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segunda-feira, setembro 23, 2024

O planeta Neptuno foi descoberto há 178 anos

 Fotografia feita pela sonda Voyager 2 ao passar pelo planeta, em 1989
     
Neptuno é o oitavo planeta do Sistema Solar, o último a partir do Sol, desde a reclassificação de Plutão para a categoria de planeta anão, em 2006. Pertencente ao grupo dos gigantes gasosos, possui um tamanho ligeiramente menor que o de Urano, mas maior massa, equivalente a 17 massas terrestres. Neptuno orbita o Sol a uma distância média de 30,1 unidades astronómicas.
O planeta é formado por um pequeno núcleo rochoso ao redor do qual encontra-se uma camada formada possivelmente por água, amónia e metano sobre a qual se situa a sua turbulenta atmosfera, constituída predominantemente de hidrogénio e hélio. De facto, notáveis eventos climáticos ocorrem em Neptuno, inclusive a formação de diversas camadas de nuvens, tempestades ciclónicas visíveis, como a já extinta Grande Mancha Escura, além dos ventos mais rápidos do Sistema Solar, que atingem mais de 2.000 km/h. A radiação solar recebida por Neptuno não seria suficiente para fornecer tamanha energia à turbulenta atmosfera, pelo que se descobriu que o calor irradiado do centro do planeta possui um papel importante na manutenção destes eventos meteorológicos extremos. A pequena quantidade de metano nas camadas altas da atmosfera é, em parte, responsável pela coloração azul do planeta.
Ao redor de Neptuno orbitam catorze satélites naturais conhecidos, dos quais se destaca Tritão, de longe o maior. Um ténue e pouco comum sistema de anéis também existe, exibindo uma estrutura irregular com concentrações de material que formam arcos. A sua influência gravitacional afeta as órbitas de corpos menores situados mais além, na Nuvem de Kuiper, entrando em ressonância orbital.
Visto da Terra, Neptuno apresenta uma alta magnitude (quanto mais brilhante o astro menor sua magnitude), sendo impossível observá-lo a olho nu. Suspeitou-se da sua existência somente após a observação cuidadosa da órbita de Urano, que apresentava ligeiras irregularidades por conta da perturbação gravitacional de Neptuno. Após análise matemática com conclusões obtidas independentemente por John Couch Adams e Urbain Le Verrier, obtiveram as posições aproximadas de onde o planeta deveria estar na esfera celeste. Após diversas buscas com o auxílio de telescópios, em 23 de setembro de 1846, encontraram o planeta, cujo nome escolhido posteriormente homenageia o deus romano dos mares. Até o presente momento, a única sonda espacial que visitou o planeta foi a Voyager 2, em 1989, cuja passagem permitiu obter fotografias e informações sem precedentes, ainda sendo a principal fonte de dados sobre o que atualmente se conhece sobre o planeta.  
  

terça-feira, agosto 20, 2024

A sonda Voyager 2 foi lançada há 47 anos

  
A Voyager 2 é uma sonda espacial norte-americana lançada pela NASA a 20 de agosto de 1977 da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, na Flórida. Aproximou-se dos quatro planetas gigantes do Sistema Solar, produzindo valiosíssimos resultados científicos e as melhores fotografias daqueles corpos e dos seus satélites obtidas até então. Tornou-se o quarto artefacto humano a ultrapassar a órbita de Plutão em 1989, e em 2005 encontrava-se a uma distância de cerca de 75 UAs da Terra.

Utilizou uma técnica de auxílio a navegação que utiliza a atração gravítica dos planetas aos quais se aproxima. Esta técnica permite às sondas receberem uma aceleração e uma alteração de direção por forma a serem colocadas numa nova direção que as leve a um novo destino. Desta forma, as sondas podem ser construídas de forma mais leve (não necessitam de tanto combustível para aceleração e mudanças de direção), mas implica uma grande precisão nas aproximações aos planetas a visitar.

A sonda aproximou-se de Júpiter em 9 de julho de 1979, a uma distância de 570.000 quilómetros. Ela descobriu alguns anéis ao redor de Júpiter, assim como a atividade vulcânica na lua Io. Dois novos satélites de pequeno porte, Adrastea e Metis. foram encontrados orbitando. Um terceiro satélite novo, Tebe, foi descoberto entre as órbitas de Amalteia e Io. A sonda em seguida visitou Saturno, em 25 de janeiro de 1981, a uma distância de 101.000 quilómetros da superfície do planeta. Em seguida, visitou Urano, em 24 de janeiro de 1986.

Uma das novidades foi a descoberta de 11 satélites naturais (Cordélia, Ofélia, Bianca, Cressida, Desdemona, Juliet, Portia, Rosalinda, Belinda, Perdita e Puck) e de um anel ao redor de Urano. Também descobriu-se que o Polo Sul de Urano estava apontado diretamente para o Sol. Depois de visitar Urano, a sonda dirigiu-se em direção a Neptuno, até que chegou lá em agosto em 1989, também chegando a pesquisar seu satélite natural Tritão. Após a passagem pela órbita de Plutão, a Voyager 2 iniciou a sua saída do Sistema Solar.

A sonda tem, anexado a sua parte externa, um disco fonográfico feito de ouro intitulado "Sounds of the Earth" (Sons da Terra), com uma hora e meia de música e alguns sons da natureza do planeta Terra. O disco traz instruções de uso e a frase "For makers of music of all worlds and all times" ("Para os produtores de música de todos os mundos e todos os tempos"). O objetivo deste disco é levar dados da Terra para uma possível civilização exterior.

