentavam a sua sorte.
Tupac Amaru levantou calmamente as mãos e o silêncio e a imobilidade caíram sobre a multidão.
Tupac
falou e implorou para que a multidão nunca amaldiçoasse os seus filhos
por um mau comportamento, que os castigassem, mas nunca os
amaldiçoasse. Os sacerdotes tinham-no convencido de que a sua morte era
o desejo de Deus, pois uma vez tinha irritado a sua mãe e esta o
amaldiçoara com uma morte não natural. As suas últimas palavras dos
incas foram:
Ccollanan Pachacamac ricuy auccacunac yahuarniy hichascancuta.
Mãe Terra, testemunha como meus inimigos derramaram meu sangue. Ao proferir essas palavras colocou a cabeça no tronco e o carrasco, um índio
Canãri, tomou o cabelo de
Tupac numa mão e cortou a cabeça com um único golpe de
machete.
Ele ergueu a cabeça no ar para a multidão ver. Ao mesmo tempo, os
sinos igrejas e mosteiros da cidade tocaram. Uma grande tristeza se
abateu em todos os nativos presentes.
Legado
O seu bisneto,
Tupac Amaru II, liderou uma revolta, duzentos anos depois, e o seu nome e a sua história inspiraram o movimento revolucionário
Tupamaros.