Em maio de 2010, a sonda alcançou a distância de 92 UA do Sol, a uma velocidade de 3,3 UA por ano (15,4 km/s), localizando-se na constelação de Telescópio. Prevê-se que, depois de 2030, a sonda perderá contacto com a Terra.

Em 2020 a Voyager 2 encontra-se no espaço inter-estelar, a mais de 13,5 mil milhões de quilómetros da Terra (Plutão fica a uma distância média de cerca de 6 mil milhões de quilómetros do Sol). Em novembro de 2020, a NASA recuperou as comunicações com a sonda, após melhorias feitas à antena Deep Space Station 43 na Austrália, que é a única que tem capacidade para comunicar com a nave. As comunicações ficaram suspensas desde que a antena deu início a trabalhos de reparação e melhoramentos em março de 2020.

A Voyager 2, a mais de 18,7 mil milhões de quilómetros de distância da Terra e ficando cada vez mais longe, no entanto, foi capaz de receber qualquer comunicação da Terra. A Voyager 2 mandou após 17 horas e 24 minutos um sinal confirmando que havia recebido as instruções e executou os comandos sem emitir em 30 de outubro de 2020.

A sonda deverá ainda percorrer um grande espaço vazio antes de chegar a outros corpos celestes. Em torno de 14 mil anos ou mais, a exemplo da sua sonda-irmã Voyager 1, ela emergirá da Nuvem de Oort em direção ao espaço interestelar absoluto (totalmente fora da influência do campo gravitacional do Sol), desde que não haja nenhum anteparo físico (detritos ou corpos celestes) para impedi-la. Em torno de 296.000 anos, ela passará perto da estrela Sirius, a estrela alfa da constelação de Cão Maior e que está a 4,3 anos-luz da Terra.

 


domingo, março 10, 2024

Os anéis do planeta Úrano foram descobertos há 47 anos

Sistema de anéis e satélites de Úrano (as linhas contínuas indicam os anéis e as descontínuas órbitas dos seus satélites
   
Os anéis de Úrano são um sistema de anéis planetários que rodeiam esse planeta. Têm uma complexidade intermédia entre os extensos anéis de Saturno e os sistemas mais simples que circundam Júpiter e Netuno. Foram descobertos, em 10 de março de 1977, por James L. Elliot, Edward W. Dunham e Douglas J. Mink. Há mais de 200 anos, William Herschel também anunciou a observação de anéis, mas os astrónomos modernos mostram-se céticos que realmente pudesse tê-los observado, pois são muito obscuros e fracos. Foram descobertos mais dois anéis, em 1986, nas imagens feitas pela sonda espacial Voyager 2, e em 2003–2005 foram encontrados outros dois anéis externos, em fotografias do Telescópio Espacial Hubble.
Em 2009, eram conhecidos, no sistema de anéis de Urano, 13 anéis diferentes. Em ordem crescente de distância desde o planeta, designam-se com a notação 1986U2R/ζ, 6, 5, 4, α, β, η, γ, δ, λ, ε, ν e μ. Os seus raios oscilam entre os 38 000 km do anel 1986U2R/ζ aos 98 000 km do anel μ. Podem encontrar-se faixas de poeira fracas e arcos incompletos adicionais entre os anéis principais. Os anéis são extremamente obscuros - o albedo de Bond das partículas dos anéis não excede 2%. Provavelmente sejam compostos por água congelada com o aditamento de alguns compostos orgânicos obscuros processados pela radiação.
A maioria dos anéis de Úrano tem poucos quilómetros de largura. O sistema de anéis contém, em geral, pouca poeira. Principalmente está composto por corpos grandes, de 0,2–20 metros de diâmetro. Porém, alguns anéis são oticamente finos. Os anéis 1986U2R/ζ, μ e ν, de aparência larga e débil, estão formados por partículas de poeira, enquanto o anel λ, estreito e débil, também contém corpos de tamanho maior. A relativa carência de poeira no sistema de anéis é devida à resistência aerodinâmica da parte mais externa da exosfera de Úrano - a coroa.
Acredita-se que os anéis de Úrano são relativamente novos, com uma idade inferior a 600 milhões de anos. Provavelmente originaram-se dos fragmentos da colisão de vários satélites que existiram nalgum momento. Após a colisão ficaram decompostos em numerosas partículas que sobreviveram como anéis estreitos e oticamente densos, em zonas estritamente confinadas de máxima estabilidade.
Ainda não se compreende bem o mecanismo pelo qual se confinam em anéis estreitos. A princípio assumia-se que cada anel estreito era pastoreado por um par de satélites próximos que lhe davam forma. Porém, em 1986 a Voyager 2 descobriu apenas um desses pares de satélites, Cordélia e Ofélia, sobre o anel mais brilhante (ε).
  

sábado, setembro 23, 2023

Neptuno foi descoberto há 177 anos

          
Neptuno é o oitavo planeta do Sistema Solar, o último a partir do Sol, desde a reclassificação de Plutão para a categoria de planeta anão, em 2006. Pertencente ao grupo dos gigantes gasosos, possui um tamanho ligeiramente menor que o de Urano, mas maior massa, equivalente a 17 massas terrestres. Neptuno orbita o Sol a uma distância média de 30,1 unidades astronómicas.
O planeta é formado por um pequeno núcleo rochoso ao redor do qual encontra-se uma camada formada possivelmente por água, amónia e metano sobre a qual se situa a sua turbulenta atmosfera, constituída predominantemente de hidrogénio e hélio. De facto, notáveis eventos climáticos ocorrem em Neptuno, inclusive a formação de diversas camadas de nuvens, tempestades ciclónicas visíveis, como a já extinta Grande Mancha Escura, além dos ventos mais rápidos do Sistema Solar, que atingem mais de 2.000 km/h. A radiação solar recebida por Neptuno não seria suficiente para fornecer tamanha energia à turbulenta atmosfera, pelo que se descobriu que o calor irradiado do centro do planeta possui um papel importante na manutenção destes eventos meteorológicos extremos. A pequena quantidade de metano nas camadas altas da atmosfera é, em parte, responsável pela coloração azul do planeta.
Ao redor de Neptuno orbitam catorze satélites naturais conhecidos, dos quais se destaca Tritão, de longe o maior. Um ténue e pouco comum sistema de anéis também existe, exibindo uma estrutura irregular com concentrações de material que formam arcos. A sua influência gravitacional afeta as órbitas de corpos menores situados mais além, na Nuvem de Kuiper, entrando em ressonância orbital.
Visto da Terra, Neptuno apresenta uma alta magnitude (quanto mais brilhante o astro menor sua magnitude), sendo impossível observá-lo a olho nu. Suspeitou-se da sua existência somente após a observação cuidadosa da órbita de Urano, que apresentava ligeiras irregularidades por conta da perturbação gravitacional de Neptuno. Após análise matemática com conclusões obtidas independentemente por John Couch Adams e Urbain Le Verrier, obtiveram as posições aproximadas de onde o planeta deveria estar na esfera celeste. Após diversas buscas com o auxílio de telescópios, em 23 de setembro de 1846, encontraram o planeta, cujo nome escolhido posteriormente homenageia o deus romano dos mares. Até o presente momento, a única sonda espacial que visitou o planeta foi a Voyager 2, em 1989, cuja passagem permitiu obter fotografias e informações sem precedentes, ainda sendo a principal fonte de dados sobre o que atualmente se conhece sobre o planeta.

 Fotografia feita pela sonda Voyager 2 ao passar pelo planeta, em 1989
      

domingo, agosto 20, 2023

A sonda Voyager 2 foi lançada há 46 anos

  
A Voyager 2 é uma sonda espacial norte-americana lançada pela NASA a 20 de agosto de 1977 da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, na Flórida. Aproximou-se dos quatro planetas gigantes do Sistema Solar, produzindo valiosíssimos resultados científicos e as melhores fotografias daqueles corpos e dos seus satélites obtidas até então. Tornou-se o quarto artefacto humano a ultrapassar a órbita de Plutão em 1989, e em 2005 encontrava-se a uma distância de cerca de 75 UAs da Terra.

Utilizou uma técnica de auxílio a navegação que utiliza a atração gravítica dos planetas aos quais se aproxima. Esta técnica permite às sondas receberem uma aceleração e uma alteração de direção por forma a serem colocadas numa nova direção que as leve a um novo destino. Desta forma, as sondas podem ser construídas de forma mais leve (não necessitam de tanto combustível para aceleração e mudanças de direção), mas implica uma grande precisão nas aproximações aos planetas a visitar.

A sonda aproximou-se de Júpiter em 9 de julho de 1979, a uma distância de 570.000 quilómetros. Ela descobriu alguns anéis ao redor de Júpiter, assim como a atividade vulcânica na lua Io. Dois novos satélites de pequeno porte, Adrastea e Metis. foram encontrados orbitando. Um terceiro satélite novo, Tebe, foi descoberto entre as órbitas de Amalteia e Io. A sonda em seguida visitou Saturno, em 25 de janeiro de 1981, a uma distância de 101.000 quilómetros da superfície do planeta. Em seguida, visitou Urano, em 24 de janeiro de 1986.

Uma das novidades foi a descoberta de 11 satélites naturais (Cordélia, Ofélia, Bianca, Cressida, Desdemona, Juliet, Portia, Rosalinda, Belinda, Perdita e Puck) e de um anel ao redor de Urano. Também descobriu-se que o Polo Sul de Urano estava apontado diretamente para o Sol. Depois de visitar Urano, a sonda dirigiu-se em direção a Neptuno, até que chegou lá em agosto em 1989, também chegando a pesquisar seu satélite natural Tritão. Após a passagem pela órbita de Plutão, a Voyager 2 iniciou a sua saída do Sistema Solar.

A sonda tem, anexado a sua parte externa, um disco fonográfico feito de ouro intitulado "Sounds of the Earth" (Sons da Terra), com uma hora e meia de música e alguns sons da natureza do planeta Terra. O disco traz instruções de uso e a frase "For makers of music of all worlds and all times" ("Para os produtores de música de todos os mundos e todos os tempos"). O objetivo deste disco é levar dados da Terra para uma possível civilização exterior.

Em maio de 2010, a sonda alcançou a distância de 92 UA do Sol, a uma velocidade de 3,3 UA por ano (15,4 km/s), localizando-se na constelação de Telescópio. Prevê-se que, depois de 2030, a sonda perderá contacto com a Terra.

Em 2020 a Voyager 2 encontra-se no espaço inter-estelar, a mais de 13,5 mil milhões de quilómetros da Terra (Plutão fica a uma distância média de cerca de 6 mil milhões de quilómetros do Sol). Em novembro de 2020, a NASA recuperou as comunicações com a sonda, após melhorias feitas à antena Deep Space Station 43 na Austrália, que é a única que tem capacidade para comunicar com a nave. As comunicações ficaram suspensas desde que a antena deu início a trabalhos de reparação e melhoramentos em março de 2020.

A Voyager 2, a mais de 18,7 mil milhões de quilómetros de distância da Terra e ficando cada vez mais longe, no entanto, foi capaz de receber qualquer comunicação da Terra. A Voyager 2 mandou após 17 horas e 24 minutos um sinal confirmando que havia recebido as instruções e executou os comandos sem emitir em 30 de outubro de 2020.

A sonda deverá ainda percorrer um grande espaço vazio antes de chegar a outros corpos celestes. Em torno de 14 mil anos ou mais, a exemplo da sua sonda-irmã Voyager 1, ela emergirá da Nuvem de Oort em direção ao espaço interestelar absoluto (totalmente fora da influência do campo gravitacional do Sol), desde que não haja nenhum anteparo físico (detritos ou corpos celestes) para impedi-la. Em torno de 296.000 anos, ela passará perto da estrela Sirius, a estrela alfa da constelação de Cão Maior e que está a 4,3 anos-luz da Terra.

 


sexta-feira, março 10, 2023

Os anéis do planeta Úrano foram descobertos há 46 anos

Sistema de anéis e satélites de Urano (as linhas contínuas indicam os anéis e as descontínuas órbitas dos seus satélites
   
Os anéis de Úrano são um sistema de anéis planetários que rodeiam esse planeta. Têm uma complexidade intermédia entre os extensos anéis de Saturno e os sistemas mais simples que circundam Júpiter e Netuno. Foram descobertos, em 10 de março de 1977, por James L. Elliot, Edward W. Dunham e Douglas J. Mink. Há mais de 200 anos, William Herschel também anunciou a observação de anéis, mas os astrónomos modernos mostram-se céticos que realmente pudesse tê-los observado, pois são muito obscuros e fracos. Foram descobertos mais dois anéis, em 1986, nas imagens feitas pela sonda espacial Voyager 2, e em 2003–2005 foram encontrados outros dois anéis externos, em fotografias do Telescópio Espacial Hubble.
Em 2009, eram conhecidos, no sistema de anéis de Urano, 13 anéis diferentes. Em ordem crescente de distância desde o planeta, designam-se com a notação 1986U2R/ζ, 6, 5, 4, α, β, η, γ, δ, λ, ε, ν e μ. Os seus raios oscilam entre os 38 000 km do anel 1986U2R/ζ aos 98 000 km do anel μ. Podem encontrar-se faixas de poeira fracas e arcos incompletos adicionais entre os anéis principais. Os anéis são extremamente obscuros - o albedo de Bond das partículas dos anéis não excede 2%. Provavelmente sejam compostos por água congelada com o aditamento de alguns compostos orgânicos obscuros processados pela radiação.
A maioria dos anéis de Úrano tem poucos quilómetros de largura. O sistema de anéis contém, em geral, pouca poeira. Principalmente está composto por corpos grandes, de 0,2–20 metros de diâmetro. Porém, alguns anéis são oticamente finos. Os anéis 1986U2R/ζ, μ e ν, de aparência larga e débil, estão formados por partículas de poeira, enquanto o anel λ, estreito e débil, também contém corpos de tamanho maior. A relativa carência de poeira no sistema de anéis é devida à resistência aerodinâmica da parte mais externa da exosfera de Úrano - a coroa.
Acredita-se que os anéis de Úrano são relativamente novos, com uma idade inferior a 600 milhões de anos. Provavelmente originaram-se dos fragmentos da colisão de vários satélites que existiram nalgum momento. Após a colisão ficaram decompostos em numerosas partículas que sobreviveram como anéis estreitos e oticamente densos, em zonas estritamente confinadas de máxima estabilidade.
Ainda não se compreende bem o mecanismo pelo qual se confinam em anéis estreitos. A princípio assumia-se que cada anel estreito era pastoreado por um par de satélites próximos que lhe davam forma. Porém, em 1986 a Voyager 2 descobriu apenas um desses pares de satélites, Cordélia e Ofélia, sobre o anel mais brilhante (ε).
  

sexta-feira, setembro 23, 2022

Neptuno foi descoberto há 176 anos

        
Neptuno é o oitavo planeta do Sistema Solar, o último a partir do Sol, desde a reclassificação de Plutão para a categoria de planeta anão, em 2006. Pertencente ao grupo dos gigantes gasosos, possui um tamanho ligeiramente menor que o de Urano, mas maior massa, equivalente a 17 massas terrestres. Neptuno orbita o Sol a uma distância média de 30,1 unidades astronómicas.
O planeta é formado por um pequeno núcleo rochoso ao redor do qual encontra-se uma camada formada possivelmente por água, amónia e metano sobre a qual se situa a sua turbulenta atmosfera, constituída predominantemente de hidrogénio e hélio. De facto, notáveis eventos climáticos ocorrem em Neptuno, inclusive a formação de diversas camadas de nuvens, tempestades ciclónicas visíveis, como a já extinta Grande Mancha Escura, além dos ventos mais rápidos do Sistema Solar, que atingem mais de 2.000 km/h. A radiação solar recebida por Neptuno não seria suficiente para fornecer tamanha energia à turbulenta atmosfera, pelo que se descobriu que o calor irradiado do centro do planeta possui um papel importante na manutenção destes eventos meteorológicos extremos. A pequena quantidade de metano nas camadas altas da atmosfera é, em parte, responsável pela coloração azul do planeta.
Ao redor de Neptuno orbitam catorze satélites naturais conhecidos, dos quais se destaca Tritão, de longe o maior. Um ténue e pouco comum sistema de anéis também existe, exibindo uma estrutura irregular com concentrações de material que formam arcos. A sua influência gravitacional afeta as órbitas de corpos menores situados mais além, na Nuvem de Kuiper, entrando em ressonância orbital.
Visto da Terra, Neptuno apresenta uma alta magnitude (quanto mais brilhante o astro menor sua magnitude), sendo impossível observá-lo a olho nu. Suspeitou-se da sua existência somente após a observação cuidadosa da órbita de Urano, que apresentava ligeiras irregularidades por conta da perturbação gravitacional de Neptuno. Após análise matemática com conclusões obtidas independentemente por John Couch Adams e Urbain Le Verrier, obtiveram as posições aproximadas de onde o planeta deveria estar na esfera celeste. Após diversas buscas com o auxílio de telescópios, em 23 de setembro de 1846, encontraram o planeta, cujo nome escolhido posteriormente homenageia o deus romano dos mares. Até o presente momento, a única sonda espacial que visitou o planeta foi a Voyager 2, em 1989, cuja passagem permitiu obter fotografias e informações sem precedentes, ainda sendo a principal fonte de dados sobre o que atualmente se conhece sobre o planeta.

 Fotografia feita pela sonda Voyager 2 ao passar pelo planeta, em 1989
   

sábado, agosto 20, 2022

A Voyager 2 partiu há 45 anos


Voyager 2
é uma sonda espacial norte-americana lançada pela NASA a 20 de agosto de 1977 da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, na Flórida. Aproximou-se dos quatro planetas gigantes do Sistema Solar, produzindo valiosíssimos resultados científicos e as melhores fotografias daqueles corpos e dos seus satélites obtidas até então. Tornou-se o quarto artefacto humano a ultrapassar a órbita de Plutão em 1989, e em 2005 encontrava-se a uma distância de cerca de 75 UAs da Terra.

Utilizou uma técnica de auxílio a navegação que utiliza a atração gravítica dos planetas aos quais se aproxima. Esta técnica permite às sondas receberem uma aceleração e uma alteração de direção por forma a serem colocadas numa nova direção que as leve a um novo destino. Desta forma, as sondas podem ser construídas de forma mais leve (não necessitam de tanto combustível para aceleração e mudanças de direção), mas implica uma grande precisão nas aproximações aos planetas a visitar.

A sonda aproximou-se de Júpiter em 9 de julho de 1979, a uma distância de 570.000 quilómetros. Ela descobriu alguns anéis ao redor de Júpiter, assim como a atividade vulcânica na lua Io. Dois novos satélites de pequeno porte, Adrastea e Metis. foram encontrados orbitando. Um terceiro satélite novo, Tebe, foi descoberto entre as órbitas de Amalteia e Io. A sonda em seguida visitou Saturno, em 25 de janeiro de 1981, a uma distância de 101.000 quilómetros da superfície do planeta. Em seguida, visitou Urano, em 24 de janeiro de 1986.

Uma das novidades foi a descoberta de 11 satélites naturais (Cordélia, Ofélia, Bianca, Cressida, Desdemona, Juliet, Portia, Rosalinda, Belinda, Perdita e Puck) e de um anel ao redor de Urano. Também descobriu-se que o Polo Sul de Urano estava apontado diretamente para o Sol. Depois de visitar Urano, a sonda dirigiu-se em direção a Neptuno, até que chegou lá em agosto em 1989, também chegando a pesquisar seu satélite natural Tritão. Após a passagem pela órbita de Plutão, a Voyager 2 iniciou a sua saída do Sistema Solar.

A sonda tem, anexado a sua parte externa, um disco fonográfico feito de ouro intitulado "Sounds of the Earth" (Sons da Terra), com uma hora e meia de música e alguns sons da natureza do planeta Terra. O disco traz instruções de uso e a frase "For makers of music of all worlds and all times" ("Para os produtores de música de todos os mundos e todos os tempos"). O objetivo deste disco é levar dados da Terra para uma possível civilização exterior.

Em maio de 2010, a sonda alcançou a distância de 92 UA do Sol, a uma velocidade de 3,3 UA por ano (15,4 km/s), localizando-se na constelação de Telescópio. Prevê-se que, depois de 2030, a sonda perderá contacto com a Terra.

Em 2020 a Voyager 2 encontra-se no espaço inter-estelar, a mais de 13,5 mil milhões de quilómetros da Terra (Plutão fica a uma distância média de cerca de 6 mil milhões de quilómetros do Sol). Em novembro de 2020, a NASA recuperou as comunicações com a sonda, após melhorias feitas à antena Deep Space Station 43 na Austrália, que é a única que tem capacidade para comunicar com a nave. As comunicações ficaram suspensas desde que a antena deu início a trabalhos de reparação e melhoramentos em março de 2020.

A Voyager 2, a mais de 18,7 mil milhões de quilómetros de distância da Terra e ficando cada vez mais longe, no entanto, foi capaz de receber qualquer comunicação da Terra. A Voyager 2 mandou após 17 horas e 24 minutos um sinal confirmando que havia recebido as instruções e executou os comandos sem emitir em 30 de outubro de 2020.

A sonda deverá ainda percorrer um grande espaço vazio antes de chegar a outros corpos celestes. Em torno de 14 mil anos ou mais, a exemplo da sua sonda-irmã Voyager 1, ela emergirá da Nuvem de Oort em direção ao espaço interestelar absoluto (totalmente fora da influência do campo gravitacional do Sol), desde que não haja nenhum anteparo físico (detritos ou corpos celestes) para impedi-la. Em torno de 296.000 anos, ela passará perto da estrela Sirius, a estrela alfa da constelação de Cão Maior e que está a 4,3 anos-luz da Terra.

 


in Wikipédia

quinta-feira, março 10, 2022

Os anéis do planeta Úrano foram descobertos há 45 anos...!

Sistema de anéis e satélites de Urano (as linhas contínuas indicam os anéis e as descontínuas órbitas dos seus satélites
   
Os anéis de Úrano são um sistema de anéis planetários que rodeiam esse planeta. Têm uma complexidade intermédia entre os extensos anéis de Saturno e os sistemas mais simples que circundam Júpiter e Netuno. Foram descobertos, em 10 de março de 1977, por James L. Elliot, Edward W. Dunham e Douglas J. Mink. Há mais de 200 anos, William Herschel também anunciou a observação de anéis, mas os astrónomos modernos mostram-se céticos que realmente pudesse tê-los observado, pois são muito obscuros e fracos. Foram descobertos mais dois anéis, em 1986, nas imagens feitas pela sonda espacial Voyager 2, e em 2003–2005 foram encontrados outros dois anéis externos, em fotografias do Telescópio Espacial Hubble.
Em 2009, eram conhecidos, no sistema de anéis de Urano, 13 anéis diferentes. Em ordem crescente de distância desde o planeta, designam-se com a notação 1986U2R/ζ, 6, 5, 4, α, β, η, γ, δ, λ, ε, ν e μ. Os seus raios oscilam entre os 38 000 km do anel 1986U2R/ζ aos 98 000 km do anel μ. Podem encontrar-se faixas de poeira fracas e arcos incompletos adicionais entre os anéis principais. Os anéis são extremamente obscuros - o albedo de Bond das partículas dos anéis não excede 2%. Provavelmente sejam compostos por água congelada com o aditamento de alguns compostos orgânicos obscuros processados pela radiação.
A maioria dos anéis de Úrano tem poucos quilómetros de largura. O sistema de anéis contém, em geral, pouca poeira. Principalmente está composto por corpos grandes, de 0,2–20 metros de diâmetro. Porém, alguns anéis são oticamente finos. Os anéis 1986U2R/ζ, μ e ν, de aparência larga e débil, estão formados por partículas de poeira, enquanto o anel λ, estreito e débil, também contém corpos de tamanho maior. A relativa carência de poeira no sistema de anéis é devida à resistência aerodinâmica da parte mais externa da exosfera de Úrano - a coroa.
Acredita-se que os anéis de Úrano são relativamente novos, com uma idade inferior a 600 milhões de anos. Provavelmente originaram-se dos fragmentos da colisão de vários satélites que existiram nalgum momento. Após a colisão ficaram decompostos em numerosas partículas que sobreviveram como anéis estreitos e oticamente densos, em zonas estritamente confinadas de máxima estabilidade.
Ainda não se compreende bem o mecanismo pelo qual se confinam em anéis estreitos. A princípio assumia-se que cada anel estreito era pastoreado por um par de satélites próximos que lhe davam forma. Porém, em 1986 a Voyager 2 descobriu apenas um desses pares de satélites, Cordélia e Ofélia, sobre o anel mais brilhante (ε).
  

quinta-feira, setembro 23, 2021

Música (celestial...) adequada à data...

Neptuno foi descoberto há 175 anos!

Fotografia feita pela sonda Voyager 2 ao passar pelo planeta em 1989
     
Neptuno é o oitavo planeta do Sistema Solar, o último a partir do Sol, desde a reclassificação de Plutão para a categoria de planeta anão, em 2006. Pertencente ao grupo dos gigantes gasosos, possui um tamanho ligeiramente menor que o de Urano, mas maior massa, equivalente a 17 massas terrestres. Neptuno orbita o Sol a uma distância média de 30,1 unidades astronómicas.
O planeta é formado por um pequeno núcleo rochoso ao redor do qual encontra-se uma camada formada possivelmente por água, amónia e metano sobre a qual se situa a sua turbulenta atmosfera, constituída predominantemente de hidrogénio e hélio. De facto, notáveis eventos climáticos ocorrem em Neptuno, inclusive a formação de diversas camadas de nuvens, tempestades ciclónicas visíveis, como a já extinta Grande Mancha Escura, além dos ventos mais rápidos do Sistema Solar, que atingem mais de 2.000 km/h. A radiação solar recebida por Neptuno não seria suficiente para fornecer tamanha energia à turbulenta atmosfera, pelo que se descobriu que o calor irradiado do centro do planeta possui um papel importante na manutenção destes eventos meteorológicos extremos. A pequena quantidade de metano nas camadas altas da atmosfera é, em parte, responsável pela coloração azul do planeta.
Ao redor de Neptuno orbitam catorze satélites naturais conhecidos, dos quais se destaca Tritão, de longe o maior. Um ténue e pouco comum sistema de anéis também existe, exibindo uma estrutura irregular com concentrações de material que formam arcos. A sua influência gravitacional afeta as órbitas de corpos menores situados mais além, na Nuvem de Kuiper, entrando em ressonância orbital.
Visto da Terra, Neptuno apresenta uma alta magnitude (quanto mais brilhante o astro menor sua magnitude), sendo impossível observá-lo a olho nu. Suspeitou-se da sua existência somente após a observação cuidadosa da órbita de Urano, que apresentava ligeiras irregularidades por conta da perturbação gravitacional de Neptuno. Após análise matemática com conclusões obtidas independentemente por John Couch Adams e Urbain Le Verrier, obtiveram as posições aproximadas de onde o planeta deveria estar na esfera celeste. Após diversas buscas com o auxílio de telescópios, em 23 de setembro de 1846, encontraram o planeta, cujo nome escolhido posteriormente homenageia o deus romano dos mares. Até o presente momento, a única sonda espacial que visitou o planeta foi a Voyager 2, em 1989, cuja passagem permitiu obter fotografias e informações sem precedentes, ainda sendo a principal fonte de dados sobre o que atualmente se conhece sobre o planeta.
   

quarta-feira, março 10, 2021

Os anéis do planeta Urano foram descobertos há 44 anos

Sistema de anéis e satélites de Urano (as linhas contínuas indicam os anéis e as descontínuas órbitas dos seus satélites
   
Os anéis de Urano são um sistema de anéis planetários que rodeiam esse planeta. Têm uma complexidade intermédia entre os extensos anéis de Saturno e os sistemas mais simples que circundam Júpiter e Netuno. Foram descobertos, em 10 de março de 1977, por James L. Elliot, Edward W. Dunham e Douglas J. Mink. Há mais de 200 anos, William Herschel também anunciou a observação de anéis, mas os astrónomos modernos mostram-se cépticos que realmente pudesse tê-los observado, pois são muito obscuros e fracos. Foram descobertos mais dois anéis, em 1986, nas imagens feitas pela sonda espacial Voyager 2, e em 2003–2005 foram encontrados outros dois anéis externos, em fotografias do Telescópio Espacial Hubble.
Em 2009, eram conhecidos, no sistema de anéis de Urano, 13 anéis diferentes. Em ordem crescente de distância desde o planeta, designam-se com a notação 1986U2R/ζ, 6, 5, 4, α, β, η, γ, δ, λ, ε, ν e μ. Os seus raios oscilam entre os 38 000 km do anel 1986U2R/ζ aos 98 000 km do anel μ. Podem encontrar-se faixas de poeira fracas e arcos incompletos adicionais entre os anéis principais. Os anéis são extremamente obscuros - o albedo de Bond das partículas dos anéis não excede 2%. Provavelmente sejam compostos por água congelada com o aditamento de alguns compostos orgânicos obscuros processados pela radiação.
A maioria dos anéis de Urano tem poucos quilómetros de largura. O sistema de anéis contém, em geral, pouca poeira. Principalmente está composto por corpos grandes, de 0,2–20 metros de diâmetro. Porém, alguns anéis são opticamente finos. Os anéis 1986U2R/ζ, μ e ν, de aparência larga e débil, estão formados por partículas de poeira, enquanto o anel λ, estreito e débil, também contém corpos de tamanho maior. A relativa carência de poeira no sistema de anéis é devida à resistência aerodinâmica da parte mais externa da exosfera de Urano - a coroa.
Acredita-se que os anéis de Urano são relativamente novos, com uma idade inferior a 600 milhões de anos. Provavelmente originaram-se dos fragmentos da colisão de vários satélites que existiram nalgum momento. Após a colisão ficaram decompostos em numerosas partículas que sobreviveram como anéis estreitos e opticamente densos, em zonas estritamente confinadas de máxima estabilidade.
Ainda não se compreende bem o mecanismo pelo qual se confinam em anéis estreitos. A princípio assumia-se que cada anel estreito era pastoreado por um par de satélites próximos que lhe davam forma. Porém, em 1986 a Voyager 2 descobriu apenas um desses pares de satélites, Cordélia e Ofélia, sobre o anel mais brilhante (ε).
  

quarta-feira, setembro 23, 2020

Neptuno foi descoberto há 174 anos

 

Fotografia feita pela sonda Voyager 2 ao passar pelo planeta em 1989
   
Neptuno é o oitavo planeta do Sistema Solar, o último a partir do Sol, desde a reclassificação de Plutão para a categoria de planeta anão, em 2006. Pertencente ao grupo dos gigantes gasosos, possui um tamanho ligeiramente menor que o de Urano, mas maior massa, equivalente a 17 massas terrestres. Neptuno orbita o Sol a uma distância média de 30,1 unidades astronómicas.
O planeta é formado por um pequeno núcleo rochoso ao redor do qual encontra-se uma camada formada possivelmente por água, amónia e metano sobre a qual se situa a sua turbulenta atmosfera, constituída predominantemente de hidrogénio e hélio. De facto, notáveis eventos climáticos ocorrem em Neptuno, inclusive a formação de diversas camadas de nuvens, tempestades ciclónicas visíveis, como a já extinta Grande Mancha Escura, além dos ventos mais rápidos do Sistema Solar, que atingem mais de 2.000 km/h. A radiação solar recebida por Neptuno não seria suficiente para fornecer tamanha energia à turbulenta atmosfera, pelo que se descobriu que o calor irradiado do centro do planeta possui um papel importante na manutenção destes eventos meteorológicos extremos. A pequena quantidade de metano nas camadas altas da atmosfera é, em parte, responsável pela coloração azul do planeta.
Ao redor de Neptuno orbitam catorze satélites naturais conhecidos, dos quais se destaca Tritão, de longe o maior. Um ténue e incomum sistema de anéis também existe, exibindo uma estrutura irregular com concentrações de material que formam arcos. A sua influência gravitacional afeta as órbitas de corpos menores situados mais além, na Nuvem de Kuiper, entrando em ressonância orbital.
Visto da Terra, Neptuno apresenta uma alta magnitude (quanto mais brilhante o astro, menor sua magnitude), sendo impossível observá-lo a olho nu. Suspeitou-se de sua existência somente após a observação cuidadosa da órbita de Urano, que apresentava ligeiras irregularidades por conta da perturbação gravitacional de Neptuno. Após análise matemática com conclusões obtidas independentemente por John Couch Adams e Urbain Le Verrier, obtiveram as posições aproximadas de onde o planeta deveria estar na esfera celeste. Após diversas buscas com o auxílio de telescópios, em 23 de setembro de 1846, encontraram o planeta, cujo nome escolhido posteriormente homenageia o deus romano dos mares. Até o presente momento, a única sonda espacial que visitou o planeta foi a Voyager 2, em 1989, cuja passagem permitiu obter fotografias e informações sem precedentes, ainda sendo a principal fonte de dados sobre o que atualmente se conhece sobre o planeta.
   

sexta-feira, março 10, 2017

Os anéis de Urano foram descobertos há 40 anos

Sistema de anéis e satélites de Urano (as linhas contínuas indicam os anéis e as descontínuas órbitas dos seus satélites

Os anéis de Urano são um sistema de anéis planetários que rodeiam esse planeta. Têm uma complexidade intermédia entre os extensos anéis de Saturno e os sistemas mais simples que circundam Júpiter e Netuno. Foram descobertos, em 10 de março de 1977, por James L. Elliot, Edward W. Dunham e Douglas J. Mink. Há mais de 200 anos, William Herschel também anunciou a observação de anéis, mas os astrónomos modernos mostram-se cépticos que realmente pudesse tê-los observado, pois são muito obscuros e fracos. Foram descobertos mais dois anéis, em 1986, nas imagens feitas pela sonda espacial Voyager 2, e em 2003–2005 foram encontrados outros dois anéis externos, em fotografias do Telescópio Espacial Hubble.
Em 2009, eram conhecidos, no sistema de anéis de Urano, 13 anéis diferentes. Em ordem crescente de distância desde o planeta, designam-se com a notação 1986U2R/ζ, 6, 5, 4, α, β, η, γ, δ, λ, ε, ν e μ. Os seus raios oscilam entre os 38 000 km do anel 1986U2R/ζ aos 98 000 km do anel μ. Podem encontrar-se faixas de poeira fracas e arcos incompletos adicionais entre os anéis principais. Os anéis são extremamente obscuros - o albedo de Bond das partículas dos anéis não excede 2%. Provavelmente sejam compostos por água congelada com o aditamento de alguns compostos orgânicos obscuros processados pela radiação.
A maioria dos anéis de Urano tem poucos quilómetros de largura. O sistema de anéis contém, em geral, pouca poeira. Principalmente está composto por corpos grandes, de 0,2–20 metros de diâmetro. Porém, alguns anéis são opticamente finos. Os anéis 1986U2R/ζ, μ e ν, de aparência larga e débil, estão formados por partículas de poeira, enquanto o anel λ, estreito e débil, também contém corpos de tamanho maior. A relativa carência de poeira no sistema de anéis é devida à resistência aerodinâmica da parte mais externa da exosfera de Urano - a coroa.
Acredita-se que os anéis de Urano são relativamente novos, com uma idade inferior a 600 milhões de anos. Provavelmente originaram-se dos fragmentos da colisão de vários satélites que existiram nalgum momento. Após a colisão ficaram decompostos em numerosas partículas que sobreviveram como anéis estreitos e opticamente densos, em zonas estritamente confinadas de máxima estabilidade.
Ainda não se compreende bem o mecanismo pelo qual se confinam em anéis estreitos. A princípio assumia-se que cada anel estreito era pastoreado por um par de satélites próximos que lhe davam forma. Porém, em 1986 a Voyager 2 descobriu apenas um desses pares de satélites, Cordélia e Ofélia, sobre o anel mais brilhante (ε).

sexta-feira, setembro 23, 2016

Neptuno foi descoberto há 170 anos

Fotografia feita pela sonda Voyager 2 ao passar pelo planeta em 1989

Neptuno é o oitavo planeta do Sistema Solar, o último a partir do Sol desde a reclassificação de Plutão para a categoria de planeta anão, em 2006. Pertencente ao grupo dos gigantes gasosos, possui um tamanho ligeiramente menor que o de Urano, mas maior massa, equivalente a 17 massas terrestres. Neptuno orbita o Sol a uma distância média de 30,1 unidades astronómicas.
O planeta é formado por um pequeno núcleo rochoso ao redor do qual encontra-se uma camada formada possivelmente por água, amónia e metano sobre a qual se situa a sua turbulenta atmosfera, constituída predominantemente de hidrogénio e hélio. De facto, notáveis eventos climáticos ocorrem em Neptuno, inclusive a formação de diversas camadas de nuvens, tempestades ciclónicas visíveis, como a já extinta Grande Mancha Escura, além dos ventos mais rápidos do Sistema Solar, que atingem mais de 2.000 km/h. A radiação solar recebida por Neptuno não seria suficiente para fornecer tamanha energia à turbulenta atmosfera, pelo que se descobriu que o calor irradiado do centro do planeta possui um papel importante na manutenção destes eventos meteorológicos extremos. A pequena quantidade de metano nas camadas altas da atmosfera é, em parte, responsável pela coloração azul do planeta.
Ao redor de Neptuno orbitam catorze satélites naturais conhecidos, dos quais se destaca Tritão, de longe o maior. Um ténue e incomum sistema de anéis também existe, exibindo uma estrutura irregular com concentrações de material que formam arcos. A sua influência gravitacional afeta as órbitas de corpos menores situados mais além, na Nuvem de Kuiper, entrando em ressonância orbital.
Visto da Terra, Neptuno apresenta uma alta magnitude (quanto mais brilhante o astro, menor sua magnitude), sendo impossível observá-lo a olho nu. Suspeitou-se de sua existência somente após a observação cuidadosa da órbita de Urano, que apresentava ligeiras irregularidades por conta da perturbação gravitacional de Neptuno. Após análise matemática com conclusões obtidas independentemente por John Couch Adams e Urbain Le Verrier, obtiveram as posições aproximadas de onde o planeta deveria estar na esfera celeste. Após diversas buscas com o auxílio de telescópios, em 23 de setembro de 1846, encontraram o planeta, cujo nome escolhido posteriormente homenageia o deus romano dos mares. Até o presente momento, a única sonda espacial que visitou o planeta foi a Voyager 2, em 1989, cuja passagem permitiu obter fotografias e informações sem precedentes, ainda sendo a principal fonte de dados sobre o que atualmente se conhece sobre o planeta